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“E Jesus proclama às multidões: ‘Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia. E caminhe após mim’” (Lucas 9.23).
“Ai, não aguento mais isso, estudar Matemática é a minha cruz!”; “Tomar esse ônibus lotado todas as manhãs, com sono, é a minha cruz!”. Uma senhora idosa se queixava, na fila do banco, que a artrose era a sua cruz. Muitos de nós já ouvimos expressões semelhantes a essas. As pessoas pensam em cruz como algo desagradável, que as incomoda e da qual elas, se pudessem, se livrariam. “Cruz” se tornou sinônimo de algo desagradável, mas não mortal. Mas, muito mais que desagradável, ela era mortal. Ser crucificado não era ser levemente incomodado, mas era morrer de morte bastante dolorosa.
Isto acontece porque a cruz perdeu muito do seu significado para nós. Muitas a veem como uma joia ou um ornamento numa casa, como símbolo de alguma instituição ou um amuleto. Outros, como já comentamos, a veem como sendo sinônimo de alguma coisa ruim. No ensino de Jesus, cruz não é sinônimo de dureza (embora a cruz não fosse macia) nem de desconforto, mas de morte. Ele não estava dizendo: “Olha aí, pessoal, quem quiser me seguir vai passar por poucas e boas!”. Estava dizendo: “Quem quiser me seguir, que morra!”. Ela significa morte. Jesus chama para a morte.
Na palavra de Jesus entendemos o que ele quis dizer quando falou que o discípulo não é maior que o mestre (Mt 10.24). Se a cruz foi o caminho que ele escolheu não podemos fugir dela, ocultá-la ou varrê-la para baixo do tapete. Só podemos seguir a Cristo se realmente tomarmos a cruz, isso é, nos associarmos a ele, em seu sofrimento. Se entendermos o significado da cruz e as implicações dela para nossa vida.
O apóstolo Paulo entendeu que a essência do evangelho era Cristo e sua cruz: “Decidi nada saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado” (1Co 2.2). E o próprio Paulo se dizia crucificado com Cristo (Gl 2.20). Não fisicamente, evidente. Mas ele se identificou com a morte de Cristo, entendeu seu sentido, apossou-se dela, entronizou-a em sua vida. Há cristãos almejando um trono aqui na terra, mas ele ofereceu a cruz e pediu que a tomássemos.
É um ato diário: “tome a sua cruz cada dia”. Diariamente precisamos nos identificar com Jesus crucificado, renovando nosso amor e nosso compromisso com ele. Porque a cruz fala disso, de compromisso. Um compromisso tão sério que a pessoa deve se dispor a morrer por ele. E isso está faltando hoje. Há muita festa e pouco comprometimento. Algumas das pessoas que acham que estudar Matemática, tomar ônibus lotado e ter artrose são sua cruz, gostariam de deixar esta sua cruz. Mas Jesus chama para tomarmos a cruz e nunca a deixarmos. Sempre renovarmos o compromisso. Tomar a cruz é uma decisão constante e contínua. Sem queixas. Com amor. Cantando “Sim, eu amo a mensagem da cruz…”.
E só depois de tomá-la é que podemos dizer que somos seus seguidores: “E caminhe após mim” só é dito depois que ele faz o desafio para tomar a cruz diariamente. Não se trata de segui-lo para tomá-la, através das dificuldades que virão. É tomá-la, assumindo a morte dele como substitutiva da nossa, morrendo com ele, para então segui-lo. O seguidor de Jesus é aquele que tomou a cruz antes de tudo. Ele não envergonha dela, mas, pelo contrário, se gloria na cruz (Gl 6.14).
Você já tomou a cruz de Jesus como sendo sua? Já se comprometeu com Cristo e aceitou a proposta de vida dele? Pense nesta poesia de Amy Carmichael, No scar? (“Nenhuma cicatriz?”). Com ela encerramos nossa consideração sobre tomar a cruz.
“Hast thou no scar?
No hidden scar on foot, or side, or hand?
I hear thee sung as mighty in the land,
I hear them hail thy bright ascendant star,
Hast thou no scar?
Hast thou no wound?
Yet I was wounded by the archers, spent,
Leaned Me against a tree to die; and rent
By ravening beasts that compassed Me, I swooned:
Hast thou no wound?
No wound? No scar?
Yet, as the Master shall the servant be,
And pierced are the feet that follow Me;
But thine are whole: can he have followed far
Who has nor wound nor scar?”
“Nenhuma cicatriz tens tu?
Nenhuma escondida cicatriz no pé, ao lado, nas mãos?
Ouço-te cantar tão alto aí na terra,
Ouço os homens saudarem tua brilhante estrela que se ergue,
Nenhuma cicatriz tens tu?
Nenhum ferimento tens?
Eu, contudo, fui ferido pelo arqueiros e, exausto,
Encostaram-Me ao madeiro para morrer; e, vendido
Pelas feras que maquinaram contra Mim, desfaleci:
Nenhum ferimento tens tu?
Nenhuma ferida? Nem cicatriz?
Contudo, como o Mestre o servo será,
E serão trespassados os pés que Me seguem;
Mas os teus pés estão intactos: pode ter seguido muito
Quem não possui ferida ou cicatriz?” [1]
__________
Nota:
[1] CARMICHAEL, Amy. Citada por WEBSTER, Douglas. Em dívida com Cristo. P. Alegre: Publicadora Ecclesia, s/d, p. 163.
Por Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
“E Jesus proclama às multidões: ‘Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia. E caminhe após mim’” (Lucas 9.23).
“Ai, não aguento mais isso, estudar Matemática é a minha cruz!”; “Tomar esse ônibus lotado todas as manhãs, com sono, é a minha cruz!”. Uma senhora idosa se queixava, na fila do banco, que a artrose era a sua cruz. Muitos de nós já ouvimos expressões semelhantes a essas. As pessoas pensam em cruz como algo desagradável, que as incomoda e da qual elas, se pudessem, se livrariam. “Cruz” se tornou sinônimo de algo desagradável, mas não mortal. Mas, muito mais que desagradável, ela era mortal. Ser crucificado não era ser levemente incomodado, mas era morrer de morte bastante dolorosa.
Isto acontece porque a cruz perdeu muito do seu significado para nós. Muitas a veem como uma joia ou um ornamento numa casa, como símbolo de alguma instituição ou um amuleto. Outros, como já comentamos, a veem como sendo sinônimo de alguma coisa ruim. No ensino de Jesus, cruz não é sinônimo de dureza (embora a cruz não fosse macia) nem de desconforto, mas de morte. Ele não estava dizendo: “Olha aí, pessoal, quem quiser me seguir vai passar por poucas e boas!”. Estava dizendo: “Quem quiser me seguir, que morra!”. Ela significa morte. Jesus chama para a morte.
Na palavra de Jesus entendemos o que ele quis dizer quando falou que o discípulo não é maior que o mestre (Mt 10.24). Se a cruz foi o caminho que ele escolheu não podemos fugir dela, ocultá-la ou varrê-la para baixo do tapete. Só podemos seguir a Cristo se realmente tomarmos a cruz, isso é, nos associarmos a ele, em seu sofrimento. Se entendermos o significado da cruz e as implicações dela para nossa vida.
O apóstolo Paulo entendeu que a essência do evangelho era Cristo e sua cruz: “Decidi nada saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado” (1Co 2.2). E o próprio Paulo se dizia crucificado com Cristo (Gl 2.20). Não fisicamente, evidente. Mas ele se identificou com a morte de Cristo, entendeu seu sentido, apossou-se dela, entronizou-a em sua vida. Há cristãos almejando um trono aqui na terra, mas ele ofereceu a cruz e pediu que a tomássemos.
É um ato diário: “tome a sua cruz cada dia”. Diariamente precisamos nos identificar com Jesus crucificado, renovando nosso amor e nosso compromisso com ele. Porque a cruz fala disso, de compromisso. Um compromisso tão sério que a pessoa deve se dispor a morrer por ele. E isso está faltando hoje. Há muita festa e pouco comprometimento. Algumas das pessoas que acham que estudar Matemática, tomar ônibus lotado e ter artrose são sua cruz, gostariam de deixar esta sua cruz. Mas Jesus chama para tomarmos a cruz e nunca a deixarmos. Sempre renovarmos o compromisso. Tomar a cruz é uma decisão constante e contínua. Sem queixas. Com amor. Cantando “Sim, eu amo a mensagem da cruz…”.
E só depois de tomá-la é que podemos dizer que somos seus seguidores: “E caminhe após mim” só é dito depois que ele faz o desafio para tomar a cruz diariamente. Não se trata de segui-lo para tomá-la, através das dificuldades que virão. É tomá-la, assumindo a morte dele como substitutiva da nossa, morrendo com ele, para então segui-lo. O seguidor de Jesus é aquele que tomou a cruz antes de tudo. Ele não envergonha dela, mas, pelo contrário, se gloria na cruz (Gl 6.14).
Você já tomou a cruz de Jesus como sendo sua? Já se comprometeu com Cristo e aceitou a proposta de vida dele? Pense nesta poesia de Amy Carmichael, No scar? (“Nenhuma cicatriz?”). Com ela encerramos nossa consideração sobre tomar a cruz.
“Hast thou no scar?
No hidden scar on foot, or side, or hand?
I hear thee sung as mighty in the land,
I hear them hail thy bright ascendant star,
Hast thou no scar?
Hast thou no wound?
Yet I was wounded by the archers, spent,
Leaned Me against a tree to die; and rent
By ravening beasts that compassed Me, I swooned:
Hast thou no wound?
No wound? No scar?
Yet, as the Master shall the servant be,
And pierced are the feet that follow Me;
But thine are whole: can he have followed far
Who has nor wound nor scar?”
“Nenhuma cicatriz tens tu?
Nenhuma escondida cicatriz no pé, ao lado, nas mãos?
Ouço-te cantar tão alto aí na terra,
Ouço os homens saudarem tua brilhante estrela que se ergue,
Nenhuma cicatriz tens tu?
Nenhum ferimento tens?
Eu, contudo, fui ferido pelo arqueiros e, exausto,
Encostaram-Me ao madeiro para morrer; e, vendido
Pelas feras que maquinaram contra Mim, desfaleci:
Nenhum ferimento tens tu?
Nenhuma ferida? Nem cicatriz?
Contudo, como o Mestre o servo será,
E serão trespassados os pés que Me seguem;
Mas os teus pés estão intactos: pode ter seguido muito
Quem não possui ferida ou cicatriz?” [1]
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Nota:
[1] CARMICHAEL, Amy. Citada por WEBSTER, Douglas. Em dívida com Cristo. P. Alegre: Publicadora Ecclesia, s/d, p. 163.
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Fonte: Site do autor
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