Como você se posiciona frente aos vários acontecimentos do mundo? Qual a sua opinião a respeito do aborto e da sexualidade? Como você vê o casamento? Qual deve ser o destino da educação e da política? Homossexualismo? Sobre o trabalho? Educação infantil? A resposta para todas estas perguntas dependerá em qual cosmovisão você crê. E para todas estas perguntas o cristianismo oferece respostas adequadas. Esta é a Cosmovisão Cristã! O Cristianismo aborda vários temas sobre a vida, trabalho, sexualidade, educação, política, ética, família e sobre muitas outras coisas presentes na sociedade. Tudo isso faz parte de uma Cosmovisão Cristã. Mas, o que é “cosmovisão”? Cosmovisão é um conjunto de suposições e crenças que alguém usa para interpretar e formar opiniões acerca da sua humanidade, propósito de vida, deveres no mundo, responsabilidades para com a família, interpretação da verdade, questões sociais, etc. Todo ser humano possui uma cosmovisão, mesmo que ele não saiba. Uma cosmovisão define o que a pessoa é, o que ela irá defender e até como irá viver. É a maneira pela qual a pessoa vê ou interpreta a realidade. É uma visão que direcionará a maneira como você verá e interpretará o mundo. Ela é como um óculos, para que a realidade faça sentido é preciso visualizá-la de acordo com uma cosmovisão coerente e verdadeira, ou seja, com as “lentes corretas”. A cosmovisão é como um mapa mental que nos diz como navegar de modo eficaz no mundo. Porém, hoje, vamos focar em uma Cosmovisão Cristã. Para o cristão, ela vai colocar o entendimento do universo como criação de Deus, e em todas as esferas de conhecimento, possíveis de estarem presentes na humanidade, como procedentes do Deus único e verdadeiro, Senhor do universo, comunicadas a nós por Cristo “… no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2.3). Uma Cosmovisão Cristã é fundamental para ser um contraponto aos sistemas ideológicos vigentes na atualidade. O mundo diz que a moral é relativa, a Bíblia diz que ela é absoluta. O mundo secular exalta o homem, exalta governos, exaltam intelectos e pensamentos, a Bíblia exalta a Deus e sua Soberania. Implantar uma cosmovisão cristã é uma necessidade, vide o fracasso das cosmovisões seculares. Ao observarmos a sociedade, fica evidente que ela vai muito mal. O relativismo e o politicamente correto têm tomado conta da televisão, das notícias, das pessoas. A sociedade se tornou um antro de pornografia, violência, de gratificação imediata dos prazeres. O culto ao homem tomou lugar do culto a Deus. Os preceitos morais estão a cada dia sendo “desconstruídos” e erradicados. A família se tornou descartável, perdeu sua importância, tornou-se apenas um mero arranjo entre pessoas. Por tudo isso, há uma necessidade urgente de estabelecer uma Cosmovisão Cristã, há a necessidade de que ela seja ensinada aos cristãos e à sociedade. Por isso, a importância de escolas cristãs, de faculdades e centros acadêmicos que tenham a palavra como balizador de seus ensinos. A fé cristã deixa de ser uma “questão religiosa” para o domingo, apenas para dentro das igrejas, e volta a assumir o seu posto original de guia moral e cultural para o mundo. O Cristianismo vai além da fé que temos ou do culto que prestamos na igreja. Ele é uma estrutura para compreender e modificar a sociedade, a realidade. Vai muito além das questões religiosas, ele define a moral de um povo, de uma sociedade. Através dele podemos moldar a cultura de uma nação, podemos mudar o rumo de uma sociedade. Não nos deixemos moldar pelas visões vigentes neste mundo, não andemos de braços dados com ideologias pagãs e satânicas, olhemos para a Palavra, e dela devemos extrair uma cosmovisão para nossas vidas e para toda uma sociedade. Soli Deo Glória!
Izzy Nobre publicou para seus quase 400 mil inscritos um vídeo chamado "Quem inventou o Cristianismo?", argumentando, dentre outras coisas, que Paulo é o verdadeiro centro doutrinário da fé cristã. No vídeo-mamute de hoje, decidimos assistir ao vídeo do Izzy e comentar as principais (ou nem tanto) atrocidades que ele declara pra internet. Pega sua pipoca, senta confortável e chama a família, porque são mais de 60 minutos de teologia, história, apologética e cacetada das mais comedidas e amorosas na cabeça de vlogueiro arrogante. Assista:
Nem todos os que hoje se consideram cristãos aceitam que Jesus, foi e fez o que os Evangelhos nos dizem. Em 1994 uma pesquisa revelou que 87% dos americanos acreditavam que Jesus ressuscitou literalmente dos mortos. Três anos depois, a pesquisa descobriu que 30% dos americanos que se consideram verdadeiros cristãos não aceitavam que a ressurreição de Jesus tenha sido algo físico e literal, mas sim uma série de experiências psíquicas dos seus discípulos, que de alguma forma os transformou completamente.
Para mim é uma alegria as muitas tradições que vieram a estar associadas com o Natal, em nossa sociedade. Todas estas tradições combinam para fazer a época do Natal feliz, uma época na qual geralmente nos encontramos mais festivos, generosos e benevolentes. Não sou de forma alguma uma daquelas vozes exigindo a remoção destes prazeres do Natal, prazeres estes que não causam danos e que causam satisfação. Mas certamente, o significado do que chamamos “Natal” é muito mais profundo do que qualquer destas coisas. É a celebração de um nascimento, o nascimento de Jesus em Belém. A história de José, a virgem Maria, o bebê Jesus, os Pastores e os Magos – e Herodes! – é uma história familiar para a maioria dos americanos. E é certo que assim o seja: nunca na história houve outra virgem que concebesse e desse à luz uma criança! É um evento verdadeiramente extraordinário! Mas mesmo assim, o significado do Natal é mais profundo do que isto. A coisa mais extraordinária é esta: O nascimento de Jesus não foi o princípio da sua existência! Para colocar de uma outra forma, Sua origem não está de forma alguma relacionada com o Seu nascimento. Se isto é um pouco difícil de entender, não se sinta sozinho. Mas isto é precisamente o que as Escrituras nos dizem. De fato, houve um profeta de Israel, por nome Miquéias, que disse que este que nasceria em Belém era um “cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Isto é, Ele veio da eternidade, para entrar no tempo. Agora, claramente, esta linguagem é completamente inapropriada com referência a qualquer humano comum. O profeta Miquéias estava mui enfaticamente afirmando o fato de que Jesus não era um homem meramente: Ele é Deus. Ele é Deus como um homem. Este, e nada menos, é o significado do Natal. É mais do que uma história de um bebê. É a história de como o Deus eterno se tornou um bebê! Este é um evento que é único na história, tão significante que mudamos nosso calendário por causa dele – Antes de Cristo (a.C.) e Depois de Cristo (d.C.). E é assim mesmo que deveria ser. Toda a história até este ponto estava em antecipação do evento. Desde o tempo quando o homem caiu em pecado e se arruinou no paraíso, a promessa estava aguardando o cumprimento. A promessa foi primeiramente feita a Adão e Eva – alguém da “semente da mulher” viria e destruiria o tentador. Ela foi dada a Abraão – em alguém de sua semente “todo o mundo será abençoado”. Foi dada novamente a Davi, o maior Rei de Israel – seu “maior filho” prosperará em paz em seu trono para sempre. E era na antecipação desta própria promessa que todo o povo de Deus vivia. E assim, a própria história está centrada n'Aquele que finalmente veio à Belém. Ele era o cumprimento das antigas esperanças de Israel. Uma pergunta permanece: a simples questão, “Por que?” Por que, em nome da razão, o Deus eterno se tornaria um homem? A resposta novamente é encontrada nas próprias promessas: Ele veio para ser o Libertador, nosso Libertador do pecado. A justiça de Deus requer que o pecado seja punido em todas as Suas criaturas. E a punição é a morte. E assim, deixados a nós mesmos, devemos morrer – física, espiritual e eternamente. Não há escapatória – somos incapazes de nos salvar. O que precisamos, então, é de um Salvador – alguém que esteja disposto a morrer em nosso lugar. Além disso, alguém que seja sem pecado e Ele mesmo, não merecedor da morte. Mas somente Deus é sem pecado – e Ele não pode morrer! Isto é, a menos que se torne um de nós. E este é precisamente o resto da história. Em Belém Deus se tornou homem para morrer na cruz pelos homens, sofrendo o castigo pelos seus pecados. Em assim fazendo, Ele se tornou nosso Salvador. Ele veio sofrer a condenação da Sua própria lei, a lei que nos condenava. O Natal, então, marca um evento significante no calendário de Deus da redenção. Ele prometeu salvar, e este primeiro Natal foi o cumprimento desta promessa. Tudo isto é resumido naquelas palavras familiares de João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Não, nós não temos nada contra as tradições, de forma alguma. Mas os pensamentos que enchem os nossos corações são estes: O Natal é a maior história de amor jamais contada. É a história do maior amor já dado. E é a história do maior Dom – o Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.
*** Autor: Fred G. Zaspel Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto Fonte: Monergismo
A questão é um barril de pólvora. Aqueles que respondem imediatamente "sim" podem arremessar tantos barris de evidência anedótica como aqueles que gritam "não". Poucos tratam isso como uma questão legítima - as opiniões são dadas num tom que implica que a própria questão viola o senso comum. São dadas respostas diferentes. Diferentes passagens são citadas. Diferentes colinas são construídas e desfeitas.
Introdução Ao examinarmos ainda que rapidamente o assunto – evangelização – pelo prisma mais popular notamos que comumente algumas frases prontas são utilizadas como:
a) “Aceite Jesus, ele quer morar em seu coração...”
b) “Dê uma chance a Deus, ele pode mudar sua vida...”
c) “Jesus te ama e quer te salvar... só depende de você...”
Esse tipo de abordagem é totalmente antropocêntrica, ou seja, a preocupação maior da evangelização é o homem, e vale tudo para que o homem entenda a mensagem. De fato, o homem é alvo da graça de Deus e por ter sido feito a imagem e semelhança do criador ele precisa cumprir os mandatos que lhe foram dados no início, mas, sem a graça redentora de Deus ele não poderá cumprir esses mandatos contidos em Gênesis 1.26-30. Nessa passagem nós temos três mandatos pactuais – mandato cultural, mandato social e mandato espiritual. Esses mandatos foram dados antes da grande comissão (Mt 28.19), nesses mandatos dados pelo Criador o homem teria que glorificar a Deus em todas as suas atividades culturais, em todas as suas atividades familiares e em toda sua atividade espiritual. Ao estarmos na Queda do pai da raça que era Adão não seria possível o homem cumprir esses mandatos como Deus havia determinado, o pacto foi quebrado, e na teologia aliancista chamados esse pacto de: Pacto de Obras. E o que viria a ser o Pacto de Obras? Primeiro, entendamos em que consiste esse pacto e o que é o pacto de obras, a Confissão de Fé de Westminster (CFW) nos diz que
Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como seu Criador, nunca poderiam fluir nada dele como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto [1].
O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal [2].
Essa é nossa base inicial para que compreendamos qual a posição do homem na evangelização e qual a posição de Deus na salvação de pecadores. Notemos que o homem não é o personagem principal no drama da salvação, mas, Deus. Por isso chamamos a evangelização bíblica de Teocêntrica e não de Antropocêntrica, a evangelização bíblica tem Deus no centro e não o homem. Visto que o homem quebrou esse pacto de obras o próprio Deus providenciou outro pacto para a salvação do homem caído vejamos:
O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para vida o Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer [3].
Isso nos dá a base para afirmar que todo homem que não creu no Filho de Deus como seu suficiente salvador está debaixo do pacto de obras, notemos que ele está sob o pacto de obras, mas, não pode cumpri-lo porque está caído, está irredimido, está destituído da glória de Deus como nos diz o Texto Sagrado: “...pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. (Romanos 3.23-NVI)
A cantora Priscilla Alcântara realmente foi infeliz em seu comentário. Segundo ela, a religião diz que somos pecadores, mas nós (os cristãos) não somos, pois, Cristo tirou o nosso pecado. E agora nós somos santos. Por pertencemos a um Deus que é perfeito, também nos tornamos perfeitos, segundo sua fala.
Antes de entrar no cerne da questão, acredito que a forma como muitos procederam com relação a pessoa da Priscilla foi algo que passou do tom. Sei que dá para corrigir sem taxá-la de herege e adjetivos afins. Também alerto que o seu equívoco doutrinário não é termômetro para julgar a veracidade de sua fé. Há um mal no Brasil de que cantor gospel tem que sair pregando sem ter dom nem chamado para tal. Ela está inserida nessa - digamos - "cultura" prejudicial ao Ministério da Palavra. E isso pode e deve ser combatido, mas que não se misture alhos com bugalhos: o zelo doutrinário não pode virar um neo-gnosticismo. Não sei a quanto tempo ela professa o credo cristão e desconheço a igreja que a mesma frequenta. As respostas para essas duas questões devem ser levadas em conta, pois, ainda há tempo para a Priscilla crescer em graça e no conhecimento do SENHOR, evitando assim algumas interpretações truncadas do Evangelho. Para isso, é bom sentar e aprender, não se considerar apta para ministrar a Palavra. Enfim... A Priscilla erra ao desconsiderar que em Cristo somos justificados e nossos pecados não mais serão contados no Dia do Juízo. Somos salvos pela graça, mas o Cordeiro de Deus pagou o preço. Em outras palavras, somos salvos da condenação e libertos do poder do pecado, declarados justos diante do Supremo Juiz pelos méritos de Cristo. O que não anula a nossa inclinação adâmica para pecar. O fato de sermos santos em Cristo, é real, todavia não consumado. Deixaremos de sermos pecadores em definitivo apenas no advento da segunda vinda, quando adentrarmos no Reino dos Céus "ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso". Filipenses 3:21 Até lá, temos que reconhecer diante de Deus que somos pecadores, carentes da graça diariamente. Paulo diz: "Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!" 1 Coríntios 10:12. E João é taxativo ao afirmar que: "Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós." 1 João 1:8. Por isso a confissão de pecados é essencial para uma vida piedosa. Lutero foi sábio ao dizer que o cristão é simultaneamente justo e pecador. Esta tensão é vivenciada por todos os remidos até estarmos em definitivo com o nosso Redentor. Lemos na Escritura o seguinte: "Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam". Gálatas 5:17 Então, sendo bíblicos, há que se discordar veementemente da ideia de que não somos pecadores. E nem a doutrina da justificação, que nos torna santos posicionalmente em Cristo, servirá para amenizar o que foi dito pela Priscilla. Nosso status em Cristo (repito: real, mas na espera da consumação) não nos torna livres da inclinação pecaminosa, que provém de nossa carne. Aqui, neste mundo, estamos em santificação, que é um processo. E faz parte deste processo, o reconhecimento de nossa condição pecaminosa aliado a uma vida constante de confissão e contrição por nossos pecados. Que todo cristão venha entender isso, incluindo a Priscilla Alcântara, pois esta é a sã doutrina, Palavra que gera vida e nos coloca na dependência do nosso Deus bendito.
[Este será o quarto post de uma série de n partes, onde n>1 e provavelmente n<10] Nesta série embaraçosamente intermitente, eu tenho tratado da seguinte pergunta: Quão bem o Molinismo é apoiado pela Bíblia? No primeiro post, eu argumentei que o Agostinianismo e o Molinismo podem igualmente acomodar a providência divina abrangente e o conhecimento de Deus sobre os contrafactuais de liberdade das criaturas, ambos claramente afirmados pela Bíblia. Concluí observando que, para mostrar que o Molinismo é mais bíblico do que o Agostinianismo, precisaríamos identificar uma proposição p que (i) fosse afirmada pelo Molinismo, mas negada pelo agostinianismo, e (ii) que fosse afirmada ou que estivesse claramente implícita em algum ensinamento bíblico.
Temos acompanhado atualmente um grande número de evangélicos, especialmente os jovens, aderindo às doutrinas reformadas como modelo doutrinário. Isto nos alegra, pois é sempre bom ver crentes querendo conhecer mais a Deus através do arcabouço de teses reformadas. Porém, o que de um lado nos traz alegria, por outro lado gera uma preocupação enorme ao constatarmos que muitas dessas adesões são feitas apenas por modismo (pra onde a galera tá indo, eu também vou). Poderiam perguntar: "Mas não é bom, pois no meio disso tudo tem gente comprometida?". Seria, se esta adesão fosse simplesmente fogo de palha, mas não é. E pior, é uma adesão sem compromisso com os princípios bíblico-reformados. E isto causa uma anomalia, uma deformação, um reformado longe do Sola Scriptura, um cristianismo sem Cristo, um ateísmo prático. Verdadeiras deformações. Estas manifestações não só passam longe dos princípios da reforma como fazem muitos se afastarem deles. Há também aqueles que já vivem em igrejas reformadas e até professaram a fé, acham bonito o modelo reformado, mas na prática, vivem do jeito que querem e não desejam prestar contas a ninguém. Onde quero chegar? No simples fato de que é moda se dizer reformado, mas viver de acordo com isto são outros quinhentos. Ou seja, por mais que se diga cristão reformado e até professe publicamente tal fé, é no viver que isto vai se manifestar. O grande estopim disso tudo é que, quando se trata de viver as Escrituras, começa-se a relativizar as Escrituras. "Eu sei que a Bíblia diz assim, mas não tem nada demais." E, assim, de nada demais em nada demais, vai se tentando fazer largo um caminho que é estreito, e forçar uma porta também estreita. Quando se pergunta a posição de um crente sobre determinado assunto, a resposta começa assim: "Na minha opinião...", quando deveria ser: "Conforme as Escrituras..". E, assim, poderíamos expressar melhor a unidade do pensamento cristão sobre família, governo, trabalho, descanso e muitos outros assuntos presentes em nossa vida e que fazem parte de nossa estada neste mundo. Quando trocamos a Escritura pelo que achamos, caímos no pecado da idolatria e passamos a viver como senhores de nossas vidas. Não, não é assim, pois o "sola scriptura" (2 Tm 3.14-17) deve ser uma constante em nossas vidas e viver longe disso só vai trazer juízo (Os 4.6). Ao colocarmos as Escrituras acima de nosso pensar, glorificamos a Deus, mortificamos nossa carne e vivemos, na prática, o lema igreja reformada sempre reformando. O oposto também causa prejuízos enormes: à igreja, pois um testemunho de vida longe das Escrituras afeta a todos os membros; ao crente que vive longe dos princípios das Escrituras; e também aos perdidos, que em vez de serem exortados a confessarem e se arrependerem de seus pecados, são estimulados a continuar atolados em sua miséria por cristãos deformados em suas práticas de vida. Será que pensamos nisto quando mantemos ou estimulamos crentes a namorarem descrentes? A Bíblia é clara quando diz não haver comunhão entre luz e trevas. Mas, mesmo assim, muitos jovens enveredam por esses caminhos, e quando são exortados, sejam por pais ou por outros crentes, se dizem julgados e não admitem estar fazendo nada de errado. Sexo antes do casamento? Como Deus pode reprovar o amor? Estes são apenas alguns exemplos. No seu livro Ouro de Tolo (p. 13), publicado pela Editora Fiel, John MacArthur afirma que
"De fato, o discernimento está tão na moda quanto a verdade absoluta e a humildade. Fazer distinções e julgamentos claros contradiz os valores relativistas da cultura moderna. O pluralismo e a diversidade tem sido exaltados como virtudes mais elevadas do que a verdade. Não devemos estabelecer limites definitivos ou afirmar qualquer absoluto. Isto é considerado retrógrado e deselegante. E, embora esta atitude para com o discernimento bíblico seja esperada do mundo secular, ela tem sido cada vez mais abraçada por um número cada vez mais de cristãos evangélicos."
O livro é de 2005, mas mostra claramente o mal que assola o evangelicalismo brasileiro. A vida de renúncia está cada vez mais longe dos cristãos modernos. Parece até que textos como Mt 16.25 e 1 Pe 3.8-17 sumiram das Bíblias do povo. Queremos viver uma vida nos regalando do bom e do melhor por aqui, como se isto fosse tudo que temos. A filosofia do "comamos e bebamos que amanhã morreremos" tem afetado os crentes, e estes tem corrido desenfreadamente atrás do tesouro corruptível e deixando o que tem realmente valor em segundo plano (Mt 6.20). É promoção no trabalho, melhores salários, aquisição de mais bens de consumo, nem que pra isso morramos de trabalhar relegando a família, o descanso e o Dia do Senhor. Como pais dizemos que queremos nosso filhos crescendo piedosamente, mas os entupimos de atividades, preparando-os para este mundo e não para glorificar a Deus neste mundo; dizemos querer nossas filhas sendo esposas submissas e piedosas, mas na prática, enfatizamos o curso superior que ela deve fazer do que qualquer outra coisa. Estas coisas citadas são legítimas, mas se colocadas em primeiro plano desonram a Deus, afastam o crente do culto, pois a atividade (ou trabalho para os adultos) é sempre mais importante. Queremos uma igreja fiel às Escrituras, mas relativizamos a aplicação dos princípios bíblicos por medo de perder membros e a disciplina, uma das marcas distintivas de uma igreja, vai se tornando peça de museu. No aspecto litúrgico, os cultos tem sido cada vez mais centralizados no homem, as celebrações tem sido cada vez mais transformadas em shows, pastores e cantores se fazem artistas se apresentando, enquanto o público sai satisfeito por ter visto o espetáculo da fé. Lamentável! O Soli Deo Gloria há muito tem dado lugar ao glória ao homem. O pecador, em vez de ser confrontado com seu pecado, tem seu ego massageado, o crente, em vez de prestar um culto a Deus, quer receber entretenimento de qualidade. Sobre este assunto, e falando especificamente sobre pregação, MacArthur diz:
"A pregação 'sensível aos interessados' nutre pessoas centralizadas em seu próprio bem estar. Quando você diz às pessoas que o principal ministério da igreja é consertar para elas o que estiver de errado nesta vida - suprir suas necessidades, ajudá-las a enfrentar seus desapontamentos neste mundo e coisas assim - a mensagem que você está enviando é que os problemas desta vida são mais importantes do que a glória de Deus e a majestade de Cristo. Novamente, isto corrompe a verdadeira adoração."
O cenário é caótico. Em vez de reformados, temos verdadeiros cristãos deformados. Mas Deus é fiel com a sua Palavra e sustenta seu povo. Mesmo em meio ao caos, o remanescente é sustentado (veja o exemplo do profeta Jeremias), Josué e Calebe, entre outros. Todos estes testemunharam momentos terríveis de desobediência na história do povo de Deus, mas foram sustentados por Deus e se mantiveram firmes na fé. Assim tem sido com pastores e igrejas que, mesmo em meio às dificuldades, pecado e apostasia, mantem-se fiéis a Deus, aos princípios bíblicos e confessionais, sendo sal e luz neste mundo mergulhado na podridão do pecado. Jovens buscando relacionamentos saudáveis, castos e santos. Mulheres submissas aos seus maridos e homens que amam suas esposas a ponto de dar a sua vida por elas, e assim, refletindo a graça do amor de Cristo por seu povo. Pais que orientam seus filhos nos princípios bíblicos, no caminho em que devem andar, vendo-os crescer em estatura, graça e sabedoria, da qual o princípio é o temor ao Senhor (Pv 1.7). Cristãos comprometidos com o mandato cultural, manifestando a glória de Deus nesta sociedade pervertida, sendo bons servos, patrões, alunos, professores, motoristas, e em tudo que Deus nos colocar, a fim de glorificar o seu santo nome. Deus nos conduza a estar neste rol. Através da santa reforma pela Palavra, abandonemos o conformar-se com o século (deformação), tomando a forma de Cristo (2 Co 3.18), para a glória d'Ele. Deus nos abençoe!
*** Autor:Presb. Cicero Pereira Fonte: UMP da Quarta
Não me delongarei grandemente no assunto proposto, pois muito já se tem dito sobre a pornografia, de modo que pretendo ser bastante direto. Já disse certo autor que a diferença entre os "grandes cristãos" e os de nossos dias, é que aqueles tinham a consciência de que eram fracos, enquanto nós sustentamos a falsa ideia de que somos fortes. Ele estava certo. A tentação às coisas pornográficas, sejam elas pelo computador ou andando pela rua e cobiçando as mulheres alheias (seja você casado ou não), quase sempre acontece nos momentos em que nós pensamos: "não vai acontecer nada". Sim, não minta para você mesmo. Nós homens (mas sem excluir as mulheres) sabemos que as inúmeras vezes em que caíamos neste pecado, há íntima relação com uma falta de confiança no Espírito Santo do Senhor, de maneira que quando nos apercebemos, já estamos envoltos ao pecado. Sobre este "caminho a percorrer" até a consumação do pecado, bem delineou o salmista em seu Salmo 1. Assim lemos: "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Sl 1.1). Observemos como em primeiro lugar, existe o ouvir do conselho dos ímpios, isto é, aqui em nosso assunto, passamos a ouvir as conversas ímpias sobre prostituição, fornicação, pornografia, traição (no local de trabalho, faculdade, antigos colegas...) e isto acaba sendo, por vezes, colocado em nossas vidas como algo bom, desejável e glorioso - mesmo que saibamos não ser assim! Em segundo lugar, se damos ouvidos ao conselho dos ímpios, logo nos detemos nos seus caminhos e passamos a cogitar a possibilidade de praticar tal pecado, afinal, parece ser algo tão bom! Em terceiro lugar, se já seguimos os passos anteriores, então acabamos por nos assentarmos junto aos escarnecedor e cometemos os mesmos pecados que eles. Voltando ao perigo de nos acharmos fortes, se visualiza, então, que o primeiro passo para se vencer o pecado da pornografia, é reconhecer que, sem Deus, nada podemos fazer, conforme o Filho já nos disse: "sem mim nada podeis fazer" (Jo 15.5). Mas este passo continua, de modo que devemos, igualmente, reconhecer que não venceremos esta tentação. Explico. É comum os cristãos interpretarem a Escritura de maneira equivocada, como, por exemplo: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). Daí o crente deduz que, se ele resistir durante algum tempo às tentações, chegará o momento em que o Diabo não mais o tentará. Entretanto, em sintonia com o restante das Escrituras, aprendemos que as tentações são umas das fontes de Deus para nos fortalecer - "Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam" (Tg 1.12). Ademais, devemos lembrar que a Escritura registra o brado do apóstolo, nos mostrando que até mesmo os mais ilustres cristãos passaram por sequências de desastres espirituais: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim [...] Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado" (Rm 7.14-17; 24-25). É evidente que o apóstolo não está afirmando que existem "crentes carnais", mas sim que naturalmente o homem é vendido ao pecado e que por isso, enquanto aguardamos ansiosamente a redenção desta vida (Rm 8.22-23), percebemos o quão necessitados somos de Cristo, de maneira que quando damos vazão à natureza pecaminosa, fazemos o que sabemos ser pecado e não realizamos o que temos a ciência de ser santo e agradável ao Senhor. Portanto, um grande erro cristão é crer que ele pode viver sem determinadas tentações. Crente, por favor, ore ao Senhor e tenha a certeza de que, mesmo sendo você livre de certas ciladas do inimigo, sempre este investirá contra a vida dos Seus santos, "porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1Pe 5.8). É preciso lembrar, outrossim, que se hoje você é jovem e é tentado com a pornografia, não espere que a idade faça você perder estes desejos, afinal, a natureza pecaminosa, ainda que "perca suas forças sexuais" com o passar do tempo, ela se manterá muito firme em sua mente, de maneira que não se deve ver o definhar do corpo físico como sinônimo de santidade ou livramento do pecado, pois a Escritura é certeira: "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente" (Gn 6.5 - grifado agora). Lembrando, também, do que nos diz Jesus: "A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso" (Lc 11.34). Bem, mas como, então, podemos fazer para vencer esta terrível tentação e que a tantas vidas e famílias têm destruído? Você deseja uma resposta sincera ou uma paliativa, isto é, momentânea? Se deseja algo para este momento de crise, então a resposta é objetiva, bastando seguir alguns passos:
- Pare de usar o computador; sim, possivelmente você pode - lembre de que é melhor entrar no Reino dos céus aleijado, do que ir com todo o corpo para o inferno (Mc 9.43).
- Se você realmente não tem opção, então peça para alguém lhe supervisionar - é melhor confessar o pecado e ser sarado (Tg 5.16), do que viver na falsidade e pecado.
- Sendo casado, converse com seu cônjuge e exponha sua dificuldade. Você tem a obrigação de fazer isso (clique aqui para ler um texto importante neste sentido) e seu cônjuge é seu melhor amigo, de maneira que o poderá sustentar e ajudar.
- Procure transitar por ruas onde a "poluição visual" seja menor.
- Limite seus passatempos e amizades, a fim de poder ser fortalecido.
Todavia, se o seu desejo é realmente ser livre (sem excluir os conselhos acima), eu recomendaria uma única coisa: ore, meu irmão(ã). Não existe nenhuma receita para "nunca mais ter problema com a pornografia" e eu não ousaria lhe dar "10 passos" ou "20 coisas para fazer", como se isto fosse resolver este pecado. Entenda, porém, que a Escritura nos é firme em nos dizer que nós sempre lutaremos contra o pecado, afinal, "a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis" (Gl 5.17). Quer dizer, não espere nunca mais ter dificuldades com a pornografia. Ademais, a Escritura nos dá uma série de exortações neste sentido de manter a oração e demonstra firmemente que, enquanto estivermos nesta terra, precisaremos buscar muito ao Senhor. Convém, porém, lembrar das santas palavras, sempre que você incorrer neste pecado: "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras" (Ap 2.5). Em tempo, ainda, não raro a pornografia é a primeira porta para demais desgraças, conforme lemos: "Um abismo chama outro abismo" (Sl 42.7). Fuja da aparência do mal (1Ts 5.22)! Para alentar os corações que constantemente caem neste pecado, é bem verdade que a Bíblia diz, "vai-te, e não peques mais" (Jo 8.11), mas também nos dá o conforto: "Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus" (Sl 51.17). Portanto, da próxima que pecar com a pornografia, vá até Cristo e n'Ele busque guarida, porque como nos diz o salmista, "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl 119.71) e também como Davi, o qual após numerar a Israel e reconhecer o seu pecado, firmemente expressou: "Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens" (1Cr 21.13 - grifado agora). Melhor nos será ser castigado por Deus e sofrer certas disciplinas, "Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho" (Hb 12.6), do que nos afastarmos d'Ele e ficarmos sem correção, afinal, "se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos" (Hb 12.8). Que Deus abençoe a todos os cansados e abatidos. Que Ele nos encha de um profundo senso de pecaminosidade, a fim de sempre buscarmos ao Seu Filho, o qual pela Igreja se entregou (Ef 5.25) e por ela tudo venceu. Deseja vencer este pecado da pornografia? Então obedeça a Escritura, pois "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (1Jo 1.9).
A demanda por aborto não é exclusividade de um único país, mas é comum hoje a todo o mundo ocidental. De um lado, certamente, havemos de reconhecer – e é muito importante que se entenda – que políticas a favor da legalização do aborto têm sido cada vez mais impostas verticalmente, a partir de governantes que seguem agendas políticas conscientemente dentro do processo de subversão cultural do Ocidente; de outro lado, devemos reconhecer que tal demanda é apenas a consequência de um longo processo de entropia cultural do mundo outrora cristão. Falha quem resume o problema apenas ao primeiro aspecto, julgando que tudo não passa apenas de uma militância revolucionária em favor de modelos socialistas; nesse sentido, a igreja muito comumente falha ao negar que exista tal militância, entendendo o problema como exclusivamente cultural. Mas é fato que a agenda revolucionária tem o único propósito de forçar, de impulsionar os resultados desse descarrilamento intelectual e espiritual do Ocidente. Os revolucionários, de certa forma, querem acelerar o processo que muitos deles creem ser a consumação dos tempos do humanismo. A demanda por aborto não surgiu por coincidência: ela é fruto de uma cosmovisão.