O mistério da vontade de Deus: o uso de Daniel 2 em Efésios 1.8-10

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Introdução

O que é “mistério”? Atualmente essa palavra está relacionada a algo que transcende o nosso entendimento, estando além da nossa capacidade de explicação, sendo um enigma sem soluções, um problema sem resposta.

Nesse sentido, é comum (e legítimo) teólogos falarem sobre o “mistério da Trindade”, ou sobre o mistério da “união hipostática de Cristo”, ou ainda sobre a “misteriosa providência Divina”, pois ainda que possamos entender essas doutrinas, sabemos que elas infinitamente ultrapassam os limites da nossa cognição, devido ao fato de serem coisas pertencentes ao próprio ser de Deus, que é infinito.

Mas qual o significado do termo “mistério” na Bíblia? Será que é o mesmo dos dias atuais? Embora alguns exegetas aplicam diretamente o significado atual de mistério aos escritos bíblicos, cometendo a falácia exegética do anacronismo semântico, neste artigo demonstrarei que o significado de mistério em Efésios (esp. 1.9) diverge do seu significado atual. Veremos na conclusão que mistério em Efésios 1.9 significa algo que estava oculto no passado, mas que agora é totalmente revelado.

As dificuldades dessa passagem têm causado transtorno a teólogos e exegetas ao longo dos séculos. O propósito deste artigo é demonstrar que o pano de fundo do termo mistério em Ef. 1.9 está em Daniel 2, e que de fato os versos 8-10 fazem uma alusão intencional a Dn. 2, lançando assim alguma luz para a interpretação correta do texto.

O contexto do Novo Testamento: Efésios 1.3-14

Logo após sua tradicional saudação (1.1-2), Paulo passa a louvar ao Deus Trino pela sua obra redentora (1.3-14). A expressão inicial “Bendito seja Deus...” tem suas raízes no Antigo Testamento e na tradição judaica, amplamente conhecida como “Berakah”. Deus é louvado pelas bênçãos espirituais outorgadas ao seu povo, que são tanto identificadas como fundamentadas pelos versos 4-14.

Podemos estruturar essa perícope pela expressão “louvor da sua glória”, que aparece nos versos 6, 12 e 14, onde o foco da obra redentora recai sobre o Pai em 1.4-6, sobre o Filho em 1.7-12 e sobre o Espírito em 1.13-14 (ainda que não seja necessária uma divisão absoluta, pois como o próprio texto deixa claro, em cada etapa salvífica toda a Trindade está envolvida).

Nosso texto está na segunda subdivisão (1.7-12). Paulo fala sobre a redenção e remissão dos pecados que o cristão tem em Cristo (1.7) e isso é concedido pela graça somente. Essa mesma graça nos dá sabedoria e prudência (1.8) que nos capacita a entender o mistério da vontade de Deus (1.9) que consiste em fazer convergir todas em coisas em Cristo na plenitude dos tempos (1.10).

O contexto do Antigo Testamento: Daniel 2

O termo mistério desempenha uma função pivô no livro de Daniel, encapsulando tanto uma forma simbólica de revelação como sua interpretação. Esse mistério diz respeito a um evento no fim dos tempos, que naquela época estava oculto, mas que seria revelado. Essa revelação não seria totalmente nova, antes seria o desdobrar completo de algo cuja extensão do seu significado estava oculta.

O termo aramaico para mistério (rãz) aparece nove vezes no livro de Daniel (Dn. 2.18, 19, 27-30, 47; 4:9 [4:6 MT]). Uma análise completa desses usos vai muito além do nosso espaço neste artigo.

Daniel 2 fala sobre o sonho do rei Nabucodonosor, que ficou perturbado com tal sonho. Nesse sonho, havia uma estátua colossal com partes metálicas diferentes (2.32-33). De repente uma pedra cortada sem auxílio de mãos destrói completamente a estátua e se torna uma montanha que enche toda a terra (2.34-35).

Daniel interpreta esse sonho dizendo que as quatro partes da estátua eram quatro reinos (normalmente entendidos como a Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma). O quarto reino será eclipsado pelo eterno reino de Deus, que consumirá todos aqueles reinos (2.44).

Antes de Daniel revelar o sonho a Nabucodonosor, nenhum sábio da Babilônia fora capaz de dizer o sonho e sua interpretação ao rei. Isso irritou Nabucodonosor ao ponto dele decretar a morte a todos os sábios do seu reino. Sabendo disso Daniel junto com seus amigos Ananias, Misael e Azarias oram a Deus a respeito daquele mistério (2.14-18). Deus revela o mistério a Daniel (2.19), e esse O louva com o seguinte hino:

Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. Ó Deus de meus pais, a ti dou graças e louvor porque me deste sabedoria e força; e agora me fizeste saber o que te pedimos; pois nos fizeste saber este assunto do rei” (Dn 2.20-23).

O uso de “mistério” no judaísmo


O termo mistério aparece mais de cem vezes nos Manuscritos do Mar Morto, e a maioria faz alusão a Daniel 2 e 4. Mistério traz conotações escatológicas e hermenêuticas para a comunidade de Cunrã. Em suma, como em Daniel, mistério em Cunrã está ligado à destruição do reino do maligno e com o estabelecimento do eterno reino de Deus:

Mas em Seus mistérios... Deus colocou um fim na existência da perversidade... Ele irá destruí-la para sempre” (1QS. 4.18-19, TA).

Nos escritos judaicos apocalípticos, além da ligação com Daniel, mistério está também associado à vinda do Messias (p. ex. 4 Esdras 12.37-38).

Em 1 Enoque (capítulos 46, 52 e 71), os mistérios também têm seu pano de fundo escatológico no livro de Daniel, significando algo oculto que irá ser revelado nos últimos dias.

O uso de Daniel 2 em Efésios 1

Tanto nos melhores comentários de Efésios como nas monografias e obras sobre Efésios, pouca ou nenhuma atenção se é dada a alusão de Daniel 2 em Efésios 1.8-9. Thorsten Moritz (1996) em sua obra sobre o uso do Antigo Testamento em Efésios começa sua análise somente em Ef. 1.20-23, e assim também o faz Frank Thielman (2014). Nossa análise visa preencher essa lacuna nos estudos do NT. 

Segue abaixo, de forma resumida, os impressionantes paralelos entre as duas passagens: 

1. A revelação do mistério é uma dádiva de Deus. Em Daniel, é Deus quem revela o mistério a Daniel (Dn. 2.19), e faz conhecer esse assunto do rei (2.23). Em Efésios, Deus faz conhecer o mistério da sua vontade aos santos (Ef. 1.9). Daniel, em sua oração pela revelação do mistério, clama pela misericórdia de Deus (Dn. 2.18) e Paulo diz que esse conhecimento é “de acordo com a riqueza da graça de Deus” (Ef. 1.7). Portanto,  ambos os textos ensinam que conhecer tal mistério é um dom gracioso que somente Deus pode conceder, o que exclui qualquer mérito (cf. Dn. 2.30) daqueles que receberam essa dádiva (Daniel, Paulo e os efésios, etc) e qualquer pretensão e possibilidade da capacidade humana em conhecer per se

2. Sabedoria e prudência para conhecer o mistério. Ambos os textos (Dn. 2.23; Ef. 1.8) usam a mesma dupla de palavras para descrever como Deus faz conhecer o mistério: Ele concede sabedoria e prudência (σοφίαν καὶ φρόνησιν), que são usadas como sinônimos ou com significados muito próximos.

3. Doxologia como resultado da revelação do mistério. Tanto o hino de Daniel 2.20-23 como a doxologia de Paulo (Ef. 1.3-14) começam com o “berakah” (Bendito seja [Εὐλογητὸς em Ef. 1.3]). No fim do Hino de Daniel, ele dá graças e louvor (ἐξομολογοῦμαι καὶ αἰνῶ) pela sabedoria e força (σοφίαν καὶ φρόνησιν) que permitiram a ele saber o significado do sonho do rei. Da mesma forma, Paulo termina essa seção (e cada uma das três) com a expressão “para louvor da sua glória” (εἰς ἔπαινον τῆς δόξης αὐτοῦ). Em ambos os textos Deus é glorificado pela revelação do mistério.

4. O mistério como um evento escatológico. Em Dn. 2.28 lemos: “... mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de suceder nos últimos dias (ἐσχάτων τῶν ἡμερῶν)”. Os pensamentos do rei se voltaram às coisas futuras (Dn. 2.29, 45). Da mesma maneira, Paulo ensina que o mistério, que é a convergência de todas as coisas em Cristo (1.10), ocorre na “plenitude dos tempos” (πληρώματος τῶν καιρῶν).

5. O mistério como a vinda do reino escatológico de Deus. Em Dn. 2.44-45 temos: “... mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre. Porquanto viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação”. Como vimos, o ponto alto da interpretação do sonho do rei por Daniel é a destruição dos reinos terrenos e o estabelecimento do reino de Deus. Para Paulo, o mistério é a “convergência” de todas as coisas em Cristo. Há um incansável debate sobre o significado da palavra “convergir” (ἀνακεφαλαιώσασθαι). Ela pode significar: 1. “Resumir”, um argumento de uma fala por exemplo (esse é o sentido do seu uso em Rm. 13.9), reunir todas as partes em um todo coerente, ou; 2. Encabeçar, trazer sob um cabeça. Essa variação é devido ao debate sobre a raiz da palavra, que pode ser tanto “Kephali” (cabeça) como “Kephalaion” (ponto principal, sumário). É possível que ambos os significados estejam em vista em Ef. 1.10. Deus une todo o universo sob a autoridade do seu Rei Messiânico, Jesus. Isso é explicado em 1.20-22, onde Paulo diz que Jesus está à destra de Deus, acima de todo principado, autoridade, poder, domínio e de todo nome que se possa nomear em todas as eras, e que todas as coisas estão sujeitas debaixo dos pés de Cristo. Embora esse propósito seja completamente alcançado na consumação, ele já teve inicio na primeira vinda de Jesus.

Conclusão

Os cinco paralelos acima demonstram claramente a alusão intencional que Paulo faz de Dn. 2 em Ef. 1.8-10. E o ponto é: No fim dos tempos (que iniciou na vinda de Cristo), Deus graciosamente concede sabedoria a seu povo para entenderem o mistério do clímax de seu plano redentor na história, que é a união e sujeição de todas as coisas a Cristo Jesus. Se analisarmos todos os usos de mistério do NT, podemos chegar a duas conclusões: 1. A revelação do mistério é o início do cumprimento das profecias do AT e; 2. Esse cumprimento é inesperado do ponto de vista do AT. Assim, a vinda do Messias Jesus inaugura o reino escatológico de Deus (Dn. 2). Entretanto, o elemento inesperado (no tempo de Daniel) é que Deus sujeitou todas as coisas, até mesmo os espíritos malignos (e não somente os reinos térreos) a Jesus, e que aquela pedra que vira uma montanha e enche toda a terra, pode ser entendida como as boas novas da vinda do Messias e seu reino que é proclamada em toda a terra, fazendo com que pessoas do mundo todo (e não somente os judeus) façam parte do reino escatológico de Deus (esse é o provável sentido de mistério em Efésios 3).

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Bibliografia:
- Bockmuehl, Markus N. A. Revelation and Mystery in Ancient Judaism and Pauline Christianity. WUNT 36. Tübingen: Mohr Siebeck, 1990.
- Brannon, M. Jeff, “The Heavenlies” in Ephesians: A Lexical, Exegetical, and Conceptual Analysis
- Bruce, F. F. Colossians, Philemon, Ephesians. NICNT. Grand Rapids: Eerdmans, 1984.
- Caragounis, Chrys C. The Ephesian Mysterion: Meaning and Content. Coniectanea Biblica. New Testament Series 8. Lund: Gleerup, 1977.
- Cohick, Lynn H. Ephesians: A New Covenant Commentary. NCC 10. Eugene, OR: Cascade, 2010.
- Hoehner, Harold W. Ephesians: An Exegetical Commentary. Grand Rapids: Baker Academic, 2002.
- Liefeld, Walter L. Ephesians. IVP NTC 10. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2010.
- Lincoln, Andrew T. Ephesians. WBC 42. Dallas: Word, 1990.]
- Moritz, T., A Profound Mystery: The Use of the Old Testament in Ephesians (Leiden: Brill, 1996).
- O’Brien, Peter T. Ephesians. PNTC. Grand Rapids: Eerdmans, 1999.
- Schnackenburg, Rudolf. The Epistle to the Ephesians. Edinburgh: T&T Clark, 1991.
- Snodgrass, K., Ephesians: The NIV Application Commentary (Grand Rapids: Zondervan, 1996).
- Thielman, Frank. Efésios em “Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento”, ed. D. A. Carson e G. K. Beale, 2014.

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Autor: Willian Orlandi
Divulgação: Bereianos
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Pode uma feminista ser contra o estupro? Uma análise da imoralidade feminista

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Recentemente o feminismo, aproveitando o caso ocorrido com uma menina de 16 anos que foi estuprada, utilizou isso como um meio para se promover. Revoltando-se com o ocorrido e lutando pelo fim de uma suposta cultura do estupro.

E para começar com a resposta, eu diria que não. Uma feminista não pode ser contra o estupro. E acrescentaria dizendo que ela sequer pode ser contra qualquer tipo de banalidade que ocorre no mundo. O feminismo é, por si só, em sua própria origem, imoral, que permite toda e qualquer tipo de atrocidade humana.

Para isso, basta pensarmos nos pressupostos feministas. Pressuposições são as crenças mais básicas e gerais que alguém pode ter sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo. Geralmente elas não são ponderadas conscientemente, mas funcionam como a perspectiva a partir do qual um indivíduo observa e interpreta o mundo ao seu redor.

Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.” Essa frase de Simone de Beauvoir pressupõe o existencialismo ateu de seu marido Jean-Paul Sartre. Segundo a visão de mundo de Sartre, Deus não existe. E por essa razão, o mundo e as pessoas não foram criados por Ele. Há aqui uma clara demonstração de suas crenças básicas sobre Deus, homem e o mundo.

Segundo Sartre, o “existencialismo se define como a crença de que a existência precede a essência.”[1] Ele utiliza o exemplo de uma tesoura para ilustrar a contraposição disso. Considere a tesoura como um objeto a ser fabricado; esse objeto foi fabricado por um artífice que se inspirou num conceito. Desse modo o objeto é produzido de certa maneira, visto que ela tem uma utilidade definida: cortar papel. Podemos assim afirmar que, no caso da tesoura, a essência precede a existência.

Ao concebermos um Deus criador, identificamo-lo como um artífice superior, e admitimos sempre que a vontade segue mais ou menos o entendimento e que Deus, quando cria, sabe precisamente o que está criando.”[2] escreveu Sartre. Dessa maneira, se concebermos que a existência precede a essência, teremos que excluir Deus da nossa cosmovisão.

Porque dizer isso “significa que o homem existe e só posteriormente se define. O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo. Assim, não existe natureza humana, já que não existe um Deus para concebê-la. O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo: esse é o primeiro princípio do existencialismo.”[3]

Essas declarações de Sartre são a base, ou o pressuposto, no qual o feminismo se sustenta. Não há um Deus criador que criou e projetou a mulher com determinadas funções e papéis da sociedade. E indo ao ponto que a Behavoir propõe em sua frase: não há Deus para criar uma pessoa e dizer: está é mulher. A pessoa por si mesma decide ser o que quer ser.

Sartre não se satisfaz em eliminar Deus somente. Ele diz “que é necessário levar esse fato às últimas consequências. O existencialista opõe-se frontalmente a certo tipo de moral laica que gostaria de eliminar Deus com o mínimo de danos possível.”[4]

E que “o existencialista pensa que é extremamente incômodo que Deus não exista, pois, junto com ele, desaparece toda e qualquer possibilidade de encontrar valores num céu inteligível; não pode existir nenhum bem a priori, já que não existe uma consciência infinita e perfeita para pensá-lo; não está escrito em nenhum lugar que o bem existe, que devemos ser honestos, que não devemos mentir, já que nos colocamos precisamente num plano em que só existem homens. Dostoievsky escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe. Com efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a uma natureza humana dada e definitiva; ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta.”[5]

Sartre nos concedeu a resposta para a pergunta. E ela, claramente, é não. Se não há um Deus autoritário e absoluto que cria as pessoas, incluindo as mulheres, com propósitos específicos, então não há um Deus que dita as regras. Um Deus que diz que uma determinada prática é boa ou má. E as consequências dessa ética subjetivista são terríveis.

O subjetivismo nos diz que não temos nenhuma obrigação de concordar com o seu subjetivismo, ao mesmo tempo em que diz que ninguém tem a obrigação moral de fazer qualquer coisa. Se algo é bom porque uma pessoa considera que é boa, então a crueldade de uma pessoa pode ser tão boa quanto a generosidade de outra. As consequências do relativismo moral são absurdas! A existência de Deus é uma precondição para o conhecimento do bem e do mal.

Mas e quanto a sua luta pelo fim de uma suposta cultura do estupro? O termo foi desenvolvido a fim de mostrar como a sociedade culpava as próprias vitimas de abuso sexual e normalizava a violência sexual contra a mulher. O mesmo poderá ser dito aqui. Se não há um Legislador acima dos homens, então toda norma moral é reduzida a preferências pessoais.

As feministas podem se dizer contra essa cultura meramente por preferência pessoal. Mas quando surge um conflito entre aqueles que não têm um padrão absoluto em que se firmar, o conflito se resolve com base no que se mostrar mais forte. Em outras palavras, é a força que diz o que é certo. Isso acontece porque a sua preferência pessoal não tem nenhuma autoridade sobre a preferência pessoal do seu oponente.

Ao adotarmos um padrão relativo, a objeção aos maus tratos que os homens possam fazer às mulheres fica reduzida ao mesmo nível que nosso gosto particular por certos tipos de comida. Alguns gostam de chocolate, outros não; ou, alguns gostam de estupro, outros podem não gostar.

Segundo os pressupostos feministas, eu poderia neste momento me tornar uma mulher e querer ser uma estupradora de outras mulheres. E não há nada que me diga que isso é errado ou que eu não deva ser uma estupradora. Pois sou livre e não há valor algum que possa deslegitimar a minha conduta.

Somente se Deus existir será errado o maltrato de mulheres em todas as culturas e em todas as épocas, e Deus, no último dia, julgará esse pecado. É óbvio que chocolate e estupro não podem ser comparados. Mas quem não tem tal padrão não tem condições de negar esta comparação.

Por essa razão, toda vez que as feministas dizem que o estupro é errado, ou lutam contra a tal cultura do estupro, elas refutam a si mesmas. Porque pra isso é necessário pressupor um Deus que nos criou e que nos deu normas objetivas.

E se Deus nos criou, como reconheceu Sartre, sabia precisamente o que e para que estava criando, logo as próprias feministas se auto-refutam ao dizerem que temos obrigação de fazer ou não fazer determinada coisa. Portanto, o feminismo está refutado pela sua incongruência prática.

Na tentativa das feministas em dizer que a mulher não tem um papel definitivo na sociedade conferido por Deus, a consequência é tal que conseguem tirar a justificativa de ver o estupro como algo terrivelmente mal. Somente se não formos criados por Deus, poderemos dizer que eu é quem decido a minha essência. E caso isso aconteça, como bem reconheceu Sartre, não há valor ou ordem alguma para que eu possa condenar algo como mal.

Portanto, se você é uma feminista, submeta-se à finalidade para o qual Deus te criou. Pois Deus quando te criou sabia exatamente para o que estava te criando. Você foi criada a imagem e semelhança de Deus; e por essa razão, é incapaz de viver a sua ética subjetivista no mundo criado por Deus.

O fato é que os resultados do feminismo em querer excluir Deus da sociedade são desastrosos. Eles precisam pressupor Deus para manter a distinção de práticas certas e erradas. Elas lutam contra algo que necessitam para se manterem consistentes no que afirmam! Não que elas não afirmem a distinção de bem e mal, mas que elas só podem afirmar porque os pressupostos delas são falsos; e elas foram criadas por Deus para propósitos e fins específicos no mundo. Dessa maneira, eu me alegro toda vez que as vejo se revoltando contra algum ato de imoralidade; porque isso constitui como uma refutação de si mesmas e a afirmação da criação de Deus.

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Notas:
[1] ”O existencialismo é um humanismo”, SARTRE, p.4.
[2] Ibid, p.4.
[3] Ibid, p.4.
[4] Ibid, p.6-7.
[5] Ibid, p.7.

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Autor: Gabriel Reis
Fonte: Gospel Prime
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Você não pode dominar o orgulho

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Muitas vezes as pessoas se vangloriam e pensam que podem conter o pecado, particularmente o orgulho. Pensam que, ao invés de o pecado dominá-las, elas é que o dominam. Este tipo de pensamento manifesta um desastre anunciado. 

O orgulho não é algo para ser manipulado. Ele não é por você. Ele se opõe e destrói. 

Havia uma estória perturbadora aqui na região de Omaha. Um homem de 34 anos costumava andar para cima e para baixo em sua vizinhança exibindo a sua jiboia-constritora de 2 metros para os seus vizinhos. Muitas vezes ele deixava a cobra envolver os seus filhos e escorregar em seus trampolins. Gostava de exibi-la. 

Em uma dessas ocasiões, a cobra apertou o seu pescoço. Dentro de minutos ele estava sem fôlego, no chão, e pouco depois, morto. Seu “bichinho de estimação” tornou-se o seu assassino em matéria de segundos. Este homem superestimou a sua habilidade em dominar a cobra, enquanto subestimou o desejo desta em dominá-lo. 

Muitas vezes, o mesmo se dá com o pecado do orgulho. 

A sutil semente do orgulho cultiva um carvalho da auto-adoração no coração. Nabucodonosor não construiu uma estátua de 12 metros exigindo adoração no primeiro dia de reinado, mas no tempo que julgou oportuno fazê-lo. Foi a trilha gradual do orgulho. 

Salomão não consentiu com a adoração de falsos deuses no primeiro dia. No entanto, foi o lento vazar de idolatria e orgulho, quando seu coração apegou-se a mulheres estrangeiras, e a fama, que mudou a temperatura do culto de Israel, levando-os a um reino dividido.

Nem Judas vislumbra todas as ramificações do seu desejo por dinheiro e poder. Ele só se dá conta quando seu plano finalmente é materializado e a jiboia-constritora da culpa é apertada sobre ele. Ele foi vencido e arruinado. 

Foi o orgulho que incitou Satanás no jardim e induziu Eva a pecar. É o orgulho que sutilmente eleva o eu contra Deus; que tramou e consumou a morte de Jesus. 

O orgulho não é algo para ser levado levianamente, mas identificado e mortificado. Isto é, como cristãos, precisamos estar cientes da nossa susceptibilidade e ele, identificá-lo em nossos corações, e trabalhar ativamente para removê-lo por meio do arrependimento e fé em Cristo.

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Autor: Erik Raymond
Fonte: The Gospel Coalition
Tradução: Leonardo Bruno Galdino
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Jovem, você está preparado para a faculdade?

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Nunca discuta com um homem com microfone. Em várias ocasiões, eu fui convidado a participar de entrevistas para programas de rádio ou televisão por apresentadores controversos. Em grande parte, tenho diminuído a participação nestas entrevistas por causa do formato em que estão estruturadas. Embora eles prometam a oportunidade para um debate aberto, tal debate raramente acontece.

Há certos apresentadores que são cruéis no tratamento dos seus convidados e saem impunes por causa do poder do microfone. Quem controla o microfone controla o jogo. Se o apresentador faz uma declaração em particular, o convidado precisa contar com a misericórdia da pessoa com o microfone a fim de oferecer-lhe uma refutação. A qualquer momento no curso de tais discussões, os comentários do convidado podem ser silenciados.

Eu frequentemente utilizo esta ilustração ao falar com estudantes que se deparam com professores hostis na faculdade ou no seminário. Em seus esforços para defender as verdadeiras afirmações do cristianismo, os estudantes muitas vezes valentemente se dirigem para onde os anjos temem pisar, e são atacados violentamente pelo professor. Tento comunicar-lhes que, por mais valentes que suas tentativas possam ser, eles são na maioria dos casos, exercícios vãos, pois o professor controla a discussão.

A sala de aula não é um lugar onde o debate aberto é geralmente estimulado. Ao contrário, nos campus de universidades e até mesmo em seminários, foi declarada temporada de caça a estudantes cristãos. Por alguma razão, parece que os professores em tais ambientes têm prazer em tentar minar a fé de seus alunos. Esta é uma das razões pelas quais o Novo Testamento nos adverte que não muitos devem tornar-se professores, pois com o ensino vem um maior juízo.

Ao mesmo tempo, o próprio Senhor nos advertiu a respeito daqueles que trazem danos a um dos seus pequeninos. Na maioria dos casos, é fácil para um homem ou uma mulher com doutorado e anos de experiência no ensino superior humilhar um aluno, não importa o quão forte é a fé do aluno ou quão articulado o estudante possa ser. É uma incompatibilidade, e é uma incompatibilidade da qual os professores inescrupulosos avidamente apoderam-se. Estes professores explicam sua tática dizendo que eles estão simplesmente tentando abrir as mentes fechadas dos alunos ou levando-os para a libertação da escravidão às ideias ultrapassadas. As desculpas são tão infinitas quanto eles são irracionais.

Na primeira semana do meu primeiro ano frequentando o seminário, um professor foi duramente crítico com um aluno por ter ele vindo para o seminário com muitas ideias preconcebidas. A ideia que o estudante de seminário trouxe com ele e que o professor descreveu como uma injustificada pré-concepção era a sua crença na divindade de Cristo. Fiquei chocado quando vi um aluno ser humilhado por ter a audácia de entrar para o seminário com a ideia já formada em sua mente de que Cristo é o Filho de Deus encarnado. A questão real, no entanto, foi esta: por que o professor, que havia supostamente se comprometido com as declarações de credo do seminário, negara a divindade de Cristo, naquela situação? Mas este tipo de coisa acontece muito mais regularmente do que muitas pessoas imaginam.

Quando eu estava na faculdade de uma universidade cristã há muitos anos atrás, havia um fluxo constante de estudantes que vinham até mim com perguntas sobre a relação entre as verdades afirmadas no Novo Testamento a respeito de Cristo e as semelhantes afirmações mitológicas encontradas no famoso trabalho “Metamorphosis” do poeta Ovídio. Tornou-se claro que incluir um estudo de Ovídio e traçar paralelos entre os ensinamentos do Novo Testamento sobre Jesus e os mitos apresentados em “Metamorphosis”, era o deleite do professor de Inglês em sua classe de humanidades.

Eu tive a oportunidade de encontrar-me com este professor em uma atmosfera amigável durante o café na união dos estudantes, e eu comecei a fazer-lhe perguntas sobre seu conhecimento a respeito da cosmovisão bíblica em comparação com a cosmovisão de Ovídio. Apontei um notável número de diferenças entre a visão de mundo de Ovídio e a do Novo Testamento, as quais o professor reconheceu existirem, e eu disse: “Simplesmente não é uma boa forma de ensino apontar semelhanças entre posições diferentes, sem, ao mesmo tempo reconhecer as significativas diferenças entre eles. Em sua crítica ao cristianismo, você não mencionou essas diferenças, o que não é uma boa abordagem do assunto”. Ele ficou arrependido e comprometeu-se a não mais fazer isso. Mas, novamente, este foi apenas um incidente em meio, literalmente, a dezenas de milhares que acontecem todos os anos nos campus, não apenas nas universidades seculares, mas em faculdades ligadas à Igreja e até mesmo em seminários teológicos, como eu já mencionei.

Um dos problemas que temos aqui é o critério que usamos ao escolher faculdades ou universidades para frequentarmos, em primeiro lugar. Assim, muitas vezes os pais ficam impressionados com a beleza do campus de uma instituição em particular ou por sua própria lembrança do compromisso da instituição de uma geração atrás, negligenciando a realidade de que a abordagem do cristianismo muda em várias instituições na medida em que o corpo docente muda. O barômetro mais importante para a escolha de qualquer tipo de instituição de ensino superior não é a beleza do seu campus, mas seu corpo docente.

Se você visa enviar seus filhos a uma instituição que tem uma história cristã ou um relacionamento cristão, não assuma que o corpo docente atual está totalmente convencido das afirmações verdadeiras do cristianismo. Você pode até mesmo estar jogando seus filhos no fogo de uma provação que eles não estão esperando e não estão realmente preparados para suportar. Não sou a favor das pessoas serem educadas em um ambiente protegido onde não há interação com a mentalidade secular e com visões de mundo pagãs, mas precisamos estar plenamente preparados para entender quando e onde essas visões de mundo entram em colisão com o cristianismo e como evitar colisões que podem ser desastrosas.

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Autor: R. C. Sproul
Fonte: Ligonier Ministries
Tradução: Arielle Pedrosa
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Revelação e Futuro

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Excerto da palestra X, "Revelação e Futuro", do livro A Filosofia da Revelação, de Herman Bavinck, a ser publicado em breve pela Editora Monergismo. Tradução de Fabrício Tavares de Moraes, co-editor do blog Bereianos.

A doutrina de que o homem está corrompido pelo pecado, não podendo, portanto, santificar e salvar a si mesmo por meio de sua própria força é comumente considerada o erro mais terrível de todos; a autonomia e a autosoteria rejeitam toda forma de heterosoteria. Mas, ao mesmo tempo, quando toda transcendência e metafísica são negadas, o ser humano é exaltado acima de seu estado habitual, passando a ser identificado com o divino. A tarefa super-humana de transformar a presente sociedade num estado de paz e alegria requer mais do que simplesmente o poder humano; se Deus não opera a mudança, a esperança pode ser cultivada somente quando o poder do homem é divinizado. De fato, essa é a ideia central daquela teoria filosófica que Strauss desenvolveu mais claramente, a saber, que o infinito não é realizado num único homem, mas somente na humanidade; esta, sendo a verdadeira unidade das naturezas divina e humana, o homem transformando-se em Deus, o Espírito infinito descendo à finitude, a criança da visível mãe-natureza e do invisível pai-espírito, o realizador de milagres, o salvador do mundo. Aquilo que a humanidade confessa com relação a Cristo e declara em sua ideia de divindade é simplesmente um símbolo daquilo que ela encontra em si mesma, daquilo que ela é. Teologia é essencialmente antropologia; o culto a Deus é a humanidade adorando a si mesma. Comte, dessa forma, foi bem consistente quando substituiu a adoração a Deus pela adoração ao homem.

Essa deificação do homem prova claramente que nenhuma escatologia é possível sem metafísica. Mas isso é demonstrado ainda mais claramente por outro fato. A cultura, a ética, o idealismo – todos indo atrás de um objetivo – devem sempre buscar uma aliança com a metafísica. Kant reverteu as relações entre esses elementos, e tentou tornar a moral totalmente independente da ciência; mas sobre essa moralidade, o filósofo construiu novamente uma fé prática numa providência divina. De semelhante modo, qualquer sistema ético que aspira ser a verdadeira ética e apresentar um caráter normativo e teleológico, sem se tornar uma simples descrição de hábitos e costumes, se vê forçado a buscar o apoio da metafísica. Se o homem deve se empenhar por um ideal, ele pode ganhar coragem apenas pela fé que tal ideal é o ideal do mundo inteiro e está baseado efetivamente na realidade. Ao banir a metafísica, o materialismo não possui mais um sistema ético, passa a desconhecer a distinção entre bem e mal, não possui mais lei moral, nem dever, nem virtude, nem sumo bem. E quando a filosofia humanista imanentista de Natorp, Cohen e outros procura basear a ética exclusivamente no imperativo categórico, ela perde toda segurança de que o “deveria” irá algum dia triunfar sobre o “é”, e o bem sobre o mal. Independentemente daquilo que se crê ser o bem maior, este é ou uma imaginação, ou é e deve também ser o supremo e verdadeiro ser, a essência da realidade, o sentido e destino do mundo, e, assim, também o vínculo que mantém unidos todos os homens e nações em cada parte do mundo, salvando-os da anarquia.

O cristão, por sua vez, encontra a segurança do triunfo do bem em sua confissão da vontade soberana e todo-poderosa, que, embora distinta e exaltada acima do mundo, cumpre, todavia, por meio dele, Seus santos desígnios, e, de acordo com estes desígnios, conduz a humanidade e o mundo à salvação. Mas aquele que rejeita essa confissão não escapa, contudo, da metafísica. Soa bem chamar o homem de “o rebelde na natureza”, o qual, quando esta diz: “Morra!”, responde: “Eu continuarei vivendo”. Porém, com toda sua sabedoria e força, o homem, ao final das contas, é impotente contra a natureza. Eis o motivo porque, mesmo quando o teísmo é negado, a verdadeira realidade – a vontade do mundo que se encontra oculta por detrás dos fenômenos, manifestando-se muito imperfeitamente – é pensada como análoga àquela do homem, e especialmente como uma vontade eticamente boa. Não obstante toda sua autoconfiança e autoglorificação, o homem está, em toda cosmovisão possível, incorporado num todo maior, sendo, portanto, explicado e confirmado por essa totalidade. A metafísica, que é a crença no absoluto como um poder sagrado, sempre constitui o fundamento da ética.

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Autor: Herman Bavinck
Fonte: A filosofia da revelação
Tradução: Fabrício Tavares de Moraes
Divulgação: Bereianos
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IPB: Evangelização Confessional x Pragmatismo das Comunidades

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É com profunda dor e decepção que escrevo esta breve introdução desta série de postagens, especialmente com alguns que caíram pelos caminhos da dura pressão de resultados, que acabaram cedendo ao que é a pior ameaça contra a herança litúrgica e reformada histórica que a Igreja Presbiteriana do Brasil tem sofrido na última década. Creio que isso é pior que a pressão pentecostal sofrida na década de 90. Sem dúvida alguma, a IPB deixa de ser IPB onde uma Comunidade Presbiteriana é plantada. Esse é um câncer, um sistema corrosivo, destruidor para as igrejas presbiterianas.

Para acalmar alguns, a determinação de não usar o nome comunidade foi desferido pelo Supremo Concílio da IPB. Devo, porém, dizer três coisas: 1. Foi apenas isso, o que de fato não mudou nada na prática. As Comunidades continuam com suas mesmas características litúrgicas e eclesiológicas, quando não, humanistas; 2. Algumas demonstram que não estão nem um pouco submissas a essa decisão, continuam com o nome “comunidade”; 3. Muitos pastores de renome no Brasil não querem ‘mexer’ nisso, pois já estão envolvidos com os congressos promovidos pelas Comunidades.

Daqui a dez anos, talvez, não existirá mais IPBs em muitos lugares - sociedades internas, cultos solenes, hinos, símbolos de fé, farão parte da história de uma igreja morta, morta por um parasita que se tornou um monstro. A única coisa que se respeita da CI [Constituição Interna] da IPB são as garantias de salários para os pastores. Se até lá o Senhor não voltar, estaremos cheirando o vômito do Senhor Jesus.

Apesar de dizer assim, Ele pode causar uma mudança (Mt 16.16-18).

I. QUAL É O GRANDE PROBLEMA?

As Comunidades perderam, na prática, a compreensão da doutrina bíblica da depravação total (Rm 3.9-18) e passaram a buscar um estilo de igreja que agrade as pessoas. Isso causa um prejuízo incalculável na proclamação do evangelho. A advertência de Paul Washer é sábia:

“[..] àqueles que estão constantemente buscando formas inovadoras de comunicar o evangelho para um nova plateia [seeker-sencitive], faria bem começar e terminar uma pesquisa nas Escrituras. Os que enviam milhares de questionários perguntando aos não convertidos o que mais desejam em um culto devem perceber que dez mil opiniões de homens carnais não carregam a autoridade de um “i” ou “til” da palavra de Deus. Devemos entender que há um grande abismo de diferenças irreconciliáveis entre o que Deus ordenou nas Escrituras e o que a atual cultura carnal deseja.” (O Poder do Evangelho e Sua Mensagem, p. 20).

Van Til, apesar de focar a questão da lógica, comenta algo bem interessante:

“O Deus do cristianismo é para ele [para o homem caído] logicamente irrelevante para a experiência humana.” (Apologética Cristã, p.138).

Em um resumo bem simples, mas real e verdadeiro, as Comunidades não estão erradas em querer plantar igrejas, mas o tipo de igreja que querem plantar, não é uma que agrada a Deus em primeiro lugar, mas que agrada a cultura e os gostos dos filhos da ira (Ef 2.1,2).

Em certo sentido, enquanto as igrejas neopentecostais procuram agradar o misticismo brasileiro, usando elementos abolidos do Antigo Testamento, eles pelo menos estão buscando na Bíblia, com péssima exegese, a formatação de seus métodos, enquanto as Comunidades Presbiterianas estão indo direto à cultura popular caída (Veja aqui). Ambos os seguimentos são iguais.

II. QUAL É O SEGUNDO GRANDE PROBLEMA?

Não posso deixar de dizer algo de máxima importância. Muitos dos presbiterianos conservadores estão apáticos e não estão envolvidos na evangelização árdua em suas igrejas. Não evangelizar é o mesmo de evangelizar errado. Ser inativo é ser tão reprovável quanto ser pragmático. Criticar eles por fazerem errado, e não FAZER o certo é também cair em erro. Recentemente, um conhecido reformado em uma palestra sobre evangelização disse:

“Vou falar de evangelização urbana, mas eu mesmo não evangelizo.

O nosso doutor, foi “sinceramente hipócrita”. Ele não deveria dar a tal palestra nessa igreja. Aqui é onde estamos perdendo espaço para as Comunidades, que apesar de estarem erradas, não estão erradas na disposição.

Bom lembrarmos que não existe uma forma de evangelização, ela deve ser feita sempre e de diversas maneiras. Na pregação no culto solene, na visitação, no discipulado, nas reuniões, nas ruas, isso deve estar impregnado na vida do ministro, dos obreiros, dos líderes locais e de todos os crentes. Joel Beeke mostra que os puritanos eram evangelizadores por excelência, ao estilo da época (Espiritualidade Reformada, cap. 7º). A visitação de Richard Baxter demonstra um pastor evangelista (Manual Pastoral do Discipulado, Editora Cultura Cristã). O conteúdo, sabemos, nunca foi formatado aos ditames do mundo caído.

A Bíblia adverte que temos essa obrigação e promessa (Mt 28.18-20; I Pe 2.9,10). E temos dois documentos na IPB que deixam em relevo que nossa missão envolve a evangelização, juntamente com outras ações nobres da Igreja:

Catecismo Maior de Westminster - 159. Como a Palavra de Deus deve ser pregada por aqueles que para isto são chamados? Aqueles que são chamados a trabalhar no ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; fielmente, tornando conhecido todo o conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter, edificar e salvar as almas. Jr 23:28; Lc 12:42; Jo 7:18; At 18:25;20:27;26:16-18; I Tm 4:16; II Tm 2:10,15;4:2,5; I Co 2:4,17;3:2;4:1,2;9:19-22;14:9;II Co 4:2;5:13,14;12:15,19; Cl 1:28; Ef 4:12; I Ts 2:4-7;3:12; Fp 1:15-17; Tt 2:1,7,8; Hb 5:12-14.”
Constituição da IPB - Art. 2º. A Igreja Presbiteriana do Brasil tem por fim prestar culto a Deus, em espírito e verdade, pregar o Evangelho, batizar os conversos, seus filhos e menores sob sua guarda e "ensinar os fiéis a guardar a doutrina e prática das Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, na sua pureza e integridade, bem como promover a aplicação dos princípios de fraternidade cristã e o crescimento de seus membros na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Art. 14. São deveres dos membros da igreja, conforme o ensino e o Espírito de nosso Senhor Jesus Cristo: a) viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada; b) honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra; c) sustentar a igreja e as suas instituições, moral e financeiramente; d) obedecer às autoridades da igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às Sagradas Escrituras; e) participar dos trabalhos e reuniões da sua igreja, inclusive assembleias.”

Se é assim que se estabelece a Igreja Presbiteriana do Brasil, me parece que muitos estão se escondendo na crítica ao pragmatismo, o que de fato deve ser feito, mas estão parados. Outros nem na crítica a esse movimento cancerígeno, estão na Torre de Marfim, intocáveis, desde que sua fama e títulos sejam honrados.

O QUE FAZER NA PRÁTICA?

Para uma evangelização confessional, isto é, bíblica, você precisa acima de tudo ter duas atitudes em relação aos símbolos de fé presbiterianos - Primeiro conhecê-los de forma abrangente. Ler constantemente, na só a Confissão de Fé de Westminster, mas especialmente seus Catecismos. Segundo, ter fervor, convicção, entusiasmo, a respeito de suas posições bíblicas confessionais. O mundo tem convicção de seu relativismo, os neopentecostais de suas heresias, judeus foram trucidados e muçulmanos morrem e matam pela fé. Porém, muitos Reformados, parecem adotar uma atitude ‘complacente’ e apática em relação á sua fé, que não dá para entender por que são, muitos desses, pastores, presbiterianos. Não há fervor na alma. Se achar que não há fervor na vida Confessional, então duas coisas você não sabe mesmo: A vida dos puritanos, e duas perguntas e repostas do Catecismo Maior – a 104 e 105.

Jamais você verá os frutos de ser fiel aos símbolos de fé presbiterianos se você não conhecer e não ter paixão ardente por eles. Quando me deparo com alguns comentários negativos a respeito dos Símbolos da IPB, não raro identifico isso. O que está decepcionado em usar, não tem nenhum conhecimento a mais, nenhuma experiência de vida a respeito, nenhum plano devocional. Parece que o período no Seminário ou no Instituto esgotou sua paciência com os símbolos de fé, e algum afastamento parece ser um alivio. Outros não negam publicamente, mas negam na prática.

Ainda há os que talvez possuam os dois passos acima, estudam e tem fervor, mas não pensaram muito em usá-los no processo de evangelização e discipulado. Nessa postagem pretendo dar alguns apontamentos a respeito.

I. USANDO OS SÍMBOLOS COMO MATERIAL EVANGELÍSTICO

Talvez o que muitos nunca fizeram, é usar os Símbolos de fé já no processo de evangelização. Como fazer?

Quando produzir folhetos de evangelismo em sua igreja ou congregação, inclua algum trecho dos Símbolos de Fé. Uma parte da CFW ou dos catecismos que seja pertinente ao tema que você está abordando. Eu já inclui em um folheto a definição incomparável que a CFW dá de quem é Deus (presente também nos catecismos). Você talvez use aqueles folhetos das sociedades bíblicas, que são estreitos, com mensagens curtas. Então, faça-os apenas com duas perguntas, ou partes da CFW. Não tenha receio disso!! Imagine um folheto com a pergunta “Quem é Deus?” E antes de entregar para a pessoa, pergunte a ela qual seria a resposta dela. Você notará que as respostas são sempre aquelas, vazias e sem objetividade. É uma grande oportunidade de mostrar a resposta simples, bíblica e irrefutável do Catecismo Maior.

Recentemente escrevi um folheto que tem por tema “Qual o objetivo de sua vida?” Ao passo que a evangelização pragmática buscaria as respostas aos anseios do homem caído no homem, o Catecismo mostra que o foco está para cima, não em nós. A maior parte o folheto se desdobrou em torno do que é dito na primeira pergunta do CMW:

“1. Qual é o fim supremo e principal do homem? Resposta. O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegar-se nele para sempre.  Rom. 11:36; 1 Cor. 10:31; Sal. 73:24-26; João 17:22-24.”

O impacto disso é surpreendente, pois está honrando a Deus, dando testemunho não diluído de Sua Palavra. Faça o teste... ‘lance seu pão sobre as águas’. Quem sabe algumas pessoas saberão o sentido da “voz de grande estrondo” de Ez 3.12 por encontrar o objetivo da vida delas!

II. USANDO OS SÍMBOLOS DE FÉ COMO MANUAL DE DISCIPULADO

Eu costumo dizer que a evangelização bíblica envolve três momentos, ou passos. O primeiro é o anúncio/proclamação: quando você comunica o evangelho a uma pessoa. Depois vem o discipulado/ensino: quando você ensina o evangelho a uma pessoa. Por último, vem a integração/inclusão: quando você a inclui na comunidade do evangelho, na igreja. A Evangelização é plena.

No segundo passo, onde temos adotado o termo, ‘discipulado’, não é incomum um curso, alguns materiais de ensino do chamado “ABC” do evangelho. Isso é muito bom mesmo, e muitos materiais têm suprido essa necessidade e tem sido benção de Deus para a vida da igreja. Porém, você pode fazer um material de discipulado mesmo usando os Símbolos de Fé!

Eu organizei um, que expandi recentemente com artigos da Constituição da Igreja Presbiteriana, para ao mesmo tempo servir na classe de catecúmenos. Pensei em fazer assim, pois às vezes em trabalhos nascentes o discipulado já serviria para a recepção de membros. Como se fosse uma classe de catecúmeno pessoal, na casa do novo crente.

Como organizei esse material? Em cinco assuntos principais:

1. Bíblia - 2. Deus - 3. Salvação - 4. Vida Cristã e 5. Igreja

Selecionei o que especialmente o Catecismo Maior de Westminster diz a respeito desses temas e inclui alguns pontos da Confissão. Você pode fazer isso em seu discipulado [de uma certa forma, chamo-o de "Catecismo Médio"]

Se preferir, use o Breve Catecismo de Westminster no discipulado, não tenha medo, nem imagine que é profundo demais para as pessoas. Essa é nossa missão, ensinar todo o desígnio de Deus (At 20.27). Elas aprenderão, esteja certo disso. Jamais deixamos de entregar a Bíblia para alguém, pois nela tem o livro de Levítico, as profecias de Daniel, as visões de Ezequiel ou mesmo o difícil livro simbólico de Apocalipse. Esses são livros inspirados, superiores aos documentos de fé que neles estão baseados. Não fique preocupado se os Símbolos de Westminster podem causar confusão ou dificuldades. Eles causarão em todos que não estão de acordo com eles!!! Aí entra o papel do mestre, do discipulador, de ensinar com esmero (Rm 12.7).

III. TODOS OS MEMBROS DE SUA IGREJA TEM OS SÍMBOLOS DE FÉ?

Infelizmente, a maioria dos presbiterianos no Brasil não possuem os Símbolos doutrinários de sua fé. Isso tem contribuído para a formação de Igrejas Presbiterianas que são mais comunidades evangélicas do que Igrejas Reformadas. Precisamos trabalhar contra isso, com todo ardor e força que temos. Isso virou uma questão de sobrevivência. Aos reformados que estão preocupados com o crescimento das comunidades presbiterianas, eu tenho essa certeza. Já que nossos medalhões reformados estão calados diante das comunidades presbiterianas, só resta-nos a luta pela pulverização dos símbolos nas igrejas e congregações, em uma nova geração de crentes.

Mas se você quer ser um presbiteriano autêntico, se você quer ser um ministro honrado, de palavra, ou um obreiro que seja de confiança, comece a estimular a aquisição dos símbolos de fé por parte de todos os membros de sua igreja ou congregação. Se puder, que a igreja compre e distribua a todos os membros. Se não puder, que pelo menos aos que não tem muitas condições. MAS QUE TODOS TENHAM. Crianças e adultos. [Obs: A Editora Cultura Cristã tem feito promoções significativas para os símbolos de fé e, diga-se de passagem, os livros que contém os Símbolos já possuem os textos bíblicos transcritos. Eu sempre defendi a idéia que deveriam ser impressos em formatos de revista de escola dominical, com letras legíveis, e que fossem vendidos a preço de custo. Mas já que não é possível, fico grato a Deus pelas promoções realizadas pela editora, mostrando essa sensibilidade].

Como isso pode contribuir na evangelização? A medida que a pessoa for sendo integrada na igreja local, ela notará que tais documentos de fé são levados a sério. Que a importância deles é indispensável. Irá concluir a evangelização dele à medida que ele notar a cultura doutrinária no contexto de sua nova família da fé. Os crentes começarão a crescer em conhecimento doutrinário, sendo também capazes de dar orientação bíblica aos novos. Isso tudo é o processo de evangelização, até o momento em que ele for batizado e começar gerar para Cristo outros membros. E com essa impressão doutrinária prosseguirá em conduzir outros aos caminhos do Senhor.

Creio nessas coisas, e tenho praticado.

Deus nos fortaleça, em Cristo!

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Autor: Luciano Sena
Fonte: MCA - Ministério Cristão Apologético
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10 armadilhas em que o apologeta tolo pode cair

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Um embaixador de Cristo deseja ser discreto, persuasivo, sensível e atencioso. Ser um bom apologeta e ser capaz de dar boas razões para a verdade do Cristianismo exige oração, paciência, estudo e persistência. Para aqueles que decidiram ter como meta se tornar bons defensores da fé, há certas disciplinas positivas e traços de caráter que seria bom que desenvolvessem.

Mas, por outro lado, há certas armadilhas que podem aparecer que, quando não são controladas, podem se tornar traços de caráter de um apologeta tolo. Aqui listamos 10 delas:

1 – O apologeta tolo fala antes de ouvir

O apologista tolo fala antes de ouvir. Provérbios 18:13 diz: “O que responde antes de ouvir comete estultícia que é para vergonha sua.” Não só ele passa a mensagem aos outros de que ele não se importa sobre o que eles têm a dizer, como ele também se torna incapaz de dar uma boa resposta. O apologeta sábio é paciente, procura compreender, e evita monólogos.

2 – O apologeta tolo exagera no seu argumento

O apologeta tolo não tem “boas razões”. Em vez disso, ele tem “provas”. Ele pode mostrar algo sem nenhuma sombra de dúvida! Seus argumentos são apresentados com toda confiança (e é claro que ele não pode estar errado). Mesmo quando ele utiliza bons argumentos, ele exagera o que eles realmente mostram. Sem modéstia, e as pessoas o rejeitam. O apologeta sábio argumenta com confiança, mas com modéstia.

3 – O apologeta tolo quer ganhar todos os pontos

Quando a conversa fica complexa, ele precisa corrigir todos os erros que ele vê na opinião da outra pessoa. Não importa se a pessoa do outro lado da conversa esteja ficando ofendida por sua “cautelosa atenção aos detalhes.” Se ele comete um erro, pedalam para trás, sem haver qualquer admissão de que estava errado. O apologeta sábio pode discernir o que realmente importa em uma conversa.

4 – O apologeta tolo persegue pistas falsas

Se o assunto é a ressurreição, ele fala de evolução. A conversa segue em todas as direções. Ele não pode fazer qualquer progresso em um argumento, porque ele não pode detectar pistas falsas e distrações. Na verdade, ele pode muitas vezes desfrutar destes desvios de foco no diálogo, porque ele tem orgulho de sua sabedoria nessas áreas. O apologeta sábio sabe como se ater a um ponto.

5 – O apologeta insensato é orgulhoso de si mesmo

Ele gosta do fato de que ele conhece termos que fazem os “novatos” em torno dele ficarem constrangidos. Ele secretamente elogia a si mesmo por ler mais livros em um mês do que a maioria das pessoas faz em um ano. Ele gosta do som de sua própria voz, e acha que ele faz um bom trabalho em um fórum na Internet. A apologética é, na verdade, a sua ferramenta para mostrar ao mundo que ele pode malhar seu músculo intelectual. Ele recebeu sua recompensa. O apologeta sábio se humilha diante de Deus, e olha para si mesmo com o julgamento sóbrio.

6 – O apologeta tolo busca popularidade

Ele desfruta ser elogiado pelos outros, desfruta falar com muitas pessoas, gosta de ser um cara famoso. Ele joga seu nome nas telas e nos fóruns como uma maneira de mostrar aos outros o quão conectado ele é ao que está acontecendo. Ele não escolhe o lugar de humildade. O apologeta sábio floresce onde ele foi plantado, e onde Deus designou que ele estivesse.

7 – O apologeta tolo despreza a disciplina espiritual

Ele acha a filosofia mais interessante do que a leitura da Bíblia. A oração é rara e quando acontece é apressada. Na verdade, oração, meditação, estudo bíblico, adoração e comunhão estão em segundo lugar na lista de prioridades. Ele prefere bolar seus próprios argumentos antes de se conectar a Deus. O apologeta tolo engana a si mesmo, crendo que é espiritual. O apologeta sábio senta-se aos pés de Jesus.

8 – O apologeta tolo não tem amor

Ele pode falar a línguas dos filósofos e dos teólogos, mas ele não ama. Ele tem o dom da inteligência e conhece todos os mistérios e toda a ciência; seus argumentos podem mover montanhas, mas ele não ama – ele não é nada. Ele dá todo o seu tempo e energia para estudar, e rende suas finanças a diplomas universitários, mas não tem amor – e não tem nada. O apologeta sábio é motivado pelo amor a Deus e amor ao próximo.

9 – O apologeta tolo se isola dos outros

Ele não aprecia a correção. Ele tem seus próprios planos, a sua própria agenda, e seu próprio ministério pessoal. Ele se recusa a deixar que o ferro afie o ferro. Quando ele cai, ele não tem ninguém para ajudá-lo. Ele é responsável perante si mesmo. O apologeta sábio envolve-se com os conselheiros piedosos e companheiros de trabalho.

10 – O apologeta tolo não faz apologética

Ele se torna um viciado em apologética; um consumidor ao invés de um soldado alistado. Ele fala mais sobre defender a fé do que, de fato, defende a fé. Debates são um esporte para ele. Ele se esquece que almas estão em jogo e nem sequer pensa em pregar o Evangelho. O apologeta sábio quer que outros venham a Cristo mais que tudo – e ele usa a apologética como uma ferramenta para auxiliar nesta tarefa.

Deparou-se com qualquer uma dessas armadilhas em sua própria vida? Esta lista pode servir como um lembrete útil ou até mesmo servir como uma lista de pontos para pedidos de oração, tendo em vista o seu próprio desenvolvimento, para ser tornar um melhor embaixador de Cristo.

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Autor: Brian Auten
Fonte: Apologetics 315
Tradução: Erving Ximendes
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