Fonte das heresias: [ Blog do "homem pentecostes" ]
RM
- “É uma faculdade da razão pela qual se pode discernir o bem e o mal, e da vontade, pela qual se pode escolher um ou outro.” – Orígenes
- “É uma faculdade da razão e da vontade pela qual se escolhe o bem, quando se tem a assistência da graça de Deus, e o mal, quando não se tem essa assistência.” – Agostinho de Hipona
- “É uma concessão feita à liberdade do querer, que não se pode perder, e um julgamento indeclinável da razão.” – Bernardo de Claraval
Ele não dorme! ... ”é certo que não dormita e nem dorme o guarda de Israel” (Sl 121.4)
...”Bem sei que tudo podes e nenhum de seus planos (e não sonhos) pode ser frustrado” (Jó 42.2)
...“Porque eu bem sei os pensamentos (e não sonhos) que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperai” (Jeremias 29.11)
...“Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos designei (não sonhei), para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”. (João 15.16).
- Notas entre parênteses inseridas pelo autor.
Igualitaristas: Esta corrente, afirma que Deus originalmente criou o homem e a mulher iguais; e que o domínio masculino sobre as mulheres foi parte do castigo divino por causa da queda, com conseqüentes reflexos sócios-culturais. Segundo os igualitaristas mediante o advento de Cristo, essa punição e reflexos foram removidos; proporcionando conseqüentemente a restauração ao plano original de Deus quanto à posição da mulher na igreja. Portanto, agora, as mulheres têm direito iguais aos dos homens de ocupar cargos de oficialato da Igreja. Além dos igualitaristas, encontramos os complementaristas , que por sua vez entendem que desde a criação – e portanto, antes da queda – Deus estabeleceu papéis distintos para o homem e a mulher, visto que ambos são peculiarmente diferentes. A diferença entre eles é complementar. Ou seja, o homem e a mulher, com suas características e funções distintas se completam. A diferença de funções não implica em diferença de valor ou em inferioridade de um em relação ao outro, e as conseqüentes diferenças sócios-culturais nem sempre refletem a visão bíblica da funcionalidade distinta de cada um. O homem foi feito cabeça da mulher – esse princípio implica em diferente papel funcional do homem, que é o de liderar.
Outra doutrina que implica predestinação é a da Soberania de Deus. Já discutimos, no capítulo segundo desta tese, a doutrina da soberania de Deus como um argumento em favor dos decretos do mesmo Deus. Por isso vamos agora ser breve.
A soberania de Deus não é uma doutrina exclusivamente calvinista, mas é mantida por todos os cristãos. Todos admitem que Deus é soberano na Criação e na Providência. Também deve ser soberano na Salvação.
Podemos provar a soberania de Deus na salvação pelas doutrinas da depravação total e do novo nascimento, que já consideramos. Visto como Deus é soberano, Ele tem poder tanto para criar, como para não criar. E uma vez que o homem está morto em delitos e pecados e Deus tem poder para criar ou para não criar, a recriação do homem depende completamente da soberania e da misericórdia divinas. Deus é tão soberano em criar o homem para a nova vida, como foi soberano em sua primeira obra da criação. Se reconhecemos que Deus é soberano para criar ou não criar no mundo físico, para sermos coerentes precisamos reconhecer que Ele é soberano para criar ou não criar no mundo espiritual. E isto é apenas admitir que Deus tem o direito de ser Deus.
Se Deus tivesse de escolher os homens por causa de alguma coisa neles, dependeria de suas criaturas e, assim não seria soberano.
“Que havia nos eleitos que atraísse para eles o coração de Deus? Seriam certas virtudes que eles possuíssem? Seria porque fossem generosos de coração, de bom temperamento, verazes, numa palavra, foi porque fossem “bons” que Deus os escolheu? Não, porque nosso Senhor disse, “Bom só existe um, que é Deus” (Mat.19:17). Seria por causa de alguma boa obra que eles tivessem realizado? Não, porque está escrito, “Não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rom. 3:12). Seria porque eles se mostrassem ansiosos e zelosos por conhecer a Deus? Não, porque outra vez está escrito “Não há quem busque a Deus” (Rom.3:11). Seria porque Deus previu que eles iam crer? Não, porque como podem crer em Cristo os que estão mortos em delitos e pecados? Como podia Deus saber de antemão que alguns creriam, se lhes era impossível crer? A Escritura declara que a fé nos vem “mediante a graça” (At. 18:27). A fé é dom de Deus, e sem esse dom ninguém é capaz de crer. A causa da escolha, portanto, está em Deus mesmo, e não nos objetos de Sua escolha. Ele escolheu aqueles que escolheu, simplesmente porque resolveu escolhê-los”.[1]
Os que são condenados, o são por causa de seus próprios pecados, e Deus, em condená-los, é apenas justo. Os que são salvos, entretanto, o são porque “isto pareceu bem” aos olhos de Deus.
Thomas A. Kempis escreveu no seu célebre livro “Imitação de Cristo”:
“Conheci de antemão meus amados, antes dos séculos. Escolhi-os do mundo; não foram eles que primeiro me escolheram. Chamei-os por graça, atraí-os por misericórdia, guiei-os em segurança através de várias tentações. Cumulei-os de gloriosas consolações. Dei-lhes perseverança, revesti-os de paciência. Considero tanto os primeiros como os últimos; abraço a todos com amor inestimável. Devo ser louvado em todos os meus santos. Devo ser bendito acima de todas as coisas, e honrado em cada um daqueles a quem por essa forma gloriosamente exaltei e predestinei sem quais quer méritos que previamente tivessem”.[2].
Deus tem, naturalmente, boas e perfeitas razões para escolher e salvar aqueles que elegeu. Mas essas razões não estão no homem, e sim somente nEle, em sua vontade e graça soberanas. Como disse Cristo, “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Mat.11:25,26). “Não temais, ó pequenino rebanho, porque vosso Pai se agradou em dar-vos o reino” (Luc.12:32). Somente porque agrada a Deus é que nós vamos receber o reino.
Toda vez que em oração pedimos a Deus que converta pecadores, reconhecemos a sua soberania na salvação deles. Se a salvação dependesse da vontade do homem, e não de Deus somente, seria mais próprio orar aos homens para que se salvassem em vez de pedir isso a Deus. Reconhecemos, no entanto que nos cumpre anunciar o Evangelho e apelar aos homens, porque é esse o meio de alcançarmos o fim glorioso que temos em vista, a salvação deles.
Outra doutrina que implica predestinação é a da providência. Já a consideramos no segundo capítulo desta tese, como prova dos decretos de Deus, e o que dissemos lá, com relação aos decretos de Deus em geral, aplica-se à predestinação em particular.
É a providência de Deus que determina todas as circunstâncias e o curso de nossa vida. O que para nós é casual, para Deus não o é. Tantas vezes acontece que um fato pequeníssimo modifica completamente o resto de nossa vida! Como disse o Dr. Egbert W. Smith em seu excelente livrinho The Creed of Presbyterians:
“O controle das coisas maiores deve incluir o controle das menores, não somente porque as coisas grandes são constituídas das pequenas, mas porque a história mostra como coisas triviais se apresentam continuamente como os agentes principais de fatos importantes. A persistência de uma aranha estimulou um homem desanimado a novas diligências que moldaram o futuro de uma nação. O Deus que predestinou o desenrolar da história da Escócia, deve ter planejado e presidido os movimentos do minúsculo inseto, que salvaram de desespero a Robert Bruce. Deus não é uma Divindade ausente, estabelecida fora do universo, somente a olhar os acontecimentos que se erguem como cristas de montes acima da planície comum. Ele está “presente em toda a parte”, “sustentando, dirigindo, dispondo e governando todas as criaturas, todas as ações, e todas as coisas, desde as maiores até as menores”. Os negócios do universo são controlados e dirigidos, como? “Segundo o propósito daquele que faz tudo de acordo com ó conselho de Sua vontade”. Seu propósito ou “decretos”, que abrangem tudo, diz o Catecismo, “Ele os executa nas obras da criação e da providência”. Quer dizer, a Providência é um modo de Deus executar os Seus decretos. Noutras palavras, é simplesmente o cumprimento universal e certo de Seus propósitos predeterminados”.[3].
É a providência de Deus que determina onde, quando e como cada um de nós nasce, vive e morre. É sua providência que decide se um homem há de nascer num país pagão, ou cristão; qual vai ser o seu ambiente e quais as oportunidades de que vai gozar. E também se vai ou não ter oportunidade de ouvir o Evangelho. Estas circunstâncias providenciais, que Deus cria na vida dos homens, decidem do futuro eterno de milhões de membros da raça humana. Se cremos que só há salvação pela fé em Jesus Cristo, e se milhões de pagãos nunca tiveram uma oportunidade de ouvir de Cristo, a única conclusão que podemos tirar do fato é que Deus não escolheu esses pagãos para a salvação; se não fosse assim, a providência de Deus ter-lhes-ia oferecido uma oportunidade de ouvir sua mensagem. Foi exatamente isto o que Cristo disse em referência às cidades de Tiro, Sidom e Sodoma; isto é, “se os milagres” feitos em Corazim e Betsaida, “tivessem sido feitos em Tiro e Sidom, há muito que elas se teriam arrependido em saco e cinza”, e “se os milagres” operados em Cafarnaum, “tivessem sido feitos em Sodoma teria ela permanecido, até ao dia de hoje” (Mat.11:21-23). Por que aquelas cidades pagãs não se arrependeram? Só há uma resposta, a saber, foi porque em sua providência Deus não lhes ofereceu uma oportunidade de ouvir falar de Cristo e presenciar os seus milagres. E por essa forma providencial Ele decidiu o destino delas.
“Os arminianos admitem uma eleição soberana de nações, na sua totalidade para o gozo de privilégios religiosos, ou para a rejeição deles. Mas é indiscutível que, em fixar a condição externa das mesmas, o destino religioso virtualmente é fixado para sempre. Que oportunidade tem, praticamente, de chegar ao céu o homem que Deus fez que nascesse, vivesse e morresse em Taiti no século dezesseis? O lançamento de sua sorte ali não fixou virtualmente seu destino para a eternidade? Em suma, tomando-se em consideração o modo de Deus pensar, a eleição soberana de um conjunto de nações para o gozo de privilégios implica, como de necessidade, a decisão, inteligente e intencional, do destina de indivíduos, praticamente fixado por esse meio. Não é infinita a mente de Deus? Não são perfeitas as suas percepções? Será que ele, tal como um fraco mortal qualquer, “atira à toa num bando de pássaros, sem visar a nenhum deles individualmente”? Quanto às criancinhas, crêem os arminianos que todos aqueles que morrem nessa idade, são remidos. Quando, portanto, a providência de Deus decide que um determinado ser humano morra em criança, fixa infalivelmente sua redenção, e neste caso, pelo menos, tal decisão não pode ter sido orientada pela previsão de fé, arrependimento ou boas obras, porque essa almazinha não tem nada disso, até depois de sua redenção”.[4].
Temos de escolher entre casualidade e providência como explicação dos quinhões diferentes que cabem aos homens neste mundo. Os cristãos não crêem em casualidade, e sim na providência de Deus. Por conseqüência, se em sua providência Deus não oferece a todos os membros da raça humana as mesmas oportunidades de ouvir o Evangelho, claro é que Ele não escolheu todos os homens para a salvação. E não se diga que Deus não providenciou uma oportunidade para eles de ouvir a mensagem porque previu que eles não a aceitariam. De fato, Cristo afirmou exatamente o contrário em referência a Tiro, Sidom e Sodoma, como vimos.
Patenteia-se assim que a doutrina da providência de Deus envolve a da predestinação.
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Fonte: Escolhidos em Cristo – O Que de Fato a Bíblia Ensina Sobre a Predestinação, Samuel Falcão, Ed. Cultura Cristã, 1997, pág. 103-108.
ISTOÉ – Em 2002 a Igreja Renascer tinha 1.100 templos no mundo. Hoje são menos de 300. O que aconteceu? Sônia Hernandes – Houve uma readequação, algumas igrejas pequenas foram agrupadas para formar igrejas maiores, ao mesmo tempo que houve um incentivo para a abertura de grupos de desenvolvimento que acontecem nas casas, muitas vezes alimentados pela tevê e pela rádio. ISTOÉ – Só em São Paulo existem cerca de 40 ações de despejo contra a Renascer. Por que a igreja não consegue cumprir com suas obrigações? Sônia – Todas as ações estão em negociação e a igreja tem feito um grande esforço para resolver as questões pendentes.
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"O líder que poderia imprimir agilidade à administração, o bispo Tid, primogênito de Estevam e Sônia que sempre teve saúde frágil, está em coma profundo há quase dois anos num leito de hospital. Da equipe de aproximadamente 100 bispos de primeiro time que a denominação tinha espalhada pelo Brasil até 2008, metade saiu para outras igrejas levando consigo pastores, diáconos e presbíteros. Para o lugar deles, ascenderam profissionais com menos experiência, o que, especula-se, pode ser um dos motivos da debandada de fiéis [..]. Hoje os Hernandes sangram a igreja para dar sobrevida ao padrão de vida nababesco que têm”, acusa um dissidente. Se nos anos 1990 a opulência do casal servia de chamariz para os adeptos da teologia da prosperidade, que celebra a riqueza material como uma dádiva proporcional ao fervor com que o devoto professa sua fé, hoje ela é uma ameaça à sobrevivência da instituição [...]. Foi também em 2010 que a igreja perdeu seu garoto-propaganda e principal dizimista, o jogador de futebol Kaká. Com a mulher, Caroline Celico, eles formavam uma dupla que fortalecia e divulgava a Renascer no Brasil e no mundo. O casal Hernandes não comenta a saída, muito menos o atleta do Real Madrid. Apenas Caroline arrisca alguns comentários enviesados. “Confiei no que me falavam. Parei de buscar as respostas de Deus para mim e comecei a andar de acordo com a interpretação dos homens”, escreveu ela em seu blog. O mau uso do dízimo pago pelo craque, que sabia do fechamento de templos e da fuga de lideranças, teria motivado o rompimento com a igreja. Foi um baque financeiro e tanto. Kaká é o sexto jogador mais bem pago do mundo e, estima-se, depositava nas contas da Renascer 10% dos R$ 21 milhões anuais que recebia". Para ler a matéria completa, clique aqui!
Uma das maiores e mais preciosas doutrinas da Bíblia é a da graça de Deus, da salvação somente pela graça. Mesmo uma leitura perfunctória da Bíblia, especialmente do Novo Testamento, mostrará que a salvação e todas as bênçãos da vida cristã são resultado da graça de Deus. Vejamos numa incursão rápida pelo Novo Testamento qual é o lugar que a graça ocupa em toda a nossa vida espiritual.
1 - A eleição é pela graça. “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça. E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rom 11:5,6).
2 - Jesus é a personificação da graça. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade... Todos nós temos recebido da sua plenitude, e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo.1:14,16,17). “Conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (2Cor 8:9).
3 - A Salvação é pela graça. “Pela graça sois salvos por meio da fé” (Ef 2:8). “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tito 2:11).
4 - A Justificação e o Perdão dos pecados são pela graça. “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rom 3:24). “No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef 1:7).
5 - A Fé é pela graça. “Tendo chegado, auxiliou muito aqueles que mediante a graça haviam crido” (At 18:27).
6 - A graça capacita-nos a servir. “Pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça que me foi concedida, não se tornou vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Cor 15:10).
7 - Graça capacita-nos a ser pacientes e perseverantes. “Então me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Cor 12:9). “Acheguemo-nos portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Heb 4:16).
8 - Devemos crescer na graça. “Crescei na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3:18).
9 - A plenitude de nossa salvação na segunda vinda de Cristo será uma nova expressão da graça de Deus. “Cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo” (1Pe.1:13).
10 - Por toda a eternidade os salvos serão um monumento da graça de Deus. “Em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo... para louvor da glória de sua graça” (Ef 1:5,6). “Para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Ef 2:7).
Vemos, conseqüentemente, a singularidade do papel que a graça de Deus desempenha em todo o plano de nossa salvação. Desde toda a eternidade fomos eleitos por graça de Deus. No devido tempo, esta graça foi revelada, em toda a sua beleza, por Jesus Cristo. Por esta graça é que somos salvos, isto é, justificados e perdoados mediante a fé, a qual em si mesma é um resultado da graça. Esta mesma graça, que trouxe salvação às nossas almas, capacita-nos a servir a Deus e dá-nos força para suportar todos os sofrimentos a que estamos sujeitos neste mundo e a perseverar até ao fim. Nesta graça estamos firmes (Rom 5:2) e crescemos. A segunda vinda de Cristo será nova revelação de graça, e por toda a eternidade a infinita graça de Deus resplandecerá em nós, para Seu eterno louvor e glória.
Que é graça?
“Graça é favor gratuito, não merecido, mostrado, aos indignos dele. Se a redenção fosse devida a todos os homens, ou se fosse uma compensação necessária à responsabilidade deles, não poderia ser gratuita, e o dom de Cristo não poderia ser uma expressão superior do livre favor e amor de Deus. Só poderia ser uma revelação de Sua retidão. Mas as Escrituras declaram que o dom de Cristo é uma expressão sem paralelo de amor gratuito, e que a salvação procede da graça... E todo verdadeiro crente reconhece a graciosidade essencial da salvação, como um elemento inseparável de sua experiência. Dai as doxologias do céu. — 1Cor 6:19,20; 1Pe 1:18,19; Ap 5:8-14. Contudo, se a salvação é pela graça, então obviamente é compatível com a justiça de Deus salvar a todos, a muitos, a poucos, ou a ninguém, como lhe aprouver”. [1]
“A graça, por sua própria natureza tem de ser livre ou gratuita; e a diversidade ou disparidade de sua distribuição (ou manifestação) demonstra que é de fato gratuita. Se alguém pudesse com justeza exigi-la, deixaria de ser graça para se tornar débito. Se neste particular nega-se a Deus Sua soberania, a salvação então se torna uma questão de divida para com todas as pessoas”. [2]
É interessante notar que Paulo associa esta doutrina de salvação exclusivamente pela graça à doutrina da total depravação e, por conseguinte, à doutrina do novo nascimento. “Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça sois salvos e juntamente com ele nos ressuscitou... para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2:4-9). Se estamos mortos em delitos e pecados, não podemos viver para Deus se Ele não nos criar espiritualmente por seu infinito poder. Esse criar de novo é uma como ressurreição ou novo nascimento, como já vimos. E Deus não tem nenhuma obrigação de fazer isso. Se o faz, é por pura graça e misericórdia. E se é pela graça, Ele pode salvar a todos, a muitos, a poucos, ou a ninguém, como Lhe aprouver. Como disse Paulo, citando palavras de Deus dirigidas a Moisés, “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.” (Rm 9:15,16).
Assim escreveu o Dr. James Moffatt em seu excelente livro Grace in the New Testament, p. 172, 173:
“Quando os que experimentam a graça de Deus refletem na origem dela, que é a vontade do mesmo Deus, o resultado instintivo é a doutrina da eleição. Os crentes descobrem que devem sua posição não a qualquer habilidade sua de penetrar na fé, mas devem-na à chamada e escolha do próprio Deus, que os distinguiu com esse privilégio. Sabem que foram escolhidos pela graça e portanto não o foram por nada que tivessem feito; de outro modo a graça deixaria de ser graça (Rom 11:6). O primeiro passo foi dado por Deus, e muito antes que eles se apercebessem de que precisavam de salvação. Foi um movimento livre, gracioso da Vontade eterna. Paulo não pôde explicar de outro modo por que ele ou qualquer outro foi escolhido para ser membro da Igreja de Deus. Devia ter sido Deus, e Deus foi movido pelo amor”.
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Fonte: Escolhidos em Cristo – O Que de Fato a Bíblia Ensina Sobre a Predestinação, Samuel Falcão, Ed. Cultura Cristã, 1997, pág. 99-103.