Teologia da Prosperidade: Evangelho de Cristo ou american dream?

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Por: Alessandro Cristian


Não é novidade para nenhum cristão que a famigerada Teologia da Prosperidade está longe de ter alguma relação com o Evangelho da Cruz. Suas práticas tem o foco nos bens materiais e no homem, e não na obra salvífica consumada por Cristo no Calvário. No ter, e não no ser. Quantificação sim, santificação, não. Muitas adesões e poucas genuínas conversões.

Suas reuniões são centradas no “receber” de Deus, e não no “entregar” a Deus (entregar com o sentido de adorar). Por outro lado, incitam o povo a fazer barganhas com o Todo-Poderoso: “entregue (financeiramente falando) para receber”.

O pragmatismo é a palavra de ordem, onde diante do exercício de doutrinas antibíblicas e extrabíblicas não se lança a pergunta: “Isso é certo?”. Pelo contrário, o questionamento lançado é: “Isso dá certo?”. Ou seja, se produz resultados no que diz respeito a trazer o povo, pouco importa se está de acordo com as Escrituras.

Aliás, como dito no início do texto a Teologia da Prosperidade está distante, bem distante do Evangelho. Teve início na América do Norte no século passado, e não na Jerusalém de 2000 e poucos anos atrás. Observemos suas raízes, quem foram seus primeiros propagadores: Kenneth Hagin, Kenneth Coppeland, Robert Tilton, Charles Capps, Morris Cerullo, dentre outros. Homens cujo ministério se expandiu no período e local supracitados, todos influenciados por Essek Willian Kenyon, que por sua vez teve seus ensinos inspirados nos conceitos elaborados pelo curandeiro e hipnotizador Finéias Parkhurst Quimby (século XIX), precursor das heresias conhecidas hoje como Ciência Cristã. Podemos afirmar, sem dúvida, que a Ciência Cristã (que nada tem de ciência, tampouco de cristã) foi o embrião da Confissão Positiva e, por conseguinte, da Teologia da Prosperidade.

Justamente pelas circunstâncias e local de origem, os pregadores da prosperidade não ensinam uma vida pautada nos ensinamentos de Jesus, mas sim no american dream. Prosperidade material acima de tudo. Apego aos bens materiais e egoísmo, ao invés de abnegação e altruísmo.

Uma tradição cujo intento precípuo é a mobilidade socioeconômica vertical. O incentivo vergonhoso a um materialismo desmedido. Pensemos: não é essa herança cultural norte-americana que temos visto sendo apregoada nas “igrejas” como se fosse verdade revelada nas Escrituras, em sermões onde a eisegese corre solta?

Os pregoeiros desse evangelho às avessas têm seus bordões não divinamente inspirados, mas sim adaptados da cultura estadunidense. Ou seja, acabam por disseminar uma “fé” norte-americana, e não cristã. Empírica, mas não bíblica. Centrada no “eu”, e não em Deus. Glamorosa e egocêntrica, refletindo perfeitamente o american dream.

O perigo de se viver em função daquilo que é temporal, em detrimento do Eterno, a inversão de valores, foi duramente combatida pelo Mestre. Suas palavras dirigidas ao rico insensato (Lc 12.13-21), o qual julgava ter segurança em virtude de sua fortuna, sempre nos servirá de alerta: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?” (v. 20).

Fiquemos unicamente com a verdade revelada nas Sagradas Escrituras. E que a ordem contida em Mateus 6.33 seja sempre nossa bússola (“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.”). Que o Reino de Deus esteja no topo de nossa lista de prioridades.

Deus abençoe sua vida.

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian
Fonte: [ Blog do autor ]

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3 comentários

Grato pelo apoio, prezado Ruy.
Deus abençoe sua vida.
Alessandro Cristian

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Olá irmão Alessandro.

Eu é que agradeço pelo ótimo artigo.

Grande abraço, em Cristo!

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Não é eisegese e sim EUsegese

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