Não deixe de ler também: Marcas de uma Igreja Apostólica - Parte V: Apelação ao Presbitério e o Governo Conjunto.
Em fim chegamos a nossa última marca da Igreja Apostólica verdadeira. Uma das características do governo apostólico é que os governantes de igreja não prestam obediência a nenhum poder temporal, nem a nenhum chefe eclesiástico.
Paulo sempre lembra, em suas cartas, que ele é apóstolo pela vontade de Deus, pelo chamado de Cristo (Gl 1.1):
Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos,
Não vemos, no Novo Testamento, nenhuma instância da igreja reconhecendo o domínio espiritual de um monarca terreno, ou negociando uma parte de sua liberdade religiosa em troca de algum favor temporal. Não vemos em lugar nenhum das Escrituras a igreja sendo dirigida e governada por um cristão, muito menos por um pagão.
Nas questões temporais, os membros da Igreja Apostólica consideravam que era seu dever prestar obediência aos governantes civis da nação; nas questões espirituais, eles se submetiam a um poder mais alto (ver Mc 12.17).
Deus não chamou nenhum príncipe pagão para fazer parte da Igreja onde ele pudesse ocupar o cargo de cabeça temporal da Igreja na terra. As Escrituras não dão nenhum incentivo para que a igreja procurasse alguma pessoa para ser líder da igreja aqui na terra.
Não vemos os apóstolos reivindicarem ter domínio sobre a fé do povo:
não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vossa alegria; porquanto, pela fé, já estais firmados (2Co 1.24).
Nem mesmo Pedro, erroneamente considerado como o primeiro Papa, reivindica supremacia sobre a igreja. Podemos até dizer que ele foi um líder entre os apóstolos, porém essa liderança se restringia apenas ao colégio apostólico. Uma vez que não existem mais apóstolos, essa liderança apostólica também deixou de existir. Não deixou sucessores.
Somente Cristo é o Líder, o Cabeça da Igreja:
o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas (Ef 1.20-23).
porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo (Ef 5.23).
Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia (Cl 1.18).
Portanto, a doutrina dos apóstolos era que Cristo somente é o Cabeça da Igreja. A Igreja não pode ter duas cabeças - Cristo e o Papa, Cristo e um monarca.
Sendo Cristo o Líder da Igreja, os membros estão sujeitos a Ele. Não somente os membros, mas os pastores e presbíteros também estão sujeitos a Ele.
No nosso próximo post da Série "Marcas de uma Igreja Apostólica", iremos analisar os sistemas de governos de igrejas existentes hoje à luz dessas seis marcas que vimos. Até lá.
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