A perseguição de um quase ateu

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Por: Lindoélio Lázaro



Conheci um blog muito legal, que vem somar na blogosfera cristã, com conteúdo pesado e uma qualidade enorme na flexão de ideias (vale muito conferir: http://genizah-virtual.blogspot.com), e acompanhando os comentários de um dos posts, logo batí o olho em um que me chamou a atenção, por refletir tão exata e sinteticamente como tenho me sentido há aproximadamente um ano:

Há uma perseguição no meio das nossas igrejas. Todo aquele que não falar o que eles querem ouvir, mas insistir em falar o que está escrito na Palavra de DEUS está sendo perseguido.

Tão perseguido ao ponto de ver obrigado a ficar fora da igreja; pois partindo daquela pra outra, as coisas não mudam continuam a mesma.

Está muito difícil encontrar no Brasil uma igreja que pregue o verdadeiro evangelho, como está escrito na Palavra de DEUS.

Eu acredito que existe, mas são poucas.

Retirado dentre os comentários do post: http://genizah-virtual.blogspot.com/2009/06/que-venha-perseguicao.html

Há cristãos me perseguindo, excluindo-me conceitualmente dentro da minha família, dentro do meu já antigo rol de amizades, fora os que não me cumprimentam mais, os que fingem não ter me visto passar, os que tentam defender os que ouvem o que digo, com medo de eu os lavar a mente com minhas opiniões, e os que ainda têm contato comigo através da amizade com minha popular esposa.

Sei que ultimamente tem acontecido o mesmo com muita gente. Tantos têm cansado da vida mediocre que têm levado, tentando se fazer acreditar que serve à Deus servindo à sua igreja, seja cantando, seja orando em campanhas de oração, seja promovendo festas profanas disfarçadas, onde se gasta o que muitos fiéis estão precisando em suas mesas, seja limpando e ornamentando templos, seja trabalhando em seu emprego de pastor, seja se subordinando a pastores e apóstolos, intitulados pelo entendimento do homem ou por caros diplomas, na puxação de saco, considerando-os autoridades em suas vidas, seja depositando seu dinheiro em nome da convicção de benção financeira ou da maldição divina pelo "roubo" ao Senhor, seja simplesmente indo às reuniões e cumprindo as programações para aliviar a pressão da ciência de sua vida torpe durante a semana que se finda no início de uma nova, delongando o mesmo cíclo hipócrita. E é totalmente compreensível que não se sintam confortáveis nesse âmbito aqueles de quem falo, incluindo-me. Esse desconforto pode levá-lo a pensar e repensar sua participação nisso tudo, e pode ser que um dia sua paciência se estoure e decida abrir a boca e refutar as asneiras ditas em nome de Deus nessas igrejas; vai ver que todo desprazer que te incomoda era o mesmo que incomodava Jesus quando lidava com os religiosos sempre o perseguindo, e é bem provável que vão dizer que está sendo usado pelo diabo para levar desordem à igreja e que você não pode fazer bem o uso do entendimento para crêr; podem censurar sua necessidade de pensar; podem fingir que você não é mais "visível" e que nunca te chamou de irmão; mas também podem chover visitas em sua casa por um período; pode ouvir muitas declarações de amor que nunca ouviu e nunca sentiu; pode receber vários depoimentos de pessoas com aparentemente os mesmos pensamentos seus e vê-las os desmentindo numa situação ou em outra, em nome do desembaraço; pode até ter problemas conjugais, percebendo que a religião tende a dividir os pensamentos entre você e seu cônjuge, bem como os sonhos e os objetivos.

Sair da igreja e se aventurar em viver o Cristianismo no presente século pode lhe fazer sofrer sérias consequências, como pouco ilustrei, e como tenho sofrido. É uma mistura de contentamento e descontentamento. Por um lado você quer continuar na ilusão de que tinha muitos amigos e que Deus te atende à medida que você trabalha para a igreja, e por outro, sente alívio por, pelo menos, não se sentir mais tão fariseu e impostor como se sentia antes.

Meu único sonho hoje que merece alguma atenção é ser cristão verdadeiro; amar desavisadamente, sem alarde, já que a vida não parece ter muito sentido sem esse amor. Antes, estava ludibriado pela sensação de dever sempre cumprido, no que pensava ser servir a Deus. Hoje, estou ciente de que não faço o mínimo do que devo fazer para dar sentido na minha vida. Tomara que um dia o amor tome o lugar da religião no coração dos "fiéis" e apague as manchas e cicatrizes daqueles que teimam a voltar para o início de tudo, tornando-se "quase ateus" na tentativa de reaprender Deus e reacreditar nEle, agora com experiência própria e não mais de ouvir falar.

Lindoélio Lázaro
Fonte: [ O's Lázaro's ]

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3 comentários

Só faltou você assinar esse post com meu nome.
Bem vindo, irmão!
Eu passei pela mesma coisa que você, e isso começou ano passado.
Me "batizei" e "aceitei Jesus" em 2003, não no "Evangelho da Graça", mas no "Hevangélio da [igreja internacional da] grassa".
Me converti de fato e fui Salvo somente ano passado. E não pela mão de homem, mas somente pela ação do Espírito, pela Palavra.
De lá pra cá, venho tentando me desvencilhar de todo pedacinho desse falso cristianismo e falso evangelho que está "na moda" hoje em dia. Muito fácil ser "gospel" hoj em dia. Cristãos, raríssimos!
E tb tenho sofrido muito por causa disso.
Se quiser conversar mais, frs_neto@hotmail.com.

Fica na Paz!

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Rapaz, irmão em Cristo, esse negocio pega, tenho artigos em meu blog sob esse tema que FELIZMENTE, esta acontecendo na integra comigo, devo cumprir as Escrituras,(ou elas devem se cumprir em mim integralmente), "aqueles que querem viver o evangelho na integra, padecerão perseguições. Então o que fazer? Continuar crendo e andando pela fé e amando ao próximo como a mim mesmo. "Pelo que sinto prazer nas ofensas, escárnios e perseguições...". Nos consolemos com essas palavras, pois são fieis e verdadeiras.

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Leandro mod

Bem

Penso que estás, em parte correto fundamentalmente no que diz respeito às tradições e “ortodoxias" particulares de cada igreja (igreja aqui entendida como denominação religiosa).
Entretanto não podemos esquecer as igrejas são instituições criadas por homens e não por Deus. São falhas e sempre serão. Alguém poderá dizer: ma isso não resolvo o problema.

O que acontece quando determinadas pessoas não concordam com a “visão da igreja”: em alguns casos mudam para outra e lá descobrem que lá também vão discordar de muitas coisas. Em outros casos funda-se uma nova denominação “a imagem e semelhança de seu fundador” que segundo a sua “visão” está verdadeiramente em linha com os ensinamentos bíblicos.

Quando alguém diz: “Está muito difícil encontrar no Brasil uma igreja que pregue o verdadeiro evangelho, como está escrito na Palavra de DEUS.” Ela está revelando a sua visão particular do que é o verdadeiro evangelho. Muito provavelmente ela não aceitará esta opinião dizendo que o verdadeiro evangelho que ela se refere é o que está na bíblia e não é uma questão de visão pessoal. Bem, provavelmente, todos o líderes de denominações fariam o mesmo. Voltamos a estaca zero então?

Talvez não. Creio que o fundamental nisso tudo é ter firmemente o alvo que agradar a Deus em tudo e em todo o tempo. . Devemos sempre recorrer a bíblia o mais desarmados possível de pré-conceitos. Ela é que nos dá o caminho certo para servir a Deus. É possível que tomemos caminhos errados algumas vezes achando que estamos certos. Mas, devemos ter a humildade de reconhecer isso e procurar sempre o verdadeiro evangelho.

E quando as denominações?

Com algumas exceções não acho que sair da igreja vá resolver alguma coisa. Talvez, em alguns casos, revele uma certa arrogância “eles não estão no meu nível espiritual”. Acho que se realmente quisermos sair da mediocridade e ir além devemos começar por “ser a mudança” e não reivindicar mudanças na forma com que a igreja age. Devemos ser parte da solução e não mais um problema (ainda que forma diferente).

Bem e em relação às “perseguições” dos que não concordam com o “verdadeiro evangelho”.

Talvez o problema esteja mais na forma do que no conteúdo do que está sendo colocado. Afrontar a visão das pessoas mostra o que está “errado” de forma nua e crua talvez não ajude em nada. A crítica feroz só faz com que as pessoas se apeguem mais ainda ao que acreditam ser o certo.

Devemos ser maduros o suficiente para agüentarmos as críticas e em vez de “chutar o balde” demonstrar com atitudes que estamos no caminho certo. E se realmente estivermos certos eles, com certeza verão. Cabendo a cada um escolher que caminho vai seguir a partir daí.

Espero ter ajudado de alguma forma...

Leandro.

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