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Por Wilson Porte Jr.
"E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá
também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de
perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos
repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais
será blasfemado o caminho da verdade" -Pedro em 2Pe 2.1-2
O veneno mais perigoso não é aquele que está empacotado em uma caixa com
avisos de perigo. O veneno mais perigoso é aquele que vem disfarçado de
alimento delicioso. Que tem aparência de sorvete, mas um conteúdo
destruidor.
O povo de Deus sempre namorou ensinos mentirosos e destruidores. Não por
uma tendência suicida, mas por não abraçar as Escrituras como
suficientes à sua vida e fé.
No antigo e no novo testamento, além de em toda a história da igreja, a
batalha pela verdade (Jd 3) sempre foi necessária. A mentira é sedutora!
Ela vem montada em um discurso retoricamente perfeito. Ainda hoje,
muitos têm cedido ao maligno que adentra a igreja de Cristo por meio de
falsos ensinos encantadores.
Em nossa reflexão sobre a relação dos cristãos com o mundo, meditaremos
hoje nos conselhos do apóstolo Pedro às igrejas que estavam namorando
com ensinos aparentemente belos e cristãos, mas que estavam carregados
de mentira e corrupção.
A segunda epístola de Pedro foi escrita em um momento bastante
complicado do primeiro século. A igreja de Deus que tinha a tarefa de
levar o Evangelho à Judeia, Samaria e confins da Terra, permaneceu em
Jerusalém, saindo dali apenas em momentos de perseguição. Mas, logo que a
perseguição acabava, eles se juntavam novamente. Até que uma
perseguição mais séria veio e eles tiveram que se espalhar
definitivamente por algumas regiões do mundo, próximas à Israel.
Segunda de Pedro foi escrita à algumas destas comunidades. Pedro estava
preocupado, pois o Evangelho que havia sido pregado a eles estava sendo
abandonado. Por meio de falsos mestres infiltrados dentro da igreja, a
heresia do gnosticismo (cuja essência, entre os cristãos, era de
privilegiar alguns por conta do conhecimento que eles tinha) estava
convencendo a muitos. Ao invés de os cristãos manterem a ideia de que
são todos iguais aos olhos de Deus, de que não há uma aristocracia
baseada no conhecimento, os mestres gnósticos defendiam uma distinção de
classes entre as pessoas, baseada no conhecimento que elas tinham.
Pedro temia que a sedução pelo engano da mentira disfarçado de
"conhecimento" levasse as pessoas à abandonarem a comunhão e a fé. Ou
seja, Pedro temia que o mal ensino que há no mundo entrasse no coração
dos cristãos – e ele temia isso mais do que a própria perseguição.
O falso ensino defendia a não soberania do Senhor Jesus (2Pe 2.1). E
este vinha acompanhado de libertinagem e corrupção moral (2Pe 2.2,
10-16, 18, 19; 2.3, 14, 15; 3.1-16). Por causa do mal que estava
entrando no coração dos cristãos, Pedro escreveu sobre como eles
deveriam viver, como fugir do mal (aqui personificado em uma filosofia
enganosa), e como aguardar o retorno de Jesus.
Assim como foi na época de Pedro, muitos hoje têm sido enganados por
falsos (e belos) ensinos modernos. Ensinos que negam a inerrância das
Escrituras. Que negam sua inspiração. Que negam doutrinas centrais da
fé. Como foi há 1900 anos atrás, hoje também devemos estar atentos a
tudo aquilo que se propõem a negar a suficiência das Escrituras. Devemos
estar atentos diante de bons oradores, bons artigos, bons professores,
que têm destruído os fundamentos da fé cristã. Sua beleza não deve nos
encantar a ponto de fazer-nos substituir a simplicidade e suficiência da
Bíblia por suas argumentações demoníacas.
Não esqueçam, o veneno mais perigoso não é aquele que está empacotado em
uma caixa com avisos de perigo. O veneno mais perigoso é aquele que vem
disfarçado de alimento delicioso. Que tem aparência de sorvete, mas um
conteúdo destruidor.
Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo? - Salmo 11.3
Fonte: Site do autor
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