No Molde do Mundo – M. Lloyd-Jones

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Não deixe que o mundo encaixe você no
molde dele. Romanos 12.2. (J. B: Phillips)

(As bem-aventuranças) indicam claramente. . . a essencial e total diferença que existe entre o cristão e o não-cristão. O Novo Testamento considera (esta diferença) como algo absolutamente básico e fundamental; e... a primeira necessidade da Igreja é o claro entendimento dessa diferença essencial. Ele ficou obscurecida; o mundo penetrou na Igreja e a Igreja mundanizou-se.

A fronteira não é tão nítida como já foi. Houve épocas em que a distinção era definidamente traçada, e essas foram sempre as eras mais grandiosas da história da Igreja. Conhecemos, todavia, os argumentos que têm sido apresentados. Uma coisa que nos têm dito é que precisamos tornar a Igreja atraente para o homem de fora, e a idéia é que nos tornemos tão parecidos com ele quanto pudermos. Houve alguns padres populares, durante a Primeira Guerra Mundial, que se misturavam com os homens e fumavam junto com eles, e faziam isto, aquilo e outras coisas com eles, para animá-los.

Alguns achavam que, corno resultado disso, quando acabasse a guerra, os ex-combatantes iriam encher as igrejas em multidões. Contudo, não aconteceu isso, è jamais se deu isso desse modo. A glória do Evangelho é que quando a Igreja é totalmente diferente do mundo, ela invariavelmente o atrai. É aí que o mundo é levado a ouvir a sua mensagem, embora talvez a odeie de início. E assim que surge o avivamento. Esta verdade deve aplicar-se também a nós, como indivíduos. Não deveríamos ter a ambição de assemelhar-nos demais a todos, embora suceda que somos cristãos; antes, pelo contrário, deveríamos querer ser tão diferentes quanto possível de todos os que não são cristãos.

Devemos ter a ambição de ser semelhantes, a Cristo, quanto mais parecidos com Ele melhor; e quanto mais semelhantes a Ele ficarmos, mais diferentes ficaremos de todo aquele que não é cristão.

Fonte: Studies in the Sermon on the Mount, i, p. 36,7.
Extraido do blog: [ Martyn Lloyd Jones ]

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Mundanização eclesiástica

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Romanos 12:1-2 - " Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."

A observção cuidadosa das práticas orgânicas nas igrejas têm nos levado a concluir que esses organismos estão sendo compostos por pessoas que não conhecem a quem estão servindo.

Realizando um exame cuidadoso da teologia interna dos indivíduos verificamos que:

  • A igreja, em sua maioria, procura confessar o sacerdócio individual, sem a necessidade de outro mediador, a não ser Jesus Cristo, mas na prática, está sacralizando o ofício pastoral tanto na liturgia quanto na espiritualidade do corpo.

Cria-se a expectativa de um pastor 'ungido', de onde deriva o poder emanado do alto para o povo. Impossível para o cristão, declarado 'comum', suportar o tal do 'preço a pagar' para ter um tantinho dessa pseudo-espiritualidade tão idolatrada pela maioria. IDOLATRIA inequívoca e absurda onde um homem centraliza o uso dos dons e da prática de milagres. Esse princípio luciferiano amarra os mais incautos ao homem que está na liderança deste ou daquele ministério, chegando ao absurdo de determinar as decisões da consciência individual e a 'amaldiçoar' quem sai das suas 'ordens'.

  • Em sua maioria, as pessoas têm a Bíblia muito mais como objeto místico de adoração e temor do que como regra de fé e prática. Isso resulta numa questão perigosa, que é a ignorância quanto ao livre exame das escrituras, ignorância esta que está sendo fomentada na igreja.

Não se ensina mais ao povo que cada um tem o direito e o dever de examinar individualmente e livremente as escrituras. Já que esse 'livro divino' passou a ser objeto de adoração, não mais será possível ao 'leigo' compreender o que está contido ali. Que direitos o cristão tem? Qual a verdadeira vontade de Deus para a vida dos chamados 'filhos de Deus'? Se o pastor é sacralizado, e a Bíblia retirada do exame livre, resta ao povo o cultivo da santidade das palavras, proferidas pelo pastor. Como poderá errar o 'ungido do Senhor'? Identificamos, então, práticas litúrgicas e espirituais que estão mais parecidas com rituais de feitiçaria e culto a demônios que um CULTO RACIONAL.

  • As pessoas estão na mais completa ignorância escriturística e são deixadas assim PROPOSITADAMENTE POR SEUS LÍDERES PSEUDO-ESPIRITUAIS. Como objeto místico de adoração e temor a Bíblia deixa de ser um livro de fácil acesso e compreensão para se tornar em algo que só os 'verdadeiramente iniciados, doutores da lei' conseguem compreender.
Dita uma máxima que: Daquilo que não conheço, não posso questionar. Se o corpo eclesiástico não conhece a VERDADE REVELADA DO CARÁTER DE DEUS, como questionará absurdos teológicos pregados em suas igrejas? Seguem sendo devorados por lobos, ignorantes quanto ao direito adquirido na Cruz do Calvário. E continuam 'pagando promessas', beijando o anel do 'sumosacerdote', sendo tolhidos em sua espiritualidade. Dirigidos por Ególatras Loucos e Cegos, tem sua fé e verdadeira autoridade espiritual diante de Deus anulada.

A ignorância quanto aos PRINCÍPIOS VERDADEIROS DA PALAVRA, muito mais que criar crentes ignorântes, quanto aos seus direitos, molda a fé destes, numa distorção espiritual, num relacionamento deturpado, com um deus PROSTITUÍDO, gerando aí, IGREJAS INEFICAZES EM SUA AUTORIDADE E PROPÓSITO ESPIRITUAL.

Que tipo de crentes sairão disso? Pessoas doentes emocionalmente, moralmente instáveis e inócuas em sua fé.

Vemos um número cada vez maior de pessoas na igreja, mas essas igrejas NÃO ESTÃO MAIS TRANSFORMANDO NINGUÉM. Não se concretiza o culto RACIONAL e não há mais a transformação dos 'Jacózinhos' em 'Israel'.

Serão pessoas, agindo no mundo espiritual, com PRÁTICAS E PRINCÍPIOS DIABÓLICOS, MÉTODOS PSICOCRISTIANIZADOS E HUMANISMO ATEU.

Deus perdeu seu espaço na razão de ser e existir da igreja. A QUEM SE ESTÁ ADORANDO ENTÃO?

Autora: Ana Elisa Dantas de Souza Pires
Fonte: [ Amigos do Puritanismo ]

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A loucura de um neopentecostal: "unção patriarcal"?

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Por: Marcos David

Eu me cansei de tanta idiotice no meio evangélico. Não vou escrever aqui que esse pessoal tresloucado passou dos limites, pois esses loucos não têm limites para nada. Se eles podem “chutar o pau da barraca” com suas idiotices, eu também posso.

O senhor Renê Terra Nova (recuso-me a chamá-lo inclusive de irmão, quanto mais de algum outro título — Spurgeon faria o mesmo!!!) agora é um PATRIARCA. Exatamente o que você está lendo.

Na última conferência realizada e organizada por ele mesmo, várias pessoas o reconheceram como patriarca por causa do que ele tem desenvolvido no Brasil e fora daqui. Estranho e ridículo: a conferência é organizada por eles, tem um monte de gente amiga dele, que bate continência para o que ele fala e, “espontaneamente”, ele foi reconhecido como patriarca.

Isso nada mais é do que HERESIA, ABSURDO, MENTIRA, BLASFÊMIA, ORGULHO, ARROGÂNCIA, DEMONÍACO, FALSO, HERÉTICO e qualquer outra coisa que você queira qualificar. O cara agora está no mesmo nível que Abraão, Isaque e Jacó!!! É brincadeira!!!!

Não é possível que isso esteja acontecendo e ninguém fala nada, ninguém faz nada. E o evento foi cheio de rituais: estandartes representando as doze tribos, as bandeiras dos estados do Brasil, manto púrpura que representa a unção patriarcal. Isso é NOJENTO!!!!!

Onde isso está na Bíblia? Foi para isso que Deus nos chamou? Esses caras conseguiram até um representante de uma associação cristã israelense que disse que Israel reconhece o legado patriarcal que está sobre o Renê Terra Nova. Essa é uma loucura tão grande que eu garanto que nenhum rabino de nenhum sinagoga de São Paulo... nem os reformistas diriam isso que um homem, ainda mais se esse homem dissesse que acredita em Jesus.

Não dá mais!!! Eu não vou mais me calar diante da estupidez dessa gente. Posso perder algum tempo escrevendo meus artigos aqui, vez ou outra mandando um email para esses caras lerem. Mas quieto é que não vou ficar mais. Vou continuar ensinado o que é correto à luz da Bíblia e denunciando o engano e o erro.

E para provar que isso não é mentira, veja no próprio blog desse destemperado.

http://www.reneterranova.com.br/blog/?p=3063

Autor: Marcos David
Fonte: [ Música, Ciência e teologia ]


Assino embaixo irmão Marcos!

Ruy!
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Cristo e a Tolerância Religiosa

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Por Heitor Alves

Um conceito bastante difundido através dos púlpitos é o de que Cristo foi tolerante para com os seus contemporâneos. Não podemos concordar com este pensamento, visto ser ele um conceito falso e antibíblico. O fato de Cristo ter tido paciência com os pecadores, com os seus próprios algozes, não significa tolerância para com o pecado.

Afirmamos categoricamente que Cristo, à luz da Bíblia, não foi tolerante com relação ao pecado. O que vemos hoje em dia é uma mensagem de tolerância religiosa com relação àquilo que Cristo mais combateu enquanto esteve na terra. Os que pregam a tolerância estão procurando um meio de acomodar às circunstâncias ou estão procurando, em linguagem psicológica, compensação à falta de coragem para agir em relação aos problemas da igreja. Como resultado disso, pregam a tolerância e deixam as coisas como estão.

Isso soa como um abandono dos deveres e da responsabilidade. Os adeptos da tolerância religiosa fogem da responsabilidade de punir o pecador, afirmando que o próprio Deus é quem irá discipliná-lo. Vemos nas Sagradas Escrituras que Cristo foi sempre enérgico e intransigente para com o pecado. Cristo também não foi tolerante com as heresias do seu tempo. Os pecados e as heresias sempre foram os alvos da intolerância de Cristo.

Admitir a tolerância em Cristo para com o pecado e para com as heresias, é negar a Sua perfeição. Isso faz de Cristo um ser imperfeito, pois, quem tolera o erro se torna cúmplice do mesmo. Cristo sempre age de acordo com o caráter divino. Ele não é contraditório.

Desde o começo da história Deus foi intransigente quanto ao pecado.Quando nossos primeiros pais pecaram, transgredindo o preceito divino lá no Éden, Deus não os poupou. Eles receberam imediatamente a sanção divina. Foram expulsos. Isso mostra que Deus promulgou a lei para ser cumprida e não para ficar apenas no papel. A Sua justiça divina exige a punição do transgressor.

Vemos, mas uma vez, a intransigência divina contra o pecado ao enviar o dilúvio sobre a terra para a destruição total dos desobedientes. Vemos isso também na Sua relação com o povo de Israel, com Davi e, como não poderíamos esquecer, com Jonas.

Afirmar que Cristo foi tolerante é desconhecer a Bíblia e, principalmente, os evangelhos. O Mestre foi enérgico no Seu tratamento com o apóstolo Pedro, censurando-o (Mt 16.21-23). No caso da purificação do templo, que todos nós conhecemos, Cristo parece que não foi muito educado (Mt 21.12,13; Mc 11.15-17). Cristo expulsou todos os comerciantes que vendiam suas mercadorias no templo. Derrubou suas mesas e as cadeiras. Será que para os pregadores da tolerância, Cristo seria um ranzinza, ou um impiedoso? Pregar a tolerância e tomar Cristo como exemplo é uma verdadeira disparidade e uma fuga da realidade.

O tratamento de Cristo para com os fariseus contradiz os senhores “mensageiros” da tolerância. Em Mateus 23 vemos Jesus censurando energicamente os escribas e fariseus. Jesus os chama de hipócritas, guias cegos, insensatos, serpentes e raças de víboras. Me digam onde está a tolerância de Cristo neste capítulo?

Em mais uma ocasião onde Jesus confronta os fariseus, Ele usa expressões bastante fortes em João 8.44:

Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.

Mas nem tudo é intolerância. Há um tipo de tolerância que encontramos em Cristo. Isso está relacionada com a paciência de Cristo para com o pecador sem compartilhar, no entanto, com os seus pecados. Cristo, quando estava agonizando na cruz, não odiou seus algozes, mas orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Jo 23.34). Paciência com pecador não implica em tolerância para com o seu pecado.

Ao contrário do ensinamento de Cristo, as igrejas evangélicas de hoje estão tolerando demais o pecado. As igrejas estão tolerando as imoralidades praticadas dentro das próprias igrejas. Recentemente (novembro/2009), dois “pastores”, Marcos Gladstone e Fábio Inácio, fundadores de uma igreja “evangélica”, a Igreja Contemporânea, criada no Rio de Janeiro há três anos e que já conta com 500 membros. Antes, em 2007, o “pastor” Gladstone já havia celebrado um casamento gay entre um ex-pastor da Igreja Universal, Eduardo Silva, e Paullo Oliveira, filho de um dos mais conhecidos pastores da Assembléia de Deus de Madureira, no Rio. Já na Europa, a Igreja Luterana da Suécia tem a primeira bispa abertamente lésbica ordenada recentemente, em novembro de 2009. Citei estes exemplos porque são os mais recentes e um dos mais condenáveis aos olhos de Deus (Rm 1.18-32).

A tolerância, à luz da Bíblia, consiste em não sermos precipitados no exercício da disciplina, mas em dar oportunidade ao pecador, para que se arrependa. Mas esta oportunidade deve vir acompanhada de uma advertência energética contra o seu pecado. É preciso que ele sinta a sua culpa e para isso, é preciso ser chamado à advertência. Mas não é isso que acontece na igreja evangélica brasileira de hoje.

Há muita tolerância a determinados indivíduos que são bastantes simpáticos, e muita intolerância aos que não nos são agradáveis. São bonzinhos demais para com os que vão com a cara; e maldosos demais para com aqueles que não vão com a cara.

É um pecado tolerar as heresias e as imoralidades dentro da igreja. A paciência de muitos se transformou em relaxamento. Não existe liberdade, mas libertinagem. Será que a própria existência do modernismo teológico já não é uma conseqüência da tolerância? Dizer que um determinado indivíduo é bom, quando é sabido por todos que ele é mau, é incentivar o pecado e abrir as portas para a sua proliferação.

Cristo ensinou a perdoar. Todos nós devemos ter o espírito de perdão. Mas isso não significa tolerar o erro. Tolerando o erro, a igreja se enfraquece. Não podemos permitir pregações desse calibre em nossos púlpitos. Precisamos ter a natureza intransigente e sermos fechados em relação a qualquer atitude que enfraqueça nossa posição doutrinária tradicional. Precisamos exigir dos nossos seminários ministros com mais qualidade e com pensamento de combater as heresias e as imoralidade que, insistentemente, entram nas igrejas.

Você sabe como reconhecer um herege? Existe uma dica, entre várias existentes, que faz abrir nossos olhos (e ouvidos) para reconhecê-los e quem dá esta dica é James I. Packer:

“Os hereges não chamam as pessoas para se arrependerem de seus pecados. Tudo que você precisa para ser um herege é: acomodar o pecado, tolerar o pecado, abençoar o pecado, sancionar o pecado, desculpar o pecado, não se opor ao pecado. A primeira palavra do evangelho é arrependam-se”.

O pecado é muito grave. Tão grave que matou o nosso Senhor Jesus Cristo. Quem não reconhece a gravidade do seu pecado, ou de qualquer pessoa, mostra a sua irrelevância na morte de Cristo. É como se Ele tivesse morrido por algo pequeno demais.

Ensinar a não punição do erro é ir contra a justiça divina e fazer de Jesus um acariciador do pecado. Portanto, o conceito de que Cristo foi tolerante é falso e antibíblico.

Soli Deo Gloria

Extraído do blog: [ Blog dos Eleitos ]
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'Sex Shop Gospel' , oração, Bíblia e Jesus

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O portal O Galileo anunciou em seu site o mais novo empreendimento gospel. A nova empreitada se constitui na criação de um Sex shop, onde além de oração, cliente pode encontrar brinquedos e estimuladores sexuais cristãos. O site pioneiro “Book22.com” começou em 2008. A proprietária, Joy Wilson, disse em entrevista ao site religioso “NPR.com” que ao procurar alguns brinquedos pela internet para melhorar a vida entre quatro paredes com o seu marido, ambos se depararam com pura pornografia. Não era isso que procuravam: “Fiquei muito surpresa que era tão ruim”. Por isso, ela resolveu começar seu próprio sex shop "livre de pecados". O site comercializa livros, brinquedos e até mesmo conselhos sexuais e amorosos. O nome da loja faz referência ao salmo 22 da bíblia.

Caro leitor, acho que definitivamente chegamos ao fundo do poço. Confesso que assusta-me o fato dem saber que o pecado esteja sendo tratado de forma tão banal pela Igreja de Cristo. Ora, vamos combinar uma coisa? O comércio de objetos estimuladores da sexualidade afronta a moral cristã.

Diante do exposto, chego a conclusão que em hipótese alguma devemos aceitar como normal este tipo de prática e comportamento. Tenho plena convicção de que como cristãos, não devemos nos curvar diante da imoralidade que tem destruído parte da sociedade brasileira. Como discípulos de Senhor, temos por missão anunciar a esta geração, o Evangelho da Salvação Eterna, cujo conteúdo confronta o homem em seus delitos e pecados.

Pense nisso!

Autor: Renato Vargens
Fonte: [ Blog do autor ]

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Sou subversivo, e daí?

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Sempre questionei. Nasci com o instinto furioso da discordância. Nunca nutri qualquer simpatia para com as ditaduras, não interessa qual configuração. Toda ditadura, todo absolutismo me provoca. Detesto imposições. Amo a proposta, a dúvida, a crítica, o pensar. Sou um amante da liberdade!

Sempre detestei a injustiça, seja ela qual for. Não suporto sistemas e esquemas totalitários, gente metida a Deus, "riquinhos" e sua esnobe mania de ostentar empáfias e futilidades. Sempre fui pobre, filho da periferia, coberto pela poeira da vida, marcado pela falta de padrinhos, nunca tive "as costas quentes". Condenado à sobrevivência, fui fazendo das palavras minha arma de grosso calibre. Ainda são poucos os que me leem, mas ainda acredito...

Sempre amei a poesia, a filosofia, a teologia e a arte, ainda que todas estejam unidas na mesma subversão! Amo tudo que é, que não afirma sua existência no que tem, mas no que sabe ser. Amo gente que já viveu mais do que eu, que carrega nos cabelos a neve do tempo. Adoro seus conselhos e até aquela dose de desilusão que acompanha os que já se gastaram na luta.

Estudei em escola pública, andei de ônibus - muito - na guerra urbana entre sair de casa e não saber se volta. Cheguei ao ministério sem ter pai pastor, sem ser indicado pelos figurões da teologia de "tio Patinhas". Pregando mensagens perigosas desafiei alguns pequenos impérios. Ainda estou aqui. Tentando, acreditando, utopicamente sonhando...

Quero a companhia dos poetas e dos profetas. De gente que se contorce com as mesmas dores que atingem os oprimidos. Quero acreditar que um dia, da massa que não pensa, surgirão pequenos gritos. Quero escrever, ainda que no rodapé das páginas da história, frases que acordem o exército dos subversivos.

Que não me venham apregoar a morte das tentativas! Sou subversivo, morro acreditando!
Até mais...

Alan Brizotti
Fonte: [ Blog do autor ]

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Neutralidade não é uma opção

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Por Charles H. Spurgeon

De quem és tu? (1 Samuel 30.13)

A neutralidade não pode existir no cristianismo. Ou estamos sob a bandeira do Senhor Jesus, para servi-Lo e lutar em suas batalhas, ou somos instrumentos do príncipe ímpio, Satanás. "De quem és tu?" Permita-me ajudá-lo a responder. Você já nasceu de novo? Se isto é verdade, você pertence ao Senhor Jesus. Mas sem o novo nascimento você não pode ser de Jesus. Em quem você confia? Aqueles que confiam em Jesus são filhos de Deus.

Para quem você está trabalhando? Esteja certo de que você está servindo ao seu senhor, pois aquele a quem você serve, obviamente este é o seu senhor. Que tipo de companhia você mantém? Se pertence a Jesus, você se associará com aqueles que usam a insígnia da cruz. Qual é a sua conversa? Ela é celestial ou terrena? O que você tem aprendido de seu senhor? Se você tem gastado o seu tempo com Jesus, as pessoas dirão a seu respeito o mesmo que foi dito a respeito de João e de Pedro — "Reconheceram que haviam eles estado com Jesus" (Atos 4.13).

A pergunta permanece: "De quem és tu?" Se você não pertence a Cristo, está engajado em um serviço muito árduo. Fuja de seu senhor cruel! Entre no serviço do Senhor do amor e você desfrutará de uma vida de bem-aventurança. Se você pertence a Cristo, há quatro coisas que você deve fazer. Você pertence a Jesus — obedeça-O.

Permita que a Palavra dEle seja a sua lei e que o desejo dEle se torne a sua vontade. Você pertence ao Amado — ame-O; permita que seu coração se apegue a Cristo e que sua alma se encha com Ele mesmo. Você pertence ao Filho de Deus — confie nEle. Não descanse em qualquer outro, exceto em Jesus. Você pertence ao Rei dos reis — seja decidido por Ele. Assim, a sua vida demonstrará para todo o mundo a quem você pertence.


Fonte: [ http://www.charleshaddonspurgeon.com ]
Via: [ Blog do Filipe Machado ]

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Os Puritanos e a certeza inabalável do Espírito

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Algumas vezes, os Puritanos falavam sobre a segurança da salvação como fruto da fé, e, outras vezes, como uma qualidade da fé; falavam sobre a segurança proveniente da fé assim como sobre a fé que cresce mediante a segurança. Para eles, a segurança era a fé amadurecida e bem desenvolvida; poderia haver fé sem segurança, mas onde a segurança fizer-se presente, ela estará presente como um aspecto da fé, organica-mente relacionada a ela, não como algo distinto e separado dela. Assim sendo, precisamos iniciar este estudo revendo aquilo que os Puritanos ensinavam sobre a natureza da fé em geral.

A fé, diziam os Puritanos, começa na mente, com a crença na veracidade da mensagem do evangelho. Resulta da iluminação espiritual. Na iluminação, o Espírito aclara a mente, capacitando o homem a receber as realidades espirituais, e imprime sobre a mente a realidade objetiva daquelas coisas sobre as quais a Palavra de Deus dá testemunho. O conhecimento das realidades espirituais, assim dado, é tão imediato e direto como o é o conhecimento das coisas materiais que obtemos através dos sentidos físicos; tal conhecimento produz uma convicção imediata, análoga àquela que a percepção dos sentidos nos traz. A Bíblia alude ao processo, utilizando termos emprestados dos sentidos — visão, audição, paladar (Jo 6.40; Ef 4.21; Hb 6.5) — e diz-nos que isso produz a "forte convicção do entendimento" (Cl 2.2). Essa apreciação espiritual das coisas espirituais é dada ao homem, como um ser que pensa, por meio da exposição raciocinada das Escrituras e da reflexão racional sobre as mesmas. O homem não pode conhecer qualquer objeto espiritual salvo através do uso de sua mente; mas o conhecimento espiritual vai além da razão. Não se trata de mera conjectura lógica ou imaginativa e certamente também não é uma certeza derivada de alguma inferência, extraída de premissas mais certas; antes, sua certeza origina-se da conscientização imediata e do contato com a realidade conhecida. Não é um instável "conhecimento imaginário e flutuante" de segunda mão. E um conhecimento "real" e "sólido", produto de uma direta percepção, por meio do senso espiritual das coisas conhecidas. A operação divina mediante a qual essa percepção é dada é aquilo que Calvino e seus sucessores chamaram de testimonium internum Spiritus Sancti — testemunho interno do Espírito Santo. Paulo refere-se a isso, em 1 Coríntios 2.4, como a "demonstração do Espírito".

Goodwin apresentou o assunto desta forma: "O Espírito Santo, quando opera em nós a fé... faz duas coisas: Primeira, Ele... nos dá um novo entendimento... 1 João 5.20... uma nova visão para contemplarmos a Cristo... Segunda, Ele mesmo torna-se uma luz sobre essa nova compreensão", conferindo assim "visão" espiritual acerca das realidades espirituais.1 Esse conhecimento espiritual é, de fato, mais certo do que qualquer outra coisa. Ele pode ser obscurecido pelas tentações; aquele que o possui pode ficar tão fora de contato consigo mesmo por um longo tempo, ou tão confuso e deprimido interiormente que chega a duvidar e a negar o mesmo; mas no fim será um fator predominante, e, a longo prazo, o efeito desses lapsos pode levá-lo a compreender quão inabalável e completamente seu coração está convicto desse conhecimento espiritual. Tal é o conhecimento das coisas divinas, dado a todos os verdadeiros crentes; e é a qualidade da certeza vinculada ao conhecimento que garante que os crentes não se desviem. Esse testemunho do Espírito quanto à verdade objetiva do eangelho é o fator fundamental da fé pessoal, e essa "forte convicção do entendimento" sobre o evangelho, conferida pelo Espírito, é requisito prévio para a segurança pessoal acerca da salvação.

Naturalmente, a fé é mais do que a iluminação mental. Estende-se da cabeça ao coração, expressando-se naquilo que Baxter chamava de "confiança prática" em Deus, por meio de Cristo. O homem volta-se da autoconfiança e do pecado para descansar a sua alma em Cristo e em suas promessas. Por meio disso, tanto exprimiu quanto estabeleceu o hábito da fé em sua alma; e a fé, uma vez estabelecida, impõe-se como a dinâmica de uma nova vida. A fé gera a esperança, atua pelo amor, mantém-se numa firme paciência, manifesta-se em boas obras, faz a alegria e a paz surgirem natural e espontaneamente no coração. "A fé é a roda mestra; ela põe em funcionamento todas as demais graças". "A fé é a mola de relógio que põe em ação todas as rodas douradas do amor, da alegria, do consolo e da paz" . Assim, a fé é reputada como aquilo que contém, dentro de si, uma certa quantidade de segurança, desde o começo; o crente espera, ama, serve e regozija-se porque crê que Deus teve misericórdia dele.

Mas essa ainda não é a segurança "firme e bem fundamentada" que os Puritanos pensavam ser a única segurança digna do nome. Um novo convertido, em casos excepcionais, pode desfrutar de um forte e contínuo senso de segurança; usualmente, porém, tal segurança não é conferida enquanto a fé ainda não for testada e amadurecida, enquanto não for aperfeiçoada e fortalecida, mediante o conflito com as dúvidas e com as flutuações dos sentimentos. Os Puritanos suspeitavam um pouco, quando excessos de alegria acompanhavam a primeira profissão de fé; eles nunca esqueciam que, em uma parábola de Jesus, os ouvintes de solo pedregoso é que recebiam a Palavra com súbita alegria. Convertidos autênticos, sãos e completos, afirmavam eles, geralmente não começam desse modo.


Uma "plena segurança" é uma bênção rara, mesmo entre os crentes adultos na fé; é um grande e precioso privilégio, que não é dado indiscriminadamente. "O senso de segurança é uma misericórdia boa demais para os corações da maioria dos homens... Deus só a confere para seus melhores e mais queridos amigos". "A segurança é a beleza e o ápice da glória cristã nesta vida. Usualmente faz-se acompanhar pela mais forte alegria, pelos consolos mais doces, pela mais intensa paz. É uma coroa... que poucos usam..." "A segurança é carne para os adultos na fé; poucos bebês, se é que há algum, são capazes de recebê-la e digeri-la".

A segurança não é normalmente desfrutada exceto por aqueles que primeiro labutaram e procuraram por ela, tendo servido fiel e pacientemente a Deus, ainda que passando algum tempo sem ela.

A segurança vem como uma recompensa à fé... A fé deve lutar primeiro, realizando uma conquista, e então a segurança é a coroa, o triunfo da fé... e o que prova a fé mais do que as tentações, os temores, as dúvidas e os raciocínios contra a condição da própria pessoa? Essa triunfante segurança, Romanos 8.37,38... vem após um teste, pois ninguém é coroado enquanto não tiver se esforçado.

Segurança desse tipo não é essencial à fé; antes, conforme disse Brooks, deriva-se da fé experiente, e não somente da existência da fé. De fato, trata-se de um aspecto da fé que aparece somente quando a fé já atingiu elevado grau de desenvolvimento, muito além de seu mínimo exercício salvífico. Goodwin falava sobre a segurança como "um ramo e apêndice da fé, uma adição ou complemento da fé" e também como "a fé elevada acima de seu nível normal". E disse: "As Escrituras referem-se à segurança como algo distinto da fé (embora fundida a esta, pois ambas formam uma só coisa)". Esse era o conceito geral da segurança de salvação, por parte dos Puritanos.

É evidente que, para os Puritanos, a "segurança de salvação" era algo muito diverso daquela "segurança" geralmente dada aos convertidos, durante o diálogo de cinco minutos, no gabinete pastoral ("Você crê que João 1.12 diz a verdade e que você recebeu a Cristo? Então você é um filho de Deus"). Os Puritanos jamais teriam chamado de segurança a uma afirmação desse tipo. Profissões de fé, diziam eles, precisam ser submetidas a teste antes de serem acreditadas, até mesmo por aqueles que as fazem. Pois, de qualquer forma, para o Puritano, a segurança era mais do que uma simples inferência humana; antes, era a convicção, outorgada por Deus, de que um crente está firmado na graça, uma convicção selada pelo Espírito em sua mente e coração, tal como a verdade dos fatos do evangelho foi selada sobre a sua mente quando nasceu a fé, trazendo consigo a mesma certeza imediata. Explicou Brooks: "A segurança é o ato que reflete de uma alma agraciada, por meio do

qual ela se vê claramente em uma condição graciosa, abençoada e feliz; é um sentimento sensível e um discernimento experimental de que a pessoa está no estado de graça". As palavras-chaves, neste caso, são sensível e experimental. A segurança é o fruto consciente de uma iluminação sobrenatural, não podendo existir enquanto Deus não achar por bem proporcioná-la. A posição de um recém-convertido é, realmente, esta: à medida em que ele crê e obedece, irá experimentando novas medidas de paz e alegria, pois a verdadeira confiança produz verdadeiro consolo ("ninguém pode contemplar a Cristo sem sair dali mais animado"; "há uma voz do Espírito de Deus que sussurra paz para o seu povo, quando eles crêem"). O crente pode pensar e esperar, com razão, que ele é filho de Deus. Mas não pode dizer, no mesmo sentido absoluto da primeira epístola de João, que ele reconhece a sua filiação enquanto o Espírito não implanta essa certeza no fundo de seu coração. De qualquer modo, enquanto o Espírito assim não o fizer, no sentido dado pelos Puritanos, faltará esse senso de segurança; e, no dizer dos Puritanos, assim parece acontecer com a maioria dos crentes.

Quando raia essa segurança sobrenatural, ela transforma toda a vida cristã de uma pessoa. "Trata-se de uma nova conversão", disse Goodwin. "Isso faz um homem diferir de si mesmo quanto àquele que ele era antes, quase da mesma maneira como a conversão fê-lo diferir de quando ele ainda não era convertido. Há uma nova edição de todas as graças". Isso soa estranho, mas Goodwin queria dizer o que disse e passou a elaborar a idéia. Ele nos diz que o senso de segurança aumenta a fé (a fé "recebe um outro nível"); e esse revigoramento da fé resulta em uma nova liberação de poder, em cada ponto da vida cristã de uma pessoa.

Primeiro, a segurança aprofunda a comunhão do crente com o Deus triúno, quando ele medita sobre o "plano" do amor remidor.

Na segurança... a comunhão e o diálogo de um crente é... algumas vezes com o Pai, outras com o Filho, e outras com o Espírito Santo; algumas vezes o seu coração é impelido a considerar o amor do Pai em escolher, então o amor do Filho em redimir, e, por fim, o amor do Espírito Santo, que perscruta as coisas profundas de Deus, revela-as a nós, e mostra grande cuidado por nós...

Mas isso não é tudo. O aparecimento do senso de segurança reaviva o entendimento espiritual; por meio do senso de segurança "é fortalecido o olho da alma, para que veja mais profundamente as verdades; todas as verdades passam a ser mais claramente conhecidas". Isso faz um homem tornar-se ousado e poderoso em oração. Fá-lo tornar-se mais santo, embora já o fosse antes; "toda legítima segurança de salvação... santifica o homem"; "coisa alguma faz o coração do crente amar, estudar, praticar e crescer tanto na santidade quanto esse glorioso testemunho do Espírito.

Autor: J. I. Packer
Fonte: [ Josemar Bessa ]
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Quero ver provar que Deus não existe

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Por Clóvis Cabalau

Esta eu pesquei na Super Interessante deste mês e é para deixar o famoso ateísta e cientista Richar Dawkins de cara amarrada. A revista diz mais ou menos assim: “Se por um lado, para alguns cientistas é impossível admitir que certas coisas acontecem por causa de Deus, por outro, é impossível para a ciência provar que Deus não existe”.

Essa afirmação - que é pura ciência - é uma espécie de tiro no pé dos cientistas que ainda não se convenceram de que uma realidade cósmica tão bem planejada [isso mesmo, planejada] não pode ser obra do acaso, ou do caos, de uma explosão como o Big Bang. Consideremos o “grande boommm”: seria muita ingenuidade achar que a disposição perfeita dos planetas e galáxias [pelo menos como conhecemos hoje] e ainda as condições perfeitas da Terra para a existência de vida tenham sido obra do caos. Francamente, é difícil de engolir essa. Muito mais difícil do que acreditar que existe um Criador superior, que, por misericórdia [ou por amor, prefiro eu], nos deu, inclusive, a capacidade pensante de duvidar Dele.

A “culpa” pela incapacidade da ciência de provar a existência é de Galileu Galieli, autor do “método científico”, adotado pelos pesquisadores. A lógica é a seguinte: em vez de simplesmente especular sobre as coisas, Galilei criou um método mais rigoroso. São quatro etapas e só passando por elas é possível se chegar a uma conclusão irrefutável. As etapas são: Observação [Olhe e perceba algo notável]; Pergunta [O que é?, por exemplo]; Hipótese [busque uma provável resposta]; Experiência [faça um teste em circunstâncias controladas para confirmar ou negar a hipótese]. E agora José? Quero ver um cientista provar que Deus não existe? Cadê a prova da sua não existência? Onde procurá-la? E mais: como seria possível criar um teste para medir a existência de Deus?

O problema para os pesquisadores, frisa a Super, “é que a ciência, ao contrário da igreja, não prova as coisas pela negativa [só explicando: um milagre é reconhecido pelo Vaticano quando a ciência NÃO consegue explicar o fato]. Para a ciência, a inexistência de provas não é uma prova de inexistência. Ainda segundo a Super, “a única coisa que a ciência pode fazer é afastar Deus do nosso dia a dia, explicando o Universo e todas as coisas de forma lógica e racional em vez de atribuí-las a fenômenos sobrenaturais. Mas daí a dizer que Deus não existe, vai uma enorme distância. E se Richard Dawkins não gostar, sempre pode tirar as calças e pisar em cima”.

Fonte: [ Púlpito Cristão ]
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Transportado acima das circunstâncias

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Por: Martyn Lloyd Jones

"Vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus". Essa é a resposta. Mas é de importância vital que saibamos precisamente como tratar disso. O apóstolo diz: "Vossas petições sejam conhecidas diante de Deus". "Ah", dizem muitos sofredores, "mas eu já tentei, eu já orei; e não encontrei a paz de que você fala. Não obtive resposta. Não adianta me dizer para orar". Felizmente para nós, o apóstolo também entendeu isso, e deixou-nos instruções específicas sobre como cumprir sua exortação. "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças". O apóstolo estaria apenas amontoando palavras aqui, ou estaria falando ponderadamente? Posso mostrar que ele na verdade está falando ponderadamente e com sabedoria, ao nos mostrar como tornar nossas petições conhecidas diante de Deus.

Como devemos fazer isso? Ele diz que devemos orar. Ele estabelece uma diferença entre oração, súplica e ação de graças. O que ele quer dizer com oração? Este é o termo mais geral, e significa adoração e louvor. Se têm problemas que parecem insolúveis, se estão sujeitos a ficarem ansiosos e preocupados, e alguém lhes diz para orar, não corram a Deus com suas petições. Esse não é o caminho certo. Antes de tornar suas petições conhecidas diante de Deus, orem, louvem, adorem. Entrem na presença de Deus, e esqueçam os seus problemas por um pouco. Não comecem com eles. É só lembrar que estão face a face com Deus. Essa idéia de "face a face" está imbuída no próprio sentido da palavra "oração". Vocês entram na presença de Deus, tomam consciência da Sua presença, e ponderam na Sua presença — esse sempre é o primeiro passo. Mesmo antes de tornar suas petições conhecidas diante de Deus, vocês tomam consciência que estão face a face com Deus, que estão em Sua presença, e derramam seus corações em adoração. Esse é o começo.

Mas depois da oração vem a súplica. Agora estamos avançando. Depois de adorar a Deus porque Ele é Deus, tendo oferecido nossa adoração e louvor de forma geral, passamos agora ao particular, e o apóstolo aqui nos encoraja a apresentar as nossas súplicas. Ele diz que podemos apresentar necessidades específicas a Deus, que a petição é uma parte legítima da oração. Então traze¬mos nossas petições, aquelas coisas que estão nos preocupando de forma particular.

Estamos agora chegando perto de tornar as nossas petições conhecidas a Deus. Mas, um momento — ainda há uma coisa antes: "pela oração e súplicas, com ação de graças". Esse é um dos termos mais vitais desta lista. E é exatamente neste ponto que tantos se desviam quando estão nessa situação de que o apóstolo está tratando. Creio que não é necessário discorrer sobre o fato que, em conexão com estes passos, o apóstolo não estava simplesmente interessado em fórmulas litúrgicas. Que tragédia, que tantas pessoas se interessam pela adoração meramente num sentido litúrgico. O apóstolo não está preocupado com isso. Ele não está interessado em formalidades e cerimônias; está interessado em adoração, e ação de graças é absolutamente essencial, pela seguinte razão. Se, ao orar, temos qualquer ressentimento contra Deus em nosso coração, não temos o direito de esperar que a Sua paz guarde nosso coração e a nossa mente. Se caímos de joelhos, sentindo que Deus está contra nós, é melhor nos levantarmos. Devemos nos aproximar dEle "com ação de graças". Não podemos ter qualquer dúvida em nosso coração sobre a bondade de Deus. Não pode haver qualquer indagação ou desconfiança; devemos ter razões positivas para dar graças a Deus. Temos nossos problemas e dificuldades, mas quando estamos de joelhos, deve¬mos nos perguntar: "Pelo que posso dar graças a Deus?" Precisamos fazer isso deliberadamente, e é algo que podemos fazer. Devemos nos lembrar disso, e dizer: "Estou com problemas neste momento, mas posso dar graças a Deus por minha salvação, porque ele enviou Seu Filho para morrer na cruz por mim e por meus pecados. Estou enfrentando um problema terrível, eu sei, mas Ele fez isso por mim. Dou graças a Deus por ter enviado Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, a este mundo. Agradeço a Ele por ter levado meus pecados em Seu corpo sobre a cruz, e por ter ressuscitado por minha justificação. Vou derramar meu coração em ação de graças por isso. E vou agradecer a Ele pelas muitas bênçãos que recebi no passado". Precisamos trazer à nossa mente razões para agradecer e louvar a Deus. Devemos nos lembrar que Ele é nosso Pai, que nos ama tanto, que até os cabelos da nossa cabeça estão contados. E depois de nos lembrarmos destas coisas, devemos derramar nosso coração em ação de graças. Precisamos ter um relacionamento acertado com Deus. Devemos compreender a verdade a Seu respeito. Portanto, devemos entrar em Sua presença com amor, louvor, adoração e fé confiante, e então tornar nossas petições conhecidas diante dEle. A oração que Paulo está pleiteando, em outras palavras, não é um grito desesperado no escuro, não é um apelo frenético a Deus, sem raciocínio ou ponderação. Não! Primeiro nós entendemos e nos lembramos de que estamos adorando um bendito, glorioso Deus. Adoramos primeiro, e então tornamos nossas petições conhecidas.

Apressemo-nos para outro grande princípio, que é a graciosa promessa de Deus a todos que fazem isso. Vimos o que precisamos fazer, fomos instruídos sobre como devemos tratar da questão, e agora vem a graciosa promessa a todos que fazem o que o apóstolo diz. Isto, obviamente, é o melhor de tudo, mas precisamos aprender como olhar para isso. Observaram a promessa, observaram seu caráter, observaram que nem sequer menciona as coisas que nos preocupam? Esse é o aspecto peculiar a respeito do método cristão de tratar da ansiedade. "Em tudo", diz o apóstolo — essas coisas que nos preocupam — devemos tornar as nossas petições conhecidas, e Deus irá removê-las todas? Não, Paulo não diz isso. Ele nem sequer as menciona, não diz uma palavra a respeito. Para mim essa é uma das coisas mais notáveis da vida cristã. A glória do evangelho é esta, que ele está preocupado conosco, e não com nossas circunstâncias. O triunfo final do evangelho pode ser visto nisto, que não importa quais sejam nossas circunstâncias, podemos estar em paz e seguros. Não menciona nossa condição, não fala a respeito destas coisas que estão nos perturbando e nos deixando perplexos, não diz uma palavra a respeito delas. Elas tanto podem acontecer como não acontecer. Eu não sei. Paulo não diz que aquilo que tememos não vai acontecer — ele diz que seremos guardados, quer aconteça ou não. Graças a Deus, essa é a vitória! Sou transportado acima das circunstâncias, sou triunfante apesar delas.

Fonte: [ Josemar Bessa ]
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Uma campanha para mudar a igreja

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Há alguns meses prometi lançar uma campanha nacional neste blog. Reconheço que demorei bastante. São as muitas ocupações. Mas aí está. É uma proposta simples para que as igrejas, independente de sua filiação denominacional ou autonomia, suspendam certas práticas durante pelo menos um ano e depois parem para avaliar em que elas melhoraram, onde progrediram, ou se, ao contrário, houve algum retrocesso. Acho a última hipótese improvável, mas é um direito que cada igreja tem de fazer a própria avaliação. Caso o progresso seja percebido, aconselho que a suspensão seja mantida, pois o Reino de Deus só terá a ganhar.

Se você concordar com os termos abaixo, fique à vontade para reproduzir em seu blog (citada a fonte), afixar no mural de sua igreja, caso seja o pastor, ou encaminhar aos seus líderes para que eles tomem conhecimento e avaliem se vale ou não a pena aderir à campanha.

Às propostas:

1. Deixe de promover eventos festivos um atrás do outro, que acarretam enormes despesas à igreja e pouco resultado trazem à vida espiritual dos crentes e à evangelização, mas não abra mão dos cultos "normais", onde todos podem ser edificados mutuamente. Aqui a comunhão pode ser experimentada em sua dimensão mais profunda.

2. Pare de criar nomenclaturas para definir um culto do outro, como, por exemplo, "culto da vitória", "culto de libertação", "culto de avivamento", "culto da virada" etc., pois culto se presta a Deus de acordo com os elementos descritos no Novo Testamento, e todos eles, quando prestados de fato ao Senhor, cumprem todas as finalidades bíblicas.

3. Reprograme as atividades extra-cultos em sua igreja, entre elas os ensaios dos diferentes departamentos musicais, para não correr o risco de um ativismo improdutivo e ter os horários de tal maneira ocupados com tantas programações que o tempo para o verdadeiro culto a Deus seja escasso, trazendo sérios prejuízos espirituais à vida dos crentes.

4. Tome a decisão radical de não convidar cantores famosos para "abrilhantar" os festejos da igreja (até porque estes em grande parte já não mais farão parte do calendário, pelo menos por um ano) e você descobrirá quantos talentos escondidos na própria igreja poderão ser aproveitados, sem custo algum, nos cultos regulares ou em outro evento extremamente indispensável. Além disso, se não houver demanda, os cantores (sem cair no terreno da generalização) deixarão de cobrar os elevados cachês e, quem sabe, aprendam a ver o que fazem como ministério e não como profissão.

5. Não deixe também de valorizar o cântico congregacional. Uma igreja que adora a Deus unida pode experimentar a vida comunitária com muito maior comunhão e proveito do que aquela em que os membros são meros assistentes de culto. Vêm e vão sem nenhum comprometimento com a vida comunitária.

6. De igual modo, pare de convidar pregadores renomados, os quais seguem a mesma linha dos cantores "profissionais" e chegam nas igrejas com os DVDs (ou CDs) da mensagem ainda a ser pregada já prontos para serem colocados à venda na porta da igreja por um preço bem módico. Quem sabe eles (sem cair também no terreno da generalização) da mesma forma aprendam e passem a servir e não buscar serem servidos.

7. Na ausência dos pregadores que não serão mais convidados, pare de "encher linguiça" durante os cultos, não mais ofereça "capim seco" às suas ovelhas, mas prepare-se para a cada culto ter sempre uma nova mensagem bíblica, cristocêntrica, sem apelar para os conhecidos e já surrados chavões, que alimente o povo e lhe aguce o desejo de voltar nos próximos cultos.

8. Pare de valorizar o formalismo da oração, que envaidece o coração farisaico, mas ensine a sua igreja o que significa orar e torne isso parte do metabolismo espiritual dos crentes de maneira que a oração, a conversa com Deus, profunda, livre e sincera, permeie tudo quanto a igreja faça.

9. Pare de promover eventos evangelísticos, mas faça com que a igreja encarne a paixão pelas almas e passe a empregar o velho (mas sempre novo) evangelismo pessoal como meio de alcançar os perdidos para Cristo. Uma boa maneira maneira é estimular a cada um para que se comprometa a orar, fazer amizade e convidar os seus parentes, amigos e vizinhos com regularidade para que assistam os cultos e ouçam a Palavra de Deus, Não é preciso ir longe. O campo está perto de cada crente. Saiba que 99% das pessoas que frequentam a igreja, hoje, foram trazidas por alguém e não por um "programa".

10. Valorize os cultos nos lares, de maneira sistemática, sem se preocupar com nomenclatura. A igreja primitiva se reunia no templo e nas casas e a maioria absoluta das igrejas existentes tiveram início em reuniões familiares.

11. Pare de fazer conchavos políticos e buscar os favores de candidatos para esta ou aquela atividade. O custo não vale a pena, compromete a voz profética e gera insatisfação entre os crentes. A melhor coisa que uma igreja faz é realizar as suas atividades com a própria receita. Quem quiser contribuir, que o faça em oculto, quando os diáconos passarem com as salvas ou quando os crentes forem chamados ao gazofilácio.

12. Resista a tentação de não cumprir as propostas acima. Sempre haverá os insatisfeitos que forçarão a barra. O risco é grande de você quebrar o compromisso, mas a perseverança é companheira dos que querem alcançar os seus objetivos. Portanto, siga em frente, olhando apenas para Jesus. Você não será decepcionado.

Conclusão

Posso afirmar com segurança, que, com essas decisões, entre tantas outras que podem ser tomadas, sua igreja, ao final de um ano, terá progredido muito mais em todos os sentidos do que se você insistir com esse sistema carcomido que muito aparenta, mas pouca eficácia tem para a igreja como corpo vivo de Cristo na terra.

Experimente e depois nos conte.

Autor: Pr. Geremias do Couto

Fonte: [ Manhã com a Bíblia ]
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O Dízimo é válido nos dias de hoje?

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Por André Aloísio

O dízimo nos moldes que nós temos no Antigo Testamento não é mais aplicável nos nossos dias. No Novo Testamento nós temos as ofertas voluntárias para sustentar a obra de Deus.

A Epístola aos Hebreus, principalmente os capítulos 9 e 10, deixa bastante claro que todas as cerimônias do Antigo Testamento foram abolidas com a vinda de Cristo, pois elas apenas tipificavam Aquele que viria, eram sombras da realidade que é Cristo. Além dessa epístola, Paulo fala constantemente sobre a abolição das cerimônias do Antigo Testamento no Novo Testamento, como em Gl.4.8-11, Cl.2.8-23, etc. Assim, a questão é determinar se o dízimo fazia parte da lei cerimonial ou da lei moral. A lei moral é permanente (Mt.5.17-18) e a cerimonial, como eu disse acima, é transitória. Assim, dependendo de onde o dízimo se encaixa, ele é válido ou não para os dias de hoje. Quando analisamos o Antigo Testamento percebemos que o dízimo estava totalmente amarrado ao sistema sacrificial daquele tempo, e havia vários tipos de dízimo (Lv 27.32; Nm 18.21-28; Dt 12.6-17; 14.22-28; 26.12). Estando dessa forma ligado aos sacrifícios e ao sacerdócio veterotestamentário, o dízimo como era praticado no Antigo Testamento é impraticável nos dias de hoje. Assim, ele está incluso dentro da lei cerimonial e, dessa forma, não é mais aplicável no Novo Testamento.

Alguns usam a passagem de Mateus 23.23 para defender que o dízimo é válido atualmente. Mas é importante observar que, apesar do Novo Testamento começar sua narrativa com o nascimento de João Batista e de Jesus, a Nova Aliança só começou, de fato, quando Jesus morreu (Mt 26.28; 27.51; Cl 2.14; Hb 9.11-17). Assim, quando Jesus disse o que está escrito em Mt 23.23, eles ainda estavam no Antigo Testamento. Portanto, essa passagem não pode provar a validade do dízimo para o Novo Testamento.

Outros tentam defender a validade do dízimo com a passagem de Hebreus, capítulo 7. Porém, nessa passagem o autor da carta apenas mostra a superioridade de Cristo em relação ao sacerdócio do Antigo Testamento usando Melquisedeque como um tipo de Cristo, pois Arão (representando o sacerdócio veterotestamentário) pagou dízimos a Melquisedeque na pessoa de Abraão, mostrando sua inferioridade em relação à Melquisedeque. O objetivo da passagem não é falar sobre a validade ou não do dízimo para os dias de hoje, mas mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo.

Dito isso, é importante mencionar que, atualmente, muitos "cristãos" estão prontos para negar a validade do dízimo para os nossos dias, não porque querem dar mais, mas porque querem dar menos, ou até mesmo nada. Para esses eu digo que quem supostamente se converteu ao Senhor, mas não converteu o seu bolso, deve reavaliar sua conversão. O cristão reconhece que não apenas 10% do seu salário pertence ao Senhor, mas todos os seus bens. Assim, o verdadeiro cristão faz planejamentos financeiros para não gastar em coisas supérfluas, a fim de poder contribuir com o máximo possível para o Reino de Deus, voluntariamente. O verdadeiro cristão não busca viver uma vida de luxo, pois seu deus não é o dinheiro, e sim o Senhor, a quem Ele coloca em primeiro lugar.

Tomemos como exemplo a contribuição da igreja primitiva. A viúva no templo deu tudo o que tinha (Lc.21.1-4). Os primeiros cristãos vendiam propriedades e depositavam todo o valor aos pés dos apóstolos (At.4.34-37). Os pobres da Macedônia contribuíram acima de suas posses (II Co.8.1-3). Esse é o padrão que o cristão deve seguir.

Devemos também lembrar que os pastores que Deus designou para pastorearam o rebanho precisam de sustento, sendo responsabilidade da igreja provê-lo (1Co 9.3-14; ). Portanto, as ofertas voluntárias também são usadas para compor o salário do pastor, provendo os recursos materiais necessários para que ele continue anunciando o Evangelho.

Para aqueles irmãos que congregam em igrejas onde o dízimo é praticado (como também é o meu caso), tenho recomendado que continuem contribuindo com o dízimo, mas considerando-o em seus corações como uma oferta voluntária, e não se satisfazendo em contribuir apenas com a décima parte, mas com o máximo possível, como acontecia na igreja primitiva.

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O que aconteceu com os Evangélicos?

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Por: Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Quando Paulo Romeiro escreveu Evangélicos em Crise em meados da década de 90, ele apenas tocou em uma das muitas áreas em que o evangelicalismo havia entrado em colapso no Brasil: a sua incapacidade de deter a proliferação de teologias oriundas de uma visão pragmática e mercantilista de igreja, no caso, a teologia da prosperidade.


Fica cada vez mais claro que os evangélicos estão atualmente numa crise muito maior, a começar pela dificuldade – para não falar da impossibilidade – de ao menos se definir hoje o que é ser evangélico.

Até pouco tempo, “evangélico” indicava vagamente aqueles protestantes de entre todas as denominações – presbiterianos, batistas, metodistas, anglicanos, luteranos e pentecostais, entre outros, que consideravam a Bíblia como Palavra de Deus, autoritativa e infalível, que eram conservadores no culto e nos padrões morais, e que tinham visão missionária.

Hoje, no Brasil, o termo não tem mais essa conotação. Ele tem sido usado para se referir a todos os que estão dentro do cristianismo em geral e que não são católicos romanos: protestantes históricos, pentecostais, neopentecostais, igrejas emergentes, comunidades dos mais variados tipos, etc.

É evidente a crise gigantesca em que os evangélicos se encontram: a falta de rumos teológicos definidos, a multiplicidade de teologias divergentes, a falta de uma liderança com autoridade moral e espiritual, a derrocada doutrinária e moral de líderes que um dia foram reconhecidos como referência, o surgimentos de líderes totalitários que se auto-denominam pastores, bispos e apóstolos.

A conquista gradual das escolas de teologia pelo liberalismo teológico, a falta de padrões morais pelos quais ao menos exercer a disciplina eclesiástica, a depreciação da doutrina, a mercantilização de várias editoras evangélicas que passaram a publicar livros de linha não evangélica, e o surgimento das chamadas igrejas emergentes. A lista é muito maior e falta espaço nesse post.

Recentemente um amigo meu, respeitado professor de teologia, me disse que o evangelicalismo brasileiro está na UTI. Concordo com ele. A crise, contudo, tem suas raízes na própria natureza do evangelicalismo, desde o seu nascedouro.

Há opiniões divergentes sobre quando o moderno evangelicalismo nasceu. Aqui, adoto a opinião de que ele nasceu, como movimento, nas décadas de 50 e 60 nos Estados Unidos. Era uma ala dentro do movimento fundamentalista que desejava preservar os pontos básicos da fé (veja meu post sobre Fundamentalismo), mas que não compartilhava do espírito separatista e exclusivista da primeira geração de fundamentalistas.

A princípio chamado de “neo-fundamentalismo”, o evangelicalismo entendia que deveria procurar uma interação maior com questões sociais e, acima de tudo, obter respeitabilidade acadêmica mediante o diálogo com a ciência e com outras linhas dentro da cristandade, sem abrir mão dos “fundamentos”.

Eles queriam se livrar da pecha de intransigentes, fechados, bitolados e obscurantistas, ao mesmo tempo em que mantinham doutrinas como a inerrância das Escrituras, a crença em milagres, a morte vicária de Cristo, sua divindade e sua ressurreição de entre os mortos. Eram, por assim dizer, fundamentalistas esclarecidos, que queriam ser reconhecidos academicamente, acima de tudo.

O que aconteceu para o evangelicalismo chegasse ao ponto crítico em que se encontra hoje? Tenho algumas idéias que coloco em seguida.

1. O diálogo com católicos, liberais, pentecostais e outras linhas sem que os pressupostos doutrinários tivessem sido traçados com clareza. Acredito que podemos dialogar e aprender com quem não é reformado. Contudo, o diálogo deve ser buscado dentro de pressupostos claros e com fronteiras claras. Hoje, os evangélicos têm dificuldades em delinear as fronteiras do verdadeiro cristianismo e de manter as portas fechadas para heresias.

2. A adoção do não-exclusivismo como princípio. Ao fazer isso, os evangélicos começaram a abrir a porta para a pluralidade doutrinária, a multiplicidade de eclesiologias e o relativismo moral, sem que tivessem qualquer instrumento poderoso o suficiente para ao menos identificar o que estivesse em desacordo com os pontos cruciais.

3. O abandono gradual da aderência a esses pontos cruciais com o objetivo de alargar a base de comunhão com outras linhas dentro da cristandade. Com a redução cada vez maior do que era básico, ficou cada vez mais ampla a definição de evangélico, a ponto de perder em grande parte seu significado original.

4. O abandono da confessionalidade, dos grandes credos e confissões do passado, que moldaram a fé histórica da Igreja com sua interpretação das Escrituras. Não basta dizer que a Bíblia não tem erros. Arminianos, pelagianos, socinianos, unitários, eteroteólogos, neopentecostais – todos afirmarão isso.

O problema está na interpretação que fazem dessa Bíblia inerrante. Ao jogar fora séculos de tradição interpretativa e teológica, os evangélicos ficaram vulneráveis a toda nova interpretação, como a teologia relacional, a teologia da prosperidade, a nova perspectiva sobre Paulo, etc.

5. A mudança de uma orientação teológica mais agostiniana e reformada para uma orientação mais arminiana. Isso possibilitou a entrada no meio evangélico de teologias como a teologia relacional, que é filhote do arminianismo. Permitiu também a invasão da espiritualidade mística centrada na experiência, fruto do reavivalismo pelagiano de Charles Finney. (Nota do CACP*: Aqui o autor critica a exacerbação do arminianismo... entendemos que tanto o radicalismo arminiano como o calvinista é contraproducente)

Essa mudança também trouxe a depreciação da doutrina em favor do pragmatismo, e também o antropocentrismo no culto, na igreja e na missão, tudo isso produto da visão arminiana da centralidade do homem.

Mas talvez o pior de tudo foi a perda da cosmovisão reformada, que serviria de base para uma visão abrangente da cultura, ciência e sociedade, a partir da soberania de Deus sobre todas as áreas da vida. Sem isso, o evangelicalismo mais e mais tem se inclinado a ações isoladas e fragmentadas na área social e política, às vezes sem conexão com a visão cristã de mundo.

6. Por fim, a busca de respeitabilidade acadêmica, não somente da parte dos demais cristãos, mas especialmente da parte da academia secular. Essa busca, que por vezes tem esquecido que o opróbrio da cruz é mais aceitável diante de Deus do que o louvor humano, acabou fazendo com que o evangelicalismo, em muitos lugares, submetesse suas instituições teológicas aos padrões educacionais do Estado e das universidades.

Padrões esses comprometidos metodológica, filosófica e pedagogicamente com a visão humanística e secularizada do mundo, em que as Escrituras e o cristianismo são estudados de uma perspectiva não cristã. Abriu-se a porta para o velho liberalismo.

Não há saída fácil para essa crise. Contudo, vejo a fé reformada como uma alternativa possível e viável para a igreja evangélica brasileira, desde que se mantenha fiel às grandes doutrinas da graça e aos lemas da Reforma, e que faça certo aquilo que os evangélicos não foram capazes de fazer:

(1) dialogar e interagir com a diversidade delineando com clareza as fronteiras do cristianismo;

(2) abandonar o inclusivismo generalizado e adotar um exclusivismo inteligente e sensível;

(3) voltar a valorizar a doutrina, especialmente os pontos fundamentais da fé cristã expressos nos credos e confissões, que moldaram os inícios do movimento evangélico.

Talvez assim possamos delinear com mais clareza os contornos da face evangélica em nosso país.

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Augustus Nicodemus Lopes é pastor presbiteriano. Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife), mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul) e doutor em Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos no Seminário Reformado de Kampen (Holanda). É chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro.

Fonte: [ CACP ]
Via: [ Bereiano ]

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Aeróbica gospel?

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“Americanos adotam a aeróbica gospel para perder peso e “louvar” a Deus”

WASHINGTON — Os músculos abdominais queimam à medida que elas se exercitam, mas a dor é melhor suportada enquanto rezam para Deus em um salão de uma igreja perto de Washington, ao som de uma melodia gospel.

“Estamos terminando, dêem graças a Deus”, grita a instrutotra da aeróbica gospel Melanie Kelly, tentando superar o som da música que embala o ritmo do grupo de mulheres afro-americanas.

Segundo ela, a aeróbica gospel faz uma fusão da espiritualidade com o esporte, da adoração pela boa forma ao louvor ao Senhor.

“A aeróbica gospel faz com que nos reunamos e nos exercitemos para apresentar nossos corpos como templos para Deus”, explicou Dawn Harvey, pastora da Igreja e fundadora da Embrace your Greatness, movimento que visa a dar mais poder às mulheres.

“Nossos corpos abrigam o Espírito Santo, por isso queremos cuidar de nossos templos para poder ter vidas longas, prósperas e saudáveis”, acrescentou, citando a primeira carta de São Paulo aos Coríntios.

Kelly dá aulas semanais de aeróbica nesta igreja na periferia de Washington desde abril, quando diz que resolveu fazer isso por causa de uma visão celestial.

“Um dia estava em casa dançando e me exercitando e Deus me mostrou a visão da aeróbica gospel”, contou Kelly, que trabalha como analista de sistemas.

“Livrem-se do demônio! Vamos, força, meu Deus é um Deus formidável!”, anima a instrutora ao grupo que faz flexões.

“O corpo sente, dói… mas, quando nos esforçamos, superamos isso”, explica Mary Grice, funcionária dos correios.

“É ginástica aeróbica, mas fazer isso pelo Senhor torna mais fácil e nos dá um impulso extra”, acrescenta Kindra Owens.

Patrina conta que perdeu 8,5 kg desde que se uniu à aula em maio de 2009.

“Era sócia de uma academia antes, mas nunca ia. Lá eles só tocam Britney Spears e coisas do gênero, e eu não quero escutar a Britney Spears”, explicou.

“Aqui nós recebemos apoio. Sabemos que as pessoas estão orando por você e estão do teu lado”.

Para as participantes, ao contrário das academias normais que são “um mercado da carne, onde homens e mulheres escassamente vestidos se comem com os olhos”, nas aulas de aeróbica gospel a única coisa que lhes interessa é o instrutor maior, ou seja, Deus.

“Ele está nos olhando agora. Está sempre conosco”, diz Harvey trocando a música para alterar o exercício que vai moldar os glúteos de suas alunas, com ajuda divina.

Fonte: Plantão Gospel
Via: [ Dicernimento Cristão ]
Dica de Claudio Pimenta, via Orkut

Mais uma "visão" maluca no meio eclesiástico...
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Evangelho. Entendeu ou quer um desenho?

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É muito frequente se escutar pessoas dizendo que estão "pregando o evangelho". Especialmente quando estão lhe pedindo dinheiro, fazendo promessas de muita prosperidade para sua vida e prometendo-lhes a cura para todos os seus problemas. Mas todos nós sabemos que Deus não fez estas promessas nem aos seus profetas e apóstolos, muitos dos quais, após uma vida de dificuldades e perseguições, terminaram martirizados, cumprindo cabalmente seu papel de mensageiros de Deus.

Entretanto, algo que você quase nunca vê é alguém falando do evangelho ao mesmo tempo em que fala de arrependimento, mudança de vida, perdão e fé, do significado da morte na cruz e da ressurreição de Jesus Cristo.

O que é, então, o evangelho? Em termos simples, o apóstolo Paulo nos escreve:

"Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. - 1 Coríntios 15.1-4

Ele também nos conta que o evangelho "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego." - Romanos 1.16

Jesus, em seu ministério, pregava o evangelho aos judeus, curando as pessoas e fazendo outros sinais que autenticavam a sua mensagem, advertindo a todos que se arrependessem e que cressem nele:

"Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho." - Marcos 1.14-15

Esta mensagem encontra eco nas grandes pregações dos apóstolos registradas na Bíblia, no livro de Atos:


Pedro, proclama:
"... E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. ...Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos... A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas ... Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. ... Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." - Atos 2

E novamente Pedro discursa:

"Dessarte, matastes o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas. Pela fé em o nome de Jesus, é que esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus deu a este saúde perfeita na presença de todos vós. E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também as vossas autoridades; mas Deus, assim, cumpriu o que dantes anunciara por boca de todos os profetas: que o seu Cristo havia de padecer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus..." - Atos 3

Mais uma vez...

"Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos, visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo e do modo por que foi curado, tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós. Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos." - Atos 4

Um pouco mais:
"Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: 'Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados' ...

"E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo." - Atos 5

E assim, continuaram anunciando o evangelho Estêvão (caps. 6-7), Filipe (cap. 8) e outros (Atos 11.19-20), apenas para citar...

Na casa de Cornélio, mais uma vez, Pedro divulga as boas novas:
"Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos. Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia, tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João pregou, como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele; e nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro. A este ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto, não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos; e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos. Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados." - Atos 10

E Paulo prega numa sinagoga:
"Da descendência deste, conforme a promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador, que é Jesus, havendo João, primeiro, pregado a todo o povo de Israel, antes da manifestação dele, batismo de arrependimento. Mas, ao completar João a sua carreira, dizia: Não sou quem supondes; mas após mim vem aquele de cujos pés não sou digno de desatar as sandálias. Irmãos, descendência de Abraão e vós outros os que temeis a Deus, a nós nos foi enviada a palavra desta salvação. Pois os que habitavam em Jerusalém e as suas autoridades, não conhecendo Jesus nem os ensinos dos profetas que se lêem todos os sábados, quando o condenaram, cumpriram as profecias; e, embora não achassem nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto. Depois de cumprirem tudo o que a respeito dele estava escrito, tirando-o do madeiro, puseram-no em um túmulo. Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos; e foi visto muitos dias pelos que, com ele, subiram da Galiléia para Jerusalém, os quais são agora as suas testemunhas perante o povo. Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. ... Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste; e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés." - Atos 13

E o evangelho anunciado ao carcereiro?
"Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. Depois, trazendo-os para fora, disse: 'Senhores, que devo fazer para que seja salvo?' Responderam-lhe: 'Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.' E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa." - Atos 16

Para finalizar as citações, mais uma pregação de Paulo, aos politeístas de Atenas:

"Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos." - Atos 17

Resta a você alguma dúvida de qual é a verdadeira mensagem do evangelho que a igreja deve levar por todas as épocas e a todos os cantos do planeta (Mateus 28.18-20), ou quer ver desenhada?

Então...



Autor: Avelar Jr.
Fonte: [
Não, obrigado! ]

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