Sabedoria ou loucura?

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Por Pb. Geovani Figueiredo dos Santos

“Porque vê que os sábios morrem, que perecem igualmente o louco e o bruto e deixam a outros as suas riquezas” (Sl 49.10).

Estes versículos apresentam a realidade da vida humana sobre a terra, ou seja, sempre tendo o seu desfecho com a morte. O interessante nesta observação é que ninguém pode escapar do derradeiro dia em que terá que descer à tumba fria, salvo aqueles que pela vontade de Deus não passarão pela morte, uma vez que serão arrebatados para estarem para sempre com o Senhor (I Ts 4.13-18). Destaquei de propósito os verbos morrem e perecem que aparecem no verso supracitado. Eles indicam a cessação da vida física, fato que acomete a todos os homens sobre a terra. O mais notável aqui é que os verbos se referem indistintamente a duas classes de pessoas – sábios e tolos.

O que isso nos diz? Diz-nos que a morte é uma conseqüência do pecado (Gn 2.17; Rm 5.12) e, portanto, todos os homens por mais ilustres ou capazes que possam parecer não conseguirão escapar dela. Sabedoria e poder podem dar a um indivíduo alguma vantagem sobre outros homens nesta vida, mas são inúteis no que tange a ter alguma prerrogativa sobre o dia da morte (Ec 8.8). É debalde a luta dos homens para fugir do “rei dos terrores” (Jo 18. 10-14).

Este assunto levanta uma outra questão que deve ser ponderada. Se todos são no tocante a existência, mortais, e, se um dia todos haverão de deixar o mundo; então por que perder tempo com fatuidades e orgulho tolos? Por que insistir em demonstrar superioridade ou mesmo maior capacidade intelectual se tudo será num relance desfeito por ocasião do golpe fatal da morte? No cemitério da minha cidade existe uma placa com o seguinte epitáfio: “Aqui todos os homens são iguais” (Ler Jó 3.17,19). Com uma ressalva, iguais no tocante à mortalidade, à efemeridade existencial. Contudo, diferentes no que diz respeito à ressurreição. A Bíblia diz que uns ressurgirão para a salvação, ao passo que outros, para a vergonha e o desprezo eterno ( Dn 12.2; Jo 5.29). Eis a grande e significativa diferença. “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve” (Ml 3.18). Assim nos declara a escritura.

Podemos perguntar: Onde está Voltaire, Russel, Hume, Lênin, Schopenhauer e outros ilustrados deste mundo? Os tais vociferaram contra os céus e desdenharam do caminho da graça. Mas, e agora? Onde estão todos eles? Tolos! Todos se tornaram cinzas! Como disse o salmista: “volveram ao seu pó” (Sl 90.3). Agora, se encontram silenciados aqueles que uma vez menearam a cabeça contra os céus desferindo mordazes zombarias contra o Altíssimo em seus escritos profanos. Quantas almas não foram destruídas por tal veneno? Quantas mentes não foram embotadas acerca da verdade pelas falácias destes servos do Diabo? Mas, agora, ei-los ali humilhados! Sentenciados ao eterno desterro por terem rejeitado a Sabedoria. Mas uma vez o salmista diz: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17).

Qual a distinção entre um sábio e um louco por ocasião da sua morte? Qual o valor dos seus livros quando adentrar pelos umbrais da eternidade? De que terá adiantado ter obtido as mais altas honrarias e títulos nesta geração ante a realidade do castigo eterno? De que importará se estudou em Oxford, Cambridge, Harvard, ou Soborne se nunca foi conhecido nos céus? Os grandes homens da ciência ou os pensadores do passado que se esqueceram de Deus em suas vidas, e, nem tampouco lhe prestaram culto, foram tão loucos ou talvez mais loucos do que aqueles que nasceram destituídos de juízo, como é o caso dos brutos sem razão.

Na verdade, muitas vezes já assistimos espetáculos de insanidade daqueles que se acham os donos da verdade e, que, por tal sentimento egóico e eivado de orgulho destilam seu veneno através de comentários mordazes e cheios de virulência. Tais insensatos aproveitam-se muitas vezes de catástrofes e desgraças para fazer questionamentos levianos sobre a soberania de Deus e a sua vontade. Perguntam: Onde está Deus quando sofremos? Ou: Por que Deus permitiu esta ou aquela mortandade?

Estas irreflexões foram levantadas e são levantadas por muitas pessoas diante do caos produzido pelas guerras, pela fome, pelos fenômenos da natureza e por razões que fogem ao nosso controle e explicação. Mas tal comportamento não é novo. Os mesmos pensamentos e questionamentos diante do que não podemos explicar já se deram em outras épocas da história, e sempre com o mesmo viés inquiridor: Onde está Deus?

O século XIX foi marcado por uma profunda crise de esperança quanto ao futuro. Diante do quadro de destruição e miséria resultantes do fim da guerra napoleônica e do fim das utopias revolucionarias, toda Europa mergulhou numa abissal agonia existencial. O pessimismo, a descrença e a sombra de morte eram parceiros inseparáveis e inclementes senhores do pensamento coletivo. Nesta época, surgem como vozes de seu tempo, um grupo de poetas chamados pessimistas. Durant (2000, p.285) sobre eles declara:

[...] “A primeira metade do século XIX levantou, como vozes da época, um grupo de poetas pessimistas – Byron na Inglaterra, De Musset na França, Heine na Alemanha, Leopardi na Itália, Pushkin e Lermontof na Rússia; um grupo de compositores pessimistas – Schubert, Schumann, Chopin, e até mesmo o Beethoven de sua ultima fase (um pessimista tentando se convencer de que era um otimista) e, acima de tudo, um filósofo profundamente pessimista - Artur Schopenhauer?” [...]

O espírito melancólico e soturno de uma geração espavorida pelos fantasmas da barbárie aflorava nas manifestações artísticas e contaminava todas as esferas e vertentes culturais. A violência virulenta que se exacerbou com a Revolução Francesa e o legado de terror deixados pela era Napoleônica imprimiram de forma indelével certo medo ou receio de se viver. Com o futuro tão incerto e com o desmoronamento dos pilares ideológicos que nortearam o ideário europeu do século XIX, morrer não parecia uma idéia assim tão terrível.

Os sábios, sempre os sábios, são os arquitetos da razão e também da insensatez. Suas idéias embora muitas vezes brilhantes e úteis para o alargamento de nossa compreensão sobre o mundo e das coisas, podem quando não alinhadas com a verdade, conduzir os indivíduos para mais distante de Deus e sua Palavra. A verdadeira sabedoria não questiona os atos de Deus; tampouco culpa a Deus por todas as desgraças do planeta. Quem se insurge contra Deus e adota uma postura intransigente e insubordinada, não pode ser considerado um sábio, porque a verdadeira sabedoria como nos diz o apóstolo Tiago, nunca mentirá ou se oporá aos propósitos de Deus e a sua verdade. Vejamos o que nos diz Tiago:

[...] “não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica” (Tg 3.14b, 15).

A incompreensão da vontade Deus, a obstinação em não se aceitar sua orientação e o descrédito à palavra podem levar os homens a ter atitudes contrárias aos desígnios divinos. Mas existem outros fatores externos que também podem contribuir para que os homens se insurjam contra os céus. O Catolicismo Romano, por exemplo, com as suas atitudes equivocadas, com as suas bulas de excomunhão, com os seus dogmas absurdos e a sua horrenda inquisição prestaram um grande serviço ao inferno e um imenso desserviço aos céus. Quantas almas não foram afastadas da verdade e mergulharam nas mais densas trevas da incredulidade por conta do comportamento leviano e anticristão daquela que arrogava para si a qualidade de única detentora da verdade e dos destinos dos homens. Não é à toa que muitos intelectuais rejeitavam a religião e desdenhavam dos religiosos. Durant (2000, p.317) revela a aversão que Schopenhauer nutria pelos teólogos. Vejamos:

[...] “Na juventude, ele recebera pouca educação religiosa; e seu temperamento não levava a respeitar as organizações eclesiásticas de sua época. Desprezava os teólogos: “Como ultima ratio”, ou último argumento, “dos teólogos, encontramos, em muitas nações, o poste em que são amarrados os condenados a serem queimados vivos”; e descrevia a religião como a “metafísica das massas”. O Cristianismo, por exemplo, é uma profunda filosofia do pessimismo” [...]

O Romanismo, não o Cristianismo era a filosofia do pessimismo. No entanto, como este representava o mesmo, a fé cristã leva sobre si o ônus pelos erros cometidos em nome de uma pretensa igreja e de um suposto vigário de Cristo. O Evangelho que este sistema representava e representa hoje, está longe ser o Evangelho libertador de nosso Senhor Jesus Cristo. Por esta razão dizermos que ele prestou mais um serviço ao Diabo do que a Deus. Daí resulta toda a ojeriza que os intelectuais demonstravam no trato com esta instituição. O comportamento aversivo dos mesmos era uma forma de repulsa ao tratamento dispensado pela “Santa Sé” a todos aqueles que ousassem pensar diferente ou mesmo desafiá-la. Tal incompostura seria um crime suficientemente passível de condenação à fogueira ou à suplícios excruciantes em alguma máquina de tortura medieval. Por isso a alcunha de “filosofia do pessimismo”.

Depois desta momentânea digressão onde pude divagar um pouco do assunto inicial abordado no Salmo 49, retorno ao argumento de que se os homens se tornam incrédulos, assim o fazem por força de sua própria vontade e não por culpa de Deus ou de fatores sobrenaturais envolvidos. Digo isto porque subsídios para a fé não faltam neste mundo. A Bíblia diz que “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). Tais indícios são incontestáveis aos homens, que não podem dizer que Deus não deixou uma revelação clara de sua própria existência em sua obra criada. A Bíblia de Estudo Dake mostra quatro aspectos apresentados nas Escrituras que confirmam a realidade da existência do Eterno Criador. São eles:

1.Os céus declaram a glória de Deus. Heb. Saphar, narrar, contar, computar, enumerar, registrar como um escritor ( Sl 19.1; 75.1; Jó 12.8).

2.O firmamento anuncia a obra das suas mãos. Heb. Nagad, posicionar-se à frente, ficar exposto de forma corajosa, manifestar (Sl 19.1; 111.6; Mq 6.8).

3.Um dia faz declaração a outro dia.. Heb. Naba, derramar, jorrar, falar com arroubo. (Sl 19.2; 78.2; 145.7).

4.Uma noite mostra sabedoria. Heb. Chavah, declarar, mostrar, indicar. ((Sl 19.2; jó 15.17; 32.6,10, 17; 36.2).

Satanás pode até lançar duvidas no coração do homem no tocante a existência do Eterno ou acerca de sua fidelidade e cuidado para conosco, mas cabe ao homem resistir à influência persuasiva do mal dando lugar à verdade divina em seu íntimo. Os sofismas e os enganos do maligno não podem resistir à Palavra de Deus e, nem tampouco, à ação do Espírito Santo.

Muitos filósofos se afastaram da verdade de Deus porque, na verdade, nunca a buscaram. Como bem disse Paulo: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22). Existe uma diferença abismal em se desejar a verdade e permitir que a verdade entre no coração. Muitos homens desejam a verdade, mas poucos de fato permitem que ela adentre em seus corações. Pode-se viver na proximidade da verdade, sem jamais tê-la experimentado. Porque quando a verdade entra no intimo, ela produz a liberdade. Liberdade que se dá pelo reconhecimento dos efeitos da obra de Cristo sobre a vida. Por esta razão Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).

Agora vejamos uma coisa, no século XIX os homens estavam frustrados com os seus ideais de liberdade que haviam sido frustrados e se transformado em utopias, ou seja, coisas irrealizáveis. Por todos os lados o que se via era o retrato desolador da miséria e da destruição perpetrados pelos senhores da guerra de então, neste caso, me refiro a Napoleão Bonaparte e aos ingleses que travaram sangrentas batalhas em território europeu com o custo de muitas vidas, dinheiro e do sacrifício de inocentes. O cenário que se descreve ao término dos conflitos era de hecatombe e desesperança. Durant (2000, p285) descreve o estado calamitoso em que se encontrava a Europa. Vejamos:

[...] “A Europa inteira jazia prostrada. Milhões de homens fortes haviam morrido; milhões de hectares de terra tinham sido negligenciados ou devastados; por toda a parte, no Continente, a vida tinha que recomeçar do zero, para recuperar dolorosa e lentamente o civilizador excedente econômico que havia sido consumido na guerra. Schopenhauer, viajando pela França e pela Áustria em 1804, ficou impressionado com o caos e a sujeira das aldeias, a miserável pobreza dos agricultores, a inquietação e a miséria das cidades. A passagem dos exércitos napoleônicos e anti-napoleônicos havia deixado cicatrizes de devastação no rosto de todos os países. Moscou estava em cinzas. Na Inglaterra, orgulhosa vitoriosa na luta, os agricultores estavam arruinados pela queda no preço do trigo; e os trabalhadores industriais experimentavam todos os horrores do nascente e descontrolado sistema fabril. A desmobilização aumentava o desemprego” [...].

O quadro pintado por Schopenhauer sobre a Europa e o seu lastimável estado de penúria e degradação de todos os tipos, forjou na alma do incrédulo filosofo uma placa de resistência e de rejeição à religião. Como se fiar nos alicerces da fé se o que se via depunha contra toda lógica cristã de amor e generosidade divinas. Como sempre a pergunta que se levantava era: Onde está a Providência Divina quando mais precisamos dela. Segundo Durant (2000, p. 286,287), a condição de desgraça e de horror deixados como espólio da guerra contribuíram ainda mais para a onda de ceticismo e pessimismo. Vejamos:

[...] “E, na verdade, era bem difícil acreditar que um planeta tão lamentável quanto aquele que os homens viam em 1818 estivesse seguro na mão de um Deus inteligente e benévolo. Mefistófeles havia triunfado, e todos os Faustos estavam desesperados.” [...]. [...] “Raramente o problema do mal fora lançado tão viva e insistentemente em rosto da Filosofia e da Religião. Cada túmulo militar, de Bolougne a Moscou e às Pirâmides erguia uma interrogação muda às estrelas indiferentes. Por quanto tempo, ó Deus e por que?” [...].

No entanto, o que para uns serviu como motivo para negar a fé e a existência de Deus, para outros foi o caminho de retorno à crença e à sanidade. As tragédias e as desgraças neste caso, foram os meios utilizados pela soberana sabedoria para fazer com que os homens refletissem sobre o seu estado de afastamento e obstinação e se arrependessem. Os juízos sempre tem este fim pedagógico, reconduzir à luz os que haviam sido enredados pelas densas trevas da incredulidade. Foi isso que o quadro de desolação do século XIX propiciou à algumas mentalidades. Durant (2000, pg.287), novamente nos esclarece:

[...] “Seria aquela calamidade quase universal a vingança de um Deus Justo sobre a Era da Razão e a falta de fé? Seria um brado para que o intelecto penitente se curvasse diante das antiqüíssimas virtudes da fé, esperança e caridade? Assim pensava Schlegel e pensavam Novalis, chateaubriand, De Musset, Southey, Wordsworth e Gogol; e eles voltaram para a antiga fé como filhos pródigos perdidos, felizes por estarem novamente em casa” [...].

A Bíblia, como já dissemos, revela que os julgamentos ou juízos vem da parte de Deus ( Dt 32.39;Jó 12.23; Am 3.6;Mq 6.9), e tem sempre a finalidade única de conduzir os homens ao arrependimento de suas más obras.Os homens muitas vezes tem que experimentar a vara da correção divina para andarem segundo a verdade. Para tanto, o Senhor tem as suas formas de trabalhar. Vejamos o que as Escrituras falam sobre Julgamentos.

1. Eles são de diferentes espécies. Vejamos os exemplos retirados da Bíblia:

Apagar o nome (Dt 29.20); Abandonado por Deus (Os 4.17);Maldição contra as bênçãos humanas ( Ml.2.2); Pestilência ( Dt 28.21,22; Am4.10); Inimigos ( 2Sm 24.13); Fome( Dt 28.38-40; Am 4.7-9); Fome de ouvir a Palavra (Am 8.11); Espada ( Êx 22.24; Jr 19.7); Cativeiro ( Dt 28.41; Ez 39.23); Tristezas continuas ( Sl 32.10; 78.32,33; Ez 24.23); Desolação ( Ez 33.29; Jl 3.19); Destruição ( Jó 31.3; Sl 34.16; Pv 2.22; Is 11.4).

2. Eles são infligidos contra:

Nações (Gn 15.14; Jr 51.20,21); Indivíduos ( Dt 29.20; Jr 23.34); Deuses Falsos( Êx 12.12; Nm 33.4); Posteridade dos pecadores ( Êx 20.5; Sl 37.28; Lm 5.7); Todos os adversários dos santos ( Jr 30.16); Enviados para correção ( Jó 37.13; Jr 30.11); Enviados para o livramento dos santos ( Êx 6.6).

3. São enviados como castigo contra:

Desobediência a Deus (Lv 26. 14-16; 2 Co 7.19,20); Desprezar as advertências de Deus ( 2 Cr 36.16; Pv 1.24-31; Jr 44.4-6); Murmurar contra Deus ( Nm 14.29); Idolatria ( 2 Reis 22.17; Jr 16.18); Iniqüidade ( Is 26.21; Ez 24.13,14); Perseguir ao santos ( Dt 32.43); Pecados dos governantes ( 1 Cr 21.2,12);

4.Devem conduzir:

À humilhação ( Js 7.6; 2 Cr 12.6; Lm 3.1-20; Jl 1.13; Jo 3.5,6); À oração ( 2 Cr 20.9); À Contrição ( Ne 1.4; Et 4.3; Is 22.12; Ao aprendizado da retidão ( Is 26.9); Devem ser um aviso aos outros ( Lc 13.3,5).

Como já dissemos anteriormente, Deus se vale das formas mais insólitas para demover os homens do erro em que estão e, com isso, tentar salva-los do inferno. No entanto, sempre existirão aqueles que a despeito de todas as circunstâncias ou avisos, permanecerão em sua obstinação e loucura. Durant (2000, pág. 287) nos alguns exemplos desses comportamentos.

[...] “Mas houve outros que deram uma resposta mais dura: que o caos da Europa não fazia mais do que refletir o caos do universo; que, afinal de contas, não havia uma ordem divina, nem qualquer esperança celestial; que Deus, se houvesse, era cego, e o mal mediava com rancor sobre a face da Terra. O mesmo faziam Byron, Heine, Lermontof, Leopardi e Schopenhauer” [...].

O salmista sobre estes assevera: “Disseram os néscios no seu coração: não há Deus. Têm-se corrompido, fazem abomináveis as suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl 14.1). As Escrituras demonstram, com efeito, que a incredulidade procede de um mau coração. Na carta Aos Hebreus encontramos a seguinte admoestação: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus Vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (Hb 3.12,13). Jesus ao perceber a incredulidade do coração dos discípulos censura-lhes duramente e lhes chama de néscios e corações tardios. Veja: “E, ele lhes disse: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram” ( Lc 24.25). O apóstolo Paulo em sua Segunda Epístola aos Coríntios fala acerca de uma cegueira mental imposta pelo Diabo e, por esta razão, os homens não recebem o Evangelho em seus corações. Ele escreve: “Mas, se ainda o nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” ( II Co 4.4).

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