Por: carlos sider
Que sempre existiu de forma um tanto velada, agora parece tomar as cores mais brilhantes das campanhas de marketing com as quais já estamos familizarizados. Acostumados com a publicidade de pastas de dente, sabonetes, carros, telefones e coisas assim, que agora nos acostumemos com as campanhas publicitárias que aí estão para nos vender... (?) igreja! Já é possível encontrar, em algumas grandes cidades do nosso país, peças publicitárias das mais diversas, criativas, chamativas, convidando quem quiser a ser da igreja tal. E quais as vantagens? Ora, na igreja tal fazemos isso, fazemos aquilo, ajudamos necessitados, recuperamos dependentes, somos mais isso, somos mais aquilo. Nada de novo debaixo do sol, já dizia o bom e velho Salomão. Proselitismo, “pesca em aquário”, dê o nome que quiser, é coisa antiga. Só que o que antes era restrito, meio que escondido, agora é escancarado em praça pública. Ora, “e por que não?”, dizem os adeptos do marketing. Pensando na igreja-empresa, ou empresa-igreja, sei lá, eles estão certos mesmo. Pois já nos ensinam os primeiros conceitos de marketing que o vendedor de sapatos tem dois caminhos plausíveis: vender sapatos para quem já os usa, e/ou vendê-los para quem ainda não os usa. O primeiro caminho é bem mais fácil, oferece resultados mais rápidos, e só depende do tal sapato ter algum diferencial que o favoreça na comparação com os concorrentes. O segundo caminho é mais demorado, requer maior esforço, o que geralmente fica a cargo das ONG´s e da Saúde Pública. É justamente por isso que as primeiras perguntas dos bons marqueteiros são: “qual é o tamanho do mercado?”, “qual é o perfil dos atuais compradores?”, “quais as necessidades dos compradores estão sendo alcançadas com os atuais fornecedores, quais não?” Vender o produto para quem já o compra é o caminho!
O tamanho do “mercado evangélico brasileiro” realmente anima qualquer um. Uns dizem que somos 17% da população (uns 30 milhões), outros 22% (40 milhões). A maior estimativa que achei em pesquisas fala em algo perto dos 45 milhões de evangélicos no Brasil. Seja qual você escolher, estamos falando de algo perto de “uma Argentina” (37 milhões de habitantes), um pouco mais, um pouco menos. Cá entre nós, belo mercado, não?
Qual o perfil dos atuais evangélicos? Quais as necessidades deles que não vem sendo supridas “pelas atuais igrejas fornecedoras”? Só para dar um exempo, e para estimar por baixo, deixando um pouco de lado a maioria pentecostal & neo-pentecostal, basta analisar que em geral os evangélicos das igrejas chamadas históricas ou tradicionais vem costumeiramente procurando “um produto” mais contemporâneo, menos “engessado”, menos tradicional, menos litúrgico. Não é necessário ser um “gênio de marketing” para “bolar” um “produto” que atenda às necessidades destes evangélicos.
Portanto, por que não vender igreja para crente que está insatifeito com o atual fornecedor? Não é isso que faria um bom marqueteiro? Não é isso que faria um bom vendedor?
É... alguns bons já estão fazendo isso!
Por que perder tempo evangelizando incrédulos? Para que tanto esforço para convencer um descalço a calçar sapato? Que vendamos sapato para quem não vive sem eles, para quem quer tê-los às dúzias! Vamos convencer os crentes de hoje que a nossa igreja é mais!
Infelizmente, vivemos numa época em que igreja está virando um produto a ser oferecido.
Pena que igreja não é “produto”. Ou pelo menos não deveria ser. Deus chama de igreja o coletivo de pessoas alcançadas pela Sua graça e transformadas pela Sua intervenção.
Lamentavelmente, estamos na época em que os evangélicos são considerados um mercado para quem se pode vender produtos e serviços. E tudo isso porque os evangélicos assumem e gostam de ser tratados como mercado, como clientes, como consumidores dos produtos e serviços pelos quais, direta ou indiretamente, “pagam”. Buscam a melhor pregação, a melhor música, a melhor “unção”, a melhor solução para os seus problemas, a melhor programação para os seus filhos, e por aí vamos ladeira abaixo.
Pena que ser cristão não é ser cliente. É ser discípulo de Cristo. É ter tomado a cruz e decidido segui-lo. É ser de Cristo e viver para Ele. É ser igreja.
É triste ver que igreja virou produto e crente virou cliente. Mais triste ainda é notar que a pregação da cruz de Cristo vem virando acessório; algo que, na hora oportuna, “alguém vai falar... o importante é que a pessoa chegue até aqui! ” A pregação do evangelho de Jesus passa a ser tratada como algo “venha ver o que Deus tem para turbinar a sua vida”. Pecado, arrependimento, cruz? “Ora, nem fale assim porque pode assustar quem chega...”
Os marqueteiros e vendedores de igreja que me perdoem, mas não posso aplaudi-los. Por mais que reconheça sua capacidade de mensurar e caracterizar um mercado tão promissor e criar um produto atrativo! Que vendam o que quiserem, mas não o chamem de “igreja”. O dono dela, Deus, não nos autoriza a isso.
Os clientes de igreja, consumidores de atrações, idem. Que busquem seus melhores pregadores, a melhor programação. Mas não contem comigo para chamar tudo isso de igreja ou de evangelho. A isso dou nomes como “clube”, “confraria de amigos”, “programas de entretenimento”, “lenitivos de almas aflitas”, etc, etc.
E concluo lembrando o que Jesus mandou fazer: “vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:18-20, NVI).
É isso o que devemos fazer. Nós que somos igreja. Fazer discípulos em nome de Deus, e ensina-los a guardar o que Deus ensina a todos nós. Estejam estes “discípulos a fazer” fora da igreja ou mesmo dentro de instituições chamadas de “igreja”, pois dentro delas parece haver muita gente que pensa ser, mas ainda não é e precisa ser... Ser Igreja.
Fonte: [ Provóice ]
Via: [ Emeurgência ]
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O tamanho do “mercado evangélico brasileiro” realmente anima qualquer um. Uns dizem que somos 17% da população (uns 30 milhões), outros 22% (40 milhões). A maior estimativa que achei em pesquisas fala em algo perto dos 45 milhões de evangélicos no Brasil. Seja qual você escolher, estamos falando de algo perto de “uma Argentina” (37 milhões de habitantes), um pouco mais, um pouco menos. Cá entre nós, belo mercado, não?
Qual o perfil dos atuais evangélicos? Quais as necessidades deles que não vem sendo supridas “pelas atuais igrejas fornecedoras”? Só para dar um exempo, e para estimar por baixo, deixando um pouco de lado a maioria pentecostal & neo-pentecostal, basta analisar que em geral os evangélicos das igrejas chamadas históricas ou tradicionais vem costumeiramente procurando “um produto” mais contemporâneo, menos “engessado”, menos tradicional, menos litúrgico. Não é necessário ser um “gênio de marketing” para “bolar” um “produto” que atenda às necessidades destes evangélicos.
Portanto, por que não vender igreja para crente que está insatifeito com o atual fornecedor? Não é isso que faria um bom marqueteiro? Não é isso que faria um bom vendedor?
É... alguns bons já estão fazendo isso!
Por que perder tempo evangelizando incrédulos? Para que tanto esforço para convencer um descalço a calçar sapato? Que vendamos sapato para quem não vive sem eles, para quem quer tê-los às dúzias! Vamos convencer os crentes de hoje que a nossa igreja é mais!
Infelizmente, vivemos numa época em que igreja está virando um produto a ser oferecido.
Pena que igreja não é “produto”. Ou pelo menos não deveria ser. Deus chama de igreja o coletivo de pessoas alcançadas pela Sua graça e transformadas pela Sua intervenção.
Lamentavelmente, estamos na época em que os evangélicos são considerados um mercado para quem se pode vender produtos e serviços. E tudo isso porque os evangélicos assumem e gostam de ser tratados como mercado, como clientes, como consumidores dos produtos e serviços pelos quais, direta ou indiretamente, “pagam”. Buscam a melhor pregação, a melhor música, a melhor “unção”, a melhor solução para os seus problemas, a melhor programação para os seus filhos, e por aí vamos ladeira abaixo.
Pena que ser cristão não é ser cliente. É ser discípulo de Cristo. É ter tomado a cruz e decidido segui-lo. É ser de Cristo e viver para Ele. É ser igreja.
É triste ver que igreja virou produto e crente virou cliente. Mais triste ainda é notar que a pregação da cruz de Cristo vem virando acessório; algo que, na hora oportuna, “alguém vai falar... o importante é que a pessoa chegue até aqui! ” A pregação do evangelho de Jesus passa a ser tratada como algo “venha ver o que Deus tem para turbinar a sua vida”. Pecado, arrependimento, cruz? “Ora, nem fale assim porque pode assustar quem chega...”
Os marqueteiros e vendedores de igreja que me perdoem, mas não posso aplaudi-los. Por mais que reconheça sua capacidade de mensurar e caracterizar um mercado tão promissor e criar um produto atrativo! Que vendam o que quiserem, mas não o chamem de “igreja”. O dono dela, Deus, não nos autoriza a isso.
Os clientes de igreja, consumidores de atrações, idem. Que busquem seus melhores pregadores, a melhor programação. Mas não contem comigo para chamar tudo isso de igreja ou de evangelho. A isso dou nomes como “clube”, “confraria de amigos”, “programas de entretenimento”, “lenitivos de almas aflitas”, etc, etc.
E concluo lembrando o que Jesus mandou fazer: “vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:18-20, NVI).
É isso o que devemos fazer. Nós que somos igreja. Fazer discípulos em nome de Deus, e ensina-los a guardar o que Deus ensina a todos nós. Estejam estes “discípulos a fazer” fora da igreja ou mesmo dentro de instituições chamadas de “igreja”, pois dentro delas parece haver muita gente que pensa ser, mas ainda não é e precisa ser... Ser Igreja.
Fonte: [ Provóice ]
Via: [ Emeurgência ]
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