Autonomia humana versus autoridade das Escrituras

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Por Marcos Sampaio

Tenho observado um atual questionamento de autoridade tolerado e promovido em muitos círculos acadêmicos. Filósofos com uma perspectiva radicalmente secular afirmam que Deus e o sobrenatural são concepções míticas, que os processos e eventos naturais abrangem somente a realidade final. Dizem que toda existência é temporal e mutável; declaram que todas as crenças e ideais são relativos à época e cultura nas quais surgem. Asseveram, portanto, que a religião cristã, como todas as outras, é meramente um fenômeno cultural.

Com isso, as afirmações bíblicas de autoridade divina são rejeitadas por tais pensadores. A revelação transcendente, as verdades estabelecidas e os mandamentos imutáveis são descartados como ficção devota.

Em nome da suposta “idade madura” do homem, o secularismo radical advoga a autonomia humana e a individualidade criativa. Dizem que o homem é senhor de si mesmo e o inventor dos seus próprios ideais e valores. Portanto, declara-se que os seres humanos são inteiramente livres para impor na natureza e na História qualquer critério moral que preferirem. Sob tal ótica, insistir em verdades e valores concedidos por Deus, em princípios transcendentes, seria reprimir a realização pessoal e retardar o desenvolvimento criativo de cada ser. Desse modo, a visão radicalmente secular vai além do opor-se a determinadas autoridades externas, cujas reivindicações são consideradas arbitrárias ou imorais.

Refutando estas idéias, é a Bíblia, como revelação especial, que de modo mais claro confronta essa corrida espiritualmente rebelde com a realidade e autoridade de Deus. Nas Escrituras, o caráter e a vontade de Deus, o significado da existência humana, a natureza do reino espiritual e os propósitos de Deus para os seres humanos de todas as épocas estão expostos de forma propositadamente inteligível, de sorte que todos, por meio da Sua graça comum e/ou especial, podem compreender. As Escrituras proclamam de maneira objetiva os critérios pelos quais Deus julga as pessoas, e os meios para a recuperação moral e a restauração à comunhão pessoal com Ele. Portanto, as Escrituras é a própria Palavra de Deus ao homem, conforme Daniel 10. 21: “Mas eu te declarei o que está expresso na Escritura da verdade...”. Deus fala com o homem através das Escrituras.

Portanto, creio firmemente que somente as Escrituras são a primeira e a última corte de apelação em assuntos doutrinários e práticos. Citação do artigo VI da Igreja da Inglaterra: “A Sagrada Escritura contem todas as coisas necessárias para a salvação; de modo que tudo que não seja encontrado nela, ou que não possa ser provado por esse meio, não deve ser exigido de quem quer seja, afim de que deva ser crido como artigo de fé, ou ser considerado como requisito ou algo necessário à salvação”.

O Dr. Payson afirmou o seguinte: “... destruindo a Bíblia, nos roubaria de uma vez tudo quanto evita que a nossa existência se torne a maior das maldições; cobriria o sol, secaria o oceano e removeria a atmosfera do mundo moral, e degradaria o homem a ponto de o mesmo ter ciúmes da posição dos próprios animais”.

As Escrituras são Palavras de Deus. Na bíblia está a autoridade absoluta do Deus soberano e eterno. Nela encontramos a verdade sobre o próprio Deus e a respeito da nossa história e do próprio universo.

Sola Scriptura!

Autor: Marcos Sampaio
Fonte: [ Fé Reformada ]

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