As congregações de Rondônia e o sr. Malafaia

Por: Rev. Digão

Estou, há cerca de 4 dias, em Seringueiras, interiorzão de Rondônia, onde a igreja que pastoreio (Igreja Presbiteriana Independente de Rolim de Moura, RO) possui três congregações. É uma cidade que parece ter saído de dentro daqueles filmes do Cinema Novo. Não que eu seja fã de Gláuber Rocha (acho esses cabecismos uma chateação só), mas aqui é muito interessante. Para começar, a rodovia (BR, federal) que chega à cidade não é asfaltada. A cidade, por si, tem apenas cerca de 8 km asfaltados. É um lugar com cerca de 17 mil habitantes, com a maioria das casas feitas de madeira – até a Câmara Municipal é assim.

No sábado, fui pregar em uma congregação rural (também toda feita de madeira), e no domingo de manhã, preguei em outra rural (idem). À noite prego na congregação na cidade (adivinhem o material com a qual ela foi construída!). Hoje, na manhã, ao pregar na congregação rural, pude observar uma vaca pastando ao longe. Mas vi também gente simples, humilde, alguns com grandes dificuldades de leitura. Fui fazer uma piadinha sobre ascensoristas e tive que explicar, antes, como funcionam os prédios comerciais com elevadores! Mas essa gente simples, humilde e de parcos estudos era uma gente cheia de Deus. Em resumo, era a Sua igreja.

No momento em que pregava, lembrei-me do sr. Malafaia, falastrão como sempre. O sujeito, que já até foi admirado por sua biblicidade, vendeu sua alma ao sistema; vendeu seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas; vendeu seu ministério por dinheiro. O sr. Malafaia (recuso-me a chamar esse sr. de “pastor”, porque gente como ele não se sujeitaria a ir aos interior do Brasil pregar a simples e poderosa Palavra de Deus sem esperar uma oferta gorda em troca), em seu triste programa matinal de sábado, ao dizer que traria de novo a “palavra patética profética” do Morris Cerullo, grande colecionador de processos na Justiça estadunidense, falou, em tom sarcástico e irônico, que não estava dando a mínima aos críticos, e que ele continuaria a pregar sua mensagem (que não é o Evangelho do Crucificado), uma vez que os críticos não fazem e nem constroem nada.

Na hora em que ele disse isso, lembrei-me dos profetas. Todos foram críticos. Todos foram ostracizados. Todos foram abandonados. Morreram pobres. Alguns, como Isaías, morreram serrados ao meio. Jesus também foi um grande crítico do sistema religioso de Sua época, sistema religioso esse que tem, como seu grande representante no Brasil, o sr. Malafaia.

Só que, segundo nos diz Hebreus 11, foram esses críticos, e não gente como o sr. Malafaia, que são os heróis da fé, gente que o mundo não é digno deles (Hb 11.37, 38). São esses críticos que honram ao Senhor. São pessoas simples, humildes e iletradas que querem andar com Deus a despeito das circunstâncias, e não um gringo estadunidense decadente que quer arrancar dinheiro de gente desavisada, com anuência de seu representante comercial brasileiro, que fica-lhe bajulando como “profeta”. Bom, ja que Cerullo é “profeta” (de Baal, certamente), quero, para finalizar, deixar uma palavra para ele e para o sr. Malafaia: Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso? (Jr 5.30, 31).

Autor: Rev. Digão
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