Evidências de uma verdadeira conversão

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“Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Atos 9.3-4)

Numa rua de Londres, um bêbado cambaleante encontrou-se com Spurgeon. Reconhecendo o pregador, lhe perguntou se este não o reconhecia. Quando Spurgeon respondeu que não, o ébrio argumentou: "Mas o senhor devia conhecer-me; sou um dos seus convertidos". Então oveio a resposta: "Isso pode ser. Se o senhor fosse um converso de Deus, não estaria nessas condições". Assim como este bêbado, muitos dizem serem convertidos, mas na verdade nunca foram. A conversão de Saulo nos mostra evidências de uma verdadeira conversão.

Esta conversão é tão significativa que Lucas registra três vezes no livro de Atos, capítulos 9, 22 e 26. Analisando a vida de Saulo, quais são as evidências de uma verdadeira conversão?

I) MUDANÇA DE VIDA

Quem era Saulo? Ele mesmo responde essa pergunta três vezes na Bíblia nos capítulos 22 e 26 de Atos e Gálatas 1. Ele era perseguidor da igreja de Cristo, assim perseguidor de Cristo.Saulo era judeu, contudo nasceu em Tarso da Cicília (Atos 22.3) – A cidade de Tarso é hoje a atual Turquia – Essa cidade era famosa por suas escolas. Ele era fariseu (At.23.6; 26.5; Fp 3.5).

O primeiro possível aparecimento do apóstolo no NT, foi no julgamento de Estevão em Atos 6.8-15. Quando Estevão é apedrejado, encontramos Saulo (v.58). Para entendermos melhor o que Saulo estava fazendo ali, precisamos ir até o livro de Deuteronômio: “Por depoimento de duas ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por depoimento de uma só testemunha, não morrerá. A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo; assim, eliminarás o mal do meio de ti.”(Dt 17.6,7). As testemunhas eram as primeiras a jogar pedras. No texto de Atos as vestes daqueles que arremessavam pedras foram jogadas aos pés de Saulo. Com isso vemos que ele consentiu na morte de Estevão (cf Atos 8.1). E sobre isto ele confessa: “e assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam.” (Atos 26.10).

Veja a destruição que este homem causou à igreja: “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere”. (Atos 8.3). O verbo empregado para “assolava” é o mesmo verbo “devastar” empregado no Salmo 80.13 em relação a um animal selvagem. Essa devastação está registrada em Atos 9.21 e Gálatas 1.13,23 – verbos como devastar, perseguir e destruir são usados para descrever o comportamento de Saulo antes da conversão - Ler Atos 26.9-11.
Saulo era tão mal que os crentes não acreditaram que ele havia convertido (Atos 9.26). Este era Saulo antes de encontrar com Jesus, porém se torna de perseguidor a pregador do evangelho.

O que é uma mudança de vida? No grego a palavra “conversão” (metanóia), literalmente significa “mudar de mente”, “arrependimento”. Veja o uso dessa palavra: “… O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.”(Marcos 1.5). Isso significa abandonar o velho homem (cf Romanos 6.6). O próprio Saulo depois afirmou: “… já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”(Gálatas 2.20). Este homem teve a sua mente mudada, os seus objetivos eram outros. Ele era um crente!Uma mudança real de vida é evidência da verdadeira conversão.

A segunda evidência de uma verdadeira conversão na vida de Saulo foi sua…

II) COMUNHÃO COM DEUS

No verso 9 lemos: “Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu.”(Atos 9.9). Saulo teria passado três dias orando e jejuando. Ele tinha percebido que estava perseguindo o próprio Deus. E isso deve ter causado em Saulo uma profunda consciência do pecado. Não é sem motivo que ele depois de alguns anos se identifica como principal pecador: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (I Timóteo. 1.15 e I Coríntios.15. 9). E sobre esta comunhão, o próprio Senhor disse a Ananias: “… Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando.” (Atos 9.11)

O seu coração cheio de fúria e ódio foi lavado pelo sangue do Cordeiro e preenchido pelo amor de Deus (Efésios.3.19). Em todas as suas cartas ele vai dar sinais de alguém que anda com Deus. Veja alguns textos:“Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.”(Gálatas 1.10); “tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4.13). Uma comunhão verdadeira com Deus é parte da verdadeira conversão.

A terceira e última evidência da verdadeira conversão na vida de Saulo foi seu…

III) DESEJO DE PREGAR O EVANGELHO

Ele se torna um evangelista: “E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus.” (Atos 9.20). A partir do versículo 20, nós vamos ver em Saulo um comportamento muito comum na vida de um convertido: pregação do evangelho.

“Estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor.”(Atos 9.28) - Saulo foi mandado para Cesaréria e dali para Tarso a sua terra natal. Lá ele ficou alguns anos, possivelmente pregando o evangelho. Depois desses anos Barnabé foi até ele (Atos. 11.25), e encontrando-o, o levou para Antioquia, para pregarem lá o evangelho. E assim deu-se início a história missionária do apóstolo Paulo.

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego;”(Romanos 1.16)

“Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.” (1 Coríntios 9.22)

O exemplo de Saulo nos ensina que a conversão gera no novo discípulo de Cristo o desejo de pregar o seu evangelho. Este é um sinal encontrado na vida de um verdadeiro convertido.

CONCLUSÃO: Saulo (que teve o nome mudado para Paulo por estratégia missionária) era um perseguidor implacável da igreja, mas o encontro com Cristo, tornou-se um grande pregador da Palavra de Deus. E você? O que você era antes de encontrar com Jesus? E o que você é agora? É tempo de analisar se há em você evidências da verdadeira conversão. Se o evangelho não tivesse sido pregado a você, onde você estaria agora? Como estaria a sua vida? Pense nisso e anuncie o evangelho Cristo.

Por: Pr. Ronaldo P. Mendes
Fonte: [ Solus Christus ]
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Identidade reformada e confessionalidade

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Introdução

Uma das características originais da tradição reformada foi a sua confessionalidade. Nos séculos 16 e 17, os reformados, mais do que outras tradições protestantes, preocuparam-se em expressar formalmente as suas convicções doutrinárias por meio de declarações escritas. Essas declarações foram de dois tipos: confissões de fé e catecismos. As confissões de fé são documentos dirigidos tanto a um público interno quanto externo e consistem em uma exposição sistemática dos principais pontos da fé reformada. Já os catecismos são dirigidos principalmente aos fiéis, especialmente as crianças e os jovens, e geralmente têm a forma de perguntas e respostas.

Ao lado do pensamento dos reformadores suíços, essas declarações de fé constituem uma das principais fontes da teologia reformada. Elas são notáveis pelo seu número e variedade: a comunidade reformada formulou pelo menos cinqüenta confissões de alguma importância nos primeiros 150 anos. Algumas foram redigidas por indivíduos e outras por grupos; algumas são muito simples, outras altamente elaboradas. Seus tópicos são os temas clássicos da teologia reformada: Deus e o seu senhorio, a autoridade das Escrituras, o pecado e a salvação, a eleição, os sacramentos, a vida cristã (ética), etc. Muitos desses documentos abordam passagens clássicas da Escritura e da tradição cristã, tais como os Dez Mandamentos, a Oração do Senhor e o Credo dos Apóstolos (os reformados também aceitam os credos, as declarações de fé da igreja antiga).

1. Objetivos das declarações confessionais

a) Declaratório: dar testemunho aos outros acerca da fé pessoal e coletiva (1 Pe 3.15).

b) Apologético: mostrar às autoridades e a outros grupos religiosos que a fé reformada estava em harmonia com as Escrituras.

c) Didático: ensinar aos fiéis (inclusive crianças, jovens e novos convertidos) as verdades centrais da fé bíblica.

d) Litúrgico: confessar e proclamar a fé no culto público (inclui um propósito homilético); preparar os que irão participar da Ceia do Senhor.


2. Principais declarações confessionais reformadas

2.1. Confissões de fé

Sessenta e Sete Artigos (1523): apresentados por Zuínglio no primeiro debate teológico realizado em Zurique. Parágrafo introdutório: “Eu, Ulrico Zuínglio, confesso que tenho pregado na nobre cidade de Zurique estes sessenta e sete artigos ou opiniões, com base na Escritura, que é chamada theopneustos (isto é, inspirada por Deus). Eu me proponho a defender e vindicar esses artigos com a Escritura. Porém, se eu não tiver entendido corretamente a Escritura, estou pronto a ser corrigido, mas somente com base na mesma Escritura”.

Confissão de Genebra (1536): apresentada por João Calvino e Guilherme Farel às autoridades de Genebra em 10 de novembro de 1536. Distingue-se de documentos suíços anteriores, como os Sessenta e Sete Artigos, por sua argumentação mais cuidadosa e perspectiva teológica mais consistente. Caracteriza-se por sua concisão e senso de autoridade. Aborda 21 tópicos, começando com a afirmação de convicções teológicas e concluindo com temas em disputa com os católicos.

Confissão da Guanabara (1558): escrita por quatro huguenotes que faziam parte da França Antártica, uma colônia francesa fundada por Nicolau Durand de Villegaignon na baía da Guanabara; com base nessa declaração de fé, Villegaignon os condenou à morte, executando três deles. A confissão compõe-se de 17 parágrafos que tratam dos seguintes temas: as pessoas da Trindade, os sacramentos da Ceia e do batismo, o livre arbítrio, a autoridade dos sacerdotes, casamento e celibato, a intercessão dos santos e orações pelos mortos. Parágrafo inicial: “Segundo a doutrina de São Pedro Apóstolo, em sua primeira epístola, todos os cristãos devem estar sempre prontos para dar a razão da esperança que neles há, e isso com toda doçura e benignidade. Nós, abaixo assinados, senhor de Villegaignon, unanimemente (segundo a medida de graça que o Senhor nos há concedido), damos razão a cada ponto, segundo nos haveis apontado e ordenado”.

Confissão Galicana (1559): adotada pela Igreja Reformada de França por ocasião do seu primeiro sínodo nacional, realizado nas proximidades de Paris. O autor principal do texto foi o reformador Calvino. Também é conhecida como Confissão de La Rochelle e contém 40 parágrafos.

Confissão Escocesa (1560): produzida em quatro dias a pedido do Parlamento Escocês como parte da reforma da igreja; foi escrita por uma comissão de seis membros, entre os quais o reformador João Knox (1505-1572).

Confissão Belga (1561): escrita por Guido de Brès “para os fiéis que estão dispersos por toda parte nos Países Baixos”; foi adotada por um sínodo reunido em Antuérpia em 1566 e, com algumas modificações, tornou-se um documento oficial do protestantismo reformado holandês, junto com o Catecismo de Heidelberg e os Cânones de Dort. Possui 37 seções ou artigos.

Segunda Confissão Helvética (1566): escrita por Johann Heinrich Bullinger a pedido de Frederico III, príncipe eleitor do Palatinado (Alemanha). Em um tom moderado, apresenta o calvinismo como o cristianismo evangélico que está em harmonia com os ensinos da igreja antiga. É um longo e elaborado documento com 30 capítulos. Foi aceita oficialmente na Suíça, Alemanha, França, Escócia, Hungria e Polônia, e bem recebida na Holanda e na Inglaterra.

Cânones do Sínodo de Dort (1619): o Sínodo de Dort ou Dordrecht, na Holanda, foi convocado pelo governo para resolver a controvérsia arminiana, tendo a participação de teólogos reformados de diversos países. Seus cânones constituem os chamados “Cinco Pontos do Calvinismo”, sintetizados com as seguintes expressões: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível (Vocação Eficaz) e Perseverança dos Santos. É um dos documentos doutrinários oficiais das igrejas reformadas da Holanda.

Confissão de Fé de Westminster (1646): redigida por mais de 120 teólogos calvinistas (ingleses e escoceses), reunidos na Assembléia de Westminster, em Londres, mediante convocação do Parlamento. A Confissão de Fé compõe-se de 33 capítulos cujos temas podem ser classificados da seguinte maneira: a Escritura Sagrada (Cap. 1), o Ser de Deus e suas obras (2-5), o pecado e a salvação (6-8), a aplicação da obra da salvação (9-15), a vida cristã (16-21), o cristão na sociedade (22-24), a igreja e os sacramentos (25-29), a disciplina eclesiástica e os concílios (30-31), as últimas coisas (32-33). Entre os temas especificamente reformados estão os decretos de Deus, o pacto (das obras e da graça), o conceito de livre arbítrio, a vocação eficaz, a perseverança dos santos, a lei de Deus e os sínodos e concílios.


2.2. Catecismos

Instrução na Fé (1537): escrita por Calvino pouco depois de se radicar em Genebra, contém uma apresentação clara e serena dos pontos essenciais do seu pensamento inicial. Possui 33 seções que abordam os mais diferentes tópicos. Primeiro parágrafo: “Visto que não há nenhum homem, por mais bárbaro e selvagem que possa ser, que não seja tocado por alguma idéia de religião, está claro que todos nós fomos criados a fim de que possamos conhecer a majestade do nosso Criador, para que, tendo-a conhecido, possamos estimá-la acima de tudo e honrá-la com toda admiração, amor e reverência”.

Catecismo de Genebra (1542): um longo documento escrito por Calvino a pedido de várias pessoas, no início da sua segunda estadia em Genebra, como um aperfeiçoamento do catecismo de 1537. Ao mesmo tempo preparou-se um calendário indicando como suas 373 perguntas e respostas podiam ser aprendidas e recitadas num período de 55 semanas. Foi adotado pela Igreja Reformada da França e pela Igreja da Escócia.

Catecismo de Heidelberg (1563): principal documento da Igreja Reformada Alemã. Foi escrito por dois teólogos, Zacarias Ursinus e Gaspar Olevianus, a pedido do príncipe Frederico III, do Palatinado. É um documento conciliador, combinando o calvinismo com um luteranismo moderado. É considerado um dos documentos reformados mais calorosos e pessoais, sendo adotado por muitas igrejas reformadas. Suas 129 perguntas e respostas classificam-se em três partes: 1) Nosso pecado e culpa, 2) Nossa redenção e liberdade, 3) Nossa gratidão e obediência. Sua primeira pergunta e resposta dizem: “Qual é o teu único consolo, na vida e na morte? É que, de corpo e alma, tanto nesta vida como na morte, eu pertenço não a mim mesmo, mas a Jesus Cristo, meu fiel Salvador, o qual pelo seu precioso sangue resgatou-me inteiramente de meus pecados e me livrou de todo o poder do Diabo. Ele cuida de mim tão bem que nem mesmo um cabelo de minha cabeça pode cair sem a vontade de meu Pai celeste e todas as coisas devem contribuir para a minha salvação. É por isso que ele me dá, pelo seu Espírito Santo, a certeza da vida eterna e me ensina a viver de ora em diante para ele, amando-o de todo o meu coração”.

Catecismos de Westminster (1647): o Catecismo Maior compõe-se de 196 perguntas e respostas e se divide em três partes: 1) A finalidade do homem, a existência de Deus e as Escrituras Sagradas (perguntas 1-5); 2) O que o ser humano deve crer sobre Deus (6-90); 3) Quais são os nossos deveres (91-196). Algumas seções especiais são: Cristo, o Mediador (36-56), os Dez Mandamentos (98-148) e a Oração do Senhor (186-196). O Breve Catecismo tem 107 perguntas e respostas. A parte central trata da lei de Deus e dos Dez Mandamentos (perguntas 39-83).

Alderi Souza de Matos
Fonte: [ Portal Mackenzie ]
Via: [ Reforma & Razão ]

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Pare de falar mal dos pastores, o que importa é que eles estão ganhando almas para Cristo

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Volta e meia alguém me escreve ou comenta no meu blog que eu não devo me preocupar em denunciar os ensinos dos falsos profetas, e que o mais importante é que eles estão ganhando almas para Cristo.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? A Bíblia está cheia de textos que nos advertem sobre o surgimento de falsos profetas bem como da multiplicação de falsas doutrinas. Jesus mesmo disse: "Acautelai-vos dos falsos profetas" (Mt 7.15). "Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos... operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24.11,24). Cristo avisa claramente sobre um movimento de falsos sinais e maravilhas nos últimos dias, promovido pelos falsos profetas. Paulo compara esses falsos profetas a Janes e Jambres, que se opuseram a Moisés e Arão (2 Tm 3.8) com sinais e maravilhas operados pelo poder de Satanás. Pedro advertiu que assim como houve falsos profetas no tempo do Antigo Testamento, "assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras..." (2 Pe 2.1). O apóstolo João declarou que já em seus dias "muitos falsos profetas têm saído pelo mundo" (1 Jo 4.1).

Isto posto, torna-se impossível fazermos o jogo do contente fingindo que absolutamente nada está acontecendo não é verdade? Por acaso seria correto observarmos uma pessoa caminhando distraidamente em direção a um precipício e ficarmos calados? Claro que não! Da mesma forma não podemos nos eximir diante das aberrações ensinadas pelos adeptos de falsas doutrinas que tem enganado milhares de pessoas em nosso país.

Como bem disse o apóstolo Paulo ao escrever a sua 1ª epístola a Timóteo, nos últimos tempos alguns homens iriam apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, bem como a doutrinas de demônios. (I Tm 4:1)

Diante deste inexorável fato o Apóstolo Paulo orienta a Timóteo a agir firmemente diante do espírito da apostasia.

“CONJURO-TE, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” II Tm 4.1-3

Quanto a ganhar almas para Cristo, é importante ressaltar que nós crentes em Jesus não ganhamos nada! Somos no máximo servos inúteis usados por Deus para levar a Palavra do Evangelho da Salvação Eterna. Mesmo porque, quem convence o homem do pecado, do juízo e da justiça é o Espírito Santo. A salvação vem de Cristo, por Cristo e para Cristo, nada além disso!

Soli Deo Gloria!

Renato Vargens
Fonte: [ Blog do autor ]

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A suficiência das escrituras

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Por: Vicent Cheung

Muitos cristãos alegam afirmar a suficiência da Escritura, mas seu real pensamento e prática negam-na. A doutrina afirma que a Bíblia contém informação suficiente para alguém, não somente para encontrar a salvação em Cristo, mas para, subseqüentemente, receber instrução e direção em todo aspecto da vida e pensamento, seja por declarações explícitas da Escritura, ou por inferências dela necessariamente retiradas.

A Bíblia contém tudo que é necessário para construir uma cosmovisão cristã compreensiva que nos capacite a ter uma verdadeira visão da realidade. 15 A Escritura nos transmite, não somente a vontade de Deus em assuntos gerais da fé e conduta cristãs, mas, ao aplicar preceitos bíblicos, podemos também conhecer sua vontade em nossas decisões específicas e pessoais. Tudo que precisamos saber como cristãos é encontrado na Bíblia, seja no âmbito familiar, do trabalho ou da igreja.

Paulo escreve que a Escritura não é somente divina na origem, mas é também abrangente no escopo:

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).

A implicação necessária é que os meios de instrução extra-bíblicos, tais como visões e profecias, são desnecessários, embora Deus possa ainda fornecê-los, quando for de seu agrado.

Os problemas ocorrem quando os cristãos sustentam uma posição que equivale a negar a suficiência da Escritura em fornecer abrangente instrução e direção. Alguns se queixam que na Bíblia falta informação específica que alguém precisa para tomar decisões pessoais; entretanto, à luz das palavras de Paulo, deve-se entender que a falta reside nesses indivíduos, e não no fato de que a Bíblia seja insuficiente.

Aqueles que negam a suficiência da Escritura carecem da informação de que necessitam, por causa da sua imaturidade espiritual e negligência. A Bíblia é deveras suficiente para dirigi-los, mas negligenciam o estudo dela. Alguns também exibem forte rebelião e impiedade. Embora a Bíblia se dirija às suas situações, recusam-se a submeter aos seus mandamentos e instruções. Ou, eles rejeitam aceitar o próprio método de receber direção da Escritura juntamente, e exigem que Deus os dirija através de visões, sonhos e profecias, quando ele lhes deu tudo de que necessitam, através da Bíblia.

Quando Deus não atende às suas demandas ilegítimas por direção extra-bíblica, alguns decidem até mesmo procurá-la através de métodos proibidos, tais como astrologia, adivinhação e outras práticas ocultas. A rebelião deles é tal que, se Deus não fornecer a informação desejada nos moldes prescritos por eles, ficam determinados a obtê-la do diabo.

O conhecimento da vontade de Deus não vem de orientação extra-bíblica, mas de uma compreensão intelectual e de uma aplicação da Escritura. 16 O apóstolo Paulo escreve:

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

A teologia cristã deve afirmar, sem reservas, a suficiência da Escritura como uma fonte completa de informação, instrução e direção. A Bíblia contém toda a vontade divina, incluindo a informação de que alguém precisa para salvação, desenvolvimento espiritual e direção pessoal. Ela contém informação suficiente, de forma que, se alguém a obedece completamente, estará cumprindo a vontade de Deus em cada detalhe da vida. Mas, ele comete pecado à extensão em que falha em obedecer à Escritura. Embora nossa obediência nunca alcance perfeição nesta vida, todavia, não há nenhuma informação que precisemos para viver uma vida cristã perfeita, que já não esteja na Bíblia.

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Fonte: Teologia Sistemática
Via: [
Eleitos de Deus ]

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Os embalos do culto de sábado à noite

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Vejam os videos a seguir....
Sou pentecostal (antes que tacam pedras), mais isso para mim não passa de meninice, distúrbios emocionais e psicológicos!!!








Porém, a Palavra fala que o espírito do profeta está sujeito ao profeta. De modo que Deus não traz nenhum mover que seja irracional. Pelo contrário, a Palavra fala que o verdadeiro culto a Deus passa por nossa razão (Romanos 12:1), porque em nossa razão e em nossa vontade é onde o Espírito Santo age e atua.

Quem gosta de fazer coisas irracionais é o diabo, que quer fazer com que homens e mulheres ajam como animais. Deus, porém, quer sempre fazer com que o homem se pareça com o Homem Perfeito que é Jesus, sempre guiado e controlado nas mínimas coisas pelo Espírito Santo.

O irracional e incontrolável não pode ser guiado, não sente as nuances da pomba que é o Espírito; o irracional não é sensível nem acessível por Deus e pelos irmãos; se torna voltado para si mesmo e não edifica ninguém e, dificilmente gera uma experiências perene com o Senhor.

As manifestações e atos proféticos têm de estar acompanhados e respaldados pelos outros ministérios instituídos por Deus na Igreja (Ef 4:11)

As manifestações e atos proféticos têm de estar acompanhados e respaldados pelos outros ministérios instituídos por Deus na Igreja
(Ef 4:11)

Postou Wagner Lemos, que por criticar coisas absurdas e fora do comum como essas é considerado por muitos herege!
Fonte: [ Web Evangelista ]

Embora eu não seja pentecostal, concordo com o ponto de vista do irmão Wagner Lemos que estas atitudes não passam de manifestações estéricas, que em absolutamente nada se parece com o verdadeiro evangelho. Vergonhoso!

RM
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O que é um entendimento "Reformado" do Evangelho?

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Por John Piper. © Desiring God. Website:desiringGod.org
Original:
What is a "reformed" understanding of the gospel?
Tradução e Legenda:
voltemosaoevangelho.com
Via: [ VEMVERTV ]

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07 razões porque devo rejeitar o ensino das sementes de Mike Murdock e Silas Malafaia.

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Por Renato Vargens

Há algumas semanas os senhores Silas Malafaia e Mike Murdock ensinaram em um programa de televisão a doutrina das sementes.

Segundo o teólogo da prosperidade Mike Murdock, "dinheiro atrai dinheiro", isto é, quando o crente OFERTA a Deus, (independente da motivação) automaticamente atrai o favor do Senhor lhe trazendo mais dinheiro. Murdock também costuma ensinar que devemos plantar dinheiro para colher mais dinheiro, como se fosse uma lei de semeadura financeira, que ele chama de "lei da semente". Ele também prega a existência de aproximadamente seis níveis de semeadura. Segundo ele um destes níveis é a semente de mil”. Murdock dá uma significado a certas quantias da semente: “tem havido cinco níveis de colheitas incomuns em minha vida $58, $100, $200, $1000 e $8500. Uma semente de mil dólares quebrou a pobreza em minha vida. Ninguém pode semear estes mil dólares para você." Em outras palavras isso significa “eu quebrei a pobreza com uma semente de mil dólares” façar o mesmo, envie sua oferta que a pobreza será quebrada.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Deus não é um tipo de bolsa de valores que quanto mais "investimos" mais dinheiro recebemos. Deus não se submete as nossas barganhas nem tampouco àqueles que pensam que podem manipular o sagrado estabelecendo regras de sucesso pessoal.

Diante do ensino exposto gostaria de trazer sete razões porque não devemos aceitar a doutrina das sementes de Mike Murdock e Silas Malafaia:

1º - A prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer os seus filhos. (Fp 4.10-12)
2º - A prosperidade financeira do cristão se dá mediante o trabalho e não através de barganhas religiosas.
3º - Do ponto de vista bíblico as bênçãos de Deus jamais poderão ser compradas. Tudo que temos e possuimos vem pela graça de Deus.
4º - Para nós protestantes as Escrituras Sagradas prevalecem sobre quaisquer visões, sonhos ou revelações que possam surgir ou aparecer. (Mc 13.31)
5º - Para nós protestantes todas as doutrinas, concepções ideológicas, idéias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento. (Hb 1.1-2)
6º - Para nós protestantes a Bíblia é a Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm 3.16)
7º - O cristão é peregrino nesta terra e, portanto, não tem por ambição conquistar as riquezas desta terra. “A pátria do cristão está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus Cristo”. (1 Pe 2.11)

Pense nisso!

Renato Vargens
Fonte: [ Blog do autor ]

A necessidade de se levar Deus a sério

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Os tempos são terríveis. O apóstolo Paulo já disse que nos últimos dias, isso sucederia de maneira quase irreversível (2TM 3.1ss). É lamentável ver o que está acontecendo também no meio "cristão". As coisas não tem sido levado a sério e ao que parece, nem Deus tem sido levado a sério.

Os escândalos estão sendo tratados de modo muito banal, e nada é feito para erradicar o mau que se aloja a cada dia em nosso meio.

Igreja virou sinônimo de lucro, por parte de muitos lideres religiosos. O culto, entretenimento para os ávidos por diversão e novos frenesis. A Bíblia, apenas mais um livro para muitos, que não acreditam mais em sua infalibilidade. O Espírito Santo, apenas uma força motora que precisa se invocando na hora de pedir um “avivamento”. Deus, um servo que deve estar pronto para atender os seus “senhores” cheios de caprichos e vaidades. E, o, cabeça da igreja, Cristo? Está esquecido, posto de lado, tratado como algo secundário, que às vezes entra em voga no momento do ofertório.

Mas o que tem acontecido? De fato, apresentaram um outro evangelho para a nossa geração, que o tem abraçado sem discernimento, crítica ou crivo nem de consciência. A ordem é: “O importante é ser feliz”. E, nessa filosofia de vida, que os homens enquadram o Evangelho nos “novos evangelhos”, que descarta Igreja, culto a Deus, Deus, Bíblia, Espírito Santo e o Senhor Jesus Cristo.

Voltemos a simplicidade do Evangelho, a vida em comunidade, exortando, orientando, curando uns aos outros, em amor, ministrando e sendo ministrados, dando proeminência ao Espírito Santo que é o Único que pode nos convencer do pecado, da justiça e do juízo.

Que tal, se a nossa geração levasse Deus mais a sério?

Paz seja convosco!

André Santos
Fonte: [ Blog do autor ]

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Calvário

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Temo muito a ignorância que prevalece entre as pessoas sobre o tema do sofrimento de Jesus Cristo. Eu suspeito que muitos não vêem a glória e a beleza peculiar da história da crucificação; pelo contrário, eles acham dolorosa, humilhante e degradante. Eles não vêem muito lucro na história da morte de Cristo e os seus sofrimentos.

Agora, eu acredito que essas pessoas estão erradas. Não posso concordar com elas. Eu acredito que é uma coisa excelente para todos nós a realidade da crucificação de Cristo. É uma coisa maravilhosa, para ser freqüentemente lembrada, como Jesus foi entregue nas mãos de homens ímpios, como eles o condenaram em um julgamento injusto, como cuspiram nele, como açoitaram e o coroaram de espinhos. Como o levaram adiante como um cordeiro para o abate, sem a Sua murmuração ou resistência, os cravos em Suas mãos e pés, Ele sobre o Calvário entre dois ladrões, como lhe foi furodo o lado com uma lança, esmurravam no Seu sofrimento e o deixando cair lá nu e sangrando até a morte. De todas essas coisas, eu digo, é bom ser lembrado. Não é à toa que a crucificação é descrita quatro vezes no Novo Testamento. Há muito poucas coisas que todos os quatro escritores do Evangelho descrevem. Em geral, se Mateus, Marcos e Lucas dizem uma coisa na história do nosso Senhor, João não escreve, mas há uma coisa que todos os quatro enfatiza mais plenamente, a história da cruz. Este é um fato revelador, e não pode ser ignorado.

As pessoas parecem esquecer que todos os sofrimentos de Cristo no Calvário foiram pré-ordenados. Eles não vêem que tudo não foi por acaso ou acidente; tudo foi planejado e determinado desde toda a eternidade. A cruz foi prevista, em todas as disposições da Trindade, para a salvação dos pecadores. Nos propósitos de Deus a cruz foi criada desde a eternidade. Não há um pulsar de dor que Jesus sentiu, nem uma gota de sangue preciosa que Jesus derramou que não tenha sido apontado há muito tempo na eternidade. A sabedoria infinita planejou a redenção pela cruz, a infinita sabedoria trouxe Jesus para a cruz no tempo devido. Ele foi crucificado pelo determinado conselho e presciência de Deus.

As pessoas parecem esquecer que todos os sofrimentos de Cristo no Calvário foram necessários para a salvação do homem. Ele teve de suportar os nossos pecados; somente com suas pisaduras poderíamos ser curados. Este foi o pagamento das nossas dívidas que Deus iria aceitar, este foi o grande sacrifício de que nossa vida eterna dependia. Se Cristo não tivesse ido para a cruz e sofrido em nosso lugar, o justo pelos injustos, não teria esperança para nós, não haveria a ponte no abismo entre nós e o poderoso Deus, que nenhum homem jamais poderia passar. A cruz foi necessária, a fim de que se possa haver uma expiação do pecado.

As pessoas parecem esquecer que todos os sofrimentos de Cristo foram suportados de uma maneira voluntária e por sua própria vontade. Ele não estava sob coação: por sua escolha, deu a sua vida; por sua escolha Ele foi ao Calvário, para terminar a obra que Ele veio fazer. Ele poderia facilmente ter chamado legiões de anjos com uma palavra, e Pilatos e Herodes dispersos, e todos os seus exércitos, como a palha diante do vento; mas ele estava disposto, e em seu coração foi definida a salvação dos pecadores. Ele estava decidido a nos salvar de todo pecado e impureza, derramando Seu próprio sangue no calvário.

Leitor, quando eu penso em tudo isto, não vejo nada doloroso ou desagradável no assunto da crucificação de Cristo; pelo contrário, vejo nele a sabedoria e poder, paz e esperança, alegria, conforto e consolação.

J. C. Ryle
Fonte: [ Orthodoxia ]

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A simplicidade do Evangelho

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A proposta de Jesus era resgatar o real sentido das ordenanças divinas.

Um único trecho da Bíblia, o capítulo 12 do evangelho segundo Mateus, traz pequenos relatos em que é exposta a simplicidade de Jesus desmascarando a arrogância dos mestres da lei e dos fariseus de seu tempo. As autoridades religiosas do contexto histórico em que o Filho de Deus viveu neste mundo censuravam-no constantemente. Incomodados porque seus seguidores colhiam e comiam espigas no dia considerado sagrado, os fariseus reclamaram: “Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é lícito no sábado” (Mateus 12.2). A estes, Jesus responde dizendo que a misericórdia era mais importante do que o sacrifício.

Mais adiante, os doutores continuaram procurando ocasião para acusá-lo como infrator da lei. Diante da cura de um enfermo em plena sinagoga, saíram-se com esta: “É lícito curar no sábado?” (vs. 10). Quando Jesus libertou um opresso das amarras dos demônios que o atormentavam, os escribas e fariseus blasfemaram: “Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios” (vs. 24). Por último, pediram ao Mestre que fizesse algum sinal (vs. 38). De forma indireta, Cristo responde que o principal sinal seria a sua própria ressurreição – mas advertiu que, mesmo assim, eles continuariam incrédulos.

Jesus foi muito perseguido pelos clérigos porque a sua mensagem os expunha. Os líderes judeus sobrecarregam o povo com obrigações inócuas, criando um sistema religioso que mantivesse seu poder e seus privilégios. O detalhe é que o Salvador não tinha dificuldades com a lei mosaica, pois foi o próprio Deus que a deu. O incômodo de Jesus era com os apetrechos e pesos que as autoridades religiosas vinham colocando sobre essa lei. Sua proposta era resgatar o real sentido das ordenanças divinas – e ele a expressou com uma proclamação antológica: “Vinde a mim vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”. A religiosidade sobrecarrega, enquanto que a mensagem de Jesus alivia.

Dois mil anos se passaram, e quando analisamos o cristianismo que temos vivido, percebemos que também nós, à semelhança daqueles fariseus e doutores da lei, temos posto tantos apetrechos no Evangelho que a prática de nossa fé se torna pesada e confusa. A Igreja Evangélica de hoje vive às voltas com práticas doutrinárias e litúrgicas heterodoxas, colocando sobre os crentes um fardo de regras e obrigações difíceis de suportar. As organizações eclesiásticas do século 21 parecem envolvidas numa série de práticas que não a aproximam da verdadeira essência do Evangelho proposto pelo Salvador.

É necessário pensar no que de fato é a experiência do Reino de Deus e no que é simples ornamento. Podem ser ornamentos belos, úteis, justificáveis, funcionais e bem intencionados; práticas inteligentes, sofisticadas e com alto poder de alcance – no entanto, não é isso a essência da vida cristã. As estruturas eclesiásticas não são a Igreja. As coisas que construímos para facilitar a divulgação da fé não podem ser confundidas com o próprio Evangelho. Pastores vivem tentados a impressionar os ouvintes com o poder das suas palavras. Quando nos damos conta de que o teor estético das mensagens sobrepuja a espiritualidade, já estamos viciados em técnicas de oratória. É um efeito perverso, que se volta contra o próprio pregador. E o pior é que nem sempre a palavra profética cabe nos invólucros eclesiásticos.

Há a construção de uma dicotomia artificial nas nossas igrejas. Pensam alguns que espiritual é tudo que é apresentado numa roupagem exótica e excêntrica. Sob esta perspectiva, o que genuinamente vem de Deus é aquilo que é desconhecido e diferente. Em decorrência desse pensamento, práticas espirituais rotineiras como estudo da Bíblia, oração sistemática, serviço cristão e comunhão são vistos como traços da tradição que não provocam calor nem rubor. O templo, as organizações eclesiásticas, a liturgia, os programas e as atividades não são em si o Evangelho. É possível viver o Evangelho sem se envolver com essas estruturas eclesiásticas, assim como é possível estar totalmente envolvido com elas e não conhecer a Cristo.

Sofremos da epidemia que reduz Deus a coisas temporais da igreja ou na igreja. Acontece que quem vive para fazer um mecanismo funcionar com a força do próprio braço tende inexoravelmente à exaustão. Esgota-se quem carrega os apetrechos da fé. Talvez a confissão de pecado que tenhamos que fazer como Igreja cristã acentuadamente dogmática e institucionalizada seja por ter tirado Deus do centro e posto em seu lugar as coisas referentes a ele. O Espírito Santo pode agir dentro das estruturas que criamos, mas age também a despeito delas. Por isso, não é aconselhável que se baseie a vida em nome de um brasão eclesiástico ou denominacional, mas é coerente que aqueles que têm crido entreguem-se por completo ao Senhor, a fim de que o Evangelho floresça.

Autor: Valdemar Figueiredo Filho
Fonte: [ Cristianismo Hoje ]

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Orgulho Intelectual

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Por: D. M. Lloyd Jones

O orgulho intelectual é uma condição da mente e da alma que a Bíblia descreve em termos de "inchar-se". Paulo afirma, em 1 Coríntios 8:1 — "A ciência incha" (AV —"O conhecimento incha"). Todas as espécies de conhecimento tendem a inchar-nos. Todavia o conhecimento bíblico em particular tem essa tendência. O homem fica orgulhoso do seu conhecimento e do seu entendimento; torna-se uma autoridade; e, por sua vez, naturalmente, vem a desprezar os outros. Esse foi um dos grandes proble¬mas ocorridos em Corinto. O irmão mais forte desprezava o mais fraco — esse sujeito ignorante que não "sabe" nada! As pessoas fortes, esclarecidas, dotadas de facilidade para progresso no conhecimento, desprezava os outros irmãos, pelos quais Cristo morreu.

O apóstolo não poupa estes irmãos "fortes"; trata-os com severidade. "O conhecimento incha, mas o amor (a caridade) edifica."

A terrível tentação para orgulhar-nos do nosso conhecimento da bíblia, do nosso conhecimento da doutrina, sempre está presente. E, enquanto estivermos nessas condições, é claro que não estaremos em contato com as Pessoas divinas. Ninguém pode ficar orgulhoso na presença de Deus, ninguém que realmente conheça o Senhor Jesus Cristo pode inchar-se. Como diz o apóstolo, "Ainda não conhecemos nada como devíamos conhecer" ("conhecemos em parte"). No máximo, "vemos por espelho em enigma", neste mundo (1 Coríntios 13:12).

Nada temos de que possamos orgulhar-nos. Como Tiago o expressa, "Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres" (Tiago 3:1). Tenham o cuidado, diz ele, de não erigir-se em padrão para o seu próprio julgamento. Se se colocarem como autoridades, bem, esperem ser julgados como autoridades. Se alguém disser: "Eu sei tudo sobre isso", será examinado com base nisso.

Todo e qualquer orgulho e satisfação própria na presença de Deus é totalmente inimaginável. Ainda não sabemos nada como deveríamos saber, não passamos de principiantes, remadores a remar na beira deste poderoso e imenso oceano da verdade. Acautelemo-nos do orgulho intelectual; este foi a causa do pecado original, e tem sido, desde então, o pecado que assedia o povo de Deus. "Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (1 Coríntios 1:31) — não no conhecimento da doutrina, não no conhecimento sobre o Senhor. Glorie-se no Senhor mesmo, e em nada mais.

Fonte: [ Martyn L. Jones ]

Perfumes cheios de unção

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É minha gente, esse mercado gospel é mesmo muito lucrativo. Embora Jesus tenha expulsado os vendilhões do templo e Lutero se escandalizado com a venda de indulgências, o simonia continua.

Mas agora não se vende pombinhas, pedaços da cruz, ou salvação de quem já morreu, o negócio está cada vez mais descarado: É trízimo, semente, clube das mil almas, Bíblia dos 900, trízimo da casa própria, etc... outra curiosidade no ramo no mercado gospel é a fabricação dos perfumes ungidos. Inspirado na criação da "Pastora" Alda Célia, o "Papapóstolo" Renê Terra Nova lançou sua coleção de perfumes com aromas importados de Israel. Veja só a matéria retirada do site do MIR:

"Uma recente novidade dos produtos Terra Nova reside na linha de perfumes assinada pelo Apóstolo Renê Terra Nova juntamente com a perfumista Neusi Pantera, que já trabalhava na área de confecção de óleos essenciais e foi convidada pelo Apóstolo para criar uma linha de óleos sacerdotais que foi sucesso garantido. Logo após essa missão, o Apóstolo lhe deu outro desafio: produzir uma linha de perfumes que expressassem a personalidade de alguns importantes personagens bíblicos, encabeçados por Davi, Ester e Abisague. Este último foi criado a partir de uma essência egípcia trazida pelo próprio Apóstolo. Os congressistas compraram literalmente a idéia que vem para revolucionar o conceito do povo de Deus acerca do mercado de fragrâncias".. Fonte: [ Mir12.com ]

O que mais irão lançar? Olha, haja óleo de peroba pra passar na cara dessa turma.....

Márcia Gizella.
Fonte: [ Não abro mão da Graça ]

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Como pode Deus ser amoroso e mandar pessoas para o Inferno?

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Autor: D.A. Carson
Fonte: [ Deus em debate ]

Fonte: [ VemVerTV ]

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O trabalho subversivo/apologético dos blogs

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blogando 2 Muito tem sido falado acerca do labor dos chamados blogs apologéticos. Alguns os criticam usando passagens bíblicas fora de seu contexto para minar sua reputação e despretigiar seu trabalho. Outros vão para seus programas de TV para chamar os seus editores de bandidos, invejos, prequiçosos e por aí vai…

O que não se percebe é o valor extraordinário do trabalho que tem sido desenvolvido por um verdadeiro exército de apologetas. Eu diria que os blogs apologéticos cumprem um papel análogo ao das epístolas de Paulo, Pedro, João e Judas. O que têm em comum? O árduo combate às heresias destruidoras que adentram sorrateiramente os arraiais cristãos.

Graças às heresias, Paulo e os demais escritores neotestamentários empreenderam um trabalho hercúleo para que os cristãos primitivos se mantivessem firmes da verdade.

Ora combatendo o legalismo judaizante, ora combatendo o gnosticismo, os apóstolos não deram um minuto de trégua aos inimigos da fé, muitos dos quais já haviam se infiltrado na igreja, ocupando lugar de promeminência em seus quadros ministeriais.

Quem se escandaliza quando vê nomes serem citados sem o menor recato, talvez não saiba que Paulo nos oferece o precedente para isso. Nem Pedro foi poupado quando andou arrastando asas para os judaizantes.

Quem promove escândalo não são os blogueiros apologetas e sim os vendilhões do templo, os espertalhões que usam do nome de Deus para fazer comércio e angariar a confiança dos crédulos incautos. Eles que deveriam ser censurados, e não so que defender a fé com unhas e dentes.

Honra-me fazer parte deste exército, cujas fileiras têm aumentado significativamente. Cada novo visitante de nossos blogs se torna um ‘subversivo’ em potencial, como aquelas rapozinhas incendiárias que Sansão soltou no meio da plantação dos Filisteus. Aviso aos incomodados que se mudem, ou melhor, que sejam transformados pela verdade do Evangelho, pois este é um caminho sem volta.

A revolução já está em andamento! E é isso que preocupa quem vive da ignorância das pessoas. Enquanto eles gastam milhões em seus programas de TV, nós apenas usamos nosso espaço virtual, sem qualquer gasto (apenas de tempo, a ponta de nossos dedos e neurônios, rs). O alcance dos blogs é tamanho que até o Bispo Macedo já tem o seu e o Papa insiste em que cada padre publique o seu próprio blog.

Criticar os blogueiros apologéticos na TV só fará aumentar cada vez mais sua influência subversiva. Onde isso vai dar? Quem viver, verá!

Autor: Hermes C. Fernandes
Fonte: [ Blog do autor ]

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O “Deus domesticado” dos Neopentecostais

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Por: Heitor Alves


"Não gostam que o prendam... O importante é não pressioná-lo, porque, como sabem, ele é selvagem. Não se trata de um leão domesticado."

O texto citado acima faz parte da obra literária As Crônicas de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e O Guarda-Roupa, do escritor irlandês C.S. Lewis. A obra literária As Crônicas de Nárnia conta as aventuras e desventuras de algumas crianças (e de alguns adultos também, porém de maneira secundária) num mundo chamado Nárnia, e é dividida em sete livros que foram escritos separadamente. Esta obra era praticamente desconhecida no Brasil até o lançamento do primeiro filme, o que fez com que o livro fosse um dos mais vendidos no país. Esta obra foi um grande sucesso na Europa na segunda metade do século passado. Infelizmente foi superado pelas obras da escritora britânica J. K. Rowling com o seu Harry Potter.

As Crônicas de Nárnia tem muitos elementos cristãos, o que me leva a aconselhar aos internautas a lerem os livros da série. Entre os elementos cristãos, temos a figura do leão, que representa a pessoa de Jesus Cristo. Bem, aí está o "por quê" deste artigo.

Ao ler o trecho do texto citado acima, me deparo com uma reflexão: o leão é um animal selvagem. Quando digo selvagem, estou querendo dizer que o leão é um animal que não pode ser domesticado, ou seja, é um animal que não está adaptado para sobreviver, ou conviver, com a ajuda de (ou sob o controle de) humanos. Não pode ser educado aos nossos costumes, e nem pode ser ensinado para fazer nossas vontades. É um animal que não admite ser submisso a ninguém.

Não acho que foi por acaso que C.S. Lewis elaborou este pensamento. Com essa idéia, o escritor irlandês nos passa a imagem de que Jesus Cristo, sendo Deus, não pode ser domesticado. Deus não pode ser ensinado nos costumes dos homens. Deus não pode ser ensinado a fazer as vontades dos homens. Deus não pode ser moldado aos prazeres dos homens. Deus não pode ser controlado pelos homens. Será que C.S. Lewis já convivia em sua época com um evangelicalismo que domesticava a Deus?

Uma coisa é certa: Lewis já apontava um terrível erro do evangelicalismo para o futuro. E esse futuro chegou a nós.

O que estamos presenciando em nossas igrejas é um evangelho onde Deus é ensinado a fazer as nossas vontades. Ou falando de outra forma, a igreja tem ensinado seus membros a reconhecerem que Deus quer e vai fazer as suas vontades. Os líderes eclesiásticos estão apresentando um deus que pode ser moldado aos diferentes problemas da vida, e com um detalhe animador: para cada problema, há uma solução! Por isso, os pregadores evangélicos não medem esforços para trazerem o máximo de pessoas às suas igrejas, prometendo um deus que pode, perfeitamente, resolver qualquer problema da vida: seja enfermidade, seja financeiro, seja na vida amorosa, sentimental... Não há nada mais confortador do que isso: que Deus vive para mim e para resolver meus problemas. Fazendo um jogo de palavras do Catecismo Maior de Westminster, temos a seguinte realidade: “Qual é o fim supremo e principal de Deus? Resposta. O fim supremo e principal de Deus é glorificar ao Homem e gozá-lo para sempre.

Que tipo de transformação é operada nos corações dos evangélicos? Nenhuma! Por que é o homem que tem que ser transformado? Afinal de contas, Deus me aceita do jeito que sou, não é mesmo? E por isso mesmo, é Deus quem se transforma para ser acomodado às circunstâncias da vida de cada um. A única transformação operada é no status do homem: é só dar alguns R$ 1.000,00 para a igreja que já tenho direito a uma bênção! É só participar de algumas "campanhas financeiras" que a minha empresa irá prosperar! É só dar uns R$ 900 para ganhar uma bíblia (que custa uns 30 reais em algumas livrarias evangélicas) e minha vida já será transformada! É só dar o trízimo (dízimo para cada pessoa da trindade) que minha vida será recompensada! Simples assim!!!

Mais tem também uma mudança na saúde e na vida amorosa. Basta participar de algumas correntes (e levar alguns bons trocados no bolso), que aquele meu amor platônico será finalmente meu, ou que aquele vizinho que botou mau-olhado pra mim será castigado, ou que aquela doença incurável deixará de existir no meu corpo... Enfim, é uma infinidade de milagres que o deus domesticado irá operar na vida de todo aquele que se mostrar generoso ($$$$$) para com a igreja, ou para que algum programa de televisão se mantenha no ar.

Francamente, estou enojado desse evangelho farrapado, minúsculo e mesquinho pregado nessas igrejas neopentecostais, apresentando um evangelho fácil, que não exige sacrifício do homem, que não exige transformação de vida, que não exige o abandono do pecado, que não exige temor e reverência da parte do homem para com Deus.

Todos esses profetas de Baal, ministros de Satanás receberão as devidas recompensas pelos atos praticados soberbamente e egoisticamente. A parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre (Ap 21.8). Não tenho dúvidas de que muitos desses falsos profetas serão desconsiderados por Deus no último dia: "Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade" (Mt 7.22,23).

Não é Deus que tem que ser domesticado, e sim o homem. É o homem que tem que aprender a fazer a vontade de Deus, a ser educado nos princípios e mandamento de Deus. É o homem que tem que ser submisso à vontade de Deus. Submissão essa que não considera nada em troca, senão unicamente a condição de dependência do homem a Deus. O homem precisar ser ensinado a reconhecer a sua condição de miséria por causa do pecado. O homem precisa aprender a chorar pelo seu pecado, a lamentar sua depravação, a morrer para os prazeres do mundo, da carne e do pecado e a reconhecer a soberania divina sobre a sua vida. O homem precisar ser ensinado a viver uma vida de acordo com os princípios bíblicos de santidade e pureza, olhando sempre para o alto, onde o seu coração deve repousar.

Soli Deo Gloria

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Silas Malafaia pede "trízimo" de desempregado e o dinheiro do aluguel

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Por Leonardo Gonçalves
e Marcos Vasconcelos

Mãos ao alto, isto é um assalto! Quer dizer, quase isso: Trata-se de mais uma campanha financeira do Silas Malafaia na TV.

Após receber a visita dos badalados mercenários pregadores da prosperidade lá da outra América, o pastor presidente da Assembléia de Deus da Penha Assembléia de Deus Vitória em Cristo (veja o post) aloprou de vez e catapultou suas ganâncias em ofertas “voluntárias” na TV. Recentemente, ele e o seu compadre Mike Murdock pediram 1000 reais de cada televidente, sob promessa de bênção financeira e salvação de almas. O objetivo é conseguir 1 milhão de telebobos de ofertantes e garantir com isso a salvação de 1 milhão de almas (qualquer semelhança com a venda de indulgências na idade média não é mera coincidência!).

Mas não bastasse colocar preço nas almas dos perdidos, o telepastor fez um pedido pra lá de ousado. Silas Malafaia quer cobrar o trízimo dos desempregados! Não só isso, mas também anda pedindo o dinheiro do aluguel, sob promessa de casa própria para o corajoso que cair na lábia ofertar a vultuosa soma. Confira:




Ao senhor Silas, quero dizer que assisti seu programa na TV, e vi o quanto o senhor está incomodado com o que escrevem os blogueiros. Porém, acrescento que não vamos parar de denunciar suas heresias grosseiras, e iremos alertar a muitos daqueles cuja fé o senhor tem explorado. Sua penúltima cartada, o clube de um milhão de almas, é uma enorme blasfêmia, pois estipula um valor monetário para um bem de inestimável valor:

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” 1 Pe 1.18-19

“Porque assim diz o SENHOR: Por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados”Isaías 52.3

Silas Malafaia: o senhor deixou de ser evangélico no dia que colocou preço nas almas dos fiéis, ignorando a máxima bíblica e protestante que diz:

“Por graça [de graça... totalmente grátis!] sois salvos, por meio da fé”
Efésios 2.8

Caro (e bota caro nisso!) pregador Silas Malafaia: Converta-se da sua heresia, deixe de enganar os fiéis, e renda-se à Cristo para salvação da sua alma. Venha à Cristo pela graça... E de graça! Ele te salva e te purifica de todo pecado.

Autores: Leonardo Gonçalves e Marcos Vasconcelos
Fonte: [ Púlpito Cristão ]
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Por que a pregação decaiu?

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Por: Martyn Lloyd Jones

Um Panorama Histórico

Qual a causa disso? Bem, penso que posso analisá-la de maneira bem precisa no que se refere à Grã-Bretanha, e creio que isso vale em parte aqui. Na Grã-Bretanha estou certo de que um dos fatores mais importantes foi que tivemos um primeiro ministro cujo nome era Stanley Baldwin. Assumiu as suas funções em 1924. Ele seguiu certos homens do tipo de Lloyd George, que fora primeiro ministro durante a Primeira Guerra Mundial e que tivera em seu gabinete pessoas como Winston Churchill e o lorde Birkenhead. Todos esses homens eram bons para discursar, eram grandes oradores; e Stanley Baldwin não era. Era um político muito inteligente e percebeu que a única coisa que um homem como ele poderia fazer era dizer algo mais ou menos assim: pois bem, eu não sou um grande homem, não sou um grande orador, sou apenas um inglês comum, franco e simples. Passou a sugerir que a oratória é perigosa e que, se um homem é um bom orador, não se pode confiar nele. O único homem em quem se pode confiar é o homem tranqüilo, simples, que não pode proferir uma oração grandiosa mas que pode oferecer uma prosa amigável, e nesse você pode confiar.

Sem nenhuma dúvida, essa idéia penetrou toda a esfera da pregação. Tenho observado o desenvolvimento de certa desconfiança da pregação. Vocês tiveram neste país um homem que, penso eu, fez grande dano - S. D. Gordon. Alguns dos mais velhos de vocês se lembrarão dos livros dele e, para mim, os títulos dos seus livros põem tudo às claras: "Singelas Conversas sobre isto e aquilo" - sobre a oração, sobre o poder ("Quiet Talks on Prayer, Quiet Talks on Power"). Sempre deve ser uma conversa singela, como uma prosa amigável, nada dessa "grande oratória de púlpito", perigosa e não espiritual. Conversas singelas, apenas uma breve conversação! Esses fatores, vocês vêem, atuaram juntos.

Depois veio a terrível invenção do rádio e da televisão - eles têm sido uma grande maldição. E têm sido uma maldição por muitas e muitas razões. Uma delas, naturalmente, é que em geral você tem o tempo limitado por essas coisas, e isso é sempre destrutivo para a verdadeira pregação, como lhes mostrarei mais adiante. Em acréscimo a isso, há o elemento impessoal. Muito freqüentemente o pregador fica sozinho numa sala, o que é péssimo: não tem contato com os seus ouvintes. E há várias técnicas a respeito das quais eles têm muito que dizer; tem havido vários cursos sobre "técnicas de televisão" aos quais não faltam freqüentadores. Não posso imaginar algo tão patético como pregadores se deixarem instruir por esses pequenos peritos em televisão sobre como se conduzirem, até quanto àquele sorriso ridículo, e tudo mais. Tais cursos destroem todo o conceito e idéia da pregação. Estou aqui para lhes falar a verdade, e devo criticar coisas que tenho observado entre vocês aqui, como noutros lugares. Não entendo esse costume de um pregador ir para o púlpito domingo de manhã, olhar para as pessoas presentes e dizer-lhes: "bom dia". Isso é o mundo; o pregador não deve fazê-lo. Vieram ouvir a Palavra de Deus, e o pregador vem de Deus. Não há necessidade desse tipo de coisa, e já sinto que isso interfere no elemento essencial da pregação.

Outro fator ligado à decadência da pregação tem a ver com o lugar da leitura. Conforme as pessoas se tornam mais instruídas e buscam cada vez mais a leitura, toda a noção de pregação tende a ser depreciada. O homem inteligente dá-se conta de que não precisa agüentar uma arenga lançada sobre ele por um homem num púlpito; ele pode fazer a sua leitura em casa, pode ler os mesmos livros que o pregador lê. Daí, por que deverá ouvir o pregador? E mais intelectual ele próprio sentar-se e ler um livro. Penso que isso tem feito realmente grande dano. A idéia é que os nossos antepassados não liam, não tinham os livros, e com freqüência muitos deles não sabiam ler, e assim dependiam desse homem que parecia ser uma autoridade. Mas a geração moderna rebelou-se contra tudo isso, e a leitura tomou o lugar da pregação. Bem, cada um desses pontos, é claro, poderia ser tomado, e poderíamos mostrar a tremenda diferença que há entre a leitura, mesmo de bons livros, e a pregação. Não há comparação entre as duas. A pregação é o método e processo ordenado por Deus, e a leitura jamais poderá ser um substituto da pregação. Há algo peculiar acerca da pregação que a leitura jamais poderá alcançar.

Outro fator que tem feito grande dano a toda a questão da pregação em nosso país, e creio que também no de vocês, tem sido um mal e falso tipo de pregação popular. Tivemos um excesso disso, especialmente em Gales, minha terra natal. Houve homens que transformaram a pregação em diversão, homens que estavam mais interessados na maneira como diziam as coisas do que nas coisas que diziam, e homens que eram peritos naquilo que, em minha bem ponderada opinião, é uma abominação, a saber, o uso exagerado de ilustrações e histórias. Todo o objetivo do sermão era conseguir uma ilustração eficiente! Sabiam que conseguiriam produzir efeito sobre as pessoas. A noção do sermão e da pregação veio a ser uma noção de entretenimento. E com isso você tinha uma falsa pregação popular, com a qual toda pessoa verdadeiramente espiritual, na verdade toda pessoa inteligente, ficava pouco menos que desgostosa.

Houve também um termo que se usava e que eu abomino, o termo "pulpiteiro" ("pulpiteer"). Havia esses grandes pulpíteiros, os Henry Ward Beecher e gente desse tipo, que causaram infinito prejuízo à pregação. Eles eram grandes mestres de assembléias, homens bombásticos que dominavam nos períodos médio e final da era vitoriana. Entendo que eles fizeram grande dano a todo o conceito e noção da pregação verdadeira.

Depois, apenas para acrescentar outro fator a esta lista, há o movimento sacramentalista, que teve sua influência sobre diferentes segmentos da Igreja, particularmente na Igreja Anglicana, em diferentes países ao redor do mundo. A mesma influência tem permeado as igrejas livres, a idéia de que o sacramento é o encargo central da igreja, mais importante que qualquer outra coisa. Pois bem, a história disso na Igreja Anglicana na Inglaterra é realmente muito fascinante. O movimento anglicano-católico iniciou-se na década de 1830, introduzindo vestes e novas idéias quanto ao sacramento - o qual se aproximava cada vez mais de Roma. E à medida que isso tudo se desenvolvia, a pregação declinava correspondentemente. Assim o sermão veio a ser mera trivialidade. O importante era a administração dos sacramentos.

O derradeiro elemento que colocarei nesta categoria de coisas que prejudicaram muito a pregação é a noção geral do trabalho pessoal que eu creio que vocês denominam "aconselhamento". Isso também tem militado contra a pregação. A idéia é que o realmente necessário é uma conversação pessoal em que as pessoas podem apresentar as suas perguntas e as suas dificuldades e as podem solucionar juntas. Talvez a pregação ainda seja considerada uma espécie de função, mas apenas como uma introdução geral para conseguir que as pessoas venham falar com você; o vital será realizado quando você tiver privadamente uma conversação. Este é um dos resultados do interesse pela psicologia e pela introdução do elemento psicológico na obra pastoral e, na verdade, em toda a atividade da vida da Igreja. E na medida em que esta ênfase ao aconselhamento tem aumentado, correspondentemente a ênfase à pregação tem decaído. Eu poderia ilustrar de novo, no caso de Gales, onde, naturalmente, sempre acreditamos na pregação mais do que jamais se acreditou nela na Inglaterra. Acreditava-se na pregação mais na Escócia e em Gales do que jamais se acreditou nela na Inglaterra, porém a pregação tem se esvaído em ambos os países, e em grande parte por causa dessa ênfase à obra pessoal. Em Gales deveu-se a mudança quase inteiramente a um professor que foi diretor de uma das faculdades da Igreja Presbiteriana Galesa. Ele próprio não podia pregar, pobre sujeito; era supostamente um grande psicólogo, no entanto nunca se deu conta do seu próprio complexo, claro para alguns de nós. Ele resolveu o seu problema pessoal menosprezando a pregação e acentuando o valor do aconselhamento e da obra pessoal. Era um homem tão hábil e afável que influenciou duas ou três gerações de jovens pregadores que não acreditavam mais na pregação como tal. E, naturalmente, eles podiam contrastar o que estavam fazendo com a falsa pregação popular, e o resultado foi que toda a noção de pregação veio a ser depreciada. Pois bem, aí estão alguns dos fatores que têm militado contra o verdadeiro entendimento da pregação e do lugar da pregação na vida da Igreja.

Fonte: [ Martyn L. Jones ]
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O câncer da corrupção

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As denúncias que se acumulam na imprensa sobre irregularidades no uso de recursos públicos por parte da administração do Senado Federal demonstram que no Brasil a corrupção é um tumor maligno cujas metástases não cessam de se multiplicar. A agravante da impunidade contribui para deixar a população cada vez mais indignada e descrente. Para piorar tudo, o principal partido governista, que na oposição exigia punição e mudanças em face de episódios muitos menos graves do que os de agora, barganhou a alma pelo criminoso aparelhamento do Estado e por uma suposta governabilidade que no fundo não passa de pretexto para a permanência no poder a qualquer custo. As repetidas operações da Polícia Federal contabilizam muitas prisões, que, em virtude das falhas na lei ou do comprometimento dos juízes, acabam se reduzindo a meros shows de exibição midiática.

Uma situação como esta lembra o Israel do oitavo século, podendo ser descrita com precisão pelo texto do profeta Oséias (4.2): “O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios”. Considerando o pacto que havia entre Deus e o povo eleito, os devastadores efeitos do juízo divino anunciado pelos profetas nada mais era do que a repreensão que corrige para conduzir à reabilitação. No caso brasileiro, não existindo tal aliança, idêntico juízo opera por outros meios, ligados ao consciente exercício da democracia na vigência do Estado de direito. Para o cristão, combater a corrupção é, portanto, prestar um serviço a Deus praticando a cidadania responsável.

Isso começa pela atenção que se deve prestar ao fato de que, no interior das muitas quadrilhas que comandam a corrupção e a impunidade no país, encontram-se vários lobos em pele de ovelha. Trata-se daqueles que, ao contrário dos cínicos que afirmam ignorar o clamor da opinião pública, prestam-lhe as devidas homenagens da boca para fora, mas nos bastidores continuam corrompendo e sendo corrompidos. Se forem políticos que dependem de mandato eletivo, o exercício da cidadania consiste em impedir, pelo voto, que tenham como prosseguir em sua carreira de meliantes patrocinados por aqueles a quem prejudicam.

O voto é a principal arma do cidadão, mas não a única. O contato direto com os que exercem mandato eletivo é uma outra possibilidade de chamá-los à responsabilidade moral e política. Hoje isso está muito facilitado pelos meios eletrônicos. É preciso lançar mão desses e outros recursos, sob pena de pagar o preço da omissão em face de ações que, se não podem resolver direta e terminantemente as questões, podem contribuir para isso. Na pior das hipóteses, livram o interessado do peso de consciência de não ter feito tudo a seu alcance no combate ao mal. Uma outra forma de agir a propósito é pela denúncia via meios de comunicação. Não são raros na história brasileira os episódios em que cidadãos comuns tornam públicos fatos decisivos para o desbaratamento de quadrilhas constituídas pelos que se consideram acima do bem e do mal.

Nunca, como no atual momento histórico, a fórmula de Tiago 1.27 foi tão indispensável na vida das pessoas e grupos que se orgulham de serem chamados povo de Deus. É preciso praticar a justiça defendendo a causa dos fracos e oprimidos - o que não significa cooptá-los pela via do assistencialismo, que os torna ainda mais pobres e dependentes. No Brasil, ser corrupto e corruptor não impede a prática de um varejo de benefícios inócuos que apenas contribuem para manter as coisas como sempre estiveram. E o segundo elemento da fórmula é a busca continuada por uma vida pessoal de integridade pessoal a qualquer custo. Quem tem fome e sede de justiça, luta, antes de qualquer coisa, por ser pessoalmente justo. A partir daí, está plenamente habilitado a combater pela justiça nas estruturas sociais e políticas dentro das quais vive.

Da redação
Fonte: [ CBB
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