Atos proféticos x Misticísmo = O "esoterismo evangélico"

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Autor: João A. de Souza


Acessei outro dia o portal de uma igreja declaradamente esotérica. Lá é esoterismo puro! Pior, no entanto, são igrejas evangélicas com práticas esotéricas. E não apenas entre os pentecostais.

O que é um esotérico? É a pessoa que busca interpretar o sentido oculto das coisas, especialmente a interpretação que liga as coisas naturais com o sobrenatural. Neste sentido, parece haver um pouco de esoterismo no meio evangélico que atribui poderes a certos elementos da natureza. Práticas esotéricas são quando se atribui poder sobrenatural a certos elementos como a água, o óleo e o sal grosso. Neste sentido, como existem igrejas esotéricas!

É possível um verdadeiro crente trilhar os passos do esoterismo de maneira inconsciente, já que alguns dos elementos naturais que fazem parte da fé podem ser mal-interpretados e mal-empregados na vida do cristão. Especialmente porque o mundo espiritual – tudo que há no âmbito da mística ou da fé – sejam semelhantes entre si. Assim, concede-se poder a um copo de água deixado sobre o rádio ou a tevê; ao óleo consagrado na sexta-feira santa e até mesmo aos elementos da ceia, como o pão e o vinho. Como diferenciar entre uma coisa esotérica que é mística e transcendental, de outra que não é esotérica, mas que também é mística e transcendental? Pois o mundo espiritual é místico e o entendimento do que é espiritual transcende a esfera da razão e do intelecto.

A primeira coisa é entender a palavra de Deus com o entendimento da razão e com o entendimento da fé. Quando se busca entender o mundo espiritual apelando-se apenas para a razão, ou buscando-se entender a Bíblia com o intelecto, a pessoa nada entenderá. É preciso fé para entendê-la. Resulta que os dois campos, o da mística e o da razão precisam andar lado a lado na compreensão das coisas espirituais. Quando se caminha apenas na trilha da fé, tende-se a ser místico, evoluindo de tal maneira na transcendentalidade a ponto de perder o verdadeiro sentido da palavra de Deus. E quando se caminha apenas pelo intelecto, perde-se o seu sentido místico e transcendental. Razão e fé caminham juntas na vida cristão, sem, no entanto levar o crente a ser um esotérico.

Quando se vive apenas no campo do intelecto e do pragmatismo perde-se a essência da fé; e quando se anda apenas no campo da fé da mística, perde-se a essência da razão. É esta falta de entendimento que leva muitos crentes, por exemplo, a acharem que Deus só se manifesta de uma maneira; e que o tipo de culto que prestam a Deus é o mais correto e bíblico. Para entender melhor o tema, será preciso conduzir o leitor a refletir sobre algumas questões bíblicas, especialmente na área da fé e da razão, da mística e da palavra de Deus.

O leitor deve analisar o tema fazendo-se a seguinte pergunta: como Deus se manifestou aos pais no passado? É uma pergunta inteligente, mas sua resposta plena depende da fé. Já nesta pergunta os dois elementos, fé e razão encontram-se presentes.


Atos proféticos.

Os evangélicos partem para o esoterismo quando, a partir de casos bíblicos em que certos elementos são usados, passam a usá-los como se fossem práticas normais. Já ouvi alguém afirmar que os elementos místicos que alguns usam em religiões de ocultismo pertencem a igreja e que estão sendo usadas por eles, roubadas que foram de nós. Assim, despejar sal grosso numa esquina, não deveria ser direito deles, mas da igreja. Ungir com óleo uma rua, cidade ou país é direito da igreja que foi roubado por eles. Usar certos elementos para “ponto de contato” é direito da igreja e não do ocultismo. Em que baseiam essas suposições? Em algumas experiências do passado, especialmente do AT. Uma rosa “ungida”, um copo de água, óleo especial “ungido” e até incenso são elementos que voltaram a fazer parte de alguns grupos pentecostais. Os pentecostais clássicos – entre os quais me incluo – costumam criticar estas práticas, esquecendo que também, por vezes, concedemos poder a certos elementos como óleo e o pão e o vinho da ceia. Sim, porque queimam ou enterram o que sobra dos elementos da ceia depois de consagrados. Conceder poderes especiais ao pão e ao vinho é também uma prática esotérica.

Por haver no AT testamento uma orientação sobre os ingredientes do óleo da unção e do incenso, alguns crentes passaram a crer que o verdadeiro óleo da unção tem de ser de oliva e, se possível, importado de Israel, como se dele emanasse ainda mais poder. Mas, convém afirmar que esses elementos, especialmente o óleo são apenas figuras ou sombras da verdadeira unção. Assim, quando se unge com óleo o poder não está no óleo, mas no Nome de Jesus e na ação do Espírito Santo. Serve, portanto, qualquer óleo. Alguns irmãos trazem água do rio Jordão quando vão a Israel, como se aquela água tivesse em si mesma algum poder. As águas do Jordão estão tão poluídas como qualquer ribeiro da periferia da minha cidade.

Os elementos usados no AT eram sombras do que haveria de vir. O óleo, fala da presença do Espírito Santo. O sal, usado nos sacrifícios, do crente como sacrifício agradável e sal da terra. Os elementos do templo apontavam para a pessoa de Cristo e da igreja. Assim, o candelabro é uma figura da igreja, alumiando. Hoje não há necessidade de se usar esses elementos que eram sobras, porque os tiveram seu cumprimento em Cristo e na igreja. Muitos, no entanto, acreditam no poder do sal, do óleo e da água, elementos que apontavam para o futuro.

Vejamos a questão do sal: “Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; à tua oferta de manjares não deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas aplicarás sal” (Lv 3.1). Como cessaram as ofertas e sacrifícios, pois Cristo é o sacrifício perfeito, por que usar o sal como fazem alguns grupos neopentecostais? Este sal colocado na oferta falava de quê?


O comentarista Mathew Henry anos atrás já falava sobre a questão dos sacrifícios. Ele diz:

O sal deveria ser colocado em todas as ofertas. Deus, portanto, exige deles que o sacrifício deveria ter sabor. Todo culto deve ser temperado com a graça. O cristianismo é o sal da terra. Óleo e incenso fazem parte dos sacrifícios. Sabedoria e humildade amolecem e adoçam os espíritos. O incenso fala da mediação e intercessão de Cristo através do qual nosso culto se torna aceitável diante de Deus.


Ora, não se faz necessário aqui provar que os elementos presentes no tabernáculo prefiguravam a obra de Cristo, do Espírito Santo e a igreja, tema implícito nas cartas paulinas. No entanto, apesar de tudo haver se cumprido em Cristo, como afirma o escritor aos hebreus, ainda assim a igreja se deixa judaizar trazendo para o culto os mesmos elementos, como pão sem fermento, o candelabro, faltando, obviamente o incenso, que algumas igrejas trazem para o culto sem problema algum. Cristo é nosso pão sem fermento; o Espírito Santo é o óleo e todos os elementos têm alguma relação com a igreja, a palavra de Deus e a obra de Cristo. Ora, como Cristo é a plenitude de todas as coisas, então não haverá necessidade de se apegar a esses elementos no culto a Deus.

Vejamos, então, alguns exemplos bíblicos de atos proféticos. Estes eram acontecimentos ou realizações em forma de eventos e não como regras ou institucionalização.

Vejamos alguns casos da Bíblia que não podem ser tomados como regras de fé.


1. O manto de Elias. Com ele, Elias dividiu as águas do Jordão. Eliseu, depois que Elias foi arrebatado, tomou o mesmo manto e abriu também as águas do Jordão. O poder não estava no manto, mas no Deus Todo-Poderoso. “Onde está o Senhor, Deus de Elias?”, perguntou Eliseu (2 Rs 2.14). Nas outras vezes em que Eliseu precisou atravessar o Jordão não usou do manto para abri-lo de novo. Eliseu precisava de uma manifestação do poder de Deus para ser aceito pelos demais profetas. Onde os crentes se tornam esotéricos? Quando acham que o poder está no manto ou no paletó de um servo de Deus, numa peça de roupa, etc.


2. Eliseu e as águas de Jericó. Interessante como os líderes esotéricos de hoje na igreja não usam “vasilhas” novas como fazem os da religião afro em seus rituais. Porque Eliseu, ao orar pelas águas de Jericó que eram estéreis usou uma vasilha nova: “Os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é bem situada esta cidade, como vê o meu senhor, porém as águas são más, e a terra é estéril. Ele disse: Trazei-me um prato novo e ponde nele sal. E lho trouxeram. Então, saiu ele ao manancial das águas e deitou sal nele; e disse: Assim diz o SENHOR: Tornei saudáveis estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade. Ficaram, pois, saudáveis aquelas águas, até ao dia de hoje, segundo a palavra que Eliseu tinha dito” (2 Rs 2.20-22). Ora, o sal e a vasilha nova foram apenas componentes de um ato profético, o poder, de fato, estava em Deus que Eliseu invocou. “Assim diz o Senhor”. Foram as palavras do Senhor que tornaram as águas saudáveis e a terra fértil e não o sal e a vasilha nova. Sim, porque noutra ocasião o sal foi usado para deixar a terra estéril. Eis o contraste (Jz 9.45 e Sf 2.9). “Obviamente que as águas não foram curadas pelo poder do sal”, afirmam os comentaristas, “como se o sal em si mesmo tivesse poder para curar um ribeiro de águas. Foi um ato simbólico que acompanhou a declaração da palavra do Senhor, por isso as águas ficaram boas” (Brown Commentary). O prato novo e o sal falam da consagração das vidas e do “sal da terra” que tornam saudáveis a terra onde o crente vive. Um contraste, porque o sal deixa a água com gosto horrível.

Noutro episódio, quando os discípulos colocaram na sopa que preparavam ramos de uma trepadeira venenosa, Eliseu usou farinha. Por que não usou sal? Nem óleo? Porque o poder da cura está em Deus e não nos elementos. Interessante como ninguém joga farinha no ar nos cultos esotéricos de algumas igrejas. (Ver 2 Rs 4.38-41).


3. Moisés e o tronco de árvore lançado nas águas de Mara. “Afinal, chegaram a Mara; todavia, não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se-lhe Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Então, Moisés clamou ao SENHOR, e o SENHOR lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces” (Ex 15.23-25). Novamente aqui foi o Senhor quem ordena a Moisés que jogasse certo tronco de árvore nas águas, não que a árvore tivesse em si o potencial de cura, e sim o Senhor. A árvore aponta profeticamente para a cruz de Cristo. Se isto fosse regra – isto é, usar galhos de árvores para curar águas – Eliseu teria seguido o exemplo de Moisés usando uma árvore para tornar potável as águas de Jericó. No entanto, lá ele usou sal.

Moisés, em duas ocasiões bateu com a vara na Rocha. Na vez primeira, Deus ordenou que batesse na rocha, mas da segunda vez, bastava falar à rocha e ela daria água. Acostumado a bater com seu cajado – batera com ele no Egito trazendo pragas, batera nas águas do mar Vermelho e na rocha – Moisés repetiu a cena, mas foi advertido por Deus e perdeu o direito de entrar na Terra Prometida (Compare Êxodo 17.1-7 c/ Números 20.2-13). A simbologia aqui é clara: a primeira vez que feriu a rocha, era uma simbologia da Rocha, ferida na cruz; da segunda vez, bastava apenas falar. Por isso, no cântico que Deus escreveu para o povo em Deuteronômio 32 várias vezes Deus se refere a Rocha (Dt 32.4, 15, 18, 30, 31).

Foi assim com a serpente levantada no deserto. Quem para ela olhasse era curado das picadas venenosas das serpentes. Devido ao pecado do povo serpentes invadiram o acampamento trazendo dor e morte entre o povo. E o Senhor ordenou a Moisés que fizesse uma serpente de bronze, colocasse-a num lugar alto e todo o que era mordido pelas serpentes olhava para a serpente de bronze e era curado (Nm 21.4-9). Era uma figura da obra expiatória de Cristo, fato citado pelo próprio Jesus em João 3.14: “E do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”.

Mas, a inclinação esotérica do povo levou-o a guardar a serpente – que não mais servia para curar enfermidades – e a adorá-la como se fosse um deus. Até os dias de Ezequias a serpente era usada como objeto de adoração pelo povo de Israel. Ezequias “Removeu os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo o poste-ídolo; e fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera, porque até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã” (2 Rs 18.4). Imagine, quase 835 anos depois a serpente que Moisés levantara estava sendo adorada pelo povo como sendo um deus de bronze.

É comum que pessoas se agarrem a objetos como forma de adoração. Por isso, até hoje a cruz é adorada em vez de ser adorado aquele que nela morreu. Sabemos de irmãos que acham que, batizando-se nas águas do rio Jordão a salvação tem outro sentido. Que o óleo feito em Israel tem mais efeito; que as águas do Jordão são ainda purificadoras. E dão valor esotérico aos elementos da ceia, como se o pão e o vinho adquirissem valor maior depois de consagrados.

Por que os evangélicos e os pentecostais não queimam mais incenso em suas casas nem nos cultos a Deus? Porque entenderam que o incenso queimado no AT era sombra da oração do povo a Deus. Isto é explicado no texto de Apocalipse 8.1-5.


4. Jesus usou lodo e saliva, mas o poder não estava nem no lodo nem na saliva, mas nele mesmo! Se fosse esotérico, cuspir no chão e fazer lodo seria uma prática que os discípulos perpetuariam em seu serviço a Deus.


5. Paulo, o apóstolo enviava seus objetos pessoais que eram colocados sobre as pessoas enfermas e elas eram curadas. Por que fazia isto? Por duas razões: as pessoas não conseguiam chegar até onde ele estava e ele não conseguia ir onde elas se encontravam. Hoje as pessoas não vão aos cultos e enviam seus objetos pessoais para receberem oração, diferentemente de Paulo que usava lenços de uso pessoal. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam” (At 19.11-12). Em momento algum Paulo fez disto uma regra para curar enfermos e expulsar os demônios. Ao contrário, várias vezes se deparou diante da impotência de curar a enfermidade de seus trabalhadores mais chegados, como Timóteo e Trófimo. Quantas vezes deve ter orado por Timóteo para que este ficasse livre de sua enfermidade e Timóteo não foi curado? Apelou, portanto, para a medicina e o recomendou tomar vinho para as constantes enfermidades do estômago. “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1 Tm 5.23).

E por que não curou a Trófimo se em Éfeso bastava enviar seus lenços pessoais e as pessoas eram curadas? Porque Paulo não era esotérico e não atribuía poderes aos seus objetos pessoais e sim a Deus. No entanto, viu-se impotente de curar seu companheiro de Jornada ministerial. “Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” (2 Tm 4.20).

A crendice de que os elementos têm poder parece fazer parte da vida dos pagãos, pois o comandante Naamã logo que foi curado de sua lepra decidiu levar sacos de terra de Israel para a Síria para com ela construir um altar de adoração ao Deus de Israel.

Não se vê, no entanto, em qualquer outra parte da Bíblia que leprosos sejam orientados a mergulhar no Jordão sete vezes. Se isto fosse uma prática esotérica Jesus teria orientado os leprosos a mergulharem no Jordão. Mas não o fez. O Senhor Jesus não nos legou quaisquer ensinamentos neste sentido.

Não se vê no Novo Testamento os apóstolos incentivando os irmãos a usarem elementos para sua cura e recebimento de poder, porque o poder não era deles, mas de Deus. O próprio Paulo vivia constantemente enfermo, a ponto de ter de parar na Galácia devido a uma enfermidade. “E vós sabeis que vos preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus” (Gl 4.13-14). Paulo pregou o evangelho e, certamente curou os gálatas enfermos, quando ele mesmo não conseguia ser curado de sua enfermidade. Não é isto um mistério? E por que não usou de lenços, de óleo, água e de outros elementos? Porque Paulo não era esotérico; dependia unicamente do poder de Deus e não dos poderes de elementos curadores.

Se houvesse poder nos elementos haveria cura para todos; mas o poder é de Deus e ele decide sobre cada pessoa, se deve ou não ser curada. É da misericórdia dele que dependemos. Alguns acreditam que a epístola aos Romanos foi ditada por Paulo a Tércio, porque Paulo estava quase cego (Rm 16.22). “Vede com que letras grandes vos escrevi de meu próprio punho” (Gl 6.11). Que sua enfermidade era nos olhos fica claro no texto: “Pois vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gl 4.15).

Paulo não diz como Epafrodito foi curado de uma enfermidade mortal, mas atesta a cura de seu discípulo: “Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza” (Fp 2.27-28). Epafrodito adoeceu e ficou às portas da morte, e foi curado; diferentemente de Paulo que sofria de uma enfermidade nos olhos e não era curado.

O crente esotérico é aquele que coloca um copo de água sobre o rádio ou sobre a televisão esperando ser curado; a pessoa quando é curada, não deve pensar que foi devido a energia da água, mas ao poder de Deus. Alguns defendem o uso destes elementos por acharem que estes operam como estimuladores da fé das pessoas. Para que incentivar as pessoas a crerem nos elementos, desviando a atenção delas do poder de Deus? Agem da mesma maneira daquelas pessoas que oram a Deus, prostradas diante de uma imagem esperando uma graça. Alcançam-na e atribuem o feito ao poder do santo, esquecendo-se, que, muitas vezes a cura não foi alcançada pela mediação do “santo”, ms pela misericórdia de Deus. Além de que, esta é uma prática que pode induzir a operação do erro permitindo que espíritos enganadores levem a pessoa a crer no milagre do “santo” ou do “elemento”, desviando as pessoas da verdadeira adoração a Deus.

Deus deixou uma orientação clara no AT a este respeito em Deuteronômio 13. “Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma” (Dt 13.1-3). Este texto não está falando do falso profeta, mas do profeta verdadeiro, porque ele anuncia um milagre e este acontece. Portanto, ele não é falso. Ele é verdadeiro. Quando é que se torna falso? Quando usa do milagre para induzir as pessoas a seguirem outros deuses. Ele passa a atribuir o milagre a uma santa ou santo; a coisas qualquer. Mas o milagre aconteceu, e foi dado por Deus, portanto, a glória deveria ser dada a Deus. Mas ele desvia as pessoas de Deus para outras coisas. Deus não está dizendo que não devem olhar para os milagres que o profeta realiza, mas que o povo não deve ouvir as palavras do profeta quando estas induzirem as pessoas a se rebelarem contra Deus.

Noutra parte de Deuteronômio Deus fala do profeta falso, isto é, daquele que anuncia um milagre e este não acontece. “Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o SENHOR não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do SENHOR, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o SENHOR não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele” (Dt 18.21-22).

Assim, pode-se entender que o profeta é falso quando duas coisas ocorrem: O milagre acontece e ele leva as pessoas a crer que o milagre aconteceu por força e graça da santa ou do santo; do óleo santo ou da água ungida, e quando anuncia um milagre em nome do Senhor e nada acontece! Agora, quando ele anuncia o milagre, e este acontece, e a glória é dada a Jesus Cristo, ele é verdadeiramente um profeta de Deus.

Felizmente o Espírito Santo não deixou nenhum modelo de adoração e nenhum objeto a ser adorado, para que a tendência humana de crer em elementos e em objetos não supere o valor da verdadeira adoração e da vida cristã que é feita em espírito e em verdade.

A palavra de Deus serve de equilíbrio da fé e da verdade. Como as pessoas têm a tendência de cair para o lado místico, Deus nos deixou a palavra para nos puxar para o centro. Ocorre o mesmo com as pessoas que desprezam o místico e se apegam à rigidez da letra; o Espírito Santo precisa puxá-los para a mística para que depois encontrem o equilíbrio certo, no centro.


Conclusão:

Até que ponto pode-se utilizar elementos e objetos sem que se caia no esoterismo? Os discípulos perpetuaram a unção com óleo – sem especificar o tipo de óleo – orientando os presbíteros a ungir os enfermos com óleo em Nome do Senhor. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor” (Tg 5.14). Em nenhum momento Tiago atribui poder ao óleo, mas ao poder do Senhor, quando afirmou: “E oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (v 15). Ainda que a questão da unção com óleo no NT seja um ensinamento obscuro, pois somente Tiago fala do tema, sabe-se que ele ungia os enfermos com óleo, do contrário não recomendaria tal prática aos presbíteros de Jerusalém.

Assim, é possível ungir enfermos ou usar do óleo para consagrar uma casa ou objetos sem incorrer no esoterismo, usando-o como figura profética da ação do Espírito Santo. Fazer disto uma regra é errado. Se houver uma palavra ou orientação do Senhor que se unja com óleo uma casa deve-se fazê-lo, sem fazer da prática um método infalível, pois é possível usar o óleo em outras ocasiões sem que nada se realize. Pode não haver cura nem consagração.

O esoterismo é quando o uso dos elementos torna-se uma prática dando-se a eles poderes que não possuem. O poder sempre é de Deus.

Algum tempo atrás obedecendo a uma palavra de um líder pentecostal latino-americano equipes saíram por toda a América Latina ungindo os países com azeite e enterrando papeis com promessas de redenção aos povos. É um ato bonito, mas sem o apoio bíblico, porque Jesus não comissionou seus discípulos a irem pelo mundo ungir as nações; nem vemos os apóstolos viajando ungindo os povos.

O Espírito Santo nada deixou registrado quanto a isto no Novo Testamento para que a igreja não se agarrasse a essas práticas. Ele mandou pregar o evangelho e a fazer discípulos de todas as nações. Viajar de carro com garrafões de óleo pingando lentamente pelas estradas é mais fácil do que parar na praça de uma cidade e anunciar o evangelho de Jesus Cristo. Quando se prega o evangelho confrontam-se as trevas e os poderes demoníacos; mas, quando apenas se unge com óleo, mostra-se apenas a intenção de se possuir a terra. Não seria melhor andar pela terra, cumprindo a ordem de que “onde pisar a planta de teu pé será tua?”. Mesmo assim, a missão não estaria completa sem a pregação do evangelho. Abraão teve que percorrer a terra toda como garantia de que Deus a daria aos seus descendentes (Gn 13.17). A posse da terra só seria definitiva se Josué conquistasse toda a terra, por isso Deus lhe disse: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés” (Js 1.3).

Uma cidade só é conquistada quando alguém se dispõe a viver e a pregar o evangelho iniciando ali uma igreja. É a presença da igreja que muda a sociedade e não um frasco de óleo.


João A. de Souza

Fonte: Artigo publicado no site "vida acadêmica"


Obs.: A questão do ítem 5 citado acima, sobre Paulo distribuir lenços para os enfermos:

Respeitando o autor do artigo, gostaria de colocar que a interpretação desta passagem de Atos 19, na minha opinião, não podemos afirmar que o próprio apóstolo Paulo determinou que iria ser enviado ao povo lenços de seu uso pessoal. Pois analisanto o texto, o mesmo não deixa claro se foi Paulo que determinou ou foi as pessoas que estavam presentes com o mesmo na escola de Tirano que pegavam os lenços e levavam para os enfermos. O importante é frisar que, independente do que ocorreu, Deus, pela sua misericórdia, curou os enfermos através daquelas peças. Porém, como o autor do artigo acima citou, jamais podemos estabelecer uma "doutrina" em cima deste fato.
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T.U.L.I.P - Os 5 Pontos do Calvinismo

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Extraído dos Cânones de Dort e resumidos no acróstico TULIP.

TULIP - Acróstico formado pelas iniciais em inglês.

Depravação Total (Total Depravity)
Eleição Incondicional (Unconditional Election)
Expiação Limitada (Limited Atonement)
Graça Irresistível (Irresistible Grace)
Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)


T

A Bíblia diz que Deus criou o primeiro homem, Adão, à Sua imagem e semelhança. Deus fez um pacto com esse homem a fim de que, através da obediência aos Seus mandamentos, este pudesse obter vida. Contudo, o homem falhou desobedecendo a Deus deliberadamente, fazendo uso do seu livre-arbítrio, rebelando-se contra o seu Criador. Este pecado inicial de desobediência (conhecido como a Queda do Homem) resultou em morte espiritual e ruptura na ligação de sua alma com Deus, o que mais tarde trouxe também sua morte física. Sendo Adão o representante de toda a raça humana, todos caímos com ele e fomos afetados pela mesma corrupção do pecado. Tornamo-nos objetos da justa ira de Deus e a morte passou a todos os homens.Toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão e por isso todos nascemos totalmente depravados e espiritualmente mortos. A morte espiritual não quer dizer que o espírito humano esteja inativo, mas sim que o homem é culpado (tem um passado manchado) e corrupto (possui uma natureza má). A depravação total não quer dizer que os homens são intensivamente maus (que somos tão maus quanto poderíamos ser), mas sim que somos extensivamente maus (todo o nosso ser, intelecto, emoções e vontade estão corrompidos pelo pecado).A depravação total também significa que o homem possui uma inabilidade total para restaurar o relacionamento com seu Criador. Por causa da depravação, o homem natural, por si mesmo, é totalmente incapaz de crer verdadeiramente em Deus. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas espirituais. Desde a Queda o homem perdeu o seu livre-arbítrio e passou a ser escravo de sua natureza corrompida e por isso ele é incapaz de escolher o bem em questões espirituais. Todas as falsas religiões são tentativas do homem de construir para si um deus que lhe seja propício. Porém, todas essas tentativas erram o alvo, pois o homem natural por si mesmo não quer buscar o verdadeiro Deus.Devido ao estado de depravação do homem, se Deus não tomasse a iniciativa de salvá-lo, ele continuaria morto eternamente. O homem natural sem o conhecimento de Deus jamais chegará a este conhecimento se Deus não ressuscitá-lo espiritualmente através de Jesus Cristo.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Gn 2:17; Gn 6:5; Gn 8:21 / 1Rs 8:46 / Jo 14:4 / Sl 51:5 / Sl 58:3 / Ec 7:20 Is 64:6 / Jr 4:22; Jr 9:5-6; Jr 13:23; Jr 17:9 / Jo 3:3; Jo 3:19; Jo 3:36;Jo 5:42; Jo 8:43,44 / Rm 3:10-11; Rm 5:12; Rm 7:18, 23; Rm 8:7 /1Co 2:14 / 2Co 4:4 / Ef 2:3 / Ef 4:18 / 2Tm 2:25-26 / 2Tm 3:2-4 / Tt 1:15


U

Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, elas não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Deus é santo, justo e bom, ao passo que os homens são pecaminosos, perversos e corruptos. Deixados à sua própria escolha, os homens inevitavelmente seguem seu coração corrupto e criam ídolos para si. Conseqüentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a eleição.A eleição incondicional significa que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça humana e os predestinou para serem o objeto de Seu imerecido amor e para trazê-los ao conhecimento de Si mesmo. Esses, e somente esses, Deus propôs salvar da condenação eterna. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más para serem punidos pelos seus pecados. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. Deve-se ter em mente que, se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Dt 4:37; Dt 7:7-8 / Pv 16:4 / Mt 11:25; Mt 20:15-16; Mt 22:14 / Mc 4:11-12 Jo 6:37; Jo 6:65; Jo 12:39-40; Jo 15:16 / At 5:31; At 13:48; At 22:14-15 /Rm 2:4; Rm 8:29-30; Rm 9:11-12; Rm 9:22-23; Rm 11:5; Rm 11:8-10 /Ef 1:4-5; Ef 2:9-10 / 1Ts 1:4; 1Ts 5:9 / 2Ts 2:11-12; 2Ts 3:2/ 2Tm 2:10,19/1 Pe 2:8 / 2 Pe 2:12 / Tt 1:1 / 1Jo 4:19 / Jd 1:3-4 / Ap 13:8; Ap 17:17


L

Embora Deus tenha resolvido salvar da condenação um certo número de homens, Sua santidade e justiça exigem que o pecado seja punido. Como os escolhidos de Deus são pecadores, uma expiação completa e perfeita era necessária. Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, suportou o castigo merecido pelos pecadores e obteve a Salvação para os Seus eleitos.A eleição em si não salvou ninguém; apenas destacou alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos por Deus Pai e dados ao Filho precisavam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-se com o Seus eleitos e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada aos eleitos ou creditada a eles no momento em que são trazidos à fé nele. Através do que Cristo fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os eleitos são libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitutivo, Jesus sofreu a penalidade dos pecados dos eleitos e assim removeu a culpa deles para sempre. Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual ficam livres da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente pela fé na obra redentora de Cristo.A obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização. Foi planejada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e, de fato, assegurou a salvação para esses indivíduos e para ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-los a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Deus não deixou aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS:1Sm 3:14 / Is 53:11-12 / Mt 1:21; Mt 20:28; Mt 26:28 / Jo 10:14-15 /Jo 11:50-53; Jo 15:13; Jo 17:6,9,10 / At 20:28 / Rm 5:15 / Ef 5:25 / Tt 3:5 /Hb 9:28 / Ap 5:9


I

Cada membro da Trindade divina – Pai, Filho e Espírito Santo – participa e contribui para a salvação dos pecadores eleitos. Deus Pai, antes da fundação do mundo, selecionou aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos – a eleição e a redenção – não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A Graça Irresistível ou Eficaz significa que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Deus aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos.O apelo do evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Consequentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem.Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que inevitavelmente o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual.No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito Santo cria no pecador eleito um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Jr 24:7 / Ez 11:19-20; Ez 36:26-27 / Mt 16:17 / Jo 1:12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45 / At 16:14; At 18:27 / 1Co 4:7 / 2Co 5:17 / Gl 1:15 / Rm 8:30 / Ef 1:19-20 / Cl 2:13 / 2Tm 1:9 / 1Pe 2:9; 1Pe 5:10 / Hb 9:15


P

Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu. A perseverança dos santos não significa que todas as pessoas que professam a fé cristã estão garantidas para o céu. Somente os santos – os que são separados pelo Espírito – é que perseveram até o fim. São os crentes – aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo – os que estão seguros e salvos nele. Muitos que professam a fé cristã desistem no meio do caminho, mas eles não desistem da graça, pois nunca estiveram na graça. A perseverança dos santos está diretamente ligada à santificação, que é o processo pelo qual o Espírito Santo torna os eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em tudo o que fazem, pensam e desejam. A luta dos crentes contra o pecado dura toda a vida e, às vezes, eles podem cair em tentações e cometer graves pecados, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a afastar-se de Cristo.A Bíblia diz que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. São guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Is 54:10 / Jr 32:40 / Mt 18:14 / Jo 6:39; Jo 6:51; Jo 10:27-29 / Rm 5:8-10; Rm 8:28-32, Rm 8:34-39; Rm 11:29 / Gl 2:20 / Ef 4:30 / Fp 1:6 / Cl 2:14 /2Ts 3:3 / 2Tm 2:13,19 / Hb 7:25; Hb 10:14 / 1Pe 1:5 / 1Jo 5:18 / Ap 17:14

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A maior autoridade espiritual da terra?

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????? Me recuso a comentar esta foto! Absurdum!!!

Tinha que ser o pessoal do tal "Show da Fé"... por falar nisto,
faço as palavras do João Alexandre as minhas:
De acordo com a Bíblia, "A Fé é a certeza das coisas
que se esperam, a convicção de fatos que não se veem."
(Hb 11:1).

Como alguém pode fazer um Show da Fé???


Créditos: Gilson Barbosa / Joe

Horóscolo Gospel... dá para acreditar?

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Acreditem, vejam a que ponto chegaram alguns líderes de igreja. Um sr. chamado "apóstolo" contemporâneo diz que recebeu uma "visão" de Deus para o ano de 2008, um verdadeiro "horóscopo"! fiz um breve comentário em cor verde abaixo de cada tópico,vejam:



Estamos encerrando um ano extraordinário. O ano de 2007 nos trouxe profecias poderosas do Senhor com um cumprimento cabal e surpreendente. Isto nos prepara para um fim do ano glorioso”, e antecipa um 2008 maravilhoso para o Corpo de Cristo na terra. Esta guia Profética não será a única direção do Espírito para o novo ano que se aproxima, mas sim será um indicativo direcional para que eu e você possa antecipadamente conhecer o caminho por onde o Senhor se moverá, para que fluas com ele até uma vitória plena. Amém.


2. O ano de 2008 será chamado o ano de Mestre profético.

a. A revelação que o Senhor enviará à Sua casa, será liberada através de “Mestres” do Espírito Santo: eles emergirão como um poderoso sinal apostólico dos tempos do fim.

b. A Palavra do Senhor será trazida ao seu povo pelos seus Mestres com uma grande contundência e poder de transformação. O plano que está reservado será extraordinariamente ungido e libertador. Prepare-se para uma PODEROSA ONDA DE MILAGRES CRIATIVOS através e meio da exposição da Palavra.


Refutação: (Ano de "mestre profético" ? Mestre do Espírito Santo? De onde surgiu estes dois dons? Cadê a base Bíblica para esta afirmação? Olha o perigo sendo "emergido"! O texto acima diz que "a palavra do Senhor será trazida ao seu povo pelos seus Mestres"!!! Ou seja, a Bíblia já não é mais suficiente para o Cristão, precisamos agora de um "mestre no Espirito Santo" para estar revelando e entregando a palavra, igualmente como os profetas do Antigo Testamento. Imagina o que seria "onda de milagres criativos" operados por estes "mestres do Espitiro Santo"... hum... sei...tá me cheirando a mais uma tática de manipulação. O véu foi rasgado, todos nós temos acesso a Graça de Deus através de Jesus, todos nós somos sacerdotes do Senhor. Basta a Palavra de Deus como revelação! )



3. O ano de 2008 será chamado do ano da Consolidação do mover apostólico e profético.

a. Começa os quatro anos anunciados pelo Senhor, para consolidar no mundo O MOVER APOSTÓLICO E PROFÉTICO DO ESPÍRITO SANTO.

b. O Rio Profético aumentará seu caudal nas nações de maneira impressionante. Jovens serão ativados para profetizar nas nações de maneira surpreendente.

c. Prepare-se para ver emergir com grande poder e influência, profetas jovens, escolas e Companhias de profetas. O profético subirá de nível.

d. O Rio apostólico aumentará seu caudal. Apóstolos genuínos jovens surgirão nas nações através de “Pais apostólicos”; eles serão sinal de Avivamento Mundial que se aproxima.


Refutação: (Ano da consolidação do mover apostólico? Pais apostólicos??? Que eu saiba os pais apostólicos foram os 12 escolhidos por JESUS, os mesmos que fundamentaram a Igreja. Lá vem de novo a onda do "mover dos apóstolos contemporâneos". Daqui a pouco, como já disse acima, alguém vai aparecer com mais alguma revelação escrita para acrescentar à Bíblia, pois a mesma já não é mais suficiente para este povo. Será que realmente existem apóstolos nos dias de hoje??? Será que ainda precisamos de "profetas" nos dias de hoje??? Será que a Bíblia já não é suficiente para nós??? Clique aqui e veja o artigo sobre os apóstolos contemporâneos!)



5. O ano 2008 será chamado O ANO DAS NOVAS OPORTUNIDADES.

a. O Senhor estende a mão à todos os que fracassaram no passado e lhes dá uma nova força e unção, para alcançar seus sonhos e seus chamados nesta hora. O passado ficará no passado e no esquecimento; Deus estende “o cetro de autoridade para vencerem 2008 ”.

b. De fato, este ano de 2008 será ANO DE GRANDES SURPRESAS DO SENHOR.

c. Eu profetizo sobre você, que Deus o surpreenderá cada dia de 2008. Ele se moverá trazendo salvação a sua casa, milagres a sua família e prosperidade incompreensível; à sua vida e ministério. Aleluia!

d. Este ano de 2008 será O ANO DE CONVERSÕES EXTRAORDINÁRIAS. Personagens do mundo de esporte, política, da arte, do mundo comercial serão alcançados com o “Poder do Evangelho”. Aleluia!



Refutação: (Ano das novas oportunidades... não brinca? Ainda bem que teremos novas oportunidades, pois já pensou se todo ano que começa não seria "novo"? Logo, não teríamos realmente novas oportunidades. Ainda bem que todo ano que se começa temos novas oportunidades para viver nossas vidas, pois coisas novas acontecerão no nosso futuro...rs... Mais uma "profetada" do óbvio... assim é fácil ser profeta.)



11. O ano 2008 será conhecido como o ANO DE TRANSIÇÃO.


a. Igrejas pastorais entrarão no caminho até o apostólico. O processo começa.

b. Ministros não apostólicos entrarão na Senda do Profético e do Apostólico. O processo começa.

c. Empresas serão guiadas pelo Espírito até a “Avenida Empresarial Apostólica”. O processo começa.

d. Os apóstolos serão guiados até o caminho da Maturidade e da Paternidade Espiritual e Ministerial. O processo apenas começa.



Refutação: ( a - Infelizmente muitas denominações estão se "rendendo" a este modismo dos apóstolos e profetas contemporâneos. b - Já estamos vendo alguns líderes famosos se "rendendo" a este modismo. c - Avenida empresarial apostólica??? De onde saiu isso??? d - Hum, paternidade espiritual? Paternidade Ministerial? Pelo que estamos testemunhando, o que acontece realmente é um verdadeiro domínio e controle espiritual e ministerial destes chamados "apóstolos contemporâneos", os "ungidos super crentes". Quem for contra as visões e palavras dos mesmos, na visão deles, estão excluídos da igreja e não serão salvos. )



13. O ano 2008 será um ANO PARA PASSAR A UM NOVO NÍVEL NA GUERRA ESPIRITUAL TERRITORIAL.

a. Este será o ANO DE PODER APOSTÓLICO.

b. Um ano de batalhas através do poder do decreto. Virão grandes vitórias.

c. Será o ano de juízo do inimigo pelo exercício do decreto, e da legalidade de Deus nos apóstolos e profetas.

d. Grandes derrotas são armadas a Satanás.

Maldições e decretos de gerações e territoriais serão quebradas pela Igreja que usará o Poder do Decreto Apostólico”contra os seus adversários.



Refutação: ( a - Ano do poder apostólico? Os caras pensam mesmo que são iguais aos apóstolos da igreja primitiva! E este tipo de "poder apostólico" os coloca (na cabeça deles) como portadores de uma "unção especial" diferenciada dos demais membros do corpo de Cristo. São os "privilegiados" da igreja! Um absurdo! Que eu saiba o Corpo de Cristo é orgânico, e o cabeça é Cristo! Todos nós somos iguais perante Deus. b - Poder do Decreto? Seria um "super poder especial" destes apóstolos contemporâneos? Se for assim é fácil demais, vamos decretar e vai acontecer, não importa a vontade de Deus neste caso, e sim o "poder da palavra decretada, proferida"! Francamente... é menospresar demais o Poder de Deus! c - Avenida empresarial apostólica??? De onde saiu isso??? E outra: Ano do juízo do inimigo? Os caras estão já anunciando para 2008 o "ano" do juízo de Deus contra o maligno descrito em Apocalipse!!! Mais um indício para desconfiar destas "visões apostólicas contemporâneas". d - Hum, paternidade espiritual? Paternidade Ministerial? Pelo que estamos testemunhando, o que acontece realmente é um verdadeiro domínio e controle espiritual e ministerial destes chamados "apóstolos contemporâneos pai-póstolos", os "ungidos super crentes". Quem for contra as visões e palavras dos mesmos, na visão deles, estão excluídos da igreja e não serão salvos. )


Fonte "apostólica contemporânea":
http://www.shekinah.org.br/index2.php?cod_tela=23&cod_idioma=9



Após esta análise deste verdadeiro "horóscopo gospel", faço as seguintes perguntas para refletirmos:

"O Cânone da Escritura é fechado?". O Cânone, a palavra Cânone, significa a prova, o modelo, aquilo que realmente acreditamos que seja a Palavra de Deus. Acredito que esses sessenta e seis livros são a Bíblia, a Palavra de Deus. Acredito que cada livro, cada palavra, é inspirada pelo Espírito Santo. A questão é: "Isso é o Cânone completo da Escritura?".


De posse da premissa de que a Bíblia é a palavra de Deus e que o cânone da Escritura está fechado, quero agora colocar duas questões:

Primeira questão: Que promessa Jesus Cristo fez aos apóstolos? Prometeu conduzi-los para toda a verdade? Prometeu trazer todas as coisas para sua recordação? Foi-nos dito que a fé foi uma vez e para sempre entregue aos santos? Essas coisas são assim? É isso que Ele prometeu aos apóstolos, conduzi-los para toda a verdade? A fé foi efetivamente entregue aos santos? SIM!!!

Logo, isso nos conduz à segunda questão: Os apóstolos estão mortos?

Se Jesus prometeu conduzir os apóstolos para toda a verdade, se Ele prometeu trazer-lhes à recordação todas as coisas, se Ele prometeu que a fé seria entregue de uma vez para sempre aos santos, e todos os apóstolos estão mortos, então Ele já deve ter feito isso. Já nos conduziu a toda a verdade!!!

Conseqüentemente, hoje não existe profecia (revelação nova), muito menos apóstolos. Mas há a iluminação do Espírito Santo para abrir nossas mentes para entendermos a Palavra de Deus.


"Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo" 2 Co 11:13

"Igualmente hão de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a muitos...” Mateus 24:11

“Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.” Mateus 7:15

“Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.” II Pedro 2:1

“Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.” I João 4:1

Observações finais: Estamos preparando um artigo completo para refutar teologicamente esta onda de "apóstolos e profetas contemporâneos". Aguardem...

Está Amarrado Em Nome de Jesus!

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Autor: Pr Isaltino Gomes Coelho Filho

Tenho ouvido e lido muito a frase “Está amarrado em nome de Jesus!”. E me indago: “De onde saiu esta idéia?”.

Cada vez mais as pessoas ouvem conceitos e os repetem sem análise. Um grupo de pastores não batistas me convidou para lhes falar sobre pregação, numa manhã. Lá fui.

Discutiram depois sobre o aniversário da sua cidade e decidiram pedir ao Prefeito uma oportunidade para os evangélicos na ocasião. Solicitariam que todo o trânsito fosse parado, cessada toda a movimentação, e fariam uma oração, amarrando Satanás naquela cidade e declarando-a possessão do Senhor Jesus. Afinal, a palavra tem poder e a vitória devia ser declarada. Foi um alarido de concordância geral. Como visitante, timidamente, fiz uma pergunta a um deles: “Depois que vocês declararem Satanás amarrado nesta cidade e a declararem como sendo do Senhor Jesus, isso acontecerá realmente?”. “Sim!”, respondeu-me ele, titubeando. “Não haverá mais crimes, nem roubos, nem prostituição, nem drogas na cidade? Vocês podem afirmar isso?”, retornei. Foi constrangedor. Como não podia afirmar, o colega preferiu me achar incrédulo e pensar que tinham feito um mau negócio convidando um preletor batista tradicional. Foi uma saída melhor do que pensar. Aliás, pensar é problemático. Repetir chavão da moda é bem melhor.

Amarra-se Satanás com uma frase? Quem disse isto? Qual a base bíblica para esta declaração tão revolucionária? Porque, se verdadeira for esta interpretação, podemos amarrá-lo para sempre! Adeus, penitenciárias, crimes, pecados! Traremos o céu para a terra com uma simples declaração! Nem o próprio Jesus fez isso!

Tal idéia deve vir de Mateus 12.29 e Marcos 3.27 (deixo de lado Apocalipse 20.2 cuja análise não comporta aqui). Os dois textos tratam do mesmo evento. Lucas 11.17-23 também narra o episódio, mas omite a declaração de Mateus e Marcos: “amarrar o valente”. Convenhamos: a base é muito precária para estabelecer uma doutrina e uma prática tão revolucionárias.

Jesus havia feito uma série de curas, conforme Marcos. A que mais impressiona Mateus é a do endemoninhado cego e mudo. Era o cúmulo da desgraça: não ver e não falar, além de ter demônios. Jesus o curou. Atônitos, sem ter o que dizer, os fariseus o acusaram de agir por Belzebu, divindade cananéia, cujo nome significa “Baal, o príncipe”. Esta definição do nome Belzebu fica bem clara em Marcos 3.22. Para os fariseus, Jesus não estava agindo nem mesmo por um demônio conhecido, mas por divindades estrangeiras.

A resposta de Jesus, como sempre, é admirável. Se ele estivesse mancomunado com Satanás ou Belzebu (uma “divindade” pagã, para ele, é demoníaca) seria um caso de guerra civil. Satanás estaria contra Satanás. Seria uma casa dividida e uma casa dividida não subsiste. Mas ele veio pelo Espírito de Deus e com ele irrompeu o reino de Deus (Mateus 12.28). Jesus entrou num mundo dominado pelo maligno (1 João 5.19) e estabeleceu seu reino. Ele veio para libertar os oprimidos do Diabo (Atos 10.38) e destruir as obras de Satanás (1 João 3.8). Veio ao terreno dominado pelo inimigo, adentrou seus domínios e abalou seu poder. Isso é como entrar na casa do valente, amarrá-lo e tomar seus bens.

Para alguns comentaristas, os bens são as pessoas dominadas por ele. Broadus pensa que se refira aos demônios dirigidos por ele e sobre quem Jesus mostrava poder. Talvez os contornos da declaração de Jesus não sejam relevantes. Parece-me haver aqui uma metáfora de um só sentido, em que as particularidades não contam. O que importa é isto: há um homem forte que tem bens. É Satanás. Um mais forte que ele, Jesus, invade seus domínios e o vence. A vitória de Jesus no deserto (Mateus 4.1-10) mostra sua superioridade sobre Satanás.

É aqui que surge a expressão “amarrar o valente” (Mateus 12.29 e Marcos 3.27). Jesus fez isso. Ele limitou o poder de Satanás. Mas atenção: em lugar algum a Bíblia diz que os crentes amarram Satanás. Isso foi obra de Jesus ao irromper na história com seu reino, abalando o poder do inimigo. Crentes não amarram Satanás. A Bíblia não traz um versículo sequer dizendo que com uma simples declaração conseguimos esta proeza. É muito simplismo e pretensão de algumas pessoas presumirem que suas palavras amarram Satanás.

Levanto algumas considerações para pensarem:

1a) Por que o amarram em cada culto? Ou fica amarrado para sempre ou alguém o solta! Quem o solta depois que ele é amarrado?

2a) Se ele está amarrado, quem está agindo? É impossível deixar de reconhecer que ele está solto, agindo neste mundo.

3a) Jesus estava sendo literal? Devemos tomar a expressão como algo literal e dar-lhe um sentido universal, aplicável a todos os crentes, num sentido que Jesus não deu? Ou estava usando uma linguagem em figura para dizer que não tinha ligação alguma com Satanás, que eram adversários e que ele tinha vindo para destruir o Maligno? O próprio Jesus, que veio para amarrá-lo, foi tentado por ele (Mateus 4.1-10 e 16.23). Paulo nos adverte que é contra ele e seus asseclas que temos que lutar (Efésios 6.12). E nos aconselha a nos aparelharmos para a luta (Efésios 6.13-18). O quadro é de luta e não deste simplismo de deixar o inimigo amarrado com uma palavra.

4a) Qual a base bíblica para esta afirmação? É isto que não consigo entender: como práticas que resvalam para doutrina são estabelecidas em nosso meio, apenas com tintura bíblica, mas sem embasamento? Afinal, Paulo nos aconselha a lutarmos contra ele, em vez de amarrá-lo. Tiago 4.8 e 1 Pedro 5.9nos aconselham a resistirmos ao Diabo, em vez de amarrá-lo. Por que a Bíblia não deixa bem claro, se é possível isso, que o amarremos com uma frase de efeito?

5a) Não será uma estratégia do próprio inimigo disseminar em nosso meio a idéia de sua fraqueza e que é fácil vencê-lo? Não será seu interesse que os crentes pensem que uma frase feita o impeça de agir e assim nos descuidemos de nossa vigilância?

Sugeri certa vez, numa comissão doutrinária, que um semestre de Doutrina do Espírito Santo fosse incluído no currículo teológico. A terceira pessoa da Trindade ainda é pouco estudada em nosso meio, por isso tantos desvios doutrinários envolvendo-a. Creio que precisamos estudar também sobre o Diabo. Na realidade, precisamos estudar mais séria e criteriosamente a Bíblia. Fugir das novidades e “grifes” evangélicas que pululam aqui e acolá, das “descobertas” de cada dia, obra de pessoas que diariamente “redescobrem” o evangelho que jamais alguém viu em dois mil anos de cristianismo, e firmar-nos na doutrina equilibrada da Palavra de Deus. Amarremos o espírito novidadeiro, o espírito ateniense (Atos 17.21) que há em alguns (por favor, “espírito”, aqui, é linguagem figurada). Isso será bom. Haverá um pouco mais de paz doutrinária no meio das igrejas. Em outras palavras: dá pra parar de inventar?

Autor: Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho


O Engano da Teologia da Restituição e do direito do crente!

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Restitui! Eu quero de volta o que é meu!
Por: Bispo José Ildo Swartele de Mello


Esta frase extraída de uma canção “evangélica” me faz lembrar a petulante atitude do Filho Pródigo quando disse: “Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe”. E quão diferente não foi a atitude deste mesmo filho, que, anos mais tarde, arrependido, apresenta-se diante do pai com o coração quebrantado, humilde, e nada reivindica, pois, agora, está consciente de não possuir direito algum diante do pai. Observe que ele nem mesmo se sente digno de ser tratado como filho. Ele confessa o seu pecado e passa a contar apenas com a misericórdia do pai.

Nem o Filho Pródigo e nem Jó em seus momentos de angústia cataram ou clamaram algo parecido com: “restitui, eu quero de volta o que é meu”. Quando Jó perdeu tudo, ele exclamou: “O Senhor deu, o Senhor levou, bendito seja o nome do Senhor”. Jó, mesmo sendo considerado uma pessoa justa, sabia que tudo na vida era uma dádiva e que nada era dele por direito. Não considerava nada como sendo realmente seu, pois sabia que tudo pertencia ao Senhor.

Pensando bem, se o salário do pecado é a morte, então, o que os pecadores teriam de fato por “direito” seria a morte. Por isto, o profeta Jeremias diz que as misericórdias do Senhor são o motivo de não termos sido consumidos (Lm 3:22). E diz mais ainda em 3.39: “Do que se queixa o ser vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados”.

Clamar a Deus: “Restitui! Eu quero de volta o que é meu!” soa tão arrogante quanto a oração do fariseu que se sentia cheio de direitos diante de Deus. Jesus diz que tal prece foi ignorada por Deus, enquanto a humilde oração de arrependimento do publicano pecador achou graça aos olhos de Deus (Lc 18.14). Pois sabemos que “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4:6). É neste sentido que as crianças nos servem como modelo, não por sua inocência, mas por sua incompetência. As crianças estão de mãos vazias, não têm passado e não possuem uma folha de serviços prestados para apresentar como base de suas pretensões e reivindicações de direitos. Elas são pobres de espírito.

Como crianças se tornaram o Profeta Isaías que, consciente de não poder subsistir diante de Deus na base de seus próprios méritos, clamou por misericórdia, dizendo: “Aí de Mim…” (Is 6); João Batista que disse não ser digno de desatar as sandálias de Cristo (Jo 1.27), o centurião, que disse não ser digno de que Cristo entrasse em sua casa (Mt 8.8), o publicano que quando orava, “não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lc 18:13); o Filho Pródigo, que disse não ser digno de ser chamado de filho (Lc 15.19), o cego de Jericó, que mendigava e clamava por misericórdia (Lc 18.35s); a mulher sírio fenícia, que não se sentia digna de comer à mesa dos filhos, mas que se satisfaria com as migalhas que caíssem da mesa do Senhor (Mt 7.26s); Pedro, que prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador (Lucas 5:8); Paulo que disse ser o maior dos pecadores e indigno de ser chamado Apóstolo (1Co 15.9); e tantos quantos reconhecerem sua indignidade, sua incompetência, sua inadequação, e, pobres de espírito e desprovidos de qualquer pretensão e noção de direito, se apresentaram de mãos vazias diante de Deus esperando por sua misericórdia e graça.

Jesus disse aos líderes religiosos dos judeus que estavam confiantes em sua noção de direito decorrente do fato de serem descendentes de Abraão: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Lc 3:8). Não devemos, portanto, nos apresentar diante de Deus reivindicando o que quer que seja na base de um pretenso direito. Tal idéia é um atentado ao Evangelho da Graça. Graça é dádiva imerecida. Portanto, não temos direito a nada, pois tudo o que recebemos das mãos de Deus é resultado de sua amorosa graça. Aprendamos, portanto, a orar com o Profeta Daniel: “não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias” (Dn 9:18).

Vemos nesta canção também um outro vento novo de doutrina, que está sendo denominada, teologia da restituição. Baseado em Joel 2.25, está sendo ensinado que tudo o que nos foi roubado pelo diabo, estará sendo restituído por Deus: “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros.” Mas o próprio versículo deixa claro que este exército de gafanhotos não foi enviado pelo Diabo, mas, sim, por Deus, com intuito de disciplinar, corrigir e ensinar seu povo.

Outro problema também é atribuirmos ao diabo os nossos infortúnios e nos esquivarmos de nossa responsabilidade pessoal. É interessante notar que, diante deste quadro, o profeta Joel não conclama o povo a um clamor de restituição, mas, sim, a um clamor de arrependimento (2.12-15). Corações quebrantados, contritos e humildes nunca são rejeitados por Deus: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51:17; Ver também: Is 57.15 e 2 Cr 7.14).

Quando Deus promete restituir, isto se deve a sua misericórdia e graça e não a qualquer espécie de obrigação, pois Deus nada deve ao ser humano, mas somos nós quem lhe devemos tudo. Pois “quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.35,36).


Fonte:
Estudo Preparado pelo Bispo José Ildo Swartele de Mello

Igreja Metodista Livre

Silas Malafaia está confuso!!!


Olá irmãos. Antes de tudo, gostaria de deixar claro que não questiono a vida com Deus e o ministério de Silas Mafalaia na sua íntegra, conheço algumas pregações do mesmo que são uma benção, porém, como bons bereianos que somos, temos que analisar tudo para ver se está de acordo com a palavra de Deus. (At 17:11, Ts 5:21)

Nossa regra de fé e prática é a Biblia, e tudo que escutamos e vemos temos que verificar se está de acordo com a mesma.

Portanto, gostaria de estar colocando algo para alertar a todos.

O Pastor Silas Malafaia, ultimamente vem mudando algumas posturas que realmente nos deixa muito preocupados. Segue abaixo as provas desta mudança sobre dois assuntos de extrema importância:



1º: Sobre G12

Postura antiga contra o G12:





Agora, a "nova postura" de Silas Malafaia:



Terra Nova e Malafaia, pela unidade do Reino, fazem Congresso em Brasília

Em primeira mão para o site do MIR, o Apóstolo Terra Nova dá entrevista sobre seu encontro com o Pastor Silas Malafaia. Resultado de jejum e oração, esse encontro é um marco para uma mudança no Brasil, em 2008, e prova que Deus começou a mover os céus da Nação. Durante a conversa, falaram sobre assuntos como vida pessoal, Visão Celular e diferenças ministeriais, acertaram pendências e provaram, mais uma vez, que Jesus Cristo sempre prevalece

Ap. Terra Nova

No dia 19 de Abril de 2000, fiz uma oração em público, em Porto Seguro, quando o assunto polêmico sobre a Visão fervilhava nos arraiais da Nação. Claro que o meu temperamento domado ajudou muito a evitar uma colisão e eu orei com mais de 5000 líderes naquele dia, e pedi a Deus uma mudança radical daquela fala e daquele sentimento que estava sendo lançado sobre nós, e o Brasil é testemunha que eu pedi a aproximação de Silas na Visão. Ora, eu sou representante da Visão, eu sou um dos líderes principais da Visão no Brasil, e, justamente em 2008, quando sinalizamos todos os cumprimentos da nossa profecia, Deus provoca este encontro. O mundo espiritual é extremamente organizado e tudo ao tempo do Senhor é formoso e perfeito. Acredito que fechou um ciclo e abriu-se um novo, e este tempo novo só vai saber ler quem se deixou ser alfabetizado para este novo momento.

Fonte: http://www.mir12.com.br (Site Oficial de René Terra Nova)


2º: Sobre Teologia da Prosperidade

Veja neste vídeo o antes e o depois de Silas Malafaia sobre esta questão:




Portanto, cuidado povo de Deus! Que o Senhor nos livre
dos lobos travestidos de Pastores "apóstolos"...
dos líderes que são levados por todo vento de doutrinas!