Por: Eduardo Neves
É deprimente pensar no cristianismo protestante praticado atualmente em nosso país. Tornamo-nos refém de uma religiosidade insignificante; ensinos e teorias tão contraditórios à chamada ortodoxia – a teologia mais conservadora – alteraram a essência da Igreja Cristã brasileira.
Surgem admiradores a todo instante destas doutrinas espúrias. Estes hereges penetram com extrema astúcia na comunidade cristã, tendo como intento satisfazer suas necessidades temporais e distanciar do cristianismo bíblico os ignorantes na fé.
São teologias de todos os tipos e de todos os gostos: Teologia da Prosperidade, Teologia Narrativa, Teologia da Esperança, Teísmo Aberto, Ortodoxia Generosa, Teologia Quântica, Teologia Existencial e etc.
Pior que todos esses ensinamentos pérfidos, é observar o estado mórbido (inerte) da liderança desta mesma Igreja atacada por esta avalanche de ciência insana característica de homens egoístas e sem afeição, governantes estes que parecem não se importar com estes movimentos no ambiente de muitas igrejas evangélicas brasileiras.
Apresento um exemplo para melhor ilustrar esta situação: tenho em meu acervo particular um vídeo da década de 90, onde um popular conferencista e pastor evangélico brasileiro ataca o movimento denominado “G-12” (quebra de maldições, cobertura espiritual, cura interior, terapia regressiva, etc.); há cerca de alguns meses atrás (2007) o mesmo evangelista parte para uma união de forma surpreendente com o principal líder deste movimento bastardo.
O que mudou no entendimento deste famoso pregador, para mudar suas convicções de credo religioso de forma tão fácil? (Ver II Ts 2:2)
Seria um "mercado" a ser explorado?
Imediatamente depois da vocação e do ministério, deve estar à fidelidade as Escrituras Sagradas. E muito distante da vocação e do ministério, precisa estar qualquer vantagem financeira ou interesse particular.
Veja a frase abaixo:
“Que Deus nos ajude a querer ser populares no lugar onde a popularidade realmente conta: junto ao trono de Deus.” (Zepp)
Os reformadores conseguiram recuperar parte do que foi destruído em vários concílios heréticos; ao ponto que agora os hipócritas que atacavam as deturpações do catecismo romano são os mesmos que violentam a noiva de Cristo. A igreja carece de um ambiente possível para que cada pessoa perceba que ela é única, mas não exclusiva de homens que crêem estar no quintal de suas mansões. Devemos nos lembrar que esta casa deverá ser chamada para todo sempre como “Casa de Oração”! (Mt 21:13)
Recordo de minha primeira pregação na igreja que tinha por título a passagem de Salmos 69:9 que diz: “Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim”
Tenho por certo que nenhum destes líderes tem este sentimento de cuidado, dedicação e amor para com o rebanho de Cristo. Encontramos no conceito judaico-cristão do zelo pela casa de Deus, o interesse genuíno e piedoso pela igreja; e a expressão bíblica “devorar” nos aproxima do ideal contemporâneo de um verdadeiro sentimento de adoração a Deus.
A proposta de Jesus Cristo era diferente desse evangelho vazio, abandonado e revestido de sentimentos egoístas, onde estes comodistas sempre buscam seus interesses pessoais de forma parasitária (Jd 1:12). Estes interesses próprios, como o nome já indica, é algo pessoal, individual, e jamais irá de encontro com os propósitos de uma comunidade que tem por mandamento uma reciprocidade amorosa de auto-ajuda.
Amar ao próximo é o nosso mandamento!
“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor, mas se alguém ignora isto, que ignore.” I Co 14:37-38
Autor: Eduardo Neves
Fonte: [ Entendes tú o que lês? ]
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