Julie Lowe – Uma Alternativa para Microgerenciar Seus Filhos

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Por Julie Lowe


Como pais, nós frequentemente lutamos com essa realidade: quanto mais nossos filhos crescem, mais pesadas suas decisões se tornam. Nós também percebemos que há muito mal no mundo do qual queremos proteger nossos filhos. Dados estes fatos, pais são frequentemente tentados a microgerenciar* em um esforço para prevenir decisões erradas. Os pais podem ter boas intenções, mas podem se tornar autoritários quando levados pelo medo. Como conselheira, eu quero que os pais se concentrem em ajudar seus filhos a crescer em tomadas de decisões independentes. No fim das contas, queremos que nossos filhos possuam duas coisas que vão de mão em mão:

- Bom e sábio discernimento — a habilidade de saber se o que está acontecendo em um determinado momento é bom ou ruim, e

- Forte caráter — integridade e convicções bíblicas desenvolvidas para que as boas decisões possam ser tomadas alegremente, mesmo quando os pais não estão presentes.

Bom discernimento

Queremos que nossos filhos saibam se algo que está sendo dito ou feito é bom ou ruim; quer seja em um e-mail, no Facebook, numa mensagem de texto, ou no playground. Crianças tendem a pensar e racionalizar tudo preto no branco. Isso torna difícil para elas discernirem as áreas cinzentas da vida. Frequentemente as crianças associam bom com pessoas de quem elas gostam ou que são “legais” e ruim com pessoas de quem elas não gostam ou agem de maneira rude. Como resultado, pode ser difícil para elas discernir bom de ruim, e ação de motivação. Crianças precisam entender que não é uma questão de quem disse algo (alguém de quem eles gostam ou não gostam), mas se o que foi dito ou feito é bom ou ruim. “O que está sendo dito ou feito agora está edificando ou destruindo?” Esta pergunta dá aos nossos filhos um quadro para julgar diversas ações, comportamentos e discursos —seus próprios e dos outros. Faça essa pergunta a seus filhos e você os ensinará a examinar seu próprio comportamento à luz do que é bom, correto e amável. Essa pergunta também os ensina a observar as influências que seus pares e adultos possam ter em sua tomada de decisões. Essa consideração irá então ajudá-los a decidir se é sábio manter a companhia de certas pessoas.

Conforme as crianças aprendem o discernimento, haverá vezes que eles terão de dizer “não” — para seus desejos e para outros. Pode ser difícil para adultos dizerem não, então nós esperamos que seja ainda mais difícil para crianças dizerem não! Isso as coloca em risco social e requer que elas lutem contra seus desejos pecaminosos. Mas dizer não e levantar-se pelo que é certo pode ser aprendido através de alimentar conversas abertas e honestas, bom desempenho de papéis, e ajudando as crianças a pensar fora da caixa. Enquanto você ensina aos seus filhos, peça ao Senhor para ajudá-lo a ser paciente com suas falhas. Lembre-se de que você ainda falha em dizer não às vezes. Nossos filhos, igualmente, irão falhar às vezes. Nós devemos esperar que isso aconteça. O objetivo não é a perfeição. O objetivo é sábia conversação que ajuda as crianças a saber o que fazer quando elas encontram as áreas cinzentas da vida.

Forte caráter

Quando armamos nossos filhos com um quadro para discernir suas experiências, nós ajudamos a orientar suas vidas como vidas vividas no mundo de Deus. Ou seja, uma vida vivida com os propósitos de Deus tendo em vista seu comando e sob seu comando. Saber que vivemos no mundo de Deus proporciona um senso de segurança de que podemos confiar em nosso Pai e nos dá a sabedoria e clareza de que precisamos. Seus caminhos são verdadeiramente melhores do os nossos. Quando vivemos no correto reconhecimento disso, então a obediência se torna um deleite. E enquanto praticamos a obediência, nós crescemos à semelhança e caráter de Cristo. Quanto mais forte o caráter de uma criança, mais discernente e cautelosa a criança será em situações que não parecem claras.

Como pais, devemos moldar essa visão para nossos filhos e fornecer oportunidade após oportunidade para praticá-la, pensar a respeito dela, e vivê-la. Quando crianças são equipadas com esse tipo de percepção do mundo — de que viver a vida como Deus requer é bom porque ele é bom — nós inevitavelmente as veremos crescer em caráter e integridade através do poder do Espírito. Os valores piedosos e a ética que você ajuda desenvolver em seus filhos irá, então, guiá-los enquanto eles tomam decisões. Eles experimentarão tentações e confusão às vezes — eles podem até não se esforçar em alguma coisa — mas eles provavelmente sentirão convicção e saberão que Deus lhes oferece um caminho de escape.

Essa abordagem não se trata de armar fortemente nossos filhos com bom caráter. Mas de moldar um genuíno amor pelo Senhor e seus caminhos. Trata-se de um esforço consciente de ganhar nossos filhos para Cristo. Isso não acontece da noite para o dia. Isso requer um comprometimento com uma percepção de mundo e um estilo de vida que nunca começa cedo demais — e nunca é tarde para começar.

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Por Julie Lowe. © CCEF – Christian Counseling & Educational Foundation. Todos os direitos reservados. Website: www.ccef.org. Original: http://www.ccef.org/blog/alternative-micromanaging-your-childrenTradução: Voltemos Ao Evangelho

Nota: Na gestão de negócios, microgerência (micromanagement) é um estilo de gestão onde um gerente observa ou controla de perto o trabalho de seus subordinados ou empregados. Microgerência geralmente possui conotação negativa. (Fonte: Reference.com) [N. do T.]

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