Tendo em vista nossas raízes ligadas na outra América, herdamos o foco de pragmatizarmos o ministério e a vida da igreja, acreditando que a igreja é o reino de Deus e, pior ainda, acreditando que o Cristianismo se resume em atividades eclesiásticas. Creio que essa seja a principal causa de se levantar a questão “formar pastores ou teólogos?” Como já expliquei, não há como formar pastores ou ministros sem dar-lhe conteúdo teológico. É como ensinar um médico a aplicar injeção, sem dar-lhe o conteúdo (medicamento que vai na seringa).
Por outro lado, a igreja, que tem sido transformada num fim em si mesma, parece-me que tem se tornado num gueto de fim de semana ou um instrumento “fabril” de manufaturar convertidos. Mas Jesus nos deixou a missão de sermos sal da terra e luz do mundo, portanto a igreja (como instituição e como membrezia) precisa ser expressiva em seu entorno, como os cristãos primitivos que onde passavam “transtornavam” o ambiente não apenas com a pregação (kerygma), mas com a sua comunhão (koinonia) manifesta e a vida de seus membros (matyreo – testemunhas de vida e não apenas de pregação ou palavra). Uma boa parte das igrejas já não cumprem mais este papel. Como ser sal da terra e luz do mundo sem compreender o próprio mundo, o espírito de época, as forças ideológicas que governam as pessoas e o mundo?
O papel dos teólogos
Aqui entra o papel dos teólogos – interpretar o mundo à luz da Palavra de Deus e encontrar respostas para que as igrejas possam ser como que a “encarnação” de Cristo em seu entorno. Mas o que tem acontecido com os teólogos?
1- Isolados
Ou eles estão isolados nos seminários ou entrincheirados. Os primeiros descobriram que seu discurso não tem efeito nas igrejas, então, preferiam se “isolar no mosteiro” e o seu relacionamento mais forte acaba sendo no meio editorial.
2- Entrincheirados
O segundo grupo (os da trincheira), acabam se amargurando pela rejeição que sofrem dos líderes-práticos, que acabam se tornando críticos-ácidos contra as igrejas e denominação. Se entrincheiraram transformando seu ministério-magisterial numa ação belicosa. Precisamos conquistar os primeiros para que possam servir às igrejas e orar pelos segundos para que revejam suas prioridades e estratégias.
3- Servos atuantes
Recentemente os pastores de São Paulo precisaram se manifestar sobre a homofobia e o infanticídio indígena. Nos pediram socorro e pudemos produzir manifestos que foram publicados e encaminhado às autoridades. São os teólogos à serviço da igreja, dando-lhe suporte para reagir a este mundo sem Deus.
Enfim, em vez de considerar componentes antagônicos ou nutrir preconceitos, desafio você a repensar a pergunta inicial considerando o que aqui foi possível propor. Um abraço a todos – pastores e teólogos.
***
Autor: Lourenço Stelio Rega - Mestre em Teologia, Mestre em Teologia, Mestre em Educação, Doutor em Ciências da Religião; diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo
Fonte: [ Soli Deo Gloria ]
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Por outro lado, a igreja, que tem sido transformada num fim em si mesma, parece-me que tem se tornado num gueto de fim de semana ou um instrumento “fabril” de manufaturar convertidos. Mas Jesus nos deixou a missão de sermos sal da terra e luz do mundo, portanto a igreja (como instituição e como membrezia) precisa ser expressiva em seu entorno, como os cristãos primitivos que onde passavam “transtornavam” o ambiente não apenas com a pregação (kerygma), mas com a sua comunhão (koinonia) manifesta e a vida de seus membros (matyreo – testemunhas de vida e não apenas de pregação ou palavra). Uma boa parte das igrejas já não cumprem mais este papel. Como ser sal da terra e luz do mundo sem compreender o próprio mundo, o espírito de época, as forças ideológicas que governam as pessoas e o mundo?
O papel dos teólogos
Aqui entra o papel dos teólogos – interpretar o mundo à luz da Palavra de Deus e encontrar respostas para que as igrejas possam ser como que a “encarnação” de Cristo em seu entorno. Mas o que tem acontecido com os teólogos?
1- Isolados
Ou eles estão isolados nos seminários ou entrincheirados. Os primeiros descobriram que seu discurso não tem efeito nas igrejas, então, preferiam se “isolar no mosteiro” e o seu relacionamento mais forte acaba sendo no meio editorial.
2- Entrincheirados
O segundo grupo (os da trincheira), acabam se amargurando pela rejeição que sofrem dos líderes-práticos, que acabam se tornando críticos-ácidos contra as igrejas e denominação. Se entrincheiraram transformando seu ministério-magisterial numa ação belicosa. Precisamos conquistar os primeiros para que possam servir às igrejas e orar pelos segundos para que revejam suas prioridades e estratégias.
3- Servos atuantes
Recentemente os pastores de São Paulo precisaram se manifestar sobre a homofobia e o infanticídio indígena. Nos pediram socorro e pudemos produzir manifestos que foram publicados e encaminhado às autoridades. São os teólogos à serviço da igreja, dando-lhe suporte para reagir a este mundo sem Deus.
Enfim, em vez de considerar componentes antagônicos ou nutrir preconceitos, desafio você a repensar a pergunta inicial considerando o que aqui foi possível propor. Um abraço a todos – pastores e teólogos.
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Autor: Lourenço Stelio Rega - Mestre em Teologia, Mestre em Teologia, Mestre em Educação, Doutor em Ciências da Religião; diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo
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