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"Heresia”
é uma palavra forte, e que tem empesteado o mundo cristão desde o
tempo dos apóstolos. A heresia continua a ser o resultado da ignorância
presente entre o povo de Deus. Poucas pessoas parecem discernir a
verdade do erro na cultura atual. Talvez esta seja a razão porque Jesus
perguntou: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura,
fé na terra?”(Lc 18.8). O apóstolo Paulo também advertiu a Timóteo: “nos
últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão
egoístas”(2Tm 3.1,2). Nesses dias, uma preocupação narcisista corromperá
todas as áreas da vida. Não é que nossa época seja a única nesse
sentido, mas o mundo cristão moderno certamente é caracterizado por uma
orientação centralizada no homem e um esquecimento da sã doutrina.
Entre
as heresias que se tornaram verdadeira praga para a comunidade cristã
batalhadora dos primeiros séculos, nada foi mais devastador do que o Gnosticismo.
De fato, o Gnosticismo é tão antigo quanto a mentira de Satanás: “Vós
sereis como deuses”. A religião americana contemporânea, quer liberal ou
conservadora, evangélica ou nova era, mórmon ou pentecostal, representa
um reavivamento de pelo menos alguns aspectos dessa heresia antiga. A
igreja primitiva lutou para agarrar-se às crenças e práticas cristãs
básicas (incluindo a espiritualidade) em tempo quando as abordagens, que
apelavam para os sentimentos daqueles que procuravam por
“espiritualidade” de seus dias, insistiam para que ela se tornasse mais
sensível às necessidades de uma audiência que achava a doutrina cristã
algo estranho.
Algumas
coisas não mudam. Em um artigo da revista Los Angeles Magazine
intitulado, “Deus à venda”, Kathleen Neumeyer escreveu: “Não é de
surpreender que, quando os jovens profissionais bem-sucedidos retornam à
igreja, eles querem fazê-lo somente em seus próprios termos – o que é
mais impressionante é até que ponto as igrejas estão cedendo”.
Muitos
crentes hoje vivem como os israelitas no Livro de Juízes: “Naqueles
dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.”(Jz
21.25). De fato, um defensor do uso do marketing para o crescimento da
igreja escreve: “Isso é tudo o que significa o marketing para a igreja:
oferecer o nosso produto {que ele descreve como ‘relacionamentos’} como
uma solução para as necessidades do povo”(G. Barna, Marketing the
Church). “É crítico”, ele diz, “que mantenhamos em mente um princípio
fundamental da comunicação cristã: a audiência, e não a mensagem, é
soberana”.
Um
artigo da revista Newsweek descreve desta forma as igrejas hoje: “Eles
desenvolveram um cristianismo ‘escolha e pague’ no qual indivíduos pagam
o que querem... e passam adiante o que não se encaixa em seus alvos
espirituais. O que muitos têm abandonado é um senso de abrangência do
pecado”( Newsweek, setembro de 1984, p.26). Em lugar da ênfase
escriturística de pecado e graça, uma variedade de métodos de auto-ajuda
tentam tornar o cristianismo uma espiritualidade que atrairá aqueles
que procuram por uma religião. Mas quando a busca pela “espiritualidade”
suplanta a verdade do Cristianismo, indaga-se se o sal não perdeu o seu
sabor.
O
apóstolo Paulo chamou os profetas gnósticos de “superapóstolos” que
aparentemente sabiam mais do que o próprio Deus. Eles eram capazes de
“enxergar”, até mesmo dentro dos segredos celestiais e oferecer técnicas
para escapar da exigência terrena: “E tu, ó Timóteo”, advertiu Paulo,
“guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos
e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam, pois alguns,
professando-o, se desviaram da fé.”(1Tm 6.20-21).
Os
“superapóstolos” pregavam um evangelho diferente e um espírito
diferente: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos,
transformando-se em apóstolos de Cristo.”(2Co 11.13). Essa referência
particular refere-se especificamente à ênfase gnóstica sobre o anjo de
luz contra o anjo das trevas.
Por Michael Horton, livro: “A Face de Deus” Ed. Cultura Cristã, resumo e adaptação para o blog: rev. Ronaldo P Mendes.
Fonte: Solus Christus
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1 comentários:
O Gnosticismo na minha opinião é a heresia que mais ameaçou a Igreja desde o seu início e até hoje, presente no neopentecostalismo.
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