Pastor "emprendedor"?

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Foto ilustrativa

A cartilha dos grandes empresários diz que, para se dar bem nos negócios, é fundamental estar atento às mudanças na sociedade, empregar com eficiência a propaganda, estudar o público-alvo, cuidar bem dos funcionários e vigiar a concorrência. Pois essas regras também valem para os que desejam abrir a própria igreja evangélica, segundo um curso oferecido pelo Seminário Brasileiro de Teologia (SBTe).

Uma frase presente na apostila do "Curso de Formação de Pastor" dá o tom do seu conteúdo: "A igreja é uma empresa, e uma empresa difícil de ser conduzida, porque o seu estoque são almas".

Partindo da premissa de que os meios de comunicação transformaram a sociedade, o curso convoca os pastores a uma adaptação aos novos tempos: "As igrejas que não seguirem a cultura dos povos tendem a ficar vazias"...

...Hoje, diz o curso, o pastor deve ser "empreendedor, criativo, capaz de trabalhar em grupo e de liderar com visão global"...

Para aproveitar esse crescimento vertiginoso, o curso lista atitudes que devem ser tomadas pelo pastor empreendedor (veja quadro no final da postagem).

Antes de abrir uma igreja, por exemplo, ele deve estudar a região e o público-alvo. Se o local for pobre, ajudam a atrair gente a distribuição de lanches e o sorteio de cestas básicas.

Na Assembléia de Deus do Jardim do Apurá (zona sul de São Paulo), o fiel que fica até o fim do culto recebe um cachorro-quente.

É importante ainda que o pastor seja "um ator, um dramaturgo" para "acomodar o povo, chamar a sua atenção e fechar a sua boca".

Para ser eficiente, ele é aconselhado a se alimentar bem e a se exercitar com musculação e corrida. Quando tiver de ministrar por tempo muito longo, deve evitar o sexo nos quatro dias anteriores...

...Outro fator determinante para o sucesso é pregar conforme a vontade do público. Em geral, diz o curso, pessoas mais pobres tendem a gostar de "ver coisas sobrenaturais" (como sessões de exorcismo), de dançar, cantar e ouvir o pastor falar em línguas estranhas (glossolalia).

Também se deve empregar o maior número possível de fiéis na igreja. "Os que participam e se sentem valorizados não migram para outra igreja, pagam o dízimo todo mês e trazem a família e amigos para vê-los."

"O curso se vale dos melhores textos da área de administração e ensina recursos que uma empresa moderna utiliza para se manter competitiva num mercado globalizado", diz o coordenador do MBA de Marketing da Fia (Fundação Instituto de Administração), Dilson Gabriel dos Santos.

Para o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (Universidade de São Paulo) Antônio Sauaia, o curso ensina uma técnica utilizada por empresas de produtos de consumo, que atraem o consumidor por meio de vendedores que vivem no mesmo bairro dele.

Administração eclesiástica.

A apostila é dividida em cinco módulos. Os quatro primeiros, com 75 páginas, tratam da legislação sobre a prática religiosa (como obter subvenções do poder público, por exemplo), das diferenças entre as principais correntes evangélicas, da importância do emprego de técnicas de oratória na pregação e de como convencer os fiéis a pagar o dízimo.

O quinto e maior, com 63% do total de páginas, é intitulado "Administração Eclesiástica". Nele, são indicados "projetos para multiplicar a quantidade de membros, templos e de caixa da igreja a cada 90 dias".

O curso pode ser encomendado pela internet (www.cursodepastor.com.br) ou por telefone, custa R$ 450 e deve ser feito por correspondência em prazo estipulado de 90 dias.

Ao seu final, o aspirante a pastor deve enviar por correio à instituição, que tem sede em Ituiutaba (MG), as respostas a um questionário que fica nas últimas páginas da apostila. Se aprovado, ganha um diploma e uma carteirinha que, segundo o SBTe, "pode ser aproveitada em qualquer das diferentes denominações de igrejas evangélicas".


Clique na imagem para ampliar.


Fonte: [ http://www1.folha.uol.com.br ] Dica do Danilo Miguel em seu blog


Um dos maiores absurdos que eu vi até hoje. Estão vendendo a Fé (literalmente)! A afirmativa deles de que "a Igreja é uma empresa" e que o "estoque são as almas" é uma verdadeira aberração! Tratar a Igreja como empresa é "vender" a Palavra de Deus para benefício próprio!

É um erro gravíssimo transformar a Igreja
em "templos/empresas", pois na Bíblia a palavra original para Igreja (Ekklesia) nunca foi direcionada para "templos físicos" e sim para pessoas. As pessoas que compõem a igreja formam uma comunidade e não uma corporação de negócios. Claro que temos que ter organização no local onde se realiza a concentração da Igreja, porém transformá-lo em empresa é totalmente fora dos propósitos Bíblicos.

Agora pasmem! O conteúdo do curso chega ao ponto de afirmar que o pregador deve pregar a Palavra de acordo com a "vontade do público"! Será que o Evangelho age desta forma? O evangelho agora tem que ser conveniente à vontade humana?

Que absurdo, custei a acreditar quando vi esta matéria publicada no site da Folha. Mas infelizmente é verdade. E olha que a reportagem é de 2006, porém até hoje o "seminário" continua a oferecer tais "cursos relâmpagos" e "títulos eclesiásticos" por correspondência.

Bom, eu prefiro ficar com o que é corretamente Bíblico e meditar nas palavras do Apóstolo Paulo sobre este assunto:

"Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus." 2 Co 2:17


Ruy Marinho
Fonte: [ Bereianos ]

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7 comentários

Irmã realmente o evangelho precisa ser mudado!! O ide não existe mais, o devocacional tornou-se a Administração financeira e gerenciamento de empresas. Louvo ao Senhor que somos levantados a nos indignar e tentar mudar essa visão. Lembro-me de Jeremias quando Jerusalem foi tomada como escrava. Como o povo ora idolatrava, ora "aparentemente" amava a Deus. Como se pregava dentro das igrejas paz, quando havia a necessidade do arrependimento, da conversão. "Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar neste lugar.Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este". Jeremias 7:3-4 Fica na Paz e oremos pq somente a Palavra e viva e liberta!!

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Misericórdia, meu Deus!!
Que absurdo é este?
Igreja = empresa = empreendimento.
Entristeço-me, mas sei que estamos vivendo o tempo do fim. E estas coisas estão previstas para esse tempo!
Graças a Deus, ainda existem os pastores vocacionados por Deus, servos e servas autênticos do Senhor que não abrem mão de pregar a palavra doa a quem doer e zelar por ela haja o que houver!!

A Paz do Senhor!

=D

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Anônimo mod

Prezado,

Houve um equivoco nos seus créditos. CGIADB não é Convenção Geral das Assembleias de Deus e sim uma nomenclatura criada para criar confusão no meio da AD.
Inclusive gostaria que este blog tão conceituado fizesse um comentario sobre este assunto.

CGADB - Orgão oficial da Assembleia de Deus.
CGIADB - Engano/genérico.

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Anônimo mod

Onde eu consigo uma camiseta desta???

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Olá Ruy! Parabéns pelo blog! Sei que já deve ter recebido inúmeros selos,mas aqui vai outro para sua coleção, o "Selo friends" (acredito que voce já tenha recebido ele).
Da uma olhada lá no blog. Grande abraço!

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Amado Ruy, Luvado seja O Senhor para sempre pois já nos alertava há tempos sobre estas coisas que haveriam de acontecer. QV.

"Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme as suas próprias concupiscências;
E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." II Tim 4:3-5
É nossa luta tambem no http://crenatos.blogspot.com

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Anônimo mod

Amado Rui, Corrigindo, No comentário que fiz não quiz dizer luvado, mas, sim louvado (digno de todo Louvor, Honra e Glória, eternamente) e não usando luva como poderiam entender alguns. RSRSRS.

Aos leitores, perdão pelo erro.

Fiquem na Paz

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