Caricatura do Evangelho

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Certa noite assistindo um programa de televisão do gênero evangelístico o tele-evangelista usou o termo “genuíno evangelho”, algo deveras pomposo para uma igreja tida como charlatã e inescrupulosa, de onde provinha o evangelista. É interessante notar que a pretensão supra mencionada não é característica apenas de seitas pentecostais dos nossos dias, foi também com outras no decorrer do cristianismo e que com o tempo foi demonstrada a sua heterodoxia.

Todas as vezes que se deseja referendar um segmento apela-se para a ratificação de que o evangelho deve ser aquele pregado por determinado grupo em crescimento. Até nos parece que o evangelho pregado pelo Senhor Jesus Cristo é um evangelho com pontos difíceis de se distinguir. Ora, esta não é a verdade, certamente. O evangelho é claríssimo e em ponto algum ele é obscuro ou incerto. O problema existente atualmente é a relevância que se dá a determinados conceitos do evangelho ou manifestações deste que são realçados como pontos essenciais nestes dias.

Dessa forma alguns enfatizam mais os dons carismáticos, como profecias, curas e línguas, enquanto outros enfatizam uma libertação social, além de haver aqueles que enfatizam a posição exclusivista auto denominando-se grupo distinto por ser considerado mais velho, mais influente ou mais relevante. Não há dúvidas de que tais discussões são necessárias para que se mostre retumbante o verdadeiro evangelho de Cristo, só que não podemos jamais esquecer que o evangelho em sua essência é simples e ainda que profundíssimo tem o objetivo de ser mais pedagógico do que todos os pensamentos e filosofias dos mais hábeis eruditos.

Este fenômeno existente na igreja brasileira do “evangelho aprovado” não tem levado em consideração algo que é axiomático, principalmente aos herdeiros da reforma ou aos evangélicos que é a aprovação escriturística. De tal forma que nada pode ir além do que está escrito no texto sacro. Ir além disso faz descambar para o misticismo e fanatismo o que é deveras prejudicial.

O crescimento do culto à personalidade nestes dias só tem trazido prejuízos a este desgastado cenário religioso em solo pátrio. Temos os mais variados estilos, desde padres do show bussines, até “apóstolos” bonachões. Estes e não as idéias são priorizadas e instituições inteiras são formadas baseadas neste princípio, a ênfase sobre a personalidade. Não se pode negar que quando a personalidade de um ícone se sobressai, naturalmente vemos seguidores tentando perpetuar a imagem de sucesso, baseados no anseio de também vencer, assim na religião bem como na vida como um todo. Só que o que vemos atualmente não é algo salutar, presenciamos talvez um momento ímpar na história da igreja, onde padrões morais estão sendo reduzidos a quinquilharias do passado e a história de integridade do cristianismo está sendo jogada na latrina.

Qual deve ser o posicionamento do povo de Deus nestes dias? Será sucumbir e entregar-se passivamente aos tempos modernos, ou levantar-se profeticamente contra tudo isso? Certamente a segunda opção é mais atrativa. Nada pode ser mais danoso ao evangelho do que sua imitação forjada que mais lembra uma caricatura satânica, do que as antigas e sutis armas do inimigo. Hoje até mesmo as armas do adversário têm sido no intuito de envergonhar a causa, apresentando uma meia dúzia de patéticas figuras que não tem idéia de suas cômicas existências. O crente fiel ao evangelho deve, portanto, discernir, pois está claro aos olhos exercitados que estes são marionetes de um pseudo evangelho que nada tem a ver com o do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, tão claramente revelado nas páginas das Sagradas Escrituras.

Autor: Rev. Fabiano Ramos Gomes
Fonte: [ Evangelismo e Reforma ]

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