"Não julgais" se tornou clichê para censurar a verdade

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Por Wesley Moreira 

O liberalismo teológico continua a se movimentar no meio cristão, buscando sempre relativizar as escrituras e mesclar a doutrina bíblica com filosofias humanas. Os discursos politicamente corretos de líderes e cristãos em evidência estão saturados de liberalismo.

O caso mais rescente foi a declaração da famosa cantora evangelica Carrie Underwood (foto) que expressou seu apoio ao casamento gay em entrevista ao jornal britânico The Independent, ao dizer que os crentes devem ser menos críticos sobre a questão.

Desde que venceu o American Idol em 2005, Underwood teve uma seqüência de sucessos, incluindo sua música "Jesus Take the Wheel", que ganhou um Grammy. A base do argumento da popstar evangélica para apoiar o casamento gay foi, "Não cabe a mim julgar a ninguém". Carrie também confessou frequentar uma igreja gay com seu marido.

Confusão é a palavra que melhor define a situação de parte da igreja no mundo, que como Carrie, é refém do clichê "não podemos julgar". Me admira o fato de que esse ensino de Jesus tenha perdido seu sentido original para ser usado como propaganda anticristã homosexual.

Ao seguir o clichê "não julgueis" qualquer comunidade cristã será tentada a recuar de questões morais e doutrinarias, até chegar ao ponto onde não poderão distinguir o certo do errado. Primeiramente no comportamento e crença dos outros, e, finalmente, em suas próprias vidas. Goebbles foi sem duvida um gênio do mau.

"A propaganda deve afetar a ação e crenças do inimigo, de maneira a confundi-los e paraliza-los." Joseph Goebbles

Os ativistas anticristãos homosexuais estão usando o próprio discurso da igreja como propaganda para seu estilo de vida. Ao recitar 'não julgueis' eles estão alegando, usurpando a autoridade da Bíblia, que não podemos rotular qualquer comportamento ou crença como certo ou errado. Esta atitude surgiu a partir de uma compreensão defeituosa, filosófica, carnal e demoníaca da palavra 'julgar' feita pelo liberalismo teologico.

A leitura mais básica do Novo Testamento revelará que a palavra 'krino' no grego (geralmente traduzido como 'juiz') é usada de diversas maneiras. Assim lemos na palavra que o 'Pai a ninguém julga' (João 5:22), mas (evidentemente em outro sentido), Ele realmente 'julga' (João 08:50). Cristo não veio para 'julgar' (João 8:15), mas na verdade ele 'julgou' (João 5:30; 8:16,26). Não há aqui contradições, é nossa ignorancia que nos afasta da verdade.

Paulo diz aos da igreja de Corintios para que não 'julguem' nada, e logo depois critica-os por 'não julgar' o caso (1 Coríntios 4:5. 6:1-3). Krino (julgar) pode significar simplesmente, tomar uma decisão, ou analizar consequências (Atos 20:16; 26:8; 27:11, 1 Coríntios 2:2; 7:37., 2 Coríntios 2:1. ;. Tit 3:12). Por isso, somos encorajados a 'julgar' as situações de acordo com a Palavra de Deus e seus princípios, assim 'julgar' pode significar 'formar uma opinião' com base na interpretação correta da palavra (Jo. 7:24,. 1 Coríntios 10:15; 11:13, 2 Coríntios 5:14).

Aqui está a beleza da contextualização bíblica. Os Judeus não faziam sua leitura da Bíblia como a um exercício intelectual, mas como uma adoração devocional. Para os judeus, como Jesus, Paulo e os outros apóstolos, qualquer atividade de raciocínio, mental ou filosofica que não fosse baseada na palavra de Deus era considerada carnalidade, e sua conclusão como "julgamento carnal". O julgamento condenado por Jesus nas escrituras é toda a conclusão ou veredicto, a respeito de qualquer assunto ou pessoa, que não tenha como base a palavra de Deus.

Portanto, julgar ou formar opinião sobre qualquer outra base, senão a Bíblia, é 'julgar segundo a carne', e isso é errado (Lucas 12:57, João 8:15). Julgar com justiça é ser dirigido pela palavra. Figuradamente seria exatamente isso que, teoricamente, os Juizes deveriam fazer a respeito da constituição, não julgar segundo lhes parecer bem, mas segundo diz a lei. Julgar corretamente faz parte da nossa base de aceitação com o Senhor Jesus.

Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem. Lucas 7:43

Com esse entendimento de 'julgar', é inevitável que temos de aplicar nosso 'julgamento' a outras pessoas, especialmente dentro da igreja. A decisão de batizar Lydia para a comunhão do corpo envolveu o "julgar" de sua "fidelidade".

Se haveis julgado que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso. (Atos 16:15)

Se não podemos julgar, em qualquer sentido, seria impossível fazer qualquer decisão na igreja e na vida. Não poderiamos escolher o melhor candidato ao emprego, escolher com quem andamos, decidir com que devamos nos casar, e não poderiamos decidir realmente coisa alguma, pois julgar é tomar decisão.

Tiago foi confrontado com o problema de decidir se a consciência de alguns irmãos judeus deveriam ser impostas sobre os gentios convertidos. Ele argumentou a partir dos princípios bíblicos e deu a sua "sentença" (krino grego), seu julgamento foi que eles não precisavam ser circuncidados (Atos 15:19).

Os anciãos da igreja de Jerusalém "ordenaram" (krino), ou seja eles 'julgaram', que deviam haver algumas regras para as igrejas dos gentios (Atos 16:14; 21:25). É evidente de tudo isto que não há nada de errado com o fato de "julgar" os nossos irmãos no sentido de formar uma opinião sobre seu comportamento ou doutrina, baseado nas escrituras.

A igreja de Corinto caiu no mesmo erro 'politicamente correto' de deixar de julgar o próximo segundo a palavra. Se justificavam em não lidar com o caso do incesto irmão com a desculpa de que 'Não podemos julgar nosso irmão'. Paulo respondeu dizendo: 'Se vocês fossem espiritualmente maduros, perceberiam que é uma vergonha para vocês viverem sem julgar as coisas morais". No mesmo contexto, Paulo repreende os irmãos por não retirarem a comunhão do irmão incestuoso, e lhes diz que seu 'julgamento' é "que o irmão deve ser expulso" (1 Coríntios 5:3).

Paulo disse que disputas dentro da igreja deveriam ser julgados pelos irmãos em vez de resolvidas no judiciário do mundo, justamente por causa da excelência do julgamento à luz da palavra da verdade. (1 Coríntios. 6:1-3).

"Não julgueis, para que não sejais julgados" Mateus 7:1

O texto acima implica em qualquer julgamento fora dos princípios das escrituras. Um exemplo disso está em João 5:45. Entenda pelo contexto que os judeus comumente se referiam aos cinco primeiros livros da bíblia por 'Moises', o nome do autor. Por isso Jesus disse, não vos 'acuso', Moisés, se referindo ao Pentateuco, é quem vos acusa. Jesus não precisava acusar quem já era acusado pela palavra.

Minha conclusão, segundo está nas escrituras, é que não devemos tecer julgamentos a partir de nossa analise intelectual ou impressões aparentes. Mas devemos sim, aceitar, repetir, proclamar, declarar todo julgamento que Deus já fez na escrituras.
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Deus já julgou o homosexualismo e o condenou como pecado a ser punido no Último Dia. Está escrito, e é verdade! Qualquer conclusão, filosofica, intelectual e politicamente correta que discorde das escrituras é carnal, animal e diabólica.

Wesley Moreira
 
Fonte: [ WESMO ]

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2 comentários

Olá, graça e paz Bereianos.

A questão de NÃO JULGAR está correta, não devemos realmente julgar ninguém, a Palavra de Deus é clara quanto a isso, não temos o que contornar ou contorcer as Escrituras a fim de acharmos justificativa para julgamentos infundados, mas...

Julgamento é uma coisa, constatação de um fato é outra, julgamento envolve claramente AFIRMAR, por exemplo, QUE SE CONHECE A INTENÇÃO DE ALGUÉM AO FAZER ALGO, a constatação de um fato implica em MERAMENTE OBSERVAR E AFIRMAR QUE TAL ATITUDE É ERRADA.

Não sei se fui claro aqui, mas para que não hajam dúvidas, vamos lá: o julgamento envolve querer conhecer as intenções dos corações, enquanto constatar um erro é fato, já consumado, portanto podemos sim "julgar" um fato como certo ou errado para nós, mas NUNCA AS INTENÇÕES DA PESSOA QUE O PRÁTICOU.

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Edinelson F. Lopes
BLOG FOGO PARA MISSÕES

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Edinelson

O mesmo Jesus que mandou não julgar, mandou julgar (e também seus apóstolos ordenaram que se julgasse). Logo, como Jesus não é contraditório, Ele usou mais de um significado para a palavra julgar, e esses significados se entendem pelo contexto do seu discurso (em conjunto ainda com todas as Escrituras).

Você apresentou a tese de que a diferença de significados está em "afirmar um fato ocorrido" em oposição a "julgar as intenções das pessoas". Ocorre que você não mostrou, dentro do discurso de Jesus (e nem das outras Escrituras) de onde você tirou essa conclusão.

Além de você não ter demonstrado a sua tese, é possivel demonstrar que ela é falsa. Jesus confrontou as intenções de seus adversários, e não só suas ações. Da mesma forma os apóstolos, tanto por carta como pessoalmente, confrontaram as intenções daqueles que repreenderam. Pedro falou explicitamente qual era o estado do coração do mago Simão. Paulo acusou os coríntios de estarem ensoberbecidos, entre outras coisas.

Se você julga haver erros na minha argumentação, os demonstre, e demonstre também como você obtém a sua interpretação da Bíblia.

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