Leitura pós-moderna do texto bíblico

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Por Daniel Grubba

Uma das principais características do pós-modernismo é a relativização da verdade. De acordo com os profetas da pós-modernidade, não existe uma verdade absoluta, tudo é relativo. É por isso que é muito comum ouvirmos por ai alguns mantras como: "isto é verdade para você, mas não é verdade para mim", "a verdade é apenas uma questão de perspectiva", e assim por diante.

Albert Moller se refere a era pós-moderna como "a era de nenhuma verdade, a era que atingiu o ponto de fadiga letal no que diz respeito a encarar a verdade - uma era que já não acredita que a verdade possa ser conhecida".

Este conceito filosófico se infiltrou nas universidades, nas políticas, nas artes, e para a desgraça da humanidade, também alterou os aspectos éticos e morais da sociedade. Como não poderia ser diferente, a leitura do texto bíblico também foi comprometida.

Na hermenêutica pós-moderna não há padrões válidos de interpretação. Prevalece a vontade do intérprete de atribuir ao texto o significado que ele mesmo deseja. Isto é o que teólogos chamam de eisegese, que é o oposto da exegese (encontrar o sentido original do texto). O teólogo e filósofo William L. Craig ironiza este tipo de interpretação dizendo que "ninguém adora uma visão pós-moderna dos textos literários ao ler bula de remédio ou caixa de veneno para ratos"

Então, porque nós, cristãos de tradição reformada, devemos nos preocupar com as regras de interpretação do texto bíblico? Porque não deixamos o estudo das regras de lado e não passamos a depender somente do Espírito?

Em primeiro porque temos a Bíblia como nossa fonte de autoridade suprema. E se estamos sujeitos à sua autoridade, temos também o desafio de interpretá-la com maior precisão possível. E segundo, porque este método de discernir versículos bíblicos de forma "modesta e simples", sem qualquer regra ou responsabilidade, produziu (e continua produzindo) dúzias de resultados contraditórios, desovando uma colagem bizarra, marginal e sectária de crenças. Por isso, não há espanto algum da minha parte em ver que a teologia base da grande maioria das igrejas não passa de uma colcha de retalhos.

Autor: Daniel Grubba
Fonte: [ Soli Deo Gloria ]

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