.Nada mais inquietante e incomodo nos últimos tempos do que a avalanche de protestos que invade o meio evangélico brasileiro, pelos mais variados motivos. Não fico incomodado pelo teor dos protestos em si, pois muitas verdades estão sendo ditas sobre líderes evangélicos inescrupulosos, metido nas mais sórdidas ações de estelionato, malandragem e imoralidade. Estas coisas precisam ser denunciadas até as últimas conseqüências mesmo, e é papel da igreja lutar pela promoção da justiça “ampla, geral e irrestrita”, começando pelos seus quintais e pelos seus púlpitos (1Pe 4.17), e se estendendo até as políticas publicas. Não podemos nos omitir ante a desfaçatez de lideres maquiavélicos que usam de todos os meios para tirar proveito dos fiéis. Mas uma ressalva precisa ser feita. Toda essa luta, todo esse engajamento de protesto moral precisa estar vinculado a uma visão teológica razoável. Não se pode admitir que os mesmos “brigões” em prol da boa conduta e da ética na liderança religiosa sejam tão negligentes no posicionamento teológico. A crise pela qual passamos é, sobretudo teológica como bem observou Michael Horton:
“Temos que acreditar no mais profundo do nosso coração, que a maior crise não é política, moral ou cultural, mas espiritual, isto é teológica” e “para nos posicionarmos, temos que conhecer três coisas: Nossa Fé bíblica, nosso próprio tempo e as diferenças entre os dois”. (HORTON, Creio. Ed Cultura Cristã, p.18)
Nossa luta não é apenas da cartilha dos direitos do consumidor, dos extorquidos e lesados financeiramente, mas é também por uma pregação mais teológica e menos filosófica. É preciso protestar a favor e não somente contra. Protestar a favor é levantar a bandeira do Evangelho, da Salvação, da Graça, da Soberania de Deus. É apontar a edificação que a Palavra de Deus proporciona. É preciso falar de Jesus, o Cristo, e tirar do foco os usurpadores dos púlpitos que posam de messias. Esses pseudo-messias querem os holofotes ao melhor estilo “falem bem ou falem mal...” Estamos lutando legitimamente para tirar a “abominação do lugar santo”, mas não é para deixar o lugar vazio.
Deixo aqui o meu protesto por uma Teologia Protestante, o protesto sem teologia é protesto sem causa!!
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne”, e “as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. (Ef.6.12a; 2Co.10.4,5, grifos meus)
Naquele que nos escolheu para batalhar
Autor: Francisco Jr
Fonte: [ Adoração e Pregação ]
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