Cosmovisão Cristã

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Como você se posiciona frente aos vários acontecimentos do mundo? Qual a sua opinião a respeito do aborto e da sexualidade? Como você vê o casamento? Qual deve ser o destino da educação e da política? Homossexualismo? Sobre o trabalho? Educação infantil?

A resposta para todas estas perguntas dependerá em qual cosmovisão você crê. E para todas estas perguntas o cristianismo oferece respostas adequadas. Esta é a Cosmovisão Cristã! O Cristianismo aborda vários temas sobre a vida, trabalho, sexualidade, educação, política, ética, família e sobre muitas outras coisas presentes na sociedade. Tudo isso faz parte de uma Cosmovisão Cristã.

Mas, o que é “cosmovisão”?

Cosmovisão é um conjunto de suposições e crenças que alguém usa para interpretar e formar opiniões acerca da sua humanidade, propósito de vida, deveres no mundo, responsabilidades para com a família, interpretação da verdade, questões sociais, etc. Todo ser humano possui uma cosmovisão, mesmo que ele não saiba.

Uma cosmovisão define o que a pessoa é, o que ela irá defender e até como irá viver. É a maneira pela qual a pessoa vê ou interpreta a realidade. É uma visão que direcionará a maneira como você verá e interpretará o mundo. Ela é como um óculos, para que a realidade faça sentido é preciso visualizá-la de acordo com uma cosmovisão coerente e verdadeira, ou seja, com as “lentes corretas”.

A cosmovisão é como um mapa mental que nos diz como navegar de modo eficaz no mundo.

Porém, hoje, vamos focar em uma Cosmovisão Cristã. Para o cristão, ela vai colocar o entendimento do universo como criação de Deus, e em todas as esferas de conhecimento, possíveis de estarem presentes na humanidade, como procedentes do Deus único e verdadeiro, Senhor do universo, comunicadas a nós por Cristo “… no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2.3).

Uma Cosmovisão Cristã é fundamental para ser um contraponto aos sistemas ideológicos vigentes na atualidade. O mundo diz que a moral é relativa, a Bíblia diz que ela é absoluta. O mundo secular exalta o homem, exalta governos, exaltam intelectos e pensamentos, a Bíblia exalta a Deus e sua Soberania.

Implantar uma cosmovisão cristã é uma necessidade, vide o fracasso das cosmovisões seculares. Ao observarmos a sociedade, fica evidente que ela vai muito mal. O relativismo e o politicamente correto têm tomado conta da televisão, das notícias, das pessoas. A sociedade se tornou um antro de pornografia, violência, de gratificação imediata dos prazeres. O culto ao homem tomou lugar do culto a Deus. Os preceitos morais estão a cada dia sendo “desconstruídos” e erradicados. A família se tornou descartável, perdeu sua importância, tornou-se apenas um mero arranjo entre pessoas.

Por tudo isso, há uma necessidade urgente de estabelecer uma Cosmovisão Cristã, há a necessidade de que ela seja ensinada aos cristãos e à sociedade. Por isso, a importância de escolas cristãs, de faculdades e centros acadêmicos que tenham a palavra como balizador de seus ensinos. A fé cristã deixa de ser uma “questão religiosa” para o domingo, apenas para dentro das igrejas, e volta a assumir o seu posto original de guia moral e cultural para o mundo.

O Cristianismo vai além da fé que temos ou do culto que prestamos na igreja. Ele é uma estrutura para compreender e modificar a sociedade, a realidade. Vai muito além das questões religiosas, ele define a moral de um povo, de uma sociedade. Através dele podemos moldar a cultura de uma nação, podemos mudar o rumo de uma sociedade. 

Não nos deixemos moldar pelas visões vigentes neste mundo, não andemos de braços dados com ideologias pagãs e satânicas, olhemos para a Palavra, e dela devemos extrair uma cosmovisão para nossas vidas e para toda uma sociedade.

Soli Deo Glória!

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Autor: Hugo Coutinho
Fonte: Reformai
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Quem inventou o Izzi Nobre? (vídeo resposta ao “Quem inventou o Cristianismo?”)

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Izzy Nobre publicou para seus quase 400 mil inscritos um vídeo chamado "Quem inventou o Cristianismo?", argumentando, dentre outras coisas, que Paulo é o verdadeiro centro doutrinário da fé cristã. No vídeo-mamute de hoje, decidimos assistir ao vídeo do Izzy e comentar as principais (ou nem tanto) atrocidades que ele declara pra internet. Pega sua pipoca, senta confortável e chama a família, porque são mais de 60 minutos de teologia, história, apologética e cacetada das mais comedidas e amorosas na cabeça de vlogueiro arrogante. Assista:


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Autores: Yago Martins e Felipe Cruz
Fonte: Dois Dedos de Teologia
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Quem foi Jesus realmente?

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Nem todos os que hoje se consideram cristãos aceitam que Jesus, foi e fez o que os Evangelhos nos dizem. Em 1994 uma pesquisa revelou que 87% dos americanos acreditavam que Jesus ressuscitou literalmente dos mortos. Três anos depois, a pesquisa descobriu que 30% dos americanos que se consideram verdadeiros cristãos não aceitavam que a ressurreição de Jesus tenha sido algo físico e literal, mas sim uma série de experiências psíquicas dos seus discípulos, que de alguma forma os transformou completamente.

Natal: O Ponto de Vista Cristão

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Para mim é uma alegria as muitas tradições que vieram a estar associadas com o Natal, em nossa sociedade. Todas estas tradições combinam para fazer a época do Natal feliz, uma época na qual geralmente nos encontramos mais festivos, generosos e benevolentes. Não sou de forma alguma uma daquelas vozes exigindo a remoção destes prazeres do Natal, prazeres estes que não causam danos e que causam satisfação.

Mas certamente, o significado do que chamamos “Natal” é muito mais profundo do que qualquer destas coisas. É a celebração de um nascimento, o nascimento de Jesus em Belém. A história de José, a virgem Maria, o bebê Jesus, os Pastores e os Magos – e Herodes! – é uma história familiar para a maioria dos americanos. E é certo que assim o seja: nunca na história houve outra virgem que concebesse e desse à luz uma criança! É um evento verdadeiramente extraordinário!

Mas mesmo assim, o significado do Natal é mais profundo do que isto. A coisa mais extraordinária é esta: O nascimento de Jesus não foi o princípio da sua existência! Para colocar de uma outra forma, Sua origem não está de forma alguma relacionada com o Seu nascimento.

Se isto é um pouco difícil de entender, não se sinta sozinho. Mas isto é precisamente o que as Escrituras nos dizem. De fato, houve um profeta de Israel, por nome Miquéias, que disse que este que nasceria em Belém era um “cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Isto é, Ele veio da eternidade, para entrar no tempo.

Agora, claramente, esta linguagem é completamente inapropriada com referência a qualquer humano comum. O profeta Miquéias estava mui enfaticamente afirmando o fato de que Jesus não era um homem meramente: Ele é Deus. Ele é Deus como um homem.

Este, e nada menos, é o significado do Natal. É mais do que uma história de um bebê. É a história de como o Deus eterno se tornou um bebê!

Este é um evento que é único na história, tão significante que mudamos nosso calendário por causa dele – Antes de Cristo (a.C.) e Depois de Cristo (d.C.). E é assim mesmo que deveria ser. Toda a história até este ponto estava em antecipação do evento. Desde o tempo quando o homem caiu em pecado e se arruinou no paraíso, a promessa estava aguardando o cumprimento. A promessa foi primeiramente feita a Adão e Eva – alguém da “semente da mulher” viria e destruiria o tentador. Ela foi dada a Abraão – em alguém de sua semente “todo o mundo será abençoado”. Foi dada novamente a Davi, o maior Rei de Israel – seu “maior filho” prosperará em paz em seu trono para sempre. E era na antecipação desta própria promessa que todo o povo de Deus vivia.

E assim, a própria história está centrada n'Aquele que finalmente veio à Belém. Ele era o cumprimento das antigas esperanças de Israel.

Uma pergunta permanece: a simples questão, “Por que?” Por que, em nome da razão, o Deus eterno se tornaria um homem? A resposta novamente é encontrada nas próprias promessas: Ele veio para ser o Libertador, nosso Libertador do pecado.

A justiça de Deus requer que o pecado seja punido em todas as Suas criaturas. E a punição é a morte. E assim, deixados a nós mesmos, devemos morrer – física, espiritual e eternamente. Não há escapatória – somos incapazes de nos salvar.

O que precisamos, então, é de um Salvador – alguém que esteja disposto a morrer em nosso lugar. Além disso, alguém que seja sem pecado e Ele mesmo, não merecedor da morte. Mas somente Deus é sem pecado – e Ele não pode morrer! Isto é, a menos que se torne um de nós.

E este é precisamente o resto da história. Em Belém Deus se tornou homem para morrer na cruz pelos homens, sofrendo o castigo pelos seus pecados. Em assim fazendo, Ele se tornou nosso Salvador. Ele veio sofrer a condenação da Sua própria lei, a lei que nos condenava.

O Natal, então, marca um evento significante no calendário de Deus da redenção. Ele prometeu salvar, e este primeiro Natal foi o cumprimento desta promessa.

Tudo isto é resumido naquelas palavras familiares de João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Não, nós não temos nada contra as tradições, de forma alguma. Mas os pensamentos que enchem os nossos corações são estes: O Natal é a maior história de amor jamais contada. É a história do maior amor já dado. E é a história do maior Dom – o Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.

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Autor: Fred G. Zaspel
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Fonte: Monergismo
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Mulheres e homens cristãos podem ser amigos?

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A questão é um barril de pólvora. Aqueles que respondem imediatamente "sim" podem arremessar tantos barris de evidência anedótica como aqueles que gritam "não". Poucos tratam isso como uma questão legítima - as opiniões são dadas num tom que implica que a própria questão viola o senso comum. São dadas respostas diferentes. Diferentes passagens são citadas. Diferentes colinas são construídas e desfeitas.

Evangelização Reformada

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Introdução

Ao examinarmos ainda que rapidamente o assunto – evangelização – pelo prisma mais popular notamos que comumente algumas frases prontas são utilizadas como:

  • a) “Aceite Jesus, ele quer morar em seu coração...”
  • b) “Dê uma chance a Deus, ele pode mudar sua vida...”
  • c) “Jesus te ama e quer te salvar... só depende de você...”

Esse tipo de abordagem é totalmente antropocêntrica, ou seja, a preocupação maior da evangelização é o homem, e vale tudo para que o homem entenda a mensagem. De fato, o homem é alvo da graça de Deus e por ter sido feito a imagem e semelhança do criador ele precisa cumprir os mandatos que lhe foram dados no início, mas, sem a graça redentora de Deus ele não poderá cumprir esses mandatos contidos em Gênesis 1.26-30. Nessa passagem nós temos três mandatos pactuais – mandato cultural, mandato social e mandato espiritual. Esses mandatos foram dados antes da grande comissão (Mt 28.19), nesses mandatos dados pelo Criador o homem teria que glorificar a Deus em todas as suas atividades culturais, em todas as suas atividades familiares e em toda sua atividade espiritual. Ao estarmos na Queda do pai da raça que era Adão não seria possível o homem cumprir esses mandatos como Deus havia determinado, o pacto foi quebrado, e na teologia aliancista chamados esse pacto de: Pacto de Obras. E o que viria a ser o Pacto de Obras? Primeiro, entendamos em que consiste esse pacto e o que é o pacto de obras, a Confissão de Fé de Westminster (CFW) nos diz que

Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como seu Criador, nunca poderiam fluir nada dele como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto [1].
O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal [2].

Essa é nossa base inicial para que compreendamos qual a posição do homem na evangelização e qual a posição de Deus na salvação de pecadores. Notemos que o homem não é o personagem principal no drama da salvação, mas, Deus. Por isso chamamos a evangelização bíblica de Teocêntrica e não de Antropocêntrica, a evangelização bíblica tem Deus no centro e não o homem. Visto que o homem quebrou esse pacto de obras o próprio Deus providenciou outro pacto para a salvação do homem caído vejamos:

O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para vida o Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer [3].

Isso nos dá a base para afirmar que todo homem que não creu no Filho de Deus como seu suficiente salvador está debaixo do pacto de obras, notemos que ele está sob o pacto de obras, mas, não pode cumpri-lo porque está caído, está irredimido, está destituído da glória de Deus como nos diz o Texto Sagrado: “...pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. (Romanos 3.23-NVI)

Nós não somos pecadores?

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A cantora Priscilla Alcântara realmente foi infeliz em seu comentário. Segundo ela, a religião diz que somos pecadores, mas nós (os cristãos) não somos, pois, Cristo tirou o nosso pecado. E agora nós somos santos. Por pertencemos a um Deus que é perfeito, também nos tornamos perfeitos, segundo sua fala.

Antes de entrar no cerne da questão, acredito que a forma como muitos procederam com relação a pessoa da Priscilla foi algo que passou do tom. Sei que dá para corrigir sem taxá-la de herege e adjetivos afins. Também alerto que o seu equívoco doutrinário não é termômetro para julgar a veracidade de sua fé. Há um mal no Brasil de que cantor gospel tem que sair pregando sem ter dom nem chamado para tal. Ela está inserida nessa - digamos - "cultura" prejudicial ao Ministério da Palavra. E isso pode e deve ser combatido, mas que não se misture alhos com bugalhos: o zelo doutrinário não pode virar um neo-gnosticismo. Não sei a quanto tempo ela professa o credo cristão e desconheço a igreja que a mesma frequenta. As respostas para essas duas questões devem ser levadas em conta, pois, ainda há tempo para a Priscilla crescer em graça e no conhecimento do SENHOR, evitando assim algumas interpretações truncadas do Evangelho. Para isso, é bom sentar e aprender, não se considerar apta para ministrar a Palavra. Enfim...

A Priscilla erra ao desconsiderar que em Cristo somos justificados e nossos pecados não mais serão contados no Dia do Juízo. Somos salvos pela graça, mas o Cordeiro de Deus pagou o preço. Em outras palavras, somos salvos da condenação e libertos do poder do pecado, declarados justos diante do Supremo Juiz pelos méritos de Cristo. O que não anula a nossa inclinação adâmica para pecar. O fato de sermos santos em Cristo, é real, todavia não consumado. Deixaremos de sermos pecadores em definitivo apenas no advento da segunda vinda, quando adentrarmos no Reino dos Céus "ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso". Filipenses 3:21

Até lá, temos que reconhecer diante de Deus que somos pecadores, carentes da graça diariamente. Paulo diz: "Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!" 1 Coríntios 10:12. E João é taxativo ao afirmar que: "Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós." 1 João 1:8. Por isso a confissão de pecados é essencial para uma vida piedosa. Lutero foi sábio ao dizer que o cristão é simultaneamente justo e pecador. Esta tensão é vivenciada por todos os remidos até estarmos em definitivo com o nosso Redentor. Lemos na Escritura o seguinte: "Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam". Gálatas 5:17

Então, sendo bíblicos, há que se discordar veementemente da ideia de que não somos pecadores. E nem a doutrina da justificação, que nos torna santos posicionalmente em Cristo, servirá para amenizar o que foi dito pela Priscilla. Nosso status em Cristo (repito: real, mas na espera da consumação) não nos torna livres da inclinação pecaminosa, que provém de nossa carne. Aqui, neste mundo, estamos em santificação, que é um processo. E faz parte deste processo, o reconhecimento de nossa condição pecaminosa aliado a uma vida constante de confissão e contrição por nossos pecados. Que todo cristão venha entender isso, incluindo a Priscilla Alcântara, pois esta é a sã doutrina, Palavra que gera vida e nos coloca na dependência do nosso Deus bendito.

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Autor: Pr. Thiago Oliveira
Fonte: Perfil do autor no Facebook
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Quão bíblico é o Molinismo? (Parte 4)

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[Este será o quarto post de uma série de n partes, onde n>1 e provavelmente n<10]

Nesta série embaraçosamente intermitente, eu tenho tratado da seguinte pergunta: Quão bem o Molinismo é apoiado pela Bíblia? No primeiro post, eu argumentei que o Agostinianismo e o Molinismo podem igualmente acomodar a providência divina abrangente e o conhecimento de Deus sobre os contrafactuais de liberdade das criaturas, ambos claramente afirmados pela Bíblia. Concluí observando que, para mostrar que o Molinismo é mais bíblico do que o Agostinianismo, precisaríamos identificar uma proposição p que (i) fosse afirmada pelo Molinismo, mas negada pelo agostinianismo, e (ii) que fosse afirmada ou que estivesse claramente implícita em algum ensinamento bíblico.

Reformado ou deformado? Algumas reflexões sobre teoria e prática

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Temos acompanhado atualmente um grande número de evangélicos, especialmente os jovens, aderindo às doutrinas reformadas como modelo doutrinário. Isto nos alegra, pois é sempre bom ver crentes querendo conhecer mais a Deus através do arcabouço de teses reformadas. Porém, o que de um lado nos traz alegria, por outro lado gera uma preocupação enorme ao constatarmos que muitas dessas adesões são feitas apenas por modismo (pra onde a galera tá indo, eu também vou). Poderiam perguntar: "Mas não é bom, pois no meio disso tudo tem gente comprometida?". Seria, se esta adesão fosse simplesmente fogo de palha, mas não é. E pior, é uma adesão sem compromisso com os princípios bíblico-reformados. E isto causa uma anomalia, uma deformação, um reformado longe do Sola Scriptura, um cristianismo sem Cristo, um ateísmo prático. Verdadeiras deformações. Estas manifestações não só passam longe dos princípios da reforma como fazem muitos se afastarem deles. Há também aqueles que já vivem em igrejas reformadas e até professaram a fé, acham bonito o modelo reformado, mas na prática, vivem do jeito que querem e não desejam prestar contas a ninguém.

Onde quero chegar? No simples fato de que é moda se dizer reformado, mas viver de acordo com isto são outros quinhentos. Ou seja, por mais que se diga cristão reformado e até professe publicamente tal fé, é no viver que isto vai se manifestar. O grande estopim disso tudo é que, quando se trata de viver as Escrituras, começa-se a relativizar as Escrituras. "Eu sei que a Bíblia diz assim, mas não tem nada demais." E, assim, de nada demais em nada demais, vai se tentando fazer largo um caminho que é estreito, e forçar uma porta também estreita. 

Quando se pergunta a posição de um crente sobre determinado assunto, a resposta começa assim: "Na minha opinião...", quando deveria ser: "Conforme as Escrituras..". E, assim, poderíamos expressar melhor a unidade do pensamento cristão sobre família, governo, trabalho, descanso e muitos outros assuntos presentes em nossa vida e que fazem parte de nossa estada neste mundo. 

Quando trocamos a Escritura pelo que achamos, caímos no pecado da idolatria e passamos a viver como senhores de nossas vidas. Não, não é assim, pois o "sola scriptura" (2 Tm 3.14-17) deve ser uma constante em nossas vidas e viver longe disso só vai trazer juízo (Os 4.6). Ao colocarmos as Escrituras acima de nosso pensar, glorificamos a Deus, mortificamos nossa carne e vivemos, na prática, o lema igreja reformada sempre reformando. O oposto também causa prejuízos enormes: à igreja, pois um testemunho de vida longe das Escrituras afeta a todos os membros; ao crente que vive longe dos princípios das Escrituras; e também aos perdidos, que em vez de serem exortados a confessarem e se arrependerem de seus pecados, são estimulados a continuar atolados em sua miséria por cristãos deformados em suas práticas de vida. Será que pensamos nisto quando mantemos ou estimulamos crentes a namorarem descrentes? A Bíblia é clara quando diz não haver comunhão entre luz e trevas. Mas, mesmo assim, muitos jovens enveredam por esses caminhos, e quando são exortados, sejam por pais ou por outros crentes, se dizem julgados e não admitem estar fazendo nada de errado. Sexo antes do casamento? Como Deus pode reprovar o amor? Estes são apenas alguns exemplos. No seu livro Ouro de Tolo (p. 13), publicado pela Editora Fiel, John MacArthur afirma que 

"De fato, o discernimento está tão na moda quanto a verdade absoluta e a humildade. Fazer distinções e julgamentos claros contradiz os valores relativistas da cultura moderna. O pluralismo e a diversidade tem sido exaltados como virtudes mais elevadas do que a verdade. Não devemos estabelecer limites definitivos ou afirmar qualquer absoluto. Isto é considerado retrógrado e deselegante. E, embora esta atitude para com o discernimento bíblico seja esperada do mundo secular, ela tem sido cada vez mais abraçada por um número cada vez mais de cristãos evangélicos."

O livro é de 2005, mas mostra claramente o mal que assola o evangelicalismo brasileiro.

A vida de renúncia está cada vez mais longe dos cristãos modernos. Parece até que textos como Mt 16.25 e 1 Pe 3.8-17 sumiram das Bíblias do povo. Queremos viver uma vida nos regalando do bom e do melhor por aqui, como se isto fosse tudo que temos. A filosofia do "comamos e bebamos que amanhã morreremos" tem afetado os crentes, e estes tem corrido desenfreadamente atrás do tesouro corruptível e deixando o que tem realmente valor em segundo plano (Mt 6.20). É promoção no trabalho, melhores salários, aquisição de mais bens de consumo, nem que pra isso morramos de trabalhar relegando a família, o descanso e o Dia do Senhor. Como pais dizemos que queremos nosso filhos crescendo piedosamente, mas os entupimos de atividades, preparando-os para este mundo e não para glorificar a Deus neste mundo; dizemos querer nossas filhas sendo esposas submissas e piedosas, mas na prática, enfatizamos o curso superior que ela deve fazer do que qualquer outra coisa. Estas coisas citadas são legítimas, mas se colocadas em primeiro plano desonram a Deus, afastam o crente do culto, pois a atividade (ou trabalho para os adultos) é sempre mais importante. Queremos uma igreja fiel às Escrituras, mas relativizamos a aplicação dos princípios bíblicos por medo de perder membros e a disciplina, uma das marcas distintivas de uma igreja, vai se tornando peça de museu.

No aspecto litúrgico, os cultos tem sido cada vez mais centralizados no homem, as celebrações tem sido cada vez mais transformadas em shows, pastores e cantores se fazem artistas se apresentando, enquanto o público sai satisfeito por ter visto o espetáculo da fé. Lamentável! O Soli Deo Gloria há muito tem dado lugar ao glória ao homem. O pecador, em vez de ser confrontado com seu pecado, tem seu ego massageado, o crente, em vez de prestar um culto a Deus, quer receber entretenimento de qualidade. Sobre este assunto, e falando especificamente sobre pregação, MacArthur diz:

"A pregação 'sensível aos interessados' nutre pessoas centralizadas em seu próprio bem estar. Quando você diz às pessoas que o principal ministério da igreja é consertar para elas o que estiver de errado nesta vida - suprir suas necessidades, ajudá-las a enfrentar seus desapontamentos neste mundo e coisas assim - a mensagem que você está enviando é que os problemas desta vida são mais importantes do que a glória de Deus e a majestade de Cristo. Novamente, isto corrompe a verdadeira adoração."

O cenário é caótico. Em vez de reformados, temos verdadeiros cristãos deformados. Mas Deus é fiel com a sua Palavra e sustenta seu povo. Mesmo em meio ao caos, o remanescente é sustentado (veja o exemplo do profeta Jeremias), Josué e Calebe, entre outros. Todos estes testemunharam momentos terríveis de desobediência na história do povo de Deus, mas foram sustentados por Deus e se mantiveram firmes na fé. Assim tem sido com pastores e igrejas que, mesmo em meio às dificuldades, pecado e apostasia, mantem-se fiéis a Deus, aos princípios bíblicos e confessionais, sendo sal e luz neste mundo mergulhado na podridão do pecado. Jovens buscando relacionamentos saudáveis, castos e santos. Mulheres submissas aos seus maridos e homens que amam suas esposas a ponto de dar a sua vida por elas, e assim, refletindo a graça do amor de Cristo por seu povo. Pais que orientam seus filhos nos princípios bíblicos, no caminho em que devem andar, vendo-os crescer em estatura, graça e sabedoria, da qual o princípio é o temor ao Senhor (Pv 1.7). Cristãos comprometidos com o mandato cultural, manifestando a glória de Deus nesta sociedade pervertida, sendo bons servos, patrões, alunos, professores, motoristas, e em tudo que Deus nos colocar, a fim de glorificar o seu santo nome. Deus nos conduza a estar neste rol. Através da santa reforma pela Palavra, abandonemos o conformar-se com o século (deformação), tomando a forma de Cristo (2 Co 3.18), para a glória d'Ele.

Deus nos abençoe!

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Autor: Presb. Cicero Pereira
Fonte: UMP da Quarta
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Como vencer o pecado da pornografia?

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Não me delongarei grandemente no assunto proposto, pois muito já se tem dito sobre a pornografia, de modo que pretendo ser bastante direto.

Já disse certo autor que a diferença entre os "grandes cristãos" e os de nossos dias, é que aqueles tinham a consciência de que eram fracos, enquanto nós sustentamos a falsa ideia de que somos fortes. Ele estava certo.

A tentação às coisas pornográficas, sejam elas pelo computador ou andando pela rua e cobiçando as mulheres alheias (seja você casado ou não), quase sempre acontece nos momentos em que nós pensamos: "não vai acontecer nada". Sim, não minta para você mesmo. Nós homens (mas sem excluir as mulheres) sabemos que as inúmeras vezes em que caíamos neste pecado, há íntima relação com uma falta de confiança no Espírito Santo do Senhor, de maneira que quando nos apercebemos, já estamos envoltos ao pecado.

Sobre este "caminho a percorrer" até a consumação do pecado, bem delineou o salmista em seu Salmo 1. Assim lemos: "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Sl 1.1).

Observemos como em primeiro lugar, existe o ouvir do conselho dos ímpios, isto é, aqui em nosso assunto, passamos a ouvir as conversas ímpias sobre prostituição, fornicação, pornografia, traição (no local de trabalho, faculdade, antigos colegas...) e isto acaba sendo, por vezes, colocado em nossas vidas como algo bom, desejável e glorioso - mesmo que saibamos não ser assim! Em segundo lugar, se damos ouvidos ao conselho dos ímpios, logo nos detemos nos seus caminhos e passamos a cogitar a possibilidade de praticar tal pecado, afinal, parece ser algo tão bom! Em terceiro lugar, se já seguimos os passos anteriores, então acabamos por nos assentarmos junto aos escarnecedor e cometemos os mesmos pecados que eles.

Voltando ao perigo de nos acharmos fortes, se visualiza, então, que o primeiro passo para se vencer o pecado da pornografia, é reconhecer que, sem Deus, nada podemos fazer, conforme o Filho já nos disse: "sem mim nada podeis fazer" (Jo 15.5). Mas este passo continua, de modo que devemos, igualmente, reconhecer que não venceremos esta tentação. Explico.

É comum os cristãos interpretarem a Escritura de maneira equivocada, como, por exemplo: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). Daí o crente deduz que, se ele resistir durante algum tempo às tentações, chegará o momento em que o Diabo não mais o tentará. Entretanto, em sintonia com o restante das Escrituras, aprendemos que as tentações são umas das fontes de Deus para nos fortalecer - "Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam" (Tg 1.12). 

Ademais, devemos lembrar que a Escritura registra o brado do apóstolo, nos mostrando que até mesmo os mais ilustres cristãos passaram por sequências de desastres espirituais: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim [...] Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado" (Rm 7.14-17; 24-25). É evidente que o apóstolo não está afirmando que existem "crentes carnais", mas sim que naturalmente o homem é vendido ao pecado e que por isso, enquanto aguardamos ansiosamente a redenção desta vida (Rm 8.22-23), percebemos o quão necessitados somos de Cristo, de maneira que quando damos vazão à natureza pecaminosa, fazemos o que sabemos ser pecado e não realizamos o que temos a ciência de ser santo e agradável ao Senhor.

Portanto, um grande erro cristão é crer que ele pode viver sem determinadas tentações. Crente, por favor, ore ao Senhor e tenha a certeza de que, mesmo sendo você livre de certas ciladas do inimigo, sempre este investirá contra a vida dos Seus santos, "porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1Pe 5.8). 

É preciso lembrar, outrossim, que se hoje você é jovem e é tentado com a pornografia, não espere que a idade faça você perder estes desejos, afinal, a natureza pecaminosa, ainda que "perca suas forças sexuais" com o passar do tempo, ela se manterá muito firme em sua mente, de maneira que não se deve ver o definhar do corpo físico como sinônimo de santidade ou livramento do pecado, pois a Escritura é certeira: "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente" (Gn 6.5 - grifado agora). Lembrando, também, do que nos diz Jesus: "A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso" (Lc 11.34).

Bem, mas como, então, podemos fazer para vencer esta terrível tentação e que a tantas vidas e famílias têm destruído? Você deseja uma resposta sincera ou uma paliativa, isto é, momentânea? Se deseja algo para este momento de crise, então a resposta é objetiva, bastando seguir alguns passos:

- Pare de usar o computador; sim, possivelmente você pode - lembre de que é melhor entrar no Reino dos céus aleijado, do que ir com todo o corpo para o inferno (Mc 9.43).
- Se você realmente não tem opção, então peça para alguém lhe supervisionar - é melhor confessar o pecado e ser sarado (Tg 5.16), do que viver na falsidade e pecado.
- Sendo casado, converse com seu cônjuge e exponha sua dificuldade. Você tem a obrigação de fazer isso (clique aqui para ler um texto importante neste sentido) e seu cônjuge é seu melhor amigo, de maneira que o poderá sustentar e ajudar.
- Procure transitar por ruas onde a "poluição visual" seja menor.
- Limite seus passatempos e amizades, a fim de poder ser fortalecido.

Todavia, se o seu desejo é realmente ser livre (sem excluir os conselhos acima), eu recomendaria uma única coisa: ore, meu irmão(ã). Não existe nenhuma receita para "nunca mais ter problema com a pornografia" e eu não ousaria lhe dar "10 passos" ou "20 coisas para fazer", como se isto fosse resolver este pecado. Entenda, porém, que a Escritura nos é firme em nos dizer que nós sempre lutaremos contra o pecado, afinal, "a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis" (Gl 5.17). Quer dizer, não espere nunca mais ter dificuldades com a pornografia.

Ademais, a Escritura nos dá uma série de exortações neste sentido de manter a oração e demonstra firmemente que, enquanto estivermos nesta terra, precisaremos buscar muito ao Senhor. Convém, porém, lembrar das santas palavras, sempre que você incorrer neste pecado: "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras" (Ap 2.5).

Em tempo, ainda, não raro a pornografia é a primeira porta para demais desgraças, conforme lemos: "Um abismo chama outro abismo" (Sl 42.7). Fuja da aparência do mal (1Ts 5.22)!

Para alentar os corações que constantemente caem neste pecado, é bem verdade que a Bíblia diz, "vai-te, e não peques mais" (Jo 8.11), mas também nos dá o conforto: "Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus" (Sl 51.17).

Portanto, da próxima que pecar com a pornografia, vá até Cristo e n'Ele busque guarida, porque como nos diz o salmista, "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl 119.71) e também como Davi, o qual após numerar a Israel e reconhecer o seu pecado, firmemente expressou: "Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens" (1Cr 21.13 - grifado agora). 

Melhor nos será ser castigado por Deus e sofrer certas disciplinas, "Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho" (Hb 12.6), do que nos afastarmos d'Ele e ficarmos sem correção, afinal, "se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos" (Hb 12.8).

Que Deus abençoe a todos os cansados e abatidos. Que Ele nos encha de um profundo senso de pecaminosidade, a fim de sempre buscarmos ao Seu Filho, o qual pela Igreja se entregou (Ef 5.25) e por ela tudo venceu. 

Deseja vencer este pecado da pornografia? Então obedeça a Escritura, pois "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (1Jo 1.9).

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Autor: Filipe Luiz C. Machado
Fonte: 2 Timóteo 3.16
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Cristianismo e Aborto

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A demanda por aborto não é exclusividade de um único país, mas é comum hoje a todo o mundo ocidental. De um lado, certamente, havemos de reconhecer – e é muito importante que se entenda – que políticas a favor da legalização do aborto têm sido cada vez mais impostas verticalmente, a partir de governantes que seguem agendas políticas conscientemente dentro do processo de subversão cultural do Ocidente; de outro lado, devemos reconhecer que tal demanda é apenas a consequência de um longo processo de entropia cultural do mundo outrora cristão. Falha quem resume o problema apenas ao primeiro aspecto, julgando que tudo não passa apenas de uma militância revolucionária em favor de modelos socialistas; nesse sentido, a igreja muito comumente falha ao negar que exista tal militância, entendendo o problema como exclusivamente cultural. Mas é fato que a agenda revolucionária tem o único propósito de forçar, de impulsionar os resultados desse descarrilamento intelectual e espiritual do Ocidente. Os revolucionários, de certa forma, querem acelerar o processo que muitos deles creem ser a consumação dos tempos do humanismo. A demanda por aborto não surgiu por coincidência: ela é fruto de uma cosmovisão. 

Assim, bela e moderada

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Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia” (1 Timóteo 2:9)

Hoje eu me propus a tratar de um tema bastante pertinente e pouco tratado entre as jovens da nossa geração, venho falar sobre moderação nas vestimentas de uma mulher cristã, e quero me restringir apenas as mulheres solteiras, pois, o tema é bastante abrangente e enseja varias discussões, vou apenas tratar aqui, das jovens solteiras. Quero que vocês moças atentem para tudo que será dito neste texto, observem com atenção cada palavra, é muito importante que vocês compreendam que a forma como se vestem pode estar sendo pecaminosa, e este primeiro pecado seria o do adultério, mas, você pode estar agora se perguntando, se você é solteira, porque então, poderia haver o pecado do adultério? E eu te explico! Porque os homens, em geral, são muito mais afetados pelo que veem, do que as mulheres, roupas imoderadas podem ensejar no olhar pecaminoso de qualquer homem. O Senhor Jesus Cristo disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela”. (Mateus 5:27-28). Se um desejo lascivo como este é uma violação do sétimo mandamento, então, vestir-se intencionalmente de maneira que provoque ou estimule tal pecado, também deve ser pecaminoso. Por esta razão, o Catecismo Maior de Westminster mostra que o sétimo mandamento ensina “moderação no vestuário” (Resposta 138) e proíbe “imoderação no vestuário” (Resposta 139). As mulheres, em geral, são afetadas por uma combinação de estímulos, diferentemente dos homens. O desejo sexual é imediatamente despertado nos homens pelo olhar. “Fiz aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?” (Jó 31:1). Outros trechos da Escritura confirmam esta ênfase de que os homens pecam facilmente ao olhar para uma mulher. Não posso concluir também que haja má intenção em alguma irmã em Cristo em se vestir de forma imoderada, é meu dever como cristã em ser caridosa em meus julgamentos e atribuir as melhores intenções ao que os outros cristãos fazem. Eu tenho plena convicção de que há mulheres Cristãs que não tem a menor ideia do que causam nos homens com seu modo de vestir. Também sei que a responsabilidade da mulher é limitada e em alguns casos, exigir de uma mulher que evite toda a cobiça masculina, somente para se assegurar que não é ela quem está provocando é errado, sei que alguns homens podem cobiçar as mulheres não importando a forma como elas se vistam. O islamismo é um testemunho vivo do absurdo de se pensar que limites externos podem resolver o problema do pecado.

Em 1Timóteo 2:9, Paulo diz que, as mulheres devem se ataviar com “traje modesto”, vestindo-se “com pudor”. A ideia é de uma adequada reserva, com recato, sobriedade, moderação ou autocontrole. Por que então nos vestir? Referindo-se ao homem, antes da queda, lemos que “ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam” (Gênesis 2:25). Depois que Adão pecou, nos é dito que, “foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gênesis 3:7). E, depois, “fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu” (Gênesis 3:21). É evidente que o propósito das roupas era cobrir, mesmo que houvesse apenas Adão e Eva naquele lugar. Quero deixar claro, que devemos reconhecer a beleza feminina, pois, a mesma foi dada por Deus, a própria escritura nos mostra mulheres bonitas como, Sara, Raquel e as filhas de Jó, e se vestiam com extrema moderação, a beleza feminina foi concedida por Deus, e dessa forma devemos dar o devido valor e reconhecimento a mesma, não é pecado que os homens a reconheçam. A Santa Escritura não condena roupas bonitas e não exige deliberadamente um caráter monótono na forma de se vestir.

Você jovem solteira pode me trazer o seguinte questionamento: “Como poderei eu, solteira, conseguir um marido se não me fizer atrativa?” E eu trago pra você a resposta dada pelo Rev. David Silversides para o mesmo questionamento: “Primeiro, vestir com modéstia não significa vestir roupas feias ou tristes. Moderação e bom gosto sempre serão 'o seu melhor aspecto'. Segundo, a atenção masculina que você atrair para si por vestir-se de forma indecente não vale um centavo. E qualquer marido, obtido por tais meios, não será um marido que lhe fará como esposo. Pois, um homem que é lascivo antes de se casar continuará lascivo depois das bodas. O casamento ajuda os homens a buscarem a santidade; casamento não cura os homens que não são santos. A atração sexual tem sua importância dentro do casamento, mas um homem piedoso a manterá em justa medida. Ele não sentirá necessidade de vê-la vestida de forma indecente para decidir se você seria uma boa esposa em todos os sentidos, incluindo o aspecto físico. Terceiro, o vestir imodesto irá desencorajar os homens de Deus que podem estar pensando e considerando esta mulher. Ele ponderará se você é alguém sério em seguir a Cristo e, ainda, se você vai se vestir assim depois de casada. Então, não há vantagem alguma para uma mulher cristã vestir-se imodestamente.”

Moças, vos trago o conselho de Elizabeth George: “A mulher que é bela aos olhos de Deus enfeita-se diariamente com roupas que não fazem parte de seu armário. Provérbios 31.25 diz: 'A força e a dignidade são os seus vestidos'. Esses dois preciosos ornamentos são as peças mais importantes da indumentária de nossa mulher virtuosa, porque são vestimentas de um caráter piedoso.” Quero vos dizer, que não se atenham a padrões de beleza estipulados pelos homens, quero vos dizer que a maior beleza que vocês podem ter está em ser uma mulher virtuosa, piedosa. Não venho aqui hipocritamente condenar a moda, pois me pego sendo vitima dela por muitas vezes, de mesma forma, não venho querer dizer para que vocês percam o seu desejo de vestir-se bem, de arrumar o cabelo, ou fazer uma bela maquiagem, mas digo, que vocês atentem a forma como se vestem, eu vejo igrejas que se tornaram desfile de moda no domingo, o dia sagrado do SENHOR. Moças o centro de suas vidas, não pode ser a roupa do próximo culto, ou do próximo encontro com as amigas. Chamo a atenção de vocês para uma leitura complementar do texto da minha querida amiga Sonaly Soares, “A SANTIDADE VOS TORNA BELA”, leiam com atenção, compreendam o quão bela vocês serão em santidade: “Portanto as pessoas mais bonitas que podem existir nesse mundo, são aquelas que se assemelham a Ele, que foram recriadas nEle, para serem conformadas a imagem dEle (Rm 8.29). O que torna uma mulher bonita e admirável é a vida de Deus que foi gerada nela através da obra regeneradora do Espírito Santo e que se manifesta por meio da pureza, expressada em sua maneira de se vestir, como trata as pessoas, nos relacionamentos, na obediência aos mandamentos do Senhor, na maneira como se comporta com os homens, na forma de falar e em todos os aspectos da sua existência.” (Sonaly Soares)

Podemos tratar de forma pratica agora, exemplificando algumas roupas, como mini saias, mini biquinis, grandes decotes, ou roupas em geral, que não cumpram a sua função principal que é cobrir. Mostrar uma parte o todo de lugares que só devem ser conhecidos por seu marido é errado, o intuito dessas roupas é meramente sexual, a exemplo da mini saia que foi criada pela Mary Quant, ela diz que “Foi com o propósito de tornar o sexo mais disponível… Mini roupas são uma marca daquelas garotas que querem seduzir um homem”. Chamo a atenção de vocês, para Isaías 47:2,3, a Babilônia retratada como uma mulher que se exibe: “Toma a mó, e mói a farinha; remove o teu véu, descalça os pés, descobre afinal as pernas e passa os rios. A tua vergonha se descobrirá, e ver-se-á o teu opróbrio; tomarei vingança, e não pouparei a homem algum”. Vestir-se de forma moderada nunca vai indicar que nos vestiremos de forma brega, ou feia, e sim com elegância, se vestir bem, nunca vai ser o mesmo que se vestir de forma provocante. Nós, certamente devemos seguir os Puritanos em sua preocupação com a moderação no vestir, porque esta é uma exigência Bíblica, tanto para o século 17, quanto para o século 21.

Soli Deo Gloria.

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Autora: Rebeka França
Fonte: Donna Charada
Via: UMP da quarta
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Romanos 11:22-24 ensina que a salvação pode ser perdida?

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Romanos 11. 22-24 ensina que a salvação pode ser perdida? E que depois de perdida pode ser recuperada? Vejamos:

Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!” Romanos 11. 22-24 - ACF

Paulo, argumentando contra a soberba gentílica (que foi um efeito colateral do orgulho israelense, por ser a nação eleita, que causou uma soberba nos gentios agora alcançados pelo evangelho, uma vez que se sentiam superiores aos judeus – que o recusaram), usa a alegoria da videira para ilustrar seu ponto de vista. Os gentios deveriam ver no exemplo da severidade divina dada aos judeus motivos para temer ao Senhor e demonstrarem gratidão ao invés de orgulho. 

A Teologia do Pacto e os Sacramentos

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“Mas, uma vez que certos espíritos frenéticos excitaram graves perturbações na Igreja em nosso tempo por causa do pedobatismo, mesmo agora não deixam de produzir tumultos, nada posso fazer senão adicionar aqui um apêndice com o fim de coibir-lhes as fúrias...” (João Calvino)

Pois bem, parece que não foi somente nos tempos de Calvino que pessoas tem se levantado contra o verdadeiro entendimento dos sinais da aliança dada por Deus como estatuto perpétuo a Abraão e posteriormente a Moisés. E que permanecerão essencialmente e eternamente através do Novo testamento.

Tentarei fazer um breve resumo desta tão vasta doutrina, interligada a tantas e tantas outras, para que de uma forma bem simples possa ser entendida até pelos mais indoutos.

Não vou me ater ao período anterior a Abraão, até porque quanto mais extenso o texto, menos pessoas o lerão. E aqui começa nossa odisseia dentro do pacto da graça e seus símbolos em distintas dispensações.

Aprouve a Deus chamar um Homem, chamado Abrão e fazer com ele um Pacto, que serviria para ele e toda sua posteridade como estatuto perpétuo:

“... e falou Deus com ele, dizendo: Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas nações; E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto; E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti; E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus. Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. (Gênesis 17:3-11)

Antes de discorrer sobre tal doutrina, é importante que eu já abra um parêntese para dizer que, da mesma maneira como o povo da circuncisão (os judeus) no antigo pacto eram conhecidos como Filhos de Abraão por manterem a aliança dada ao seu Pai, assim também no Novo Pacto (não Novo no sentido de algo realmente iniciado do nada, mas no sentido de renovação, do grego kainós), Deus enxertou aos Filhos de Abraão os gentios, e deu a eles o direito de serem feitos coerdeiros da aliança filhos do novo pacto: “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.” (Gálatas 3:7).

Logo, confiados em Deus e nas Escrituras, podemos dizer que somos filhos de Abraão tão quanto os Judeus no Antigo Pacto o eram.

Sabendo agora que pertencemos ao mesmo pacto que Abraão foi chamado, devemos manter-se cumprindo dentro desse RENOVADO Pacto os sinais de nossa Aliança com Deus, a saber, o Batismo que aponta exatamente para as mesmas coisas que a Circuncisão apontava no seio da antiga aliança.

Sabemos que o conceito de Sacramento, segundo nossa Teologia Reformada é: “Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra.” (CFW)

O Reformador John Knox sabiamente escreveu:

Assim como os patriarcas sob a Lei, além da realidade dos sacrifícios, tinham dois sacramentos principais, isto é, a circuncisão e a páscoa, e aqueles que os desprezavam e negligenciavam não eram contados entre o povo de Deus, assim nós também reconhecemos e confessamos que agora, na era do Evangelho, só temos dois sacramentos principais, instituídos por Cristo e ordenados para uso de todos os que desejam ser considerados membros de seu corpo, isto é, o Batismo e a Ceia ou Mesa do Senhor, também chamada popularmente Comunhão do seu Corpo e do seu Sangue.

John Knox afirma sabiamente o que claramente é visto na Escritura, que ambos os sacramentos, de forma comparativa, tanto a Circuncisão quanto a Pascoa apontam exatamente para as mesmas coisas que o Batismo e a Santa Ceia. Duas Grandes Ordenanças de Deus ao Povo, tanto do antigo pacto, como no Novo Pacto.

Um dos Pilares da chamada Teologia do Pacto, é que pertencemos a mesma Igreja do Antigo Testamento, e que em ambos os momentos estamos sob a Graça de Deus. Outra coisa é que no Pacto Renovado (Novo - kainós), permaneceu toda a essência do antigo, sem, no entanto, permanecer as formas, isso se da no culto, nos sacramentos e em outros aspectos.

Apesar da Renovação ter mudado a forma visível dos dois grandes sinais do antigo pacto, como eu já disse, os significados continuam os mesmos... (me aterei apenas a questão do Batismo).

Muitos alegam que a Circuncisão no Novo testamento não aponta para o Batismo, pois a circuncisão do crente é dentro do coração, mas esquecem de que a verdadeira circuncisão do Judeu dentro do antigo pacto também era dentro do coração.

Moises disse: “Tão-somente o SENHOR se agradou de teus pais para os amar; e a vós, descendência deles, escolheu, depois deles, de todos os povos como neste dia se vê. Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz. (Deuteronômio 10:15-16).

É justamente isso que o Apostolo Paulo fala em Romanos: Mas é Judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra (Romanos 2:29).

Paulo (assim como Moisés) fala que a verdadeira circuncisão acontece no coração do Judeu. Isso indica que mesmo no tempo em que o sinal visível era a circuncisão na carne do prepúcio, ela não passava de um meio de Graça que indicava um sinal externo de uma graça interna. Assim como o Batismo aponta um sinal externo de uma graça interna, porque verdadeiramente é batizado quem o é interiormente, aquele que foi lavado pelo sangue, mortificado com Cristo e purificado de seus pecados.

Por isso o Apostolo Paulo é categórico em afirmar que nós, gentios, estamos também circuncidados porque fomos sepultados com Cristo pelo Batismo: “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. (Colossenses 2:11-12)

Mas isso gera a grande dúvida, mas se eles apontam para isso, não é necessário ter fé para participar? E as crianças? Porque as Batizamos então?

Oras, porque como disse bem Calvino:

“Quando o Senhor manda Abraão observar a circuncisão [Gn 17.1-10], ele prefacia que será o Deus dele e de sua semente, acrescentando que nele estavam a afluência e a suficiência de todas as coisas, para que Abraão tivesse consciência de que sua mão haveria de ser-lhe a fonte de todo bem. 

E diz mais...

Os filhos dos judeus, sendo também feitos herdeiros desse pacto, uma vez que se distinguiam dos filhos dos ímpios eram chamados semente santa [Es 9.2; Is 6.13]; pela mesma razão, ainda agora, os filhos dos cristãos são considerados santos, ainda que nascidos só de um genitor fiel; e, segundo o testemunho do Apóstolo [1Co 1.14], eles diferem da semente imunda dos idólatras.
Ora, quando o Senhor, imediatamente após ser firmado o pacto com Abraão, preceituou que nas crianças fosse assinalado um sacramento exterior [Gn 17.12], que justificativa, pois, podem os cristãos alegar para não atestarem e selarem hoje também em seus filhos?
O pacto é comum; comum é a razão de confirmá-lo. Só o modo de confirmar é diverso, porque àqueles era a circuncisão, a qual foi substituída pelo batismo. porque o sinal de Deus, comunicado à criança como um selo impresso, confirma a promessa dada ao pai piedoso e declara ter sido ratificado que o Senhor há de ser por Deus não só a ele, mas também à sua semente; nem quer que sua bondade e graça sejam acompanhadas não só por ele, mas ainda por sua posteridade até a milésima geração [Ex 20.6; Dt 5.19]. No qual primeiramente brilha a bondade de Deus para glorificar e enaltecer seu nome; e, segundo, para consolar ao homem fiel e dar-lhe maior ânimo para entregar-se totalmente a Deus, ao ver que não só se preocupa com ele, mas também com seus filhos e sua posteridade.

Com isso não há desculpa para a ausência dos filhos dos crentes no Batismo, pois são igualmente santos, como os filhos dos judeus eram santos, no antigo pacto.

Se deveras afirmamos que pertencemos à descendência de Abraão e que fomos incluídos a esse pacto, que somos corpo de Cristo e membros da mesma Igreja, negar todas essas verdades bíblicas é jogar todo o antigo pacto numa dispensação morta que pra nada serve a não ser o que foi escrito diretamente sobre as paginas do Novo testamento.

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Autor: Atila Calumby
Fonte: Mensagem Reformada
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A Metáfora do Cabelo Pintado

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Está na moda pintar os cabelos com cores diferentes da cor natural. É moda entre os adolescentes, entre as mulheres e principalmente, entre as pessoas da terceira idade. Os motivos que as levam a pintar são os mais diversos: contestação, necessidade de mudança, beleza estética, esconder a velhice dos cabelos brancos etc.

No ambiente evangélico, chama-nos a atenção o grande número de crentes que aderiram a moda de tingir os cabelos. Ironicamente, em metáfora e símile, os cabelos pintados artificialmente denotam a religião de teatro, isto é, aquela que se preocupa apenas com a aparência. Jesus Cristo, na época do seu ministério, ao combater esse tipo de religião, utilizou-se de uma metáfora semelhante: sepulcros caiados. Podemos, então afirmar que os cabelos pintados denotam a religião teatro ou o farisaísmo no novo milênio.

Quais os sinais da religião teatro? Quais os sinais que identificam os fariseus do novo milênio?

O primeiro sinal é o do discurso desligado do exemplo. Dizem e não fazem. Disse Jesus: "Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem". (Mt 23.3). Infelizmente, alguns que se acham grandes líderes na igreja, poderiam ser enquadrados nesta premissa: façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço.

O segundo sinal é o das exigências legais somente para os outros. Legislam, mas não cumprem. Disse Jesus: "Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto eles mesmos nem com o dedo querem movê-los" (Mt 23.4). É como disse um colega: Na igreja, para os amigos tudo, para os inimigos a lei. Os códigos e as leis religiosas são usadas parcialmente, conforme o interesse de quem legisla ou interpreta. Muitas injustiças são cometidas dentro da legalidade. 

O terceiro sinal é o da ostentação. Fazem para aparecer. Disse Jesus: "Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens" (Mt 23.5). A ostentação se manifesta através do exibicionismo, busca frenética pelos lugares de honra ou a luta política pela manutenção dos primeiros lugares, adoração pelo reconhecimento público (saudações) e paixão pelos títulos honoríficos. O marketing eclesiástico tem sido um instrumento poderoso na mão dos atores religiosos.

Na figura dos cabelos pintados temos a mudança apenas do exterior. Enquanto, o visual se apresenta novo, a raiz é velha. A partir dessa raiz antiga, dá-se a matiz que desejar. É a figura do líder espiritual que apresenta um discurso antigo com aparências de novo. E assim como se muda a coloração da tinta, esse líder muda o seu discurso conforme os seus interesses e espectadores. Eis os sepulcros caiados do novo milênio!

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Autor: Rev. Arival Dias Casimiro
Fonte: Resistindo a Secularização, SOCEP 2002. Págs. 46-47.
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