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Acabo de ler um texto sobre ética na blogagem, de autoria de um blogueiro muito experiente e profícuo escritor. Porém, mesmo sendo o autor da postagem uma pessoa da minha mais alta consideração, não pude deixar de notar certos pressupostos que, apesar de estarem muito bem regididos, são falaciosos e contrários a própria verdade.
Em primeiro lugar, há nesse texto que li, uma preocupação aparentemente preconceituosa com aqueles blogueiros que registram sua indignação com instituições religiosas, e como apologista, me senti ofendido com tal declaração. Segundo o autor, esse tipo de postagem deve ser substituida por “assuntos construtivos, alegres, surpreendentes e cativantes”. Gostaria de dizer que este tipo de assunto mencionado pelo autor pode até estar na agenda da moda, mas isso não garante que eles estão na agenda de Deus. Postagens com esse teor podem até acariciar o ego, mas não sei até que ponto elas edificam.
Com respeito às acusações aos sistemas religiosos falidos, é fato notório que mutos deles, apesar de ostentarem o título de igreja, nunca chegaram nem perto de ser ekklesia. Seus líderes são manipuladores da almas, homens avarentos e heréticos que dominam o povo na base da supertição, lobos em pele de cordeiro a comercializarem a fé. A esses declaro a minha total discordância, opondo-me veementemente a esse grande mercado gospel.
Há também no texto mencionado uma alusão ao sal e à luz, figuras usadas por Jesus para descrever o poder de influência do cristão. Também amo essas figuras, apesar de reconhecer que a cada dia está mais difícil ser sal em um mundo diabético, que se acotovela por uma colherada de açúcar. Mas eu não sou o açúcar do mundo: eu sou sal! Gostem ou não gostem, e mesmo que irrite a língua e não agrade ao paladar; tenho que levar a cabo minha missão e salgar o mundo. Por isso não me desculpo por minhas postagens “salgadas”, mesmo sabendo que elas tem o intrínseco poder de elevar a presão arterial de alguns; tenho a consciência tranquila de um jovem zeloso pela verdade.
O autor também cita em seu texto a passagem de Mateus 18.15, onde o Senhor Jesus diz: “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão". Segundo o que entendi do autor, ele parece crer que esse versículo é a única regra de confrontação permitida pela Bíblia. Parece que ele esqueceu que essa passagem diz respeito a ofensas pessoais: ‘se teu irmão pecar contra ti!”. Há pecados que não são especificamente contra mim e sim contra Deus, contra o Cristo e contra as Escrituras, e nesse caso, a regra acima não é obrigatória. E já que estamos comentando os textos bíblicos citados, “ser um pacificador” não significa ser conivente com o erro religioso, com a pecaminosidade humana, com a exploração religiosa mercantil ou com as praxes heterodoxas dos deuses evangélicos. Jesus disse que ele mesmo “não veio trazer a paz, mas a espada”: o próprio Jesus, embora pacificador e príncipe da paz, não cruzou os braços quando viu os fariseus proferindo seus discursos cheios de hipocrisia. Não, meu amigo, o preço da paz não é nem nunca foi a conivência.
Por último, deixe-me dizer algo acerca dos blogs. Vejo os blogs como uma grandiosa oportunidade que Deus deu à igreja. Com respeito à edição de um blog, lembremos do que disse Charles H. Spurgeon:
“Os homens para serem realmente ganhos precisam ser ganhos com a verdade”
E ainda dos dizeres do proverbista:
“Fiéis são as feridas feitas pelo que ama, mas os beijos do que aborrece são enganosos” – Pv. 27.6
Portanto, caro blogueiro evangélico, diga a verdade, ainda que para isso você tenha que ser duro com alguém, e mesmo que você corra o risco de ficar “queimado”. Nenhum compromisso ético pode suplantar nosso compromisso com a verdade. Lembre-se ainda que não é a verdade que está baseada sobre a ética, é a ética que está edificada sobre a verdade. "Menos que isso, não vale a pena blogar".
1 comentários:
aleluia, com este texto estou vendo que ainda existe luz no fim do túnel;
ResponderDeus tenha misericórdia de todos nós.
Guaracy I.Martins.clerusi
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