O que devemos conhecer de Deus?
Edir Macedo prega o ABORTO como forma de Planejamento Familiar
Por Renato Vargens
O Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Edir Macedo, defende publicamente o aborto. Para o fundador da IURD e dono da Rede Record de Televisão o aborto é uma excelente estratégia de planejamento familiar.
Diante do exposto afirmo que diferentemente do "bispo" o meu compromisso é com a Palavra de Deus. E a Palavra de Deus condena o assassinato.
Declaro também com todo o meu vigor e convicção que sou totalmente contra a idéia da legalização do aborto e repudio veementemente esta prática infernal.
Pois é, definitivamente a IURD não é uma igreja cristã.
Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós!
Feridos em nome de Deus
"Quando a fé se deixa manipular, pessoas viram presas fáceis de toda sorte de abuso. A confiança autêntica e sincera em Deus é gradualmente substituída pela submissão acrítica aos desmandos de lideranças despreparadas."
Carentes de acolhimento são habilmente capturados pela manipulação emocional de líderes medíocres de plantão e ambos seguem de braços dados experimentando uma religiosidade fútil e meritória, barganhando a todo momento com Deus."
"Por ser uma religiosidade descaracterizada de uma adoração sincera, mais cedo ou mais tarde o castelo de cartas desmorona deixando feridas abertas pelo caminho."
*"Pastores são acusados de manter escravos em Minas"
Folha de São Paulo, 23 de agosto de 2006.
Pastores evangélicos acusados de aliciar fiéis de São Paulo para o trabalho escravo em fazendas no sul de Minas Gerais podem ter a prisão preventiva pedida nas próximas semanas. Eles negam as acusações e se dizem vítimas de perseguição.
Cícero Vicente Araújo e Edmilson Pereira da Silva, pastores do Tatuapé (zona leste) que fundaram em 1998 a igreja Jesus, a verdade que marca, teriam movimentado R$ 10 milhões em bens adquiridos com doações não declaradas de fiéis paulistas.
Eles compraram imóveis, terras, estabelecimentos comerciais, carros e rádios clandestinas em Minduri, Andrelândia, Caxambu, Cruzília e São Vicente de Minas. Eles foram indiciados por estelionato e ocultação de bens. O promotor de Caxambu (MG), Bérgson Cardoso Guimarães, disse ontem que vai dar início à ação penal contra eles, denunciados à Justiça em abril pelas polícias Civil e Federal e a Promotoria. Eles arrebanharam ao menos 800 seguidores convencidos a trabalhar de graça em "refúgios espirituais no campo".
A reportagem foi ao sul de Minas após receber, no final de julho, as primeiras denúncias de ex-fiéis que abandonaram fazendas de grupo e se dizem enganados pelos pastores. Eles contam ter vendido o que tinham para adquirir, com os pastores, terras e comércios registrados em nome de pessoas sem ligação com a igreja. Também dizem que trabalhavam sem registro em carteira e recebiam só roupas e comida.
Outro lado
Por quatro dias, o pastor Estevão Ribeiro disse que o pastor Cícero Vicente Araújo comentaria as denúncias e afirmou que a reportagem poderia visitar as fazendas. "Não temos o que esconder." No entanto, Araújo se recusou a conceder uma entrevista e a reportagem não pôde visitar as fazendas.
Ribeiro, por sua vez, disse que não há trabalho escravo e que a comida servida aos fiéis é boa. No site da comunidade, www.cejvm.com.br, Araújo deixou uma mensagem, no final de 2005, quando começaram as investigações: "Colocamo-nos à disposição dos órgãos governamentais do nosso país e do Poder Judiciário para qualquer esclarecimento". "Pastores são acusados de manter escravos em Minas" Folha de São Paulo, 23 de agosto de 2006"
Uma senhora que durante alguns meses esteve envolvida com a seita-alvo dessa reportagem procurou um pastor em São Paulo para pedir um conselho. Ela estava abatida por tudo o que tinha vivido nos últimos tempos, convencida que fora pelo pastor Cícero Vicente Araújo de que vender todos os seus bens e mudar-se para o interior de Minas Gerais era a única forma de escapar da ira divina, que se manifestaria em breve com a destruição de todas as grandes cidades do Brasil.
O pastor Araújo ensinou a essa senhora e pregava a seus fiéis que eles tinham de se mudar para o campo e levar uma vida mais simples, desapegando-se das coisas materiais. Quando a notícia sobre a comunidade tomou a mídia, essa mulher caiu em si e resolveu voltar para São Paulo.
Na conversa que teve com esse conselheiro, ela confessou que ainda não tinha se desligado formalmente da comunidade porque sentia medo. Deixar a igreja Jesus, a verdade que marca, segundo as "profecias" do pastor Araújo, seria entrar "debaixo de uma maldição".
O caso da seita foi parar na justiça, e a comunidade felizmente se dissipou antes de virar uma visão tupiniquim da tragédia ocorrida em 1978, na Guiana, quando o reverendo americano Jim Jones levou 909 pessoas, isoladas na comunidade agrícola de Jonestown, a cometer suicídio coletivo, guiadas por seus ensinos apocalípticos.
Por trás de notícias bizarras como essa, está, além do fanatismo, um estilo de governo. Um sistema hierárquico que consiste num verdadeiro convite ao abuso religioso. Esse tipo de regime autocrático, centrado na figura carismática do pastor evangélico, predomina nas igrejas mais novas, em especial nas pentecostais e neopentecostais. E, nelas, facilita a ocorrência de excessos de ordem financeira, emocional e psicológica.
Fonte: Livro "Feridos em Nome de Deus" - Autora: Jornalista Marilia de Camargo Cesar, pgs. 117-119 - São Paulo, Ed. Mundo Cristão, 2009.
Via: [ AGIR ]
.
Geração viciada, amortecida geração
Vaidade, consumismo e acomodação -- esses foram os principais atributos que os jovens usaram para descrever sua geração no mais recente dossiê da MTV.
Para aqueles que cresceram confusos pelo relativismo ideológico e bombardeados pela indústria do consumo, o hedonismo e, consequentemente, o vício, são praticamente inevitáveis. Esse vício, porém, não surgiu do nada.
Na inexistência de uma verdade absoluta, a busca por respostas se torna infinita. Inundados por ondas de novas experiências que visam o prazer e as soluções rápidas e superficiais, que parecem nunca saciar nossa sede, ficamos viciados. Viciamo-nos em consumo de produtos, em tecnologia, em mídia, em relacionamentos superficiais, em sexo, drogas e rock’n’roll! Somos uma geração que quer muito e quer agora -- só não sabemos exatamente o quê.
Quando nos são oferecidos um cristianismo de consumo, uma indústria cristã de música e mídia, igrejas do dinheiro e das respostas fáceis, olhamos com desprezo dando o mesmo valor que damos ao resto. Ou então aceitamos com facilidade, porque é igual ao resto. Engolimos mais um produto. Nada muda.
Então, como a igreja pode cumprir a missão de amar esta geração e proclamar Jesus? Temos que parar de oferecer um cristianismo barato para uma geração que está cansada de consumismo. Precisamos urgentemente sair do nosso gueto cristão e comunicar a verdade de forma genuína e radical.
Em nossas “igrejas-gueto”, os próprios jovens que precisam ouvir o evangelho se tornam os inimigos que podem infectar nossos membros. Fechamo-nos ao ponto de não termos significado social ou político, criando uma fé irrelevante à vida. O discipulado se tornou uma transmissão de informações cognitivas descontextualizadas. Precisamos de um discipulado genuíno, que não carregue uma “cultura igreja” desnecessária. Um movimento poderoso e relacional que participe da vida dos jovens em todos os níveis.
Algumas pesquisas mostram que hoje mais jovens dizem crer em Deus do que diziam no passado. Porém, o evangelho que tem sido pregado parece afastá-los ainda mais do Criador. Esquecemos que o evangelho não é um sistema de dogmas e muito menos uma cultura cristã. Jesus disse: “Eu sou a verdade”. O evangelho é uma pessoa.
Presenciei resultados explosivos quando alguns jovens tiveram a chance de enxergar além dos preconceitos e ver quem Jesus realmente é. Um dos ministérios do qual faço parte é uma performance que mistura música punk experimental com teatro e efeitos especiais. Por meio de uma encenação dramática da crucificação e ressurreição, presenciamos jovens nas ruas e nas boates se quebrantando ao encontrarem Jesus. Diziam confusos: “Mas geralmente eu não gosto de Jesus!”. De fato, se víssemos o Jesus que eles veem, também não iríamos gostar. Precisamos derrubar os preconceitos, pois o Jesus real é poderoso e ama intensamente esta geração amortecida pelo vício.
O vício leva à morte da paixão. Somos uma geração amortecida pela busca incansável por prazer imediato. Por isso, já não buscamos um propósito na vida. Quando eu e minha esposa abrimos um café para alcançar jovens numa região periférica de Londres, nos assustamos com a perspectiva de vida de muitos deles. “Qual é seu sonho?”, perguntamos certa vez para uma menina de 14 anos. “Sei lá! Ficar grávida pra poder receber dinheiro da previdência social.”
Precisamos devolver-lhes a paixão. Paulo falava de uma paixão tão grande por Cristo que considerava o resto “fezes” e estava disposto a morrer por ele! Atualmente, acho que poucas pessoas estariam dispostas a morrer por algo. Não há remédio melhor para isso do que uma comunidade receptiva e ativa na sociedade, isto é, a Igreja de Cristo engajada na missão que ele nos deu, envolvida na comunidade e recebendo a nova geração de braços abertos. Ali sim o jovem encontrará unidade de propósito, aceitação por ser ele mesmo, enfim, uma identidade genuína. A redescoberta da paixão de ser um agente transformador no mundo irá acordar os amortecidos.
• Luke Greenwood é missionário com a Steiger Internacional desde 2002. Está apaixonadamente envolvido em evangelismo e discipulado em algumas das cenas menos alcançadas da cultura jovem global pós-moderna.
Teologia da Prosperidade – A velha Inimiga que não desiste
Já conversei com muitas pessoas assim, sem fé. E já evangelizei algumas pessoas nessa condição. Tenho que dizer que o trabalho não é dos mais fáceis, nem dos mais animadores. Digo isso porque há muitas questões preconcebidas e difíceis de serem transpostas na vida de pessoas que se decepcionaram com a proposta de fé que receberam no passado. É preciso muita paciência, amor e dedicação em mostrar a diferença para estas pessoas que se desiludiram com a fé.
Mas e você? Já se desiludiu com a fé alguma vez? Se sim, você sabe o motivo dessa desilusão?
Bem, certamente pode haver motivos diversos, mas gostaria de citar um, que é um grande promotor de desilusão de decepção na vida cristã de muitas pessoas: A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE.
Mas por que a Teologia da Prosperidade é considerada tão nociva e é tão freqüentemente atacada?
Elementar, caro Watson! Porque a Teologia da Prosperidade distorce o Evangelho de Cristo, ensinando o que este não ensina, e ainda traz em si diversos enganos, como a promessa de satisfação dos desejos humanos (será que isso é bíblico?).
Vejamos alguns dos ensinos da TP:
1) Quem quer ganhar tem que dar primeiro e quem der, recebe o dobro.
A Teologia da Prosperidade cresceu assustadoramente com a divulgação deste tipo de pensamento. Seus promotores diziam que as pessoas poderiam prosperar financeiramente e se tornarem muito ricas.
Concordamos com isso. As pessoas podem prosperar e ficar ricas, desde que trabalhem e encontrem os meios de alcançar essa realidade.
Mas isso não era dito por eles. O meio proposto é sempre a semeadura, isto é, a pessoa que quer prosperar materialmente precisa, primeiro, pegar aquilo que já possui e investir no Reino de Deus – aqui chamado de igreja local. Eles dizem que é preciso semear para poder colher. Assim, quem quer colher laranjas não vai semear semente de figos, mas sim de laranja. Da mesma sorte, quem quer colher riqueza material, deve semear riqueza material na igreja – aqui se referindo ao bolso do líder.
Com isso já vi pessoas que deram tudo, inclusive o dinheiro da venda de móveis de suas casas, com a promessa de ter tudo de volta e com abundância. Sabe o que ganharam? Decepção e Desilusão com a igreja e com a fé.
No Evangelho Jesus não prometeu riquezas. Essa não era sua proposta. O que Ele faz é colocar cada coisa no seu devido lugar. Ele não demoniza o dinheiro, mas não o endeusa também. Para Jesus o dinheiro deve ter o lugar certo. Por isso recomenda o pagamento de tributos e sempre abre os olhos dos discípulos sobre o perigo de superestimar o dinheiro, dizendo que devemos preferir ter tesouros nos céus que aqui na terra.
2) É possível conseguir qualquer coisa, desde que tenha fé suficiente.
Essa é uma questão muito controversa. Inicio dizendo isso porque de forma alguma posso descrer do poder de Deus, nem da validade da fé, nem da possibilidade do milagre e da bênção. Isso tudo é muito real para mim, já experimentei muitas bênçãos e sei que Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos.
Por outro lado, também não posso ser simplista nas questões da vida. Muitas pessoas pedem milagres e bênçãos com muita devoção e fé, mas não recebem o que pediram. Por que?
Bem, os pregadores da TP não aceitam essa realidade, embora isto seja um fato. Dizem que a pessoa simplesmente não teve fé suficiente. Mas aí surgem duas perguntas: a) quem tem fé suficiente? b) E quanto aos planos e à vontade de Deus?
É preciso considerar em primeiro lugar que o Evangelho de Cristo é uma demonstração clara e simples de como todos os nossos esforços são incapazes e insuficientes perante o padrão de Deus. Até nossa fé é insuficiente. Por isso mesmo Paulo diz em Efésios e Romanos que até a fé não vem de nós, mas é ela mesma um dom de Deus, que repartiu a cada um segundo a medida que quis proporcionar. Ou seja, até em questões como ter fé, precisamos nos agarrar na graça de Deus que nos assiste.
Em segundo lugar, nem tudo na vida está liberado a todos. Se cremos que Deus tem um plano e um propósito, precisamos também entender que certas coisas fazem parte de nossa experiência rumo ao ponto onde Deus quer nos levar.
Veja, por exemplo, o caso da igreja de Esmirna, em Apocalipse 2. A mensagem de Jesus àquela igreja é: “Não temas as coisas que tens de sofrer”. A rota daquela igreja já estava escrita, havia um plano, e nesse plano um sofrimento agendado, para isso Jesus consola o povo, “não temas”, mas eles precisavam passar por aquela situação.
Sendo assim, nem tudo o que pedimos podemos conseguir, e sim, como João diz, tudo o que pedirmos de acordo com a vontade de Deus. Essa é a linha que deve conduzir nosso pensamento.
3) Quem tem Jesus não pode ter sofrimento algum na vida.
Além disso, a Teologia da Prosperidade ainda prega que a vida do crente não pode ter sofrimento, mas somente alegria.
Desse modo você vê centenas de pessoas cheias de problemas e tristezas que não conseguem nem expressar para serem consoladas, pois as palavras têm poder, e só podemos expressar palavras positivas. De modo que a psicologia do pensamento positivo se tornou mais importantes do que o ensino de Cristo que diz para nos consolarmos uns aos outros, para chorar com os que choram e alegar com os que se alegram.
É fato que a vida tem suas lutas e tempestades. O fato de Cristo estar no controle do nosso barco é um consolo, mas embora traga segurança e alegria, não quer dizer que não enfrentamos o sofrimento natural que decorre de certas situações. O próprio Jesus sofreu e chorou.
Mas ele não se desesperou nem desistiu da vida. E mais, Paulo ensina que Jesus nos deu a graça de sofrer com Ele e por Ele. Essa é a lição que devemos observar.
Voltando ao início…
Como podemos ver, a Teologia da Prosperidade muda as ênfases do Evangelho para ser agradável aos anseios do coração humano. O que Jesus fez por nós e preparou para nós é, sem dúvida, muito maior e mais valioso do que qualquer coisa que possamos desfrutar aqui neste mundo. Mas a Teologia da Prosperidade desvirtua tal visão, invertendo os valores e distorcendo os fatos.
Claro que Deus tem bênçãos para nós nessa vida, e podemos usufruir grandes alegrias e prazeres aqui neste mundo. Mas não podemos cair na falsa idéia, na ilusão de que tudo que quisermos teremos, e o que não quisermos, não precisamos suportar.
Este tipo de pensamento é hedonista e é um dos grandes promotores de decepções e desilusões quanto à igreja e a fé para muitas pessoas. Por isso precisamos ensinar a verdade e estar sempre alertas quanto a estes falsos ensinos.
Que Deus nos abençoe e nos ilumine sempre pelo seu Santo Espírito, para termos os olhos firmes na VERDADE que é JESUS!
Autor: Thiago Rodrigues
Fonte: [ Cristianismo Pensante ]
Quais são as falsificações da santificação?
Por: Thomas Watson
Há coisas que parecem santificação, mas não são.
Via: [ Armando Marcos ]
.
A autoridade Bíblica
Já me aconteceu de conversar com pessoas que se dizem cristãs e negam a Bíblia como única regra de fé e prática do crente em Jesus Cristo. Afirmam que uma certa "tradição apostólica" tem tanto valor quanto as Escrituras Sagradas e que em nenhum momento a Bíblia ensina sua própria autoridade sobre ensinamentos humanos. Este texto em Atos é apenas uma das diversas provas de que Deus nos entregou palavras que estão acima de qualquer tradição do homem.
Esta passagem de Atos trata da pregação de Paulo e Silas na sinagoga de Beréia. Repare que Lucas registra o caráter nobre destes cidadãos bereanos. Por que eles se destacam em relação aos tessalonicenses? A resposta está no próprio versículo - receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.
Ou seja, vemos aí um ensino apostólico tendo de passar pelo crivo da Bíblia antes de ser aceito. E o que é mais interessante: doutor Lucas apresenta esta atitude como algo positivo. Outro detalhe: quando esta pregação de Paulo aconteceu, é muito provável que poucos livros do Novo Testamento já estivessem escritos - talvez nenhum deles existisse ainda. Então, as Escrituras que os bereanos examinavam eram nada menos que textos do Antigo Testamento.
Daqui podemos tirar uma lição, se realmente cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, inspirada e suficiente para levar o homem à salvação e santificação. Lucas mostra claramente que, se o ensino dos apóstolos não batesse com os textos do Antigo Testamento (que eram examinados diariamente), os bereanos não aceitariam a mensagem do Evangelho. E mais – mostra que esta atitude é louvável!
Imagino às vezes se não seria por isso que não sabemos de uma carta de Paulo aos Bereanos, mas temos duas aos Tessalonicenses...
“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” (Provérbios 30.5-6)
“E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.” (2 Pedro 3.15,16)
Um dos maiores problemas que existe na igreja atualmente é um efeito colateral do acesso universal às Escrituras que os reformadores nos proporcionaram. Este grave problema é a livre interpretação das Escrituras. Ao contrário do que alguns afirmam, a Reforma Protestante não foi a grande responsável por isso. Lutero, por exemplo, era a favor do livre-exame da Bíblia e não da livre interpretação. Nas palavras do ex-monge, se fosse assim, “cada um inventaria sua própria forma de ir para o inferno”.
Hoje, porém, tantos pastores evangélicos (?) quanto grupos cristãos declaradamente não-evangélicos insistem em afirmar que os cristãos protestantes defendem o direito de cada um interpretar a Bíblia como bem entende. É quase impossível que existam duas pessoas que interpretem todos os textos bíblicos da mesma forma, mesmo tendo a mesma formação teológica. Não porque existam ambigüidades, mas por próprios pressupostos e motivos pessoais, em algum momento alguém pode entender de forma inexata o que algum texto está dizendo. Neste caso, se esta pessoa realmente viver a Palavra de Deus, ela estará atenta à repreensão e humildemente aceitará seu erro.
O perigo, portanto, não são pessoas que conhecem e vivem a Bíblia, mas algo parecido - pessoas que conhecem, mas não vivem a Palavra. Homens que preferem apegar-se à própria tradição ou necessitam comprovar um assunto de qualquer forma e se utilizam de um fragmento do texto sagrado para isto. Pelo menos sabemos que este problema não é recente. Já no primeiro século, Pedro alertava para pessoas que interpretavam mal e levianamente as cartas de Paulo, além das outras Escrituras. (Aproveito para destacar que Pedro acaba de colocar os escritos do Apóstolo Paulo, e não tradições apostólicas, com a mesma autoridade do Antigo Testamento).
Não sabemos ao certo como tais textos estavam sendo torcidos, mas vemos este mesmo problema hoje em dia. Ao mesmo tempo em que algumas igrejas “cristãs” afirmam que a Bíblia não ensina ser a única regra de fé e prática do crente, usam textos soltos para comprovar que ela ensina a guardar certas tradições - que, teoricamente, existem desde a igreja primitiva. Outras igrejas fazem uso disto para acrescentarem novas profecias e novos conceitos, tentando resgatar uma outra 'igreja primitiva', que hoje desapareceu. Por fim, até não-cristãos tentam provar que Jesus não pretendia fundar uma igreja primitiva, e que os seguidores de Cristo, em algum momento, resolveram criar este novo paradigma de religião.
Mesmo que gritem que não era assim que Jesus ou os primeiros cristãos agiam, uma acusação comum aos poucos cristãos que ainda tentam guardar a sã doutrina, a estes só resta agir, ironicamente, como a própria igreja primitiva e apostólica, fundada por Jesus Cristo. Nas palavras do próprio Mestre:
“E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês? Assim vocês anulam a palavra de Deus por causa da tradição de vocês. Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens.” (cf. Mateus 15.1-9)
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2 Timóteo 3.16,17)
Provavelmente não existe texto mais claro quanto à autoridade das Escrituras quanto este. Acredito que ao chegar nestas palavras de Paulo, aquele que professa ou não a fé cristã tem apenas duas opções - aceitar toda a Escritura como inspirada por Deus e única suficiente como regra de fé e prática do crente ou rejeitá-la. Quem aceita isto positivamente é um verdadeiro seguidor de Cristo. Aquele que não aceita esta idéia simplesmente não é.
Alguns dizem que existem textos nas Escrituras que são declaradamente não-inspirados. Quase sempre são textos em que Paulo está no meio de uma argumentação, falando “como homem”. Ou seja, em seu próprio raciocínio, Paulo apresenta afirmações que ímpios fariam e as responde. Por exemplo: “Mas, se a nossa injustiça ressalta de maneira ainda mais clara a justiça de Deus, que diremos? Que Deus é injusto por aplicar a sua ira? (Estou usando um argumento humano.)” (Romanos 3.5, NVI). Se quisermos ignorar o versículo seguinte, e todo o contexto da carta aos Romanos, realmente teremos uma passagem “não-inspirada” na Bíblia. Porém, qualquer ser humano com o mínimo de inteligência perceberá que Paulo responde sua pergunta na continuação do texto, demonstrando que o argumento humano é falho.
Outra idéia, tolamente acatada pelos ateus, em especial, é um bizarro pensamento de que o texto bíblico foi pneumografado (neologismo usado pelo professor e pastor Marcos Alexandre), um equivalente a dizer que a Bíblia é algo psicografado, como se o Espírito Santo tomasse o corpo da pessoa, quando esta ia escrever e Ele próprio fosse o escritor. Assim, os pobres caçadores de falhas bíblicas tentam achar contradições, diferenças de um texto pra outro, entre outras coisas. Adoram encontrar erros astronômicos e geológicos em suas interpretações superficiais, mas dificilmente algum deles tenha se dado ao trabalho de pesquisar o Evangelho de Marcos no original grego, por exemplo. Se algum dia os acusadores do texto sagrado fossem além do que suas capacidades permitem, talvez dissessem “o Espírito Santo é analfabeto?”. Isto é apenas uma prova de sua argumentação limitada a buscas em sites da internet e leitura de reportagens sensacionalistas.
A seguir, desenvolverei mais o assunto, mas as duas citações abaixo já nos mostram quão antiga e, sinceramente, repetitiva é qualquer acusação contra a Palavra de Deus:
“Deve-se lembrar que Moisés não fala com perspicácia filosófica sobre mistérios ocultos, mas relata as coisas que são observadas em todos os lugares (...) A desonestidade daqueles homens é suficientemente repreensível, por censurarem Moisés por não falar com maior exatidão. Porque, como se tornou um teólogo, ele tinha mais respeito por nós do que pelas estrelas (...) Se o astrônomo indaga a respeito da dimensão real das estrelas, ele vai descobrir que a lua é menor que Saturno. Deixemos os astrônomos com seu conhecimento mais elevado; mas, nesse ínterim, aqueles que percebem pela lua o esplendor da noite são condenados por seu uso de perversa ingratidão, a menos que reconheçam a beneficência de Deus. Aquele que deseja aprender astronomia (...) deixe-o ir aonde quiser.”
“Pois quem, mesmo que de bem parco entendimento, não percebe que Deus assim conosco fala como que balbuciar, como as amas costumam [fazer] com as crianças? Por isso, formas de expressão que tais não exprimem, de maneira clara e precisa tanto o que Deus seja, quanto Lhe acomodam o conhecimento à paucidade da compreensão nossa.” (João Calvino)
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2 Timóteo 3.16,17)
O que significa dizer que a Escritura é inspirada? A idéia é a seguinte - suponha que eu deseje escrever uma carta para uma pessoa, mas minha linguagem usa muitas expressões peculiares, o que tornaria minha mensagem obscura. Por exemplo, suponha que esta pessoa seja um crente que more numa pequena aldeia lusófona em outro continente, aonde não chegou luz. Conto que digitei a carta no Word e depois imprimi na minha multifuncional, e que o Lula não pagou meu pai, por isso não revelei fotos tiradas com um repórter da TV Globo local. Provavelmente meu amigo não saberia o que é Word, multifuncional, TV Globo Local e talvez não teria idéia de quem é Lula ou o repórter citado. Sem contar possíveis gírias que por acaso eu usasse.
O que eu faria para resolver a situação? Como se trata de uma situação hipotética, suponha que eu conheça uma colega da mesma etnia, que faça intercâmbio no Brasil. Eu poderia ditar a carta para ela, e ela trataria de adaptar minhas novidades para que meu amigo pudesse entender. Ele poderia chamar o Lula de Chefe, por exemplo. Também poderia omitir o que fiz no Word e apenas dizer que escrevi a carta numa máquina. E o repórter da Globo se tornaria um mensageiro muito famoso em minha cidade. Suponha também que minha amiga não seja boa em ortografia. Assim, corro o risco de ter alguns erros de português. Mas como ela é uma pessoa de confiança, tenho a certeza absoluta que minha mensagem seria transmitida e analiso atentamente para saber se a idéia que queria passar foi perfeitamente adaptada à realidade do meu irmão estrangeiro.
A idéia é mais ou menos essa. É por isso que Moisés não cita a criação de todos os planetas do Sistema Solar, por isso que Marcos escreve seu Evangelho com alguns erros de grego, por isso que a Terra parece ser plana em certos textos. Eram homens com uma visão limitada do Universo sendo usados pelo próprio Deus Eterno para escrever sobre assuntos inefáveis para pessoas limitadas. E eles cumpriram sua missão. A mensagem foi transmitida, apesar de “erros”.
Os homens escreveram como escreveriam normalmente. Mas o Espírito Santo transmitiu a mensagem como aprouve a Ele. Muito provavelmente, alguns dos autores nem imaginavam que estariam sendo lidos 3000 anos depois. Mas o Espírito Santo sabia. E por isso Ele formou este Livro Santo, Perfeito e Único. Formado de dois testamentos, sessenta e seis livros, mas um único Livro com uma única história - a história da Salvação.
“Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador. Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus.” (Isaías 43.11,12)
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2 Timóteo 3.16,17)
É estranho que "cristãos" digam que não existe um texto na Bíblia que prove a autoridade das Escrituras sobre qualquer outro ensinamento. Em primeiro lugar, é irônico que eles queiram que tal heresia seja comprovada por um texto bíblico. Temos uma discussão sem fim, porque se alguém não crê que a Bíblia tenha toda a autoridade sobre a vida do cristão, que diferença um texto bíblico fará? E se você não acha que a Bíblia tenha tal prioridade, por que basear seus argumentos justamente na própria Escritura?
Em compensação, aquele que crê pode perceber facilmente que um trecho como estes versículos da segunda carta de Paulo a Timóteo comprova o que aprendemos sobre a Bíblia. Proponho que examinemos lentamente a idéia que o Apóstolo quer passar sobre as Escrituras (quanto à autoridade de Paulo, veja a parte 2 desta reflexão).
Primeiramente, ele diz que Toda a Escritura é inspirada por Deus. Sendo a revelação escrita de Deus aos homens, um livro que teve a mão do Criador do Universo, é impossível que imaginemos a possibilidade de uma obra mais completa e perfeita aqui na Terra. Uma pessoa que tenta adicionar ou retirar algo da Palavra de Deus está claramente dizendo que o Senhor não foi capaz de transmitir sua mensagem muito bem e precisa de uma forcinha. Ora, um ateu ou não-cristão negar o valor da Bíblia já é algo reprovável, mas um suposto cristão que solapa a soberania e o poder divinos desta forma é, no mínimo, um blasfemo.
Dizer que tradição humana, revelações misteriosas ou apócrifos que contradizem a Palavra têm tanto valor quanto as Escrituras Santas é dizer que aquilo que o Senhor nos deixou está incompleto, é imperfeito, precisa de algo mais. Dizer que Deus poderia fazer uma obra melhor, ou pior, é simplesmente dizer que Deus está abaixo do homem. Afinal, se homens limitados foram capazes de notar que faltava algo no Livro inspirado pelo Espírito de Deus, então somos mais espertos que o Todo-Poderoso, que deixou essa passar...
Não me resta dúvida que tais pessoas em nada diferem da serpente do Éden, o primeiro exemplo de alguém que "aperfeiçoou" as palavras do Senhor.
“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3.16,17 - NVI)
Continuando a análise deste texto, nos deparamos com outra afirmação - “Toda Escritura é útil”. O que o texto quer dizer com isto? Parece-me claro que dentre as 66 subdivisões, que chamamos de “livros”, e os quase 1200 capítulos não existe um mínimo trecho que não tenha seu valor. Não importa o quanto você não goste de ler as imensas descrições de rituais de Levítico ou as grandes listas genealógicas - tudo isto é proveitoso e útil para a preparação do homem de Deus. Esta preparação Paulo divide em quatro ramos, que estudaremos a seguir.
Ensino
Mais do que qualquer comentário ou livro cristão, a Palavra de Deus é a bibliografia imprescindível para educarmos uma pessoa nos caminhos do Senhor. É incrível que hoje em dia tão pouca ênfase tem se dado ao ensino da Bíblia. As igrejas históricas muitas vezes oferecem escolas bíblicas descontextualizadas e ultrapassadas, que agradam normalmente apenas aqueles que têm muita vontade de aprender ou os crentes já acostumados com as aulas dominicais desde a infância.
A formação dos professores também deixa a desejar. Presenciei casos de professores ensinarem conceitos errados sobre Lei e Graça para os alunos - assunto que foi tratado em uma de minhas primeiras aulas na Faculdade Teológica! Antes que me acusem de esperar demais de pessoas que se oferecem para ensinar, aviso que se tratava de uma pessoa com formação em teologia. E mais - por que esperamos que nossos professores ou de nossos filhos em escolas “seculares” tenham excelentes formação e currículo, mas não exigimos o mínimo das pessoas que fazem um serviço bem mais importante, que é o ensino de verdades eternas?
Quanto a igrejas menos organizadas e mais modernas (para ser eufemístico), me assusta saber que muitas delas sequer têm uma preocupação com a formação dos santos. Quando se critica isto, utilizam-se do ridículo argumento que “a letra mata, mas o Espírito vivifica”. Como se não fosse o Espírito Santo o grande Autor da Palavra de Deus! Ou pior - alguns cristãos medíocres acreditam que deve haver uma separação entre razão e fé, como se Deus não fosse o Criador de Suas mentes, como se as cartas de Paulo estivessem lá para sentirmos apenas fortes emoções e não para também estudarmos. Defendem que não deve haver raciocínio sobre textos bíblicos. Eu pergunto - para que servem os livros sapienciais então? Como Paulo formaria sua teologia sem meditar sobre o texto do Antigo Testamento e perceber que a vinda de Cristo tinha realmente lógica quando os textos eram estudados?
Este trecho de 2 Timóteo deixa claro que um homem de Deus só estará plenamente apto para seu serviço, sua boa obra, quando for ensinado pela Escritura. Todo aquele que nega esta verdade, nega a Palavra de Deus. E quem nega a Palavra de Deus, nega ao Senhor.
“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3.16,17 - NVI)
Repreensão
A seguir, o apóstolo Paulo nos apresenta uma característica aparentemente negativa da Palavra de Deus - a função de repreender o homem de Deus. Ninguém gosta de ser repreendido, mas é importante notar que uma repreensão verdadeiramente baseada na Santa Escritura não deve nunca ser motivo de desgosto. Pelo contrário, apenas mostra a preocupação que o Senhor teve para conosco, a ponto de nos mostrar como não devemos agir se quisermos viver para Sua glória.
Infelizmente, nem todos pensam assim; um homem que utiliza a Palavra de Deus para diagnosticar e arrancar alguma doença da Igreja ou da vida de seu irmão não é recebido muito bem - com a exceção do caso de ele estar em cima de um púlpito, usando o título de “pastor”. Mesmo assim, existem casos em que sua repreensão não é bem recebida, como por exemplo, um jovem pregador criticando tradições sem sentido, ou um pastor visitante demonstrando que certas atitudes de namorados crentes não estão necessariamente corretas.
A verdade é que ninguém gosta de ser repreendido, seja por um homem, pela Palavra de Deus, ou pelo próprio Deus. A Bíblia nos mostra inúmeros casos de pessoas que não seguiram o conselho do Senhor e não se saíram muito bem seguindo seus próprios caminhos. Apenas para ilustrar, o primeiro pecado foi justamente este caso e o motivo do primeiro assassinato foi o desgosto por uma repreensão do Criador do Universo. Pessoas que não aceitam que sua dura cerviz seja amolecida sofrem uma repreensão ainda pior por conta de seu orgulho.
Não existe uma fórmula mágica para percebermos se uma palavra contra algum ato nosso é válida ou não, mas a Bíblia ainda é o melhor juiz quando se trata do assunto. Se a repreensão não teve um respaldo bíblico, provavelmente você poderá replicá-la com a própria Palavra. Se a repreensão veio da própria Palavra de Deus, aplicada à sua vida, só lhe resta abaixar a cabeça e aceitar tal confrontação.
Nos dois casos, um homem de Deus sábio só tem a ganhar.
“Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra.” (Salmo 119.9)
“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3.16,17 - NVI)
Correção
Perceba que as funções bíblicas seguem uma lógica - primeiramente ensinamos, depois repreendemos. A partir daí podemos entrar no terceiro passo, que é corrigir o erro. Aparentemente, repreensão e correção parecem estar ligadas, mas o homem corrigido pelo Senhor é aquele a quem ele ama. Enquanto todos são repreendidos, a correção que vem da Palavra de Deus é reservada para pessoas especiais. Uma prova disso é que o diabo foi repreendido por Jesus (Mateus 4), e o anjo Miguel disse apenas “o Senhor te repreenda” para ele (Judas 9). É óbvio que uma repreensão ao demônio não inclui uma correção da parte de Deus. Então, quem são aqueles que recebem a correção de Deus?
a) Seu povo: Depois de todas aquelas provações e humilhações no deserto, o Deus de Israel traz estas palavras para os judeus: “Sabes, pois, no teu coração que, como um homem corrige a seu filho, assim te corrige o SENHOR teu Deus” (Deuteronômio 8.5). O motivo para isto é que o povo não deveria se esquecer nunca quem estava no comando e de quem vinha todas as bênçãos. Eles não deveriam cometer os erros que seus pais haviam cometido. “Antes te lembrarás do SENHOR teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires riqueza; para confirmar a sua aliança, que jurou a teus pais, como se vê neste dia” (Deuteronômio 8.18).
b) Os felizes: “Como é feliz o homem a quem Deus corrige; portanto, não despreze a disciplina do Todo-poderoso” (Jó 5.17). Em algumas versões temos “bem-aventurado”, palavra que tem basicamente o mesmo significado de “como é feliz”. A pessoa que bem-aventurada não tem apenas uma felicidade dada por Deus, ela é feliz de uma forma indescritível, porque o Senhor, Criador do Universo, Todo-Poderoso, reserva um “tempo” para corrigi-la. Que privilégio é ser agraciado com a correção da Sabedoria de Deus. “O zombador não gosta de quem o corrige, nem procura a ajuda do sábio” (Provérbios 19.15)
c) Os humildes: Esta é, na verdade, uma conseqüência do item anterior. Um homem que aceita a correção é alguém que demonstra humildade para perceber que está errado. É alguém que reconhece sua total incapacidade de se guiar sozinho - “Eu sei, Senhor, que não está nas mãos do homem o seu futuro; não compete ao homem dirigir os seus passos. Corrige-me, Senhor, mas somente com justiça, não com ira, para que não me reduzas a nada” (Jeremias 10.23,24). Deus não quer pessoas que lutam para ser boas, mas pessoas que sabem que sem Ele é impossível ser bom. “Mas ele nos concede graça maior. Por isso diz a Escritura: 'Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes'” (Tiago 4.6).
d) Seus amados: “Filho meu, não desprezes a correção do SENHOR, E não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hebreus 12.5,6.11). Todos sabem o que é uma correção paterna e, fora casos de pais abusivos, só uma criança ou alguém imaturo não tem plena certeza que apanhou da mãe porque fez algo errada. Não há necessidade de dizer que nossos pais fazem isso por amor e devemos ser gratos por tanto. E tenho certeza que ninguém deixou de amar seus pais por causa de chineladas justas. É estranho que supostos cristãos não aceitem uma correção bíblica em suas preciosas doutrinas.
O mais interessante é notar que todos os pontos resumem numa coisa só - aqueles que são corrigidos pelo Senhor são os filhos escolhidos de Deus. Apenas estes reconhecem sua total incapacidade de seguir sozinhos, amam ao Senhor porque Ele primeiro os amou, são o povo de Deus e são bem-aventurados, pois foram alcançados pela Graça. Agora, pergunto - o que vem primeiro nestes quatro itens?
Poderia levar horas formulando uma boa resposta. Mas preciso resumir tudo em: Deus e Sua inexplicável misericórdia eterna. Que sejamos eternamente gratos pelo trabalho de nosso Pai em nossas vidas.
“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são” (1 Coríntios 1.27,28).
“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3.16,17 - NVI)
Instrução
A maioria das pessoas me olha de forma admirada quando digo que o melhor presente de aniversário - na verdade, o melhor presente de todos - que já recebi na vida foi uma pequena Bíblia dada por uma amiga. Os crentes não entendem por que esta Bíblia é diferente das outras; além de ela não ter anotações ou comentários, alguém que nasceu em lar cristão não deveria achar este presente tão sensacional assim. No caso dos incrédulos, apenas preciso dizer que eles acham uma coisa sem sentido.
O fato é que esta Bíblia foi a primeira que li completa, devocionalmente - e este é um dos motivos (além do fato de ter recebido o presente de uma pessoa querida) pelo qual o presente é tão importante. Não há professor, teólogo ou pastor que consiga abafar a Palavra de Deus, caso esteja falando dela. Quando a Bíblia fala através de alguém, para outras pessoas, sua infinita sabedoria e poder falam mais alto que o instrumento humano usado para isso.
A instrução (ou educação em algumas versões) é a última das quatro funções que Paulo lista neste texto. Como disse antes, é interessante notar que há uma lógica na seqüência de Paulo. Primeiramente, você é ensinado e, depois de repreendido pela Palavra de Deus, seus erros são corrigidos... até que um dia você completará a sua instrução na justiça. É claro que este é um alvo inatingível em nossa vida terrena, mas com certeza haverá um momento em que você é aquele que estará ensinando, repreendendo, corrigindo e instruindo.
E não é justamente isso que acontece entre Paulo e Timóteo neste trecho que estamos estudando?
“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3.16,17 - NVI)
Para concluir, lembremo-nos do motivo pelo qual iniciei este estudo - alguém disse que não existe qualquer texto na Bíblia que prove as Escrituras como única regra de fé e prática do crente. Depois de vários trechos confirmando esta idéia, que só não vê quem não quer, passamos um pouco de tempo neste versículo, que provavelmente é o mais usado para comprovar o que queremos. As conclusões até então:
a) Toda a Escritura é inspirada por Deus - Se quisermos adicionar ou retirar alguma coisa da Bíblia, teremos de admitir que o Senhor não foi capaz, através de seus instrumentos humanos, de produzir uma obra tão perfeita que não necessite de acréscimos para melhorá-la.
b) Toda a Escritura é útil para o ensino, repreensão, correção e instrução - Todo o texto bíblico serve como ferramenta para a completa formação de uma pessoa na justiça de Deus. Dos primeiros passos de discipulado até a maturidade espiritual, a Escritura tem seu valor.
Agora vejamos o que Paulo diz no final do verso 17. O texto explica melhor o que a formação bíblica pode fazer com um homem de Deus. Repare que não é um homem qualquer, mas um homem de Deus. É aquela pessoa lavada e remida no sangue do Cordeiro, que se entregou completamente ao Senhor, não todas as pessoas. É por isso que muitos não conseguem enxergar ensinamentos na Bíblia, a colocam no nível de um livro qualquer de sabedoria ou auto-ajuda ou precisam dar sua colaboração pessoal nos ensinamentos. O homem de Deus não tem essa necessidade, pois sabe que o Senhor proveu aquilo que é necessário para sua formação. Prova disso é a continuação do raciocínio de Paulo.
O Apóstolo diz que este aprendizado do homem de Deus o tornará apto e completamente pronto para qualquer boa obra. Ou seja, as Escrituras não apenas conferem aptidão para alguém fazer o trabalho do Senhor (acredito que "toda boa obra" é necessariamente qualquer ato que glorifique a Deus), como o deixam plenamente preparado (isto é, o máximo que o homem pode conseguir). Eu não vejo como não enxergar claramente que um cristão, um homem de Deus, não precisa de outra regra que não seja a Bíblia Sagrada.
Agora, se alguém acha que existe tal necessidade, precisa ler um pouco mais. Ou, simplesmente, não é um homem de Deus e, portanto, não vê a Palavra que nos foi entregue como a perfeita mensagem que ela é. Nos dois casos a única solução é que esta pessoa seja ensinada, repreendida, corrigida e instruída... pela Bíblia.
autor: Josaías Cardoso Ribeiro Júnior
Fonte: [ http://www.monergismo.com ]
Via: [ Amigos do Puritanismo ]
.
Cortando o próprio galho
Não temos outro ponto de sustentação para nossa fé senão a Palavra de Deus. Escrita por profetas e apóstolos inspirados pelo Espírito Santo ela é o alicerce palpável e visível do que cremos. Uma única verdade manifesta na doutrina neotestamentária.
Quando o Senhor me levou a conhecer a doutrina da graça também ensinou-me a provar a palavra pregada:
Agrada ao homem caído? Então desagrada a Deus.
Isso não serve para qualquer um. Não é aceitável aos arminianos, aos pregadores da teologia relacional ou liberais. É compreensível apenas aqueles que foram convencidos pela doutrina da graça, o verdadeiro evangelho de nosso Senhor.
Veja. Não estou em hipótese alguma afirmando que a palavra quando pregada deve ser amarga ou preparada com tamanho desgosto que torne impossível ao homem natural ouvi-la. Também não afirmo que ela deve ser melada com doce mundano para que possa ser devorada por pessoas carnais. Estou dizendo que a Palavra verdadeira, uma lúcida exposição da doutrina, não importando a maneira que ela chegue ao ouvido da mente caída, sem interferência do Espírito Santo será sempre rejeitada pois essa é a natureza do homem.
A verdade implicita na pregação pós-moderna é de que para que o homem carnal aceite a palavra de Deus necessário é que ela seja parcial. Necessário é que seja comprometida, não com Deus, mas com o homem. O papel de Deus é de mero coadjuvante numa trama escrita por homens. Para escrever esta história algumas técnicas básicas para produção são empregadas.
1. PALAVRA DE DEUS COMO APOIO E NÃO FUNDAMENTO: a Palavra de Deus (Bíblia), o livro sagrado, torna-se uma coletânea de exemplos morais e experiências pessoais que servem como pano de fundo para novos enredos. Nesses novos enredos são produzidas histórias com algum "sentido" para o homem.
2. PREGAÇÃO COMPROMETIDA COM O HOMEM: as pregações tornam-se relevantes ao homem não naquilo que ele precisa, mas naquilo que ele quer. O homem precisa de Deus mas não deseja arrepender-se. Prega-se um Deus sem o arrependimento, um caminho fácil de se percorrer e um evangelho desfigurado. Enfim, procura-se agradar ao homem. Ele sai satisfeito, sem compromisso, não ofendido pelo evangelho e volta no próximo final de semana.
3. VERDADE RELATIVA: quando a Palavra de Deus é relativizada ela perde seu poder. Exposta parcialmente ela não tem poder de transformar o homem. Como subterfúgio cria-se uma vasta literatura de apoio que parece preencher as "lacunas" deixadas pela Palavra de Deus. Na verdade, são band-aids sobre um tórax aberto. A Palavra deixa de ser uma verdade para ser muitas verdades dependendo do ponto de vista do homem.
4. QUESTIONAMENTO E NEGAÇÃO DA VERDADE: costumo considerar esse erro como cortar o galho onde se está sentado. Semelhante a verdade parcial, é no entanto um passo adiante. Aqui não se encobre a doutrina para que ela não ofenda o homem, ela é sim deliberadamente expurgada para dar lugar a uma visão carnal da justiça e amor de Deus.
A Palavra que não confronta o homem lhe agrada. Ela entra em seu interior e não produz nada senão uma temporária sensação de satisfação. Ele se sente perdoado sem entender perdão. Sente-se amado quando na verdade teve apenas seu ego massageado. Iludido por uma sociedade que não lhe exige compromisso encontra nesse tipo de evangelho sua salvação. Ela não precisa ter uma aliança, ele não precisa dizer sim... ele apenas fica. Seu relacionamento é superficial. Ele nada tem a oferecer e não se importa de estar nessa situação. Sente-se bem. Isto basta.
Igrejas estão apinhadas de pessoas assim. Mentes carnais que encontraram na igreja um clube social. Elas não são confrontadas à mudança, a palavra que lhes chega aos ouvidos é insípida. Trata de assuntos tão triviais quanto qualquer programa de tv à cabo. São sempre os mesmos versículos distorcidos e tirados do seu contexto. São sempre as mesmas músicas antropocêntricas. São sempre os mesmos apelos para uma salvação temporária e para um perdão com prazo de validade.
Pregadores estão literalmente minando o único alicerce do Evangelho. Ao tornar a Palavra de Deus um livro que apenas pode ser "traduzido" por homens habéis em inventar histórias destróem a própria fé. Cortam o galho onde estão sentados.
Autor: Daniel Clós Cesar
.
Os pais apologéticos orientais (gregos) e ocidentais (latinos)
No II e início do III século a Igreja cresceu tanto que chama a atenção dos pensadores pagãos que começam a atacá-la. Surgem dentro da própria Igreja elementos treinados em filosofia que conseguem responder a estes ataques e apresentar uma declaração positiva do que a Igreja é e o que ensina. Estes autores mostram um conhecimento de cultura e dialética que faltava aos pais apostólicos. Assim os primeiros apologistas procuravam defender o direito do cristão existir como cristão. Este intelectuais procuram defender o cristianismo contra 4 acusações básicas: Ateísmo, foram acusados de ateísmo por não adorar os deuses pagãos, coisa que os politeístas não podiam compreender. Paixão lasciva e incestuosa: suas reuniões nocturnas e secretas foram interpretadas como para dar oportunidade à carne. Canibalismo: ou malícia ou mal-entendido quanto ao comer o corpo e beber o sangue do Senhor. Ignorância: os mestres cristãos eram incultos.
Ao invés de aceitar que o cristianismo seja uma religião nova, os apologistas baseiam sua antiguidade sobre o próprio AT. O cristianismo é apresentado como sendo o cumprimento das profecias mosaicas. Como Filo, eles procuram mostrar que Socrátes e Platão tomaram suas idéias do Deus de Moisés. Para os apologistas Cristo veio para cumprir as profecias do AT. Eles põem grande ênfases sobre a profecia como a principal evidência da verdade do cristianismo. Ao mesmo tempo a pureza da vida e dos ensinos de Jesus, bem como o poder transformador do cristianismo são constantemente destacados.
As primeiras Apologias (Apologistas gregos)
Aristides
Eloquente filósofo em Atenas, dirigiu sua apologia ao imperador Adriano (antes de 138). Faz uma pequena introdução quanto à natureza de Deus (primeiro motor) e do mundo. Divide a humanidade entre bárbaros, gregos, judeus e cristãos. Mostra que os primeiros três, partiram da religião da reta razão. Só os cristãos acharam a verdade. Distinguem-se como povo que participa da divindade e pelo amor uns pelos outros. O mundo será julgado por Jesus.
Flávio Justino
Foi o mais importante destes do II século. Filósofo por vocação, foi o primeiro dos pais que pode ser chamado de "teólogo". Tentou mostrar que o cristianismo é a verdadeira filosofia. Foi martirizado em Roma em 166. Seu Diálogo com Trifon discute as relações entre o AT e o NT (em seus 142 capítulos). É uma vindicaçào do cristianismo a partir de Moisés e os profetas contra as objeções dos judeus. Nas 2 apologias: a primeira (com 68 capítulos) argumenta que é razoável abandonar as tradições que são más e seguir a verdade. Daí passa a fazer uma exposição da relação dos cristãos ao império e contrastar seus bons costumes com os maus dos pagãos.. A segunda (com 25 caps.) continua o argumento, dando atenção especial as relações entre o cristianismo e a filosofia pagã. Justino forma a transição entre os pais apostólicos e os patrísticos propriamente dito.
Taciano
Vindo do oriente (talvez da Assíria), converteu-se em Roma sob a influência de Justino. Posteriormente fundo uma escola herética na Síria. Escreveu um Discurso aos Gregos e o Diatesseron, este último sendo uma harmonia dos 4 evangelhos. O Discurso... é uma ataque à civilização e a religião helênica em que Taciano expõe o cristianismo.
Atenágoras
Contemporâneo de Taciano, deixou 2 escritos: Súplica a Favor dos Cristãos e Sobre a Ressurreição dos Mortos. A súplica, escrito em 177, procura rebater as acusações principais ao cristianismo: ateísmo, incesto e antropofagismo. A Ressurreição... procura mostrar que a ressurreição é necessária para ter uma ideia adequada de Deus e da natureza humana.
Teofilo
Bispo de Antioquia. Escreveu Três Livros a Autólico (180) para mostra a este seu amigo a verdade do cristianismo. O primeiro trata de Deus, o segundo contrasta os poetas e o AT., e o terceiro mostra a excelência moral do cristianismo.
Clemente (150-220)
Escreveu o Protreptikos, onde exorta o leitor a abandonar seus costumes pagãos e tomar o caminho da salvação. Seus 12 capítulos atacam os erros pagãos sem negar os valores da cultura helenista. O Pedagogo é uma obra que se propõe guiar o crente na conduta cristã. O Stromateis, é uma série de apontamentos onde expõe o mais profundo do pensamento de Clemente. Procura desenvolver a relação entre a filosofia e a teologia. A filosofia foi dada aos gregos com o mesmo intúito da lei aos judeus: ser um aio a Cristo.
Orígenes (185-253)
A obra literária foi imensa, embora a grande parte foi perdida. Há 800 títulos conhecidos das suas obras. Contra Celso, é uma obra apologética, foi escrito para refutar, argumento por argumento, um livro deste filósofo pagão contra os cristãos. Embora Orígenes cria firmemente na inspiração da Bíblia sua interpretação foi "espiritual"e não ao pé-da-letra. Falou que qualquer texto bíblico tem 3 sentidos: um literal ou corporal, um moral ou psíquico e um intelectual ou espiritual. Este último pode ser alegórico ou tipológico.
2.Os Apologéticos Latinos
Irineu
Nasceu entre 130-135. Foi discípulo de Policarpo. Foi muito estudioso. Citou quase todos os clássicos gregos, conhecia bem tanto o AT, e o NT, citou quase todos os escritores cristãos de que temos conhecimento e conhecia bem a literatura herética de seu tempo e dos tempos anteriores. Homem piedoso e zeloso pela fé, foi missionário na região de Leão. Quando Potino, o pastor da igreja de Leão, foi martirizado em 177, Ireneu aceitou este posto perigoso. No período de seu pastorado a perseguição diminuiu sensivelmente. No seu lugar surgiu uma expansão rápida do gnosticismo e outras heresias. Irineu escreveu seus cinco livros Contra Heresias (Adv.Haer.) em torno de 185. Nestes 5 livros Adv. Haer. (Contra as Heresias) temos: no primeiro livro dá um relato histórico das seitas gnósticas e apresenta como contrapeso a declaração de fé da Igreja Católica, talvez a primeira em forma de proposições. No segundo livro, é uma ataque filosófico as doutrinas gnósticas. Rejeita a espiritualização do texto sagrado. O terceiro livro procurou refutar o gnosticismo apartir das Escrituras. O quarto livro, apartir das palavras de Cristo; e o quinto, procurou vindicar a doutrina da ressurreição. No último manteve a vera humanidade e a vera divindade de Cristo, para depois demonstrar que o corpo é passível de salvação. Também escreveu : Exposição da pregação Apostólica. Tem caráter catequético, edificatório e indiretamente polêmico. A primeira parte é teológica (monarquia, trindade, batismo); a segunda cristológica (Jesus, o Senhor, o Filho de Davi, o esplendor da cruz, o reino de Deus). Irineu, concebeu a Igreja como uma unidade orgânica transmitida através duma sucessão de presbíteros. Deus ênfase à liberdade e autonomia de cada igreja como princípio básico da constituição eclesiástica.
Hipólito
Escritor grego em Roma em princípios do III século. Possivelmente discípulo de Ireneu, foi homem ambicioso e rigorista. Escreveu sua Refutação de Todas as Heresias, em 222. Consiste de 10 livros. A primeira parte (I-IV) procura mostrar que os hereges haviam tomado sua doutrina da ciência dos pagãos e não da revelação cristã. A segunda parte (V-IX) contêm uma exposição de 33 sistemas gnósticos.
Tertuliano
Natural de Cartago, foi educado em direito romano e retórica. Alcançou iminência antes de se converter. Estudou grego e escreveu umas obras nesta língua. Foi grandemente influenciado pelo estoicismo posterior. A influência do direito romano e da filosofia estóica são claramente visíveis nos seus escritos. Seus escritos latinos são volumosos e hábeis. Deitaram os alicerces para a teologia latina, inclusive a toda a terminologia teológica. Os seus livros podem ser divididos em: Apologéticos: (Contra Naçòes, Apologeticum, Adv. Judaeos); Dogmáticos e Polêmicos (De Praescriptions Haereticorum, Adv. Marcionem, De Carnis Ressurretione, De Baptismo, De Anima) e Ascético e Prático (17 livros)
Cipriano (200-258)
Foi um brilhante professor de retórica antes de sua conversão. Pouco depois da sua conversão se tornou bispo da igreja de Cartago em 248. Seu episcopado durou 9 anos. O ataque de Décio em meados do III século foi dirigido especialmente aos líderes das igrejas. Sendo assim Cipriano fugiu e se escondeu para não deixar a igreja de Cartago acéfala. Este ato foi muito criticado e, por uns, foi considerado apostasia. Escreveu dois livros para tornar conhecida sua posição quanto à eclesiologia e o tratamento dos "caídos" (lapsi): Dos caídos e o outro Da unidade da Igreja. Na questão dos lapsi, tomou uma posição medianeira: mais rigoroso do que Roma, mas não tanto quanto os novacianos. Realizou um concílio em 255 que tomou uma posição mais rigorosa quanto à validade do batismo herético. Foi Cipriano que mais fez nesse período para o desenvolvimento de pontos de vista e princípios hierárquicos. Estabelece distinção nítida entre bispos e presbíteros, bem como a supremacia da igreja de Roma como cátedra de Pedro e centro de unidade da Igreja Universal. Para Cipriano a Igreja é a arca (como a de Noé) da salvação. Ele cunho a frase: "fora da Igreja não há salvação". Acrescentou outra: "quem não tem a Igreja por mãe, não pode ter Deus por Pai". Para ele a unidade da igreja está no episcopado sobre o qual ela é constituida.
Recomendamos a leitura: Gonzáles, J. A Era dos Mártires. p.79-132; Cairns Earle; O Cristianismo Através dos Séculos, p.85-98
Fonte: [ Presbiterianos Calvinistas ]
.
Tudo é possível ao que crê
Via: [ Projeto Spurgeon ]