Por: John MacArthur Jr.
O julgar a verdade que Paulo ordena não é apenas um exercício acadêmico. Demanda uma resposta ativa e dupla. Primeiro, há uma resposta positiva para o que é bom: “Retende o que é bom” (1 Ts 5.21). Isto ecoa Romanos 12.9: “Detestai o mal, apegando-vos ao bem”. A expressão “apegando-vos” fala de proteger vigilantemente a verdade. Paulo está demandando a mesma vigilância cautelosa que exigiu de Timóteo em todas as cartas que lhe escreveu: “Tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado” (1 Tm 6.20); “Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste… Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós” (2 Tm 1.13-14).
Em outras palavras, a verdade é deixada sob nossa custódia, e temos a incumbência de protegê-la de toda ameaça possível.
Isso descreve uma postura militante, defensiva e protetora contra qualquer coisa que mine a verdade ou que, de algum modo, lhe cause danos. Precisamos manter a verdade segura, defendê-la zelosamente, preservá-la de todas as ameaças. Aplacar os inimigos da verdade ou baixar a nossa guarda é uma violação deste mandamento.
“Retende” também possui a idéia de aceitar alguma coisa. Vai além da mera anuência ao que é “bom” e fala de amar a verdade com todo o coração. Aqueles que são verdadeiramente capazes de discernir são comprometidos com a sã doutrina, a verdade e tudo aquilo que é inspirado por Deus.
Todo cristão verdadeiro tem esta qualidade em algum nível. Paulo define a salvação como “amor da verdade” (2 Ts 2.10) e disse aos coríntios que eles provariam sua salvação, se retivessem a palavra que ele pregara (1 Co 15.2). Aqueles que falham por completo em reter a mensagem salvífica são os que têm “crido em vão”; isto significa, antes de tudo, que sua fé é vazia. O apóstolo João disse algo parecido: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19). Todos os verdadeiros crentes retêm o evangelho.
Paulo estava insistindo em que os crentes de Tessalônica cultivassem e fortalecessem seu amor pela verdade, permitindo que ela governasse seu pensamento. Paulo desejava que eles nutrissem uma dedicação consciente a toda a verdade, uma fidelidade à sã doutrina e um exemplo de reter tudo o que era bom.
A atitude que isso exige é incompatível com o pensamento de que devemos deixar a doutrina de lado por amor à unidade. Tal atitude não pode ser conciliada com a opinião de que as verdades severas devem ser amenizadas, a fim de tornar a Palavra de Deus mais agradável aos incrédulos. É contrária à idéia de que a experiência pessoal tem primazia sobre a verdade objetiva. Deus nos deu sua verdade objetivamente em sua Palavra. Ela é um tesouro que devemos proteger a todo custo.
Isto é o oposto da fé sem discernimento. Nestas palavras de Paulo, não há lugar para a tradição, nem para a fé irracional e cega que se recusa a considerar a autenticidade de seu objeto e aceita sem questionamento tudo que alega ser verdade. Paulo descarta esse tipo de “fé”, norteada pelas emoções, sentimentos e imaginação humana. Em vez disso, temos de identificar “o que é bom” por meio do exame cuidadoso, objetivo e racional de todas as coisas – usando as Escrituras como nosso padrão.
Nenhum mestre humano, nenhuma experiência pessoal, nenhum sentimento forte está isento deste teste objetivo. Jay Adams escreveu: “Se as profecias inspiradas da era apostólica tinham de ser submetidas a testes… então, os ensinos dos homens de nossos dias devem ser provados”.[1] De fato, se as palavras dos profetas dos tempos apostólicos precisavam ser examinadas e avaliadas, certamente devemos sujeitar as palavras daqueles que hoje se declaram “profetas” e pregadores a um escrutínio ainda mais intenso, à luz de todo o Novo Testamento. Isso também deve ser feito com qualquer emoção ou experiência subjetiva. Experiência e sentimentos – não importa quão fortes sejam – não determinam o que é a verdade. Em vez disso, elas mesmas devem ser submetidas aos testes.
“O que é bom” é a verdade que se harmoniza com a Palavra de Deus.
A palavra “bom” é kalos, que significa algo inerentemente bom. Não é apenas uma coisa de boa aparência, bonita ou amável. Esta palavra fala de algo bom em si mesmo – genuíno, verdadeiro, nobre, correto e bom. Em outras palavras, “o que é bom” não se refere a entretenimento. Não se refere àquilo que recebe elogios do mundo. Não se refere àquilo que satisfaz à carne. Refere-se ao que é bom, verdadeiro, correto, autêntico, fidedigno – aquilo que se harmoniza com a infalível Palavra de Deus.
Quando você encontrar tal verdade, receba-a e guarde-a como um verdadeiro tesouro.
Fonte: Ouro de Tolo, John MacArthur, Editora Fiel, p. 26-29.
1 ADAMS, Jay E. A call to discernment. Eugene, OR: Harvest House, 1987, p. 75.
Via: [ Monergismo ]
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Em outras palavras, a verdade é deixada sob nossa custódia, e temos a incumbência de protegê-la de toda ameaça possível.
Isso descreve uma postura militante, defensiva e protetora contra qualquer coisa que mine a verdade ou que, de algum modo, lhe cause danos. Precisamos manter a verdade segura, defendê-la zelosamente, preservá-la de todas as ameaças. Aplacar os inimigos da verdade ou baixar a nossa guarda é uma violação deste mandamento.
“Retende” também possui a idéia de aceitar alguma coisa. Vai além da mera anuência ao que é “bom” e fala de amar a verdade com todo o coração. Aqueles que são verdadeiramente capazes de discernir são comprometidos com a sã doutrina, a verdade e tudo aquilo que é inspirado por Deus.
Todo cristão verdadeiro tem esta qualidade em algum nível. Paulo define a salvação como “amor da verdade” (2 Ts 2.10) e disse aos coríntios que eles provariam sua salvação, se retivessem a palavra que ele pregara (1 Co 15.2). Aqueles que falham por completo em reter a mensagem salvífica são os que têm “crido em vão”; isto significa, antes de tudo, que sua fé é vazia. O apóstolo João disse algo parecido: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19). Todos os verdadeiros crentes retêm o evangelho.
Paulo estava insistindo em que os crentes de Tessalônica cultivassem e fortalecessem seu amor pela verdade, permitindo que ela governasse seu pensamento. Paulo desejava que eles nutrissem uma dedicação consciente a toda a verdade, uma fidelidade à sã doutrina e um exemplo de reter tudo o que era bom.
A atitude que isso exige é incompatível com o pensamento de que devemos deixar a doutrina de lado por amor à unidade. Tal atitude não pode ser conciliada com a opinião de que as verdades severas devem ser amenizadas, a fim de tornar a Palavra de Deus mais agradável aos incrédulos. É contrária à idéia de que a experiência pessoal tem primazia sobre a verdade objetiva. Deus nos deu sua verdade objetivamente em sua Palavra. Ela é um tesouro que devemos proteger a todo custo.
Isto é o oposto da fé sem discernimento. Nestas palavras de Paulo, não há lugar para a tradição, nem para a fé irracional e cega que se recusa a considerar a autenticidade de seu objeto e aceita sem questionamento tudo que alega ser verdade. Paulo descarta esse tipo de “fé”, norteada pelas emoções, sentimentos e imaginação humana. Em vez disso, temos de identificar “o que é bom” por meio do exame cuidadoso, objetivo e racional de todas as coisas – usando as Escrituras como nosso padrão.
Nenhum mestre humano, nenhuma experiência pessoal, nenhum sentimento forte está isento deste teste objetivo. Jay Adams escreveu: “Se as profecias inspiradas da era apostólica tinham de ser submetidas a testes… então, os ensinos dos homens de nossos dias devem ser provados”.[1] De fato, se as palavras dos profetas dos tempos apostólicos precisavam ser examinadas e avaliadas, certamente devemos sujeitar as palavras daqueles que hoje se declaram “profetas” e pregadores a um escrutínio ainda mais intenso, à luz de todo o Novo Testamento. Isso também deve ser feito com qualquer emoção ou experiência subjetiva. Experiência e sentimentos – não importa quão fortes sejam – não determinam o que é a verdade. Em vez disso, elas mesmas devem ser submetidas aos testes.
“O que é bom” é a verdade que se harmoniza com a Palavra de Deus.
A palavra “bom” é kalos, que significa algo inerentemente bom. Não é apenas uma coisa de boa aparência, bonita ou amável. Esta palavra fala de algo bom em si mesmo – genuíno, verdadeiro, nobre, correto e bom. Em outras palavras, “o que é bom” não se refere a entretenimento. Não se refere àquilo que recebe elogios do mundo. Não se refere àquilo que satisfaz à carne. Refere-se ao que é bom, verdadeiro, correto, autêntico, fidedigno – aquilo que se harmoniza com a infalível Palavra de Deus.
Quando você encontrar tal verdade, receba-a e guarde-a como um verdadeiro tesouro.
Fonte: Ouro de Tolo, John MacArthur, Editora Fiel, p. 26-29.
1 ADAMS, Jay E. A call to discernment. Eugene, OR: Harvest House, 1987, p. 75.
Via: [ Monergismo ]
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1 comentários:
Somente retém o que é bom aquele que tem uma mentalidade bereiana. Caso contrário, assimilará tudo o que achar conveniente a si sem qualquer criticidade.
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