De acordo com Van Til, a apologética destina-se a defender a Fé Cristã, respondendo a variedade de desafios levantadas contra ela pelos incrédulos. Justificando, assim, a Filosofia Cristã da vida (Cosmovisão) contra todas as filosofias não-cristãs de vida (Cosmovisões).
Existem milhares de formas em que a reivindicação da verdade cristã estão sob ataque. Elas são desafiadas quanto a sua significância. A possibilidade de milagres, revelação e encarnação são questionadas. A dúvida é lançada sobre a deidade de Cristo ou a existência de Deus. A exatidão histórica ou cientifica da Bíblia é atacada. Ensinamentos Bíblicos são rejeitados por não serem logicamente coerentes. A vida consciente após a morte, a condenação eterna e a ressurreição futura não são bem aceitas. O caminho da salvação é julgado desagradável ou desnecessário. A natureza de Deus e o caminho da salvação são falsificados por escolas de pensamentos heréticos. Sistemas religiosos competem contra o Cristianismo. A ética das Escrituras é criticada. A adequação psicológica ou política do Cristianismo é menosprezada.
Estas e muitas, muitas outras linhas de ataque são dirigidas contra o Cristianismo Bíblico. É trabalho da apologética refutá-los e demonstrar a veracidade da proclamação e cosmovisão cristã – para destruir "os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”(2 Coríntios 10.5)
Portanto, apologética envolve raciocínio e argumentação racional. O desprezo por tais coisa em muitos círculos das comunidades cristãs atuais é prejudicial. Raciocínio não uma atividade menos espiritual, e argumentar não significa contenda pessoal.
Há um uso da mente e procedimentos acadêmicos que é, claro, orgulhoso e impio – “andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração”(Ef 4.17, 18). No entanto, Paulo afirma claramente “não aprendestes assim de Cristo”(v.20). Os Cristãos têm sido renovados em seus espíritos e mentes (v. 23. Cf. Col. 3.10) e foi-lhes concedido arrependimento “para conhecer a verdade”(1 Cor 2.25 – sic). “Nós temos a mente de Cristo” (1 Cor 2.16), à luz da qual procuramos desenvolver uma filosofia que não seja moldada depois dos pensamentos secular e tradições humanas, mas sim, depois de Cristo, “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.”(Col 2.3, 8).
Raciocinar desta maneira é uma expressao da verdadeira espiritualidade e piedade, e resposta obediente às exigências de Deus a fim de que “quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”(1 Cor 10.31) e a fim de nós amarmos ao Senhor nosso Deus com todo coração, e com toda nossa alma, e toda nossa mente (Mat 22.37). Deus não quer que nossa mente seja excluída, mas transformada (Rom 12.2).
Quando começamos a usar nossos intelectos à serviço de nosso Criador e Salvador, naturalmente desejaremos fazer com o melhor esforço e qualidade disponíveis. Está claro nas páginas do Novo Testamento que este era o caso dos discípulos, fossem eles pescadores, coletores de impostos ou mestres estudiosos da lei. Eles puseram suas mentes para trabalhar – procurando a palavra de Deus para melhor entender e raciocinar com pessoas para convencê-las de sua verdade.
Todavia, eles sabiam a diferença entre argumento intelectual – a apresentação de premissas ou razões a favor de uma inferência ou conclusão, o oferecimento de provas para fundamentar as reivindicações – e a hostilidade ou rivalidade de espírito interpessoal. Assim, Pedro, ciente dos diferentes modos e argumentos que podem ser usados, especificamente relembra aos seus leitores a oferecerem razões defensáveis com “gentiliza e respeito”(1 Ped 3.15). Paulo escreveu: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor”(2 Tim 2.24)
Isto não quer dizer abrir mão das questões da verdade sobre as quais estamos discordamos com os incrédulos. Mas, isto quer dizer, como Dr. Van Til sempre dizia, que nós continuemos a pagar o próximo cafezinho para nosso “oponente”.
Fonte: Covenant Media Foundation
Traduzido e Adaptado por Gaspar de Souza
Via: [ Eis nosso Tempo! ]
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