O Cristão e a sua conduta

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O que a graça de Deus tem haver com a nossa conduta como cristãos?

Para muitos, a nossa conduta nada tem haver com a graça de Deus. Com isto, a nossa maneira de viver social, nada tem haver com a salvação. Portanto, salvo sempre salvo, não importando a maneira com que levo a vida. Estas pessoas sempre foram conhecidas no cristianismo primitivo. Judas escreve a respeito destes indivíduos que dicotomizaram a graça da conduta cristã. Judas escreve: “Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Jd. 4 – Grifo meu). Não quero julgar ninguém quanto à salvação, porém, devemos analisar por dentro das Escrituras, que mesmo nós sendo alvos da graça de Deus, devemos sim, apresentar uma conduta diferente dos moldes do mundo secular. Não com o intuito de obter a salvação diante de Deus, mas com o intuito de anunciar a Cristo mediante testemunho pessoal. A nossa maneira de falar, agir, ouvir, e viver, poderá contribuir para o anuncio do Evangelho de Cristo. Como bem disse Santo Agostinho: “pregue o Evangelho, se preciso for, use palavras”.

A graça salvífica proveniente de Deus, não gera somente a salvação, mas juntamente com a salvação, esta graça gera um verdadeiro arrependimento e transformação de caráter: “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co. 5: 17). Esta graça mediante o Espírito Santo, nos direciona a vivermos de maneira honrosa, contrariando a conduta imposta pelo atual sistema. A graça gera em nós responsabilidades comportamentais, e estas responsabilidades somente são possíveis de serem alcançadas, por meio da mesma graça. Paulo sempre mostrou preocupação quanto à conduta dos cristãos.

Um pequeno exemplo de vários dentro das Escrituras, é a carta de Paulo ao Efésios. No capítulo 5, ele transcreve uma pequena lista de responsabilidades que os cristãos deveriam demonstrar após passarem pela cruz do calvário. A respeito das palavras de baixo escalão, ou palavrões. Paulo recomenda: “Não usem palavras indecentes, nem digam coisas tolas ou sujas, pois isso não convém a vocês” (Ef. 5: 4 – NTLH). Aos Colossenses ele adverte: “Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar” (Cl. 3: 8 – Grifo meu). Paulo ainda traça um paralelo entre a antiga vida que levávamos com a atual com Cristo: “Antigamente vocês mesmos viviam na escuridão; mas, agora que pertencem ao Senhor, vocês estão na luz. Por isso vivam como pessoas que pertencem à luz” (Ef. 5: 8 – Grifo meu). No capítulo anterior da mesma carta Paulo lembra ainda dentro do mesmo sentido: “...quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano” (Ef. 4: 22 – Grifo meu). Pedro em sua carta, também revela sua preocupação quanto à conduta cristã: “....não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” (I Pd. 1: 14 - Grifo meu). Paulo e Pedro tiverem sempre algumas divergências concernentes à conduta. Porém, ambos concordavam em algo: “O cristãos deve possuir uma conduta diferente de sua vida antes de Cristo”.

Lembrando: Mesmo eu tendo uma conduta exemplar estando fora de Cristo, isto não implicará em salvação para minha alma. Pois a salvação é graça de Deus, mediante a fé em Cristo Jesus. Quando sou alvo da graça salvífica de Deus, obviamente, esta mesma graça me impelirá a uma conduta exemplar. A ênfase excessiva à conduta exterior pode nos levar ao legalismo farisáico. Portanto, saibamos agir com sabedoria, sabendo discernir os extremos. A conduta exemplar é uma ação graça divina. Portanto, a graça divina nos constrange a uma conduta exemplar.

Autor: Vitor Hugo da Silva
Fonte: [ As Perícopes do cotidiano Cristão ]

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