Por: Thiago Azevedo
Hoje acordei com as seguintes questões em minha mente: Porque a teologia da prosperidade dá tão certo em nosso território? E como fazer para que ela possa perder sua força?
Cheguei a conclusão de que se grita muito em termos de teologia, demonstrando bíblicamente que ela é equivocada e fruto de uma visão deturpada de promessas divinas, entretanto, o povo continua seguindo suas desvirtuações. Isso tem uma razão, não tão simples, mas uma boa razão, a esperança. Pense num país como o nosso, com todas as suas disparidades sociais, onde muitos tem nada e poucos tem tudo. Todas as nossas mazelas que enfrentamos todos os dias, isso faz com que a teologia da prosperidade não somente tenha força, mas seja praticamente a única resposta plausível para toda essa barbárie que vemos hoje.
Estou defendendo tal teologia? De forma alguma. Acredito que ela não tem fundamento e se baseia em uma falsa esperança que não se alimenta, apenas depreda o ser humano que é envolvido numa rede egoísta de fé, mas o que seria do homem sem a fé e é essa a força motriz que lhe dá sustentação. Por outro lado, na contra-mão disso tudo, por que perdemos tanto espaço para essa desvirtualização do sagrado? Justamente porque não conseguimos dar uma resposta satisfatória para essas mazelas, se a teologia da prosperidade avançou é justamente por nossa inabilidade em se aproximar do povo mais pobre e oprimido, de acessar as entranhas de seus problemas, resumindo, intelectualizamos a nossa fé a tal ponto que perdemos o foco de Jesus, onde ele fala aos simples e luta por eles. No fim, a nossa religiosidade protestante se tornou um artigo fino e de luxo, somente para os "eleitos" e quem são esses eleitos? Olhem para suas igrejas e vejam a sua maioria, do que é composta? E pensem, onde estão os pobres e miseráveis desse mundo?
Queremos ver exterminada da face da terra a teologia da prosperidade? Então devemos descer de nossos pedestais teológicos e nos aproximar dos oprimidos, devemos ressignificar nossa fé elitista para uma fé que seja acessível ao pobre e miserável. Fé esta que é marcada pela prática e não pelas divagações.
Devemos também não nos ater aos debates infindáveis tentendo convencer os pais da teologia da prosperidade local a se dobrarem ante a "verdadeira" teologia, antes devemos lutar para que não haja espaço para essa teologia nefasta se frutificar, como? Lutando por mais ética e justiça, distribuição de renda, lutar por um país mais ético, onde não haja mais a distribuição da pobreza, mas da riqueza. Que haja terra para todos morarem e tenham condições de sobreviver. Devemos mostrar pelos nossos atos que estamos sonhando junto com esses necessitados de Deus e também assim como queremos um país melhor, devemos querer uma igreja melhor, mais ética, mais justa e que se importe de verdade com o próximo, onde todos tem espaço e não apenas as castas clericais, que esta seja uma igreja movida pelo amor, amor este que provém de Deus.
Esses são os primeiros caminhos para a derrocada da teologia da prosperidade.
Paz e bem
Autor: Thiago Azevedo
Fonte: [ Descanso da alma ]
2 comentários
Olá Ruy B. Marinho, Graça e paz! passando por aqui, não pude deixar de comentar. Parabéns por está postagem e por este blog. Convido o amado a fazer uma visita ao SOLUS CHRISTUS, será um prazer vê-lo por lá. A propósito, se estiver interessado, poderemos trocar banner! entre em contato!
ResponderDeus o abençoe!
Rev. Ronaldo P. Mendes
Bom artigo!
ResponderNão adianta combater os hereges que estão na ponta da pirâmide, enquanto o povo ignorante da base desta pirâmide acredita nestas coisas.
O poder dos líderes hereges está na fé do povo ignorante. Se estes forem iluminados pelas Escrituras de que estão errados em suas crenças, aqueles ficarão fragilizados e sem força.
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