Uma resposta ao artigo: Dez Coisas Que Você Jamais Poderia Votar a Favor Enquanto Segue a Jesus, partes 3, 4, 6 e 7.
Como explicitado na introdução, ficou sob minha responsabilidade responder os itens três (3), quatro (4), seis (6) e sete (7).[1] Não obstante, antes de fazer uma análise acurada dos pontos destacados, permita-nos, caro leitor, apresentar-lhe, grosso modo, um conceito reformado presente em Abraham Kuyper[2] e desenvolvido por Dooyeweerd[3] sobre a soberania das esferas[4]. A visão reformada da sociedade não se centraliza no indivíduo ou em qualquer instituição, mas na soberania de Deus sobre todas as esferas da criação. Em síntese, cada esfera instituída por Deus (a família, a escola, o Estado) possui sua própria autoridade. No entanto, isso não significa que tais esferas sejam independentes. Ora, se todas as esferas são criadas por Deus, cada uma deve responder somente a Ele. Assim, todas as esferas estão submetidas à soberania de Deus.
Desse modo, observa-se que os itens três (3), quatro (4), seis (6) e sete (7) distanciam-se abruptamente dessa concepção reformada sobre a soberania das esferas. Todos estes itens partem de pressupostos errados e, portanto, antibíblicos. As questões abordadas pelo texto colocam que o Estado deve dar gênese a políticas contra a pobreza, fome, a favor da educação e saúde gratuita. Há uma confusão imensa do autor; ele não consegue fazer uma distinção entre as esferas sociais. A soberania de cada esfera existe justamente para que elas não interfiram na autoridade da outra. Dentro de uma visão reformada, Deus é o ordenador de todas as esferas. Não obstante, na concepção do evangelho social, o Estado é o criador e provedor das demais esferas, tais como a educação, a saúde e a economia. Por isso, sem perdermos de vista nosso princípio norteador, voltemo-nos à Bíblia para assimilarmos o que ela nos diz sobre as designações estatais:
Paulo, nessa passagem, descreve-nos a potestade estatal, caracterizando-a de maneira bem nítida: o Estado como vingador de Deus. O único capaz de decretar e distinguir o bem do mal é Deus. Em virtude disso, o Estado deve apenas aplicar a lei de Deus. A designação essencial do Estado – dentro da concepção bíblica – é apenas de punir aqueles que cometem crimes e de promover aqueles que fazem o bem.[5]
Bruno Garshagen é muito feliz quando diz que muito se discute sobre quais são as funções do Estado; no entanto, quase nunca é debatido quais não são as funções dele[6]. Atualmente, encontramos diversas situações em que o Estado impõe determinados comportamentos em nossa sociedade. É triste verificar que vários cristãos coadunam com essa ideia de um Estado mantenedor.
A sociologia weberiana consegue explicar, por intermédio dos “tipos ideais”[7], como essa concepção de um Estado paternalista emergiu. Para tal, ela trabalha com o conceito de patrimonialismo, termo utilizado para designar o indivíduo que não consegue distinguir o que é público e o que é privado; assim, estes consideram o Estado como seu patrimônio. Em outras palavras, o patrimonialismo é a “forma de dominação tradicional em que o soberano organiza o poder político de forma análoga ao seu poder doméstico”[8]. Percebe-se, no brasileiro, a existência de vários traços patrimonialistas. Sérgio Buarque de Holanda em sua obra prima “Raízes do Brasil Colonial”[9] desenvolve um tipo ideal denominado “homem cordial”, isto é, trata-se de um indivíduo que não consegue separar o público do privado, compreendendo a vida no Estado como uma extensão de seus laços familiares. O homem cordial, em Sérgio Buarque, caracteriza-se por ser entregue a emoções bruscas e exacerbadas, com uma estrutura psicológica irracional e um racionalismo estatal pessoal que encontra seu lastro nas relações afetivas.
Essa talvez seja uma das melhores explicações para assimilarmos o porquê de nós, brasileiros, fomentarmos uma concepção paternalista do Estado. Em suma, não somos capazes de separar nossas relações afetivas e familiares do âmbito público, o que corrobora esta visão paternalista acerca do Estado. Contudo, as funções estatais, como definimos biblicamente, são duas: punir o mal e promover os que fazem o bem. Esta é a instrução bíblica sobre as responsabilidades estatais. No entanto, dentro de uma perspectiva progressista do Estado, ele deve prover vitalidade a quase todas as esferas sociais. Mesmo com tantas incoerências entre tais ideias progressistas, vejo vários cristãos absorvendo-as. Apesar de parecer assustador, creio que algumas boas doses de Sagradas Escrituras, Abraham Kuyper e Dooyeweerd a estes cristãos resolvem esta aporia. Agora, pois, responderei àqueles itens de forma subsequente, mostrando a incongruência dos cristãos que os defendem.
3 – O cristão não pode votar a favor de políticas que vulnerabilizem os mais pobres à fome.
Esta afirmativa apresenta alguns aspectos que podem ser desenvolvidos: o que o autor entende por pobreza e o que ele pretende nos dizer com “políticas que vulnerabilizam os mais pobres”. Mostraremos, nesse primeiro momento, qual deve ser o posicionamento cristão acerca da pobreza. Deus ordena que seu povo dê suporte aos mais pobres. Tal frase, muito provavelmente, trata-se de um ponto conspícuo dentre várias vertentes teológicas. No entanto, por várias vezes, a questão da pobreza é colocada de maneira equivocada e antibíblica, como neste trecho destacado acima. Assim, à luz da Bíblia, mostraremos como a pobreza deve ser concebida:
Antes de entrarmos nas vicissitudes deste texto bíblico, temos que nos lembrar de um axioma básico para a interpretação bíblica.
Partindo de uma concepção reformada, a Bíblia deve ser enxergada como um todo, ou seja, para apreendermos genuinamente um determinado assunto – no nosso caso, a pobreza, – é indispensável que coloquemos alguns textos, que versam sobre essa temática, sob as condições adequadas de escrutínio. Dessa forma, cria-se uma visão sistemática e harmônica sobre a questão da pobreza. Em virtude disso, analisemos, pois, outras porções bíblicas que discorrem sobre o mesmo assunto:
Neste texto, Paulo dissertava sobre a obrigação dirigida aos homens de prover as necessidades de sua própria família. Isso inclui, obviamente, provisão econômica. Ora, antes de colocarmos nossos esforços físicos e materiais noutras coisas, temos o dever instituído por Deus de sustentar nossas famílias. Com isso, se, primeiro, devemos nos ater às necessidades das nossas famílias, já podemos trazer uma interpretação mais ordenada para Deuteronômio 15. Antes de oferecer suporte aos pobres, devemos cuidar de nossos familiares. Logo, a frase “temos que ajudar os pobres” não é tão simples quanto parece. Este é um dever legítimo do cristão, mas que se encontra presente dentro de uma hierarquia de responsabilidade. Vejamos outro exemplo bíblico:
Por isso, não podemos conceber toda pobreza como substrato da exploração, e nem todo pobre como mera vítima. Em suma, assim como nos mostra Paulo – se alguém não quiser trabalhar, que também não coma, – ainda que o pobre (o que se recusa a trabalhar) passe fome, não é obrigação de ninguém ajudá-lo. Portanto, ganhamos mais uma qualificação bíblica para o texto de Deuteronômio 15.
Para não nos delongarmos mais, ficaremos nestas duas categorizações acerca do posicionamento bíblico sobre a pobreza: a responsabilidade de ajudar ao próximo encontra-se dentro de uma hierarquia de responsabilidades, onde a necessidade de prover a família vem em primeiro lugar. Quando alguém negligencia esta obrigação, as Escrituras dizem ser este pior do que um infiel. E não devemos ajudar a qualquer pobre: os preguiçosos não devem ser ajudados. As Escrituras afirmam que essa preguiça configura-se como pecado. Obviamente, o autor do texto que estamos respondendo não definiu os “pobres” biblicamente, levando-nos a suspeitar: ele realmente acredita que é dever do cristão ajudar todo e qualquer pobre? Ao que parece, sim.
O problema dos cristãos progressistas ao lidar com a temática da pobreza não está no fato de se compadecerem dos desafortunados. A grande incoerência é tomar outro padrão, que não das Escrituras, para estabelecer um posicionamento. A Bíblia nos diz que não devemos idolatrar outros deuses; contudo, não cabe ao governo civil proibir a idolatria. Deus ordena que devemos honrar nossos pais; todavia, isso não imputa ao governo civil a responsabilidade de fazer os indivíduos honrarem seus pais. Logo, por mais que esse seja um mandamento de Deus, ajudar os mais pobres (dentro daquelas condições estabelecidas) não significa que é dever do governo civil cumpri-lo.
Segundo as Escrituras, é dever individual do cristão ajudar os desamparados, dever este que também é estendido à Igreja, tendo a obrigação de ajudar aos “de casa”, mas também aos “de fora”[10]. Esta ajuda aos mais pobres não pode partir de uma imposição, mas, sim, do altruísmo promovido pelo Espírito Santo. Quando direcionamos ao Estado o dever de dar suporte aos mais necessitados, indubitavelmente pecamos, porquanto transferimos para outra instituição a incumbência da Igreja e do cristão.
4 – Políticas que fazem opção pelos mais ricos ao invés dos mais pobres.
Um fato incontestável é que, como salientou Garry North :
Os cristãos progressistas carregam a ideia de que políticas liberais são voltadas aos mais ricos, em detrimento dos mais pobres. Por isso, atribuem ao Estado o exercício da redistribuição de riquezas. Não obstante, esta represália é falaciosa. No decorrer deste tópico, especificaremos o porquê.
Darei um exemplo a fim de deixar mais notório como as políticas monetárias estatais atingem, primariamente, os mais pobres. E, em decorrência disso, a proposta liberal tornar-se-á mais convidativa àqueles que realmente se preocupam com a pobreza.
Duas temáticas basilares para a compreensão de uma determinada economia é assimilarmos a lógica básica de tributação-inflação e a relação existente entre o sistema bancário-inflação. Argumentaremos sobre essas duas temáticas de forma subsequente. É imprescindível que saibamos como funcionam essas políticas econômicas, porque estas são as responsáveis pela criação e pelo manejo do dinheiro na economia.
Como bem sabemos a tributação consiste no encargo financeiro que o Estado impôe ao contribuinte (pessoa física e jurídica) sobre os dividendos dos mesmos. Caso recusamo-nos a pagar tais tributos, sofreríamos punições e penalizações pela justiça do país. Os impostos sobre a renda dos indivíduos são arrecadados sob a justificativa social de redistribuição de renda ou para aumentar a receita do Estado. Existem várias tipificações de impostos, alguns são diretos e outros são indiretos.[13] Seja como for, altas taxas de tributação – bem como no Brasil - geram efeitos nocivos na sociedade. É uma maneira de expropriar os capitalistas e empreendedores bem sucedidos. A tributação sobre a renda e o lucro das empresas prejudicam diretamente todo processo de formação de capital. Em suma, tributar a renda e os lucros significa tirar o potencial futuro de investimento das empresas, o que corrobora com uma menor produção e aquisição em mão-de-obra. Se as taxas tributárias são altas, consequentemente, os empresários para não obterem prejuízos, repassam todos estes encargos diretamente para o preço dos bens de consumo, engendrando assim, grandes inflações. Esse processo inflacionário tem incidência diretamente sobre os mais pobres, explicaremos o porquê adiante.[14]
Após entendermos a lógica entre tributação-inflação, precisamos nos debruçarmos sobre a relação entre sistema bancário-inflação. Uma definição básica, mas, ao mesmo tempo, completa sobre a função dos bancos é que estes deveriam ser mediadores entre os poupadores e os investidores. Você pode nos afirmar, neste momento, que o banco realmente cumpre essa função. Vá com calma; deixe-nos esclarecer melhor esta questão. Como foi dito, os bancos devem mediar a relação entre os poupadores e os investidores. Neste esquema, o banco guardaria o dinheiro que lhe fora emprestado por um cliente, e, posteriormente, esta reserva monetária seria remanejada para algum empreendedor. Para tal, o banco faria a emissão de um título para o poupador, prometendo pagar uma determinada taxa de juros X. Após essa primeira etapa, o banco emprestaria esse dinheiro para o empreendedor, por uma taxa de juros Y, com esta taxa de juros Y sendo maior do que X. A principal fonte dos bancos deveria estar nesta diferença entre X e Y, isto é, entre a taxa de juros que o banco paga ao poupador e a taxa que ele cobra para emprestar, esse mecanismo é chamado de de spread bancário.
Neste sistema bancário, os bancos são mediadores financeiros que captam recursos e direcionam para os empreendedores[15]. Além disso, com essa lógica bancária, há criação de crédito real, ou seja, o dinheiro está vindo de poupança real e sendo apenas realocado para outro indivíduo. Com isso, quando acontece uma expansão econômica, ela é caracterizada de forma sustentável e não ilusória. Murray N. Rothbard faz a seguinte colocação: “Quando os bancos limitam-se a emprestar sua própria poupança, ou a mobilizar a poupança de terceiros, suas atividades são produtivas e irrepreensíveis.”[16]
Entretanto, o nosso sistema bancário atual é completamente diferente em relação ao que foi apresentado primeiramente. Nos dias de hoje, os bancos, em vez de exercerem seus papéis de mediadores da poupança e do investimento, têm o direito legal de criar dinheiro simplesmente do nada e – por mais bizarro que pareça – cobrar juros em cima desse dinheiro inexistente. Dessa forma, as operações bancárias são majoritariamente efetuadas por este mecanismo fraudulento; os bancos criam dinheiro do nada e emprestam esse dinheiro para pessoas, empresas e governos. Grande parte das concessões de créditos é realizada eletronicamente: você solicita um empréstimo e o banco adiciona alguns dígitos em sua conta corrente.
Entendamos melhor como funciona esse sistema fraudulento em nossa contemporaneidade. É muito comum o Banco Central decidir expandir a oferta monetária (introduzir mais dinheiro na economia). Dessa forma, o Banco Central vai até o open market [17] e compra títulos de tesouro[18]. Neste instante, não é importante que saibamos qual o título que ele comprou. A questão principal é que ele vai criar dinheiro do nada, apenas apertando alguns números em um computador. Por exemplo, caso o Banco Central opte por comprar R$ 1.000.000 em títulos de tesouro, estes títulos estarão sob posse de um dealer[19] (são os bancos aprovados pelo governo para atuar no mercado aberto comprando títulos de tesouro; no Brasil, os bancos). Nessa operação, o Banco Central vai apenas acrescentar eletronicamente R$ 1.000.000 na conta corrente que ele tem juntamente a esse dealer, em troca dos títulos de tesouro. Agora, a pergunta inevitável: de onde surgiu esse dinheiro para o pagamento do dealer? De lugar algum; o dinheiro foi criado do nada. O que isso significa, porém? O dealer agora estará com excesso de reservas, e a oferta monetária do país aumentou em R$ 1.000.000.
Esse é apenas o início deste processo inóspito. Fazendo uma breve digressão, é importante sabermos que essas contas-correntes que os bancos mantêm com o banco central são obrigatórias, constituindo as reservas compulsórias[20]. Estas reservas servem para dar maiores garantias ao sistema bancário, contra crises e problemas de liquidez em bancos. Todos os dias, ao término do expediente, os bancos comerciais depositam 10% (essa taxa do compulsório varia de país para país) do valor total dos depósitos em conta-corrente. Este sistema é chamado de reservas fracionárias[21], pois apenas uma parte dos depósitos bancários são lastreados. Em síntese, esta prática permite que os bancos façam empréstimos ou investimentos muito acima do valor de dinheiro que ele tem sob sua tutela. Todo este sistema é baseado na pressuposição de que os clientes não sacarão todo o dinheiro ao mesmo tempo. Caso isso ocorra, os bancos não suportariam as demandas e quebrariam.
Voltando ao nosso exemplo: o banco que recebeu R$ 1 milhão ainda está com este dinheiro parado em suas reservas junto ao Banco Central. Esse banco, agora, pode criar novas contas-correntes baseadas nessas reservas. Os bancos criam dinheiro (eletronicamente) em uma quantia que é inversamente proporcional à taxa do compulsório. Tomando a taxa do compulsório como 10% do valor total dos depósitos em conta-corrente, significa que os bancos podem criar dinheiro no valor de até 10 vezes do total de reservas. Em suma, uma compra de títulos de tesouro no valor de $1 milhão, feita pelo Banco Central, gerou um aumento de dez vezes (R$ 10 milhões) na oferta monetária do sistema bancário como um todo. Desses 10 milhões que estão circulando na economia, apenas 10% dele existe na realidade, pois o restante é crédito bancário; ou, para ser mais incisivo, dinheiro falsificado.
Para o leitor ter uma noção mais clara sobre a criação de dinheiro fictício ou falsificado, o total de cédulas de papel e de moedas metálicas (ou seja, dinheiro físico) encontrados na economia brasileira no ano de 2012[22], em julho, foi aproximadamente R$ 153 bilhões. Deste valor, R$ 124 bilhões estavam nas mãos da população e dos comércios, já o restante, R$ 29 bilhões, estava em posse da rede bancária, ou seja, nos caixas eletrônicos e nos cofres das agências bancárias. Ao mesmo tempo, o saldo total do dinheiro fictício na economia somava uma quantia hiperbólica de R$ 2,17 trilhões. Logo, o total de dinheiro eletrônico criado era de 74 vezes a quantidade de papel-moeda em posse dos bancos e de 14 vezes a quantidade total de papel-moeda existente.
Mas qual o problema do banco central fazer isso? O problema é que o banco central pode fazer isso quantas vezes ele quiser, gerando, assim, um contínuo aumento da quantidade de dinheiro eletrônico na economia. Aqui vale a pena ressaltar, mesmo que o dinheiro presente na economia seja fictício, ele trabalha como dinheiro físico e, portanto, real. Isto é, ele induz um crescimento ilusório, os indivíduos tendem a pensar que o mercado está propício para comprar imóveis, carros, empresas e outros bens, contudo, o dinheiro presente na economia é muito maior do que os bens de consumo, logo, esse período de farra expansionista será procedido por uma grande crise.[23] Uma lição básica de economia que nos ensinou Ludwig Von Mises é: quanto mais dinheiro houver na economia, maior será a inflação de preços.
Como vimos até aqui, estamos cercados de inflação por todos os lados. Eis a questão, inflação para quem? Para os pobres! Os ricos não são atingidos pela inflação pelo simples fato de que o dinheiro chega em primeiro lugar nas suas mãos e, desse modo, continuam comprando mercadorias e serviços a preços que correspondem ao mercado precedente à inflação. Estão, portanto, em situação privilegiada. No entanto, há outros grupos da população que esse dinheiro chega muito mais tarde (majoritariamente os pobres). Essas pessoas encontram-se numa situação desfavorável. Agora elas já estão com esse dinheiro dentro de um mercado inflacionado e, consequentemente pagará mais caro nas mercadorias comparado aos detentores primários desse dinheiro. Sendo mais enfático ainda, enquanto o rico compra um litro de leite por 2 reais, o pobre adquire o mesmo produto por 3 reais.
O Banco Central é uma entidade do governo, e, em razão disso, espera-se que ele atenda as demandas estatais. Atualmente, o Banco Central não pode imprimir dinheiro e entregá-lo diretamente para o governo. No entanto, na realidade, ainda acontece isso, de forma indireta, através da atuação do Banco Central no mercado secundário. O Banco Central segue financiando os déficits do governo e garantindo a proteção aos bancos na expansão de crédito sem que ocorra insolvência. No entanto, essa medida de expansão do crédito bancário aparenta um crescimento econômico apenas num primeiro momento. Num futuro próximo, porém, desencadeará em grandes crises econômicas.
Nessa economia conduzida pelo Banco Central (leia-se Governo Federal), os ricos, que têm acesso às aplicações bancárias e financeiras que os preservam da inflação, continuam com seu poder de compra protegido, enquanto os pobres, sem acesso a essas ferramentas, continuam sendo assombrados pela pobreza. A implantação de políticas fiscais e monetárias expansionistas causam frequentes ciclos econômicos, períodos de crescimento artificial da economia (enriquecendo os mais ricos), seguido de grandes crises econômicas (empobrecendo os mais pobres). Toda essa política econômica estatal barra possíveis empreendimentos por toda burocracia imposta, restringindo, assim, a possibilidade de gerar novos empregos. É evidente que todas essas políticas são adotadas em nosso país. É claro que todo este sistema econômico e político é muito mais complexo. Entretanto, pela escassez de tempo e espaço, analisamos apenas alguns pontos que corroboram com a seguinte constatação: o desconhecimento sobre os fatores que alastram a pobreza alimenta políticas de cunho invejoso e rancoroso que apenas solapam ainda mais a economia.
O Estado, portanto, constantemente intervém na economia com regulações, tabelamento de preços e salários, inibição do livre mercado, tributação, controle cambial e monopolização da moeda por intermédio dos bancos centrais. Esta série de aspectos colabora para o engessamento econômico de um país. Adam Smith já nos alertava para o fato de que os governos têm uma predisposição a praticar o acumulo de dívidas, a expansão de crédito, e, consequentemente, altas inflações. Essas práticas governamentais geram ciclos infindáveis de déficits. A ignorância desses fatores perpetua ainda mais a pobreza.
A boa sociedade econômica é aquela cujo o governo permite aos indivíduos aquilatarem os benefícios da cooperação social sob a divisão do trabalho, e, em virtude disso, vivenciarem um progresso material, da liberdade individual. Nessa sociedade de livre mercado os indivíduos são livres e têm a oportunidade de prosperar dentro dela e atuar voluntariamente em comunidades voltadas para caridade aos mais desvalidos.
6 – Limitar o acesso gratuito a saúde
Saúde pública nunca funciona da forma pela qual as pessoas foram impelidas a acreditar antes de ser implantada. Os sujeitos dos países onde a saúde é estatal recusariam veementemente esse sistema caso tivesse ciência dos racionamentos de remédios e as longas filas enfrentadas para conseguir atendimento.[24] Quando a burocracia estatal alcança o controle da saúde pública, os custos são maximizados e a qualidade é minorada, engendrando, assim, um sistema de saúde falho, fraco e defeituoso. Quanto mais o Estado traz para si a responsabilidade sobre o sistema de saúde, mais ele retira da iniciativa privada as condições dela oferecer os mesmos serviços de forma mais eficiente e qualificada.
O principal argumento daqueles que defendem um sistema gratuito de saúde é o da justiça – os mais ricos pagam para os mais pobres que não têm as condições necessárias para suprir com os custos de tratamentos médicos. No entanto, na prática, acontece exatamente o contrário da intuição inicial. Uma primeira interpelação que deve ser feita é a que, de fato, não há nada de gratuito no sistema público de saúde. Nós pagamos por este serviço por meio dos impostos.
Por mais óbvio que isso possa parecer, o sistema público de saúde é financiado pelos impostos[25]. Contudo, as receitas destinadas a esse setor não têm qualquer relação de interdependência com a qualidade do serviço oferecido, ou com a quantidade de pessoas atendidas. Permita-nos dar um exemplo: se o governo arrecada uma quantia de R$ 2 bilhões em impostos, destinados à saúde, e atende uma quantia de 20 milhões de pessoas, isso significa que ele poderá gastar 200 reais por paciente. Não obstante, se o número de pacientes for dobrado, essa quantia cairá para 100 reais. É importante fazer um adendo: este dinheiro dos impostos não é apenas para o tratamento do paciente; ele também é utilizado para pagar instalações, manutenções de aparelhos, maquinários, medicamentos. Desse ponto emerge um grande problema: o dinheiro dos impostos ou irá para o tratamento do paciente ou para infraestrutura. Seja qual for o destino dessas receitas monetárias, cada real para infraestrutura é um real a menos disponível para o tratamento dos pacientes.
No setor privado é completamente diferente. Em um hospital privado, ele só terá dinheiro disponível para investir em infraestrutura se os pacientes forem tratados de maneira atenciosa. Só assim parte do lucro poderá ser destinado para aumentar salários, construir novas partições, aquisição de equipamentos, entre outros. No serviço público, todo investimento em infraestrutura é feito em detrimento dos tratamentos que deixaram de ser feitos. Já no setor privado, o investimento em infraestrutura acontece graças ao atendimento aos pacientes. Isto é, uma quantia determinada do dinheiro pago nos tratamentos é revertida em infraestrutura. No fim das contas, o rico paga seu plano de saúde privado e consegue um bom atendimento, enquanto o pobre paga uma quantia exorbitante de impostos para ter um sistema de saúde eficaz, mas morre na fila do hospital por falta de infraestrutura e tratamentos adequados. Não precisamos ser nenhum Albert Einstein para percebermos qual é o sistema de saúde mais sustentável.
7 – Desvalorização da educação/limitar o acesso gratuito e de qualidade para todos.
Assim como argumentamos no item acima, a educação pública custa muito caro e não entrega um serviço satisfatório aos cidadãos[26]. A mesma lógica utilizada para compreender o sistema de saúde público pode ser usada na cognição do sistema de educação pública, à vista disso, trabalharemos neste tópico sob um outro prisma.
Em 1848, Karl Marx, em seu O Manifesto Comunista, proclamou: “É dever do estado garantir a educação pública e gratuita de todas as crianças”. Muitos cristãos convergem com a concepção de que as sociedades seriam melhores se nosso Estado trabalhasse para potencializar a educação pública, deixando-a no mesmo patamar que a educação privada. Essa solicitação é mera inocência, porque a educação pública é gerenciada por uma série de princípios que não coadunam com os ordenamentos bíblicos. Os documentos norteadores da educação pública (PCNs, DCNs, BNCC e PPPs) disseminam elementos como o relativismo moral e a pluralidade religiosa, sexual e cultural, marginalizando, assim, princípios cristãos. Martinho Lutero já nos apontava para essa questão:
A educação que os cristãos recebem é toda controlada sistematicamente por funcionários públicos, que labutam dentro de comportamentos normativos estabelecidos por uma lógica estatal que evidentemente não está em aquiescência com os princípios bíblicos. Nesse sentido, a proposta mais plausível para um sistema educacional seria uma educação liberal. Isto é, cada indivíduo buscaria uma instituição de ensino segundo as suas necessidades. O plano pedagógico dessas escolas pautariam-se pela livre-escolha da instituição, de acordo com as demandas dos pais e dos alunos. Esse sistema educacional é o resgate do conceito clássico da educação, antes da intromissão estatal. Nessa configuração educacional, nós, cristãos, buscaríamos instituições que contemplassem uma visão cristã de mundo.
Ou seja, não devemos nos assustar caso nossas crianças apareçam em casa defendendo legalização das drogas, aborto, relativismo moral, pluralismo religioso e sexual. Afinal, a visão de mundo delas está sendo erigida sobre bases antibíblicas.
Por fim, nós escritores dessa série de textos, acreditamos que a Bíblia rege não apenas nossa fé e prática pessoal, porém, também é a orientação de Deus para dirigir os passos da sociedade, incluindo no que diz respeito a política e economia. Sendo assim, é extremamente importante em nossos dias que a igreja lute contra a idolatria do Baal moderno chamado Estado. Ao contrário dos cristãos progressistas, não concebemos políticas assistencialistas como a melhor solução para minorar a pobreza e outros problemas sociais. Como foi exposto ao longo da argumentação, todas essas políticas assistencialistas do Estado têm seus efeitos nocivos, bem como, causar aumento da inflação fazendo com que o poder de compra da população mais pobre seja menor. Nós, brasileiros, sabemos bem o que é isso. Esses males sociais são provenientes da insistência dos homens em desobedecer à lei de Deus. É inevitável. O texto em Romanos é bem claro, o Estado deve ter apenas duas funções; punir o mal e promover os que fazem o bem. Contudo, vários cristãos progressistas seguem propagando ideias assistencialistas, portanto, desobedecendo os mandamentos que nos são dados pelas Sagradas Escrituras. Talvez o ponto nevrálgico que fazem os cristãos progressistas conseguirem ter uma adesão massificada dentro do evangelicalismo brasileiro é que estes, como diria o Pondé, trazem para si o monopólio da virtude, arrogando-se os protetores dos pobres e os benfeitores da sociedade.
Este é um de seus principais subterfúgios morais para adquirir locus político. Não obstante, descrevemos exaustivamente o quão prejudicial são essas políticas assistencialistas aos mais pobres. Em suma, os cristãos progressistas, assumem o discurso de protetores dos necessitados, todavia, as politicas sugeridas para atenuar os problemas sociais, só agrava a situação dos mais pobres, o tiro acaba saindo pela culatra. Ronald Nash faz a seguinte reflexão em cima dessas políticas progressistas:
Então, se você realmente se importa com os mais desvalidos, posicione-se contra essas politicas estatais e assistencialistas que matam pessoas em filas de hospitais, criam cidadãos com um nível de educação pífio e fomentam um sistema econômico que é baseado numa fralde. Desse modo, por intermédio de uma desmistificação do poder estatal, conseguiremos a verdadeira liberdade e, segundo a lei de Deus, a verdadeira prosperidade. Quando o povo perder a confiança no Baal moderno, Baal perderá a influência sobre o povo. Temos consciência das nossas condições pecaminosas e acreditamos que somente o Evangelho é capaz de transformar o mundo. Que nossa atuação política e econômica seja pautada nas Sagradas Escrituras. Deus nos ajude a vencer o Baal moderno.
***Como explicitado na introdução, ficou sob minha responsabilidade responder os itens três (3), quatro (4), seis (6) e sete (7).[1] Não obstante, antes de fazer uma análise acurada dos pontos destacados, permita-nos, caro leitor, apresentar-lhe, grosso modo, um conceito reformado presente em Abraham Kuyper[2] e desenvolvido por Dooyeweerd[3] sobre a soberania das esferas[4]. A visão reformada da sociedade não se centraliza no indivíduo ou em qualquer instituição, mas na soberania de Deus sobre todas as esferas da criação. Em síntese, cada esfera instituída por Deus (a família, a escola, o Estado) possui sua própria autoridade. No entanto, isso não significa que tais esferas sejam independentes. Ora, se todas as esferas são criadas por Deus, cada uma deve responder somente a Ele. Assim, todas as esferas estão submetidas à soberania de Deus.
Desse modo, observa-se que os itens três (3), quatro (4), seis (6) e sete (7) distanciam-se abruptamente dessa concepção reformada sobre a soberania das esferas. Todos estes itens partem de pressupostos errados e, portanto, antibíblicos. As questões abordadas pelo texto colocam que o Estado deve dar gênese a políticas contra a pobreza, fome, a favor da educação e saúde gratuita. Há uma confusão imensa do autor; ele não consegue fazer uma distinção entre as esferas sociais. A soberania de cada esfera existe justamente para que elas não interfiram na autoridade da outra. Dentro de uma visão reformada, Deus é o ordenador de todas as esferas. Não obstante, na concepção do evangelho social, o Estado é o criador e provedor das demais esferas, tais como a educação, a saúde e a economia. Por isso, sem perdermos de vista nosso princípio norteador, voltemo-nos à Bíblia para assimilarmos o que ela nos diz sobre as designações estatais:
“Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal” – Romanos 13.3,4.
Paulo, nessa passagem, descreve-nos a potestade estatal, caracterizando-a de maneira bem nítida: o Estado como vingador de Deus. O único capaz de decretar e distinguir o bem do mal é Deus. Em virtude disso, o Estado deve apenas aplicar a lei de Deus. A designação essencial do Estado – dentro da concepção bíblica – é apenas de punir aqueles que cometem crimes e de promover aqueles que fazem o bem.[5]
Bruno Garshagen é muito feliz quando diz que muito se discute sobre quais são as funções do Estado; no entanto, quase nunca é debatido quais não são as funções dele[6]. Atualmente, encontramos diversas situações em que o Estado impõe determinados comportamentos em nossa sociedade. É triste verificar que vários cristãos coadunam com essa ideia de um Estado mantenedor.
A sociologia weberiana consegue explicar, por intermédio dos “tipos ideais”[7], como essa concepção de um Estado paternalista emergiu. Para tal, ela trabalha com o conceito de patrimonialismo, termo utilizado para designar o indivíduo que não consegue distinguir o que é público e o que é privado; assim, estes consideram o Estado como seu patrimônio. Em outras palavras, o patrimonialismo é a “forma de dominação tradicional em que o soberano organiza o poder político de forma análoga ao seu poder doméstico”[8]. Percebe-se, no brasileiro, a existência de vários traços patrimonialistas. Sérgio Buarque de Holanda em sua obra prima “Raízes do Brasil Colonial”[9] desenvolve um tipo ideal denominado “homem cordial”, isto é, trata-se de um indivíduo que não consegue separar o público do privado, compreendendo a vida no Estado como uma extensão de seus laços familiares. O homem cordial, em Sérgio Buarque, caracteriza-se por ser entregue a emoções bruscas e exacerbadas, com uma estrutura psicológica irracional e um racionalismo estatal pessoal que encontra seu lastro nas relações afetivas.
Essa talvez seja uma das melhores explicações para assimilarmos o porquê de nós, brasileiros, fomentarmos uma concepção paternalista do Estado. Em suma, não somos capazes de separar nossas relações afetivas e familiares do âmbito público, o que corrobora esta visão paternalista acerca do Estado. Contudo, as funções estatais, como definimos biblicamente, são duas: punir o mal e promover os que fazem o bem. Esta é a instrução bíblica sobre as responsabilidades estatais. No entanto, dentro de uma perspectiva progressista do Estado, ele deve prover vitalidade a quase todas as esferas sociais. Mesmo com tantas incoerências entre tais ideias progressistas, vejo vários cristãos absorvendo-as. Apesar de parecer assustador, creio que algumas boas doses de Sagradas Escrituras, Abraham Kuyper e Dooyeweerd a estes cristãos resolvem esta aporia. Agora, pois, responderei àqueles itens de forma subsequente, mostrando a incongruência dos cristãos que os defendem.
3 – O cristão não pode votar a favor de políticas que vulnerabilizem os mais pobres à fome.
Esta afirmativa apresenta alguns aspectos que podem ser desenvolvidos: o que o autor entende por pobreza e o que ele pretende nos dizer com “políticas que vulnerabilizam os mais pobres”. Mostraremos, nesse primeiro momento, qual deve ser o posicionamento cristão acerca da pobreza. Deus ordena que seu povo dê suporte aos mais pobres. Tal frase, muito provavelmente, trata-se de um ponto conspícuo dentre várias vertentes teológicas. No entanto, por várias vezes, a questão da pobreza é colocada de maneira equivocada e antibíblica, como neste trecho destacado acima. Assim, à luz da Bíblia, mostraremos como a pobreza deve ser concebida:
“Quando entre ti houver algum pobre, de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na terra que o SENHOR teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; Antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade” – Deuteronômio 15.7,8.
Antes de entrarmos nas vicissitudes deste texto bíblico, temos que nos lembrar de um axioma básico para a interpretação bíblica.
Partindo de uma concepção reformada, a Bíblia deve ser enxergada como um todo, ou seja, para apreendermos genuinamente um determinado assunto – no nosso caso, a pobreza, – é indispensável que coloquemos alguns textos, que versam sobre essa temática, sob as condições adequadas de escrutínio. Dessa forma, cria-se uma visão sistemática e harmônica sobre a questão da pobreza. Em virtude disso, analisemos, pois, outras porções bíblicas que discorrem sobre o mesmo assunto:
“Mas, se alguém não tem cuidado dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” – 1 Tm 5.8.
Neste texto, Paulo dissertava sobre a obrigação dirigida aos homens de prover as necessidades de sua própria família. Isso inclui, obviamente, provisão econômica. Ora, antes de colocarmos nossos esforços físicos e materiais noutras coisas, temos o dever instituído por Deus de sustentar nossas famílias. Com isso, se, primeiro, devemos nos ater às necessidades das nossas famílias, já podemos trazer uma interpretação mais ordenada para Deuteronômio 15. Antes de oferecer suporte aos pobres, devemos cuidar de nossos familiares. Logo, a frase “temos que ajudar os pobres” não é tão simples quanto parece. Este é um dever legítimo do cristão, mas que se encontra presente dentro de uma hierarquia de responsabilidade. Vejamos outro exemplo bíblico:
“Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs” – 2 Tessalonicenses 3.10,11.
Por isso, não podemos conceber toda pobreza como substrato da exploração, e nem todo pobre como mera vítima. Em suma, assim como nos mostra Paulo – se alguém não quiser trabalhar, que também não coma, – ainda que o pobre (o que se recusa a trabalhar) passe fome, não é obrigação de ninguém ajudá-lo. Portanto, ganhamos mais uma qualificação bíblica para o texto de Deuteronômio 15.
Para não nos delongarmos mais, ficaremos nestas duas categorizações acerca do posicionamento bíblico sobre a pobreza: a responsabilidade de ajudar ao próximo encontra-se dentro de uma hierarquia de responsabilidades, onde a necessidade de prover a família vem em primeiro lugar. Quando alguém negligencia esta obrigação, as Escrituras dizem ser este pior do que um infiel. E não devemos ajudar a qualquer pobre: os preguiçosos não devem ser ajudados. As Escrituras afirmam que essa preguiça configura-se como pecado. Obviamente, o autor do texto que estamos respondendo não definiu os “pobres” biblicamente, levando-nos a suspeitar: ele realmente acredita que é dever do cristão ajudar todo e qualquer pobre? Ao que parece, sim.
O problema dos cristãos progressistas ao lidar com a temática da pobreza não está no fato de se compadecerem dos desafortunados. A grande incoerência é tomar outro padrão, que não das Escrituras, para estabelecer um posicionamento. A Bíblia nos diz que não devemos idolatrar outros deuses; contudo, não cabe ao governo civil proibir a idolatria. Deus ordena que devemos honrar nossos pais; todavia, isso não imputa ao governo civil a responsabilidade de fazer os indivíduos honrarem seus pais. Logo, por mais que esse seja um mandamento de Deus, ajudar os mais pobres (dentro daquelas condições estabelecidas) não significa que é dever do governo civil cumpri-lo.
Segundo as Escrituras, é dever individual do cristão ajudar os desamparados, dever este que também é estendido à Igreja, tendo a obrigação de ajudar aos “de casa”, mas também aos “de fora”[10]. Esta ajuda aos mais pobres não pode partir de uma imposição, mas, sim, do altruísmo promovido pelo Espírito Santo. Quando direcionamos ao Estado o dever de dar suporte aos mais necessitados, indubitavelmente pecamos, porquanto transferimos para outra instituição a incumbência da Igreja e do cristão.
4 – Políticas que fazem opção pelos mais ricos ao invés dos mais pobres.
Um fato incontestável é que, como salientou Garry North :
“O Evangelho Social promove políticas de grupos de interesse especiais que usam o poder da urna para forçar mudanças políticas. A mudança política que o Evangelho Social recomenda é que o poder coercivo do Estado seja usado para redistribuir renda.”[12]
Os cristãos progressistas carregam a ideia de que políticas liberais são voltadas aos mais ricos, em detrimento dos mais pobres. Por isso, atribuem ao Estado o exercício da redistribuição de riquezas. Não obstante, esta represália é falaciosa. No decorrer deste tópico, especificaremos o porquê.
Darei um exemplo a fim de deixar mais notório como as políticas monetárias estatais atingem, primariamente, os mais pobres. E, em decorrência disso, a proposta liberal tornar-se-á mais convidativa àqueles que realmente se preocupam com a pobreza.
Duas temáticas basilares para a compreensão de uma determinada economia é assimilarmos a lógica básica de tributação-inflação e a relação existente entre o sistema bancário-inflação. Argumentaremos sobre essas duas temáticas de forma subsequente. É imprescindível que saibamos como funcionam essas políticas econômicas, porque estas são as responsáveis pela criação e pelo manejo do dinheiro na economia.
Como bem sabemos a tributação consiste no encargo financeiro que o Estado impôe ao contribuinte (pessoa física e jurídica) sobre os dividendos dos mesmos. Caso recusamo-nos a pagar tais tributos, sofreríamos punições e penalizações pela justiça do país. Os impostos sobre a renda dos indivíduos são arrecadados sob a justificativa social de redistribuição de renda ou para aumentar a receita do Estado. Existem várias tipificações de impostos, alguns são diretos e outros são indiretos.[13] Seja como for, altas taxas de tributação – bem como no Brasil - geram efeitos nocivos na sociedade. É uma maneira de expropriar os capitalistas e empreendedores bem sucedidos. A tributação sobre a renda e o lucro das empresas prejudicam diretamente todo processo de formação de capital. Em suma, tributar a renda e os lucros significa tirar o potencial futuro de investimento das empresas, o que corrobora com uma menor produção e aquisição em mão-de-obra. Se as taxas tributárias são altas, consequentemente, os empresários para não obterem prejuízos, repassam todos estes encargos diretamente para o preço dos bens de consumo, engendrando assim, grandes inflações. Esse processo inflacionário tem incidência diretamente sobre os mais pobres, explicaremos o porquê adiante.[14]
Após entendermos a lógica entre tributação-inflação, precisamos nos debruçarmos sobre a relação entre sistema bancário-inflação. Uma definição básica, mas, ao mesmo tempo, completa sobre a função dos bancos é que estes deveriam ser mediadores entre os poupadores e os investidores. Você pode nos afirmar, neste momento, que o banco realmente cumpre essa função. Vá com calma; deixe-nos esclarecer melhor esta questão. Como foi dito, os bancos devem mediar a relação entre os poupadores e os investidores. Neste esquema, o banco guardaria o dinheiro que lhe fora emprestado por um cliente, e, posteriormente, esta reserva monetária seria remanejada para algum empreendedor. Para tal, o banco faria a emissão de um título para o poupador, prometendo pagar uma determinada taxa de juros X. Após essa primeira etapa, o banco emprestaria esse dinheiro para o empreendedor, por uma taxa de juros Y, com esta taxa de juros Y sendo maior do que X. A principal fonte dos bancos deveria estar nesta diferença entre X e Y, isto é, entre a taxa de juros que o banco paga ao poupador e a taxa que ele cobra para emprestar, esse mecanismo é chamado de de spread bancário.
Neste sistema bancário, os bancos são mediadores financeiros que captam recursos e direcionam para os empreendedores[15]. Além disso, com essa lógica bancária, há criação de crédito real, ou seja, o dinheiro está vindo de poupança real e sendo apenas realocado para outro indivíduo. Com isso, quando acontece uma expansão econômica, ela é caracterizada de forma sustentável e não ilusória. Murray N. Rothbard faz a seguinte colocação: “Quando os bancos limitam-se a emprestar sua própria poupança, ou a mobilizar a poupança de terceiros, suas atividades são produtivas e irrepreensíveis.”[16]
Entretanto, o nosso sistema bancário atual é completamente diferente em relação ao que foi apresentado primeiramente. Nos dias de hoje, os bancos, em vez de exercerem seus papéis de mediadores da poupança e do investimento, têm o direito legal de criar dinheiro simplesmente do nada e – por mais bizarro que pareça – cobrar juros em cima desse dinheiro inexistente. Dessa forma, as operações bancárias são majoritariamente efetuadas por este mecanismo fraudulento; os bancos criam dinheiro do nada e emprestam esse dinheiro para pessoas, empresas e governos. Grande parte das concessões de créditos é realizada eletronicamente: você solicita um empréstimo e o banco adiciona alguns dígitos em sua conta corrente.
Entendamos melhor como funciona esse sistema fraudulento em nossa contemporaneidade. É muito comum o Banco Central decidir expandir a oferta monetária (introduzir mais dinheiro na economia). Dessa forma, o Banco Central vai até o open market [17] e compra títulos de tesouro[18]. Neste instante, não é importante que saibamos qual o título que ele comprou. A questão principal é que ele vai criar dinheiro do nada, apenas apertando alguns números em um computador. Por exemplo, caso o Banco Central opte por comprar R$ 1.000.000 em títulos de tesouro, estes títulos estarão sob posse de um dealer[19] (são os bancos aprovados pelo governo para atuar no mercado aberto comprando títulos de tesouro; no Brasil, os bancos). Nessa operação, o Banco Central vai apenas acrescentar eletronicamente R$ 1.000.000 na conta corrente que ele tem juntamente a esse dealer, em troca dos títulos de tesouro. Agora, a pergunta inevitável: de onde surgiu esse dinheiro para o pagamento do dealer? De lugar algum; o dinheiro foi criado do nada. O que isso significa, porém? O dealer agora estará com excesso de reservas, e a oferta monetária do país aumentou em R$ 1.000.000.
Esse é apenas o início deste processo inóspito. Fazendo uma breve digressão, é importante sabermos que essas contas-correntes que os bancos mantêm com o banco central são obrigatórias, constituindo as reservas compulsórias[20]. Estas reservas servem para dar maiores garantias ao sistema bancário, contra crises e problemas de liquidez em bancos. Todos os dias, ao término do expediente, os bancos comerciais depositam 10% (essa taxa do compulsório varia de país para país) do valor total dos depósitos em conta-corrente. Este sistema é chamado de reservas fracionárias[21], pois apenas uma parte dos depósitos bancários são lastreados. Em síntese, esta prática permite que os bancos façam empréstimos ou investimentos muito acima do valor de dinheiro que ele tem sob sua tutela. Todo este sistema é baseado na pressuposição de que os clientes não sacarão todo o dinheiro ao mesmo tempo. Caso isso ocorra, os bancos não suportariam as demandas e quebrariam.
Voltando ao nosso exemplo: o banco que recebeu R$ 1 milhão ainda está com este dinheiro parado em suas reservas junto ao Banco Central. Esse banco, agora, pode criar novas contas-correntes baseadas nessas reservas. Os bancos criam dinheiro (eletronicamente) em uma quantia que é inversamente proporcional à taxa do compulsório. Tomando a taxa do compulsório como 10% do valor total dos depósitos em conta-corrente, significa que os bancos podem criar dinheiro no valor de até 10 vezes do total de reservas. Em suma, uma compra de títulos de tesouro no valor de $1 milhão, feita pelo Banco Central, gerou um aumento de dez vezes (R$ 10 milhões) na oferta monetária do sistema bancário como um todo. Desses 10 milhões que estão circulando na economia, apenas 10% dele existe na realidade, pois o restante é crédito bancário; ou, para ser mais incisivo, dinheiro falsificado.
Para o leitor ter uma noção mais clara sobre a criação de dinheiro fictício ou falsificado, o total de cédulas de papel e de moedas metálicas (ou seja, dinheiro físico) encontrados na economia brasileira no ano de 2012[22], em julho, foi aproximadamente R$ 153 bilhões. Deste valor, R$ 124 bilhões estavam nas mãos da população e dos comércios, já o restante, R$ 29 bilhões, estava em posse da rede bancária, ou seja, nos caixas eletrônicos e nos cofres das agências bancárias. Ao mesmo tempo, o saldo total do dinheiro fictício na economia somava uma quantia hiperbólica de R$ 2,17 trilhões. Logo, o total de dinheiro eletrônico criado era de 74 vezes a quantidade de papel-moeda em posse dos bancos e de 14 vezes a quantidade total de papel-moeda existente.
Mas qual o problema do banco central fazer isso? O problema é que o banco central pode fazer isso quantas vezes ele quiser, gerando, assim, um contínuo aumento da quantidade de dinheiro eletrônico na economia. Aqui vale a pena ressaltar, mesmo que o dinheiro presente na economia seja fictício, ele trabalha como dinheiro físico e, portanto, real. Isto é, ele induz um crescimento ilusório, os indivíduos tendem a pensar que o mercado está propício para comprar imóveis, carros, empresas e outros bens, contudo, o dinheiro presente na economia é muito maior do que os bens de consumo, logo, esse período de farra expansionista será procedido por uma grande crise.[23] Uma lição básica de economia que nos ensinou Ludwig Von Mises é: quanto mais dinheiro houver na economia, maior será a inflação de preços.
Como vimos até aqui, estamos cercados de inflação por todos os lados. Eis a questão, inflação para quem? Para os pobres! Os ricos não são atingidos pela inflação pelo simples fato de que o dinheiro chega em primeiro lugar nas suas mãos e, desse modo, continuam comprando mercadorias e serviços a preços que correspondem ao mercado precedente à inflação. Estão, portanto, em situação privilegiada. No entanto, há outros grupos da população que esse dinheiro chega muito mais tarde (majoritariamente os pobres). Essas pessoas encontram-se numa situação desfavorável. Agora elas já estão com esse dinheiro dentro de um mercado inflacionado e, consequentemente pagará mais caro nas mercadorias comparado aos detentores primários desse dinheiro. Sendo mais enfático ainda, enquanto o rico compra um litro de leite por 2 reais, o pobre adquire o mesmo produto por 3 reais.
O Banco Central é uma entidade do governo, e, em razão disso, espera-se que ele atenda as demandas estatais. Atualmente, o Banco Central não pode imprimir dinheiro e entregá-lo diretamente para o governo. No entanto, na realidade, ainda acontece isso, de forma indireta, através da atuação do Banco Central no mercado secundário. O Banco Central segue financiando os déficits do governo e garantindo a proteção aos bancos na expansão de crédito sem que ocorra insolvência. No entanto, essa medida de expansão do crédito bancário aparenta um crescimento econômico apenas num primeiro momento. Num futuro próximo, porém, desencadeará em grandes crises econômicas.
Nessa economia conduzida pelo Banco Central (leia-se Governo Federal), os ricos, que têm acesso às aplicações bancárias e financeiras que os preservam da inflação, continuam com seu poder de compra protegido, enquanto os pobres, sem acesso a essas ferramentas, continuam sendo assombrados pela pobreza. A implantação de políticas fiscais e monetárias expansionistas causam frequentes ciclos econômicos, períodos de crescimento artificial da economia (enriquecendo os mais ricos), seguido de grandes crises econômicas (empobrecendo os mais pobres). Toda essa política econômica estatal barra possíveis empreendimentos por toda burocracia imposta, restringindo, assim, a possibilidade de gerar novos empregos. É evidente que todas essas políticas são adotadas em nosso país. É claro que todo este sistema econômico e político é muito mais complexo. Entretanto, pela escassez de tempo e espaço, analisamos apenas alguns pontos que corroboram com a seguinte constatação: o desconhecimento sobre os fatores que alastram a pobreza alimenta políticas de cunho invejoso e rancoroso que apenas solapam ainda mais a economia.
O Estado, portanto, constantemente intervém na economia com regulações, tabelamento de preços e salários, inibição do livre mercado, tributação, controle cambial e monopolização da moeda por intermédio dos bancos centrais. Esta série de aspectos colabora para o engessamento econômico de um país. Adam Smith já nos alertava para o fato de que os governos têm uma predisposição a praticar o acumulo de dívidas, a expansão de crédito, e, consequentemente, altas inflações. Essas práticas governamentais geram ciclos infindáveis de déficits. A ignorância desses fatores perpetua ainda mais a pobreza.
A boa sociedade econômica é aquela cujo o governo permite aos indivíduos aquilatarem os benefícios da cooperação social sob a divisão do trabalho, e, em virtude disso, vivenciarem um progresso material, da liberdade individual. Nessa sociedade de livre mercado os indivíduos são livres e têm a oportunidade de prosperar dentro dela e atuar voluntariamente em comunidades voltadas para caridade aos mais desvalidos.
6 – Limitar o acesso gratuito a saúde
Saúde pública nunca funciona da forma pela qual as pessoas foram impelidas a acreditar antes de ser implantada. Os sujeitos dos países onde a saúde é estatal recusariam veementemente esse sistema caso tivesse ciência dos racionamentos de remédios e as longas filas enfrentadas para conseguir atendimento.[24] Quando a burocracia estatal alcança o controle da saúde pública, os custos são maximizados e a qualidade é minorada, engendrando, assim, um sistema de saúde falho, fraco e defeituoso. Quanto mais o Estado traz para si a responsabilidade sobre o sistema de saúde, mais ele retira da iniciativa privada as condições dela oferecer os mesmos serviços de forma mais eficiente e qualificada.
O principal argumento daqueles que defendem um sistema gratuito de saúde é o da justiça – os mais ricos pagam para os mais pobres que não têm as condições necessárias para suprir com os custos de tratamentos médicos. No entanto, na prática, acontece exatamente o contrário da intuição inicial. Uma primeira interpelação que deve ser feita é a que, de fato, não há nada de gratuito no sistema público de saúde. Nós pagamos por este serviço por meio dos impostos.
Por mais óbvio que isso possa parecer, o sistema público de saúde é financiado pelos impostos[25]. Contudo, as receitas destinadas a esse setor não têm qualquer relação de interdependência com a qualidade do serviço oferecido, ou com a quantidade de pessoas atendidas. Permita-nos dar um exemplo: se o governo arrecada uma quantia de R$ 2 bilhões em impostos, destinados à saúde, e atende uma quantia de 20 milhões de pessoas, isso significa que ele poderá gastar 200 reais por paciente. Não obstante, se o número de pacientes for dobrado, essa quantia cairá para 100 reais. É importante fazer um adendo: este dinheiro dos impostos não é apenas para o tratamento do paciente; ele também é utilizado para pagar instalações, manutenções de aparelhos, maquinários, medicamentos. Desse ponto emerge um grande problema: o dinheiro dos impostos ou irá para o tratamento do paciente ou para infraestrutura. Seja qual for o destino dessas receitas monetárias, cada real para infraestrutura é um real a menos disponível para o tratamento dos pacientes.
No setor privado é completamente diferente. Em um hospital privado, ele só terá dinheiro disponível para investir em infraestrutura se os pacientes forem tratados de maneira atenciosa. Só assim parte do lucro poderá ser destinado para aumentar salários, construir novas partições, aquisição de equipamentos, entre outros. No serviço público, todo investimento em infraestrutura é feito em detrimento dos tratamentos que deixaram de ser feitos. Já no setor privado, o investimento em infraestrutura acontece graças ao atendimento aos pacientes. Isto é, uma quantia determinada do dinheiro pago nos tratamentos é revertida em infraestrutura. No fim das contas, o rico paga seu plano de saúde privado e consegue um bom atendimento, enquanto o pobre paga uma quantia exorbitante de impostos para ter um sistema de saúde eficaz, mas morre na fila do hospital por falta de infraestrutura e tratamentos adequados. Não precisamos ser nenhum Albert Einstein para percebermos qual é o sistema de saúde mais sustentável.
7 – Desvalorização da educação/limitar o acesso gratuito e de qualidade para todos.
Assim como argumentamos no item acima, a educação pública custa muito caro e não entrega um serviço satisfatório aos cidadãos[26]. A mesma lógica utilizada para compreender o sistema de saúde público pode ser usada na cognição do sistema de educação pública, à vista disso, trabalharemos neste tópico sob um outro prisma.
Em 1848, Karl Marx, em seu O Manifesto Comunista, proclamou: “É dever do estado garantir a educação pública e gratuita de todas as crianças”. Muitos cristãos convergem com a concepção de que as sociedades seriam melhores se nosso Estado trabalhasse para potencializar a educação pública, deixando-a no mesmo patamar que a educação privada. Essa solicitação é mera inocência, porque a educação pública é gerenciada por uma série de princípios que não coadunam com os ordenamentos bíblicos. Os documentos norteadores da educação pública (PCNs, DCNs, BNCC e PPPs) disseminam elementos como o relativismo moral e a pluralidade religiosa, sexual e cultural, marginalizando, assim, princípios cristãos. Martinho Lutero já nos apontava para essa questão:
“Temo que as escolas venham a ser portas abertas para o inferno, a menos que diligentemente trabalhem explicando as Sagradas Escrituras, colocando elas no coração dos jovens. Não aconselho ninguém a colocar seu filho onde as Escrituras não reinem supremas. Qualquer instituição em que os homens não estão permanentemente ocupados com a Palavra de Deus termina corrupta”.
A educação que os cristãos recebem é toda controlada sistematicamente por funcionários públicos, que labutam dentro de comportamentos normativos estabelecidos por uma lógica estatal que evidentemente não está em aquiescência com os princípios bíblicos. Nesse sentido, a proposta mais plausível para um sistema educacional seria uma educação liberal. Isto é, cada indivíduo buscaria uma instituição de ensino segundo as suas necessidades. O plano pedagógico dessas escolas pautariam-se pela livre-escolha da instituição, de acordo com as demandas dos pais e dos alunos. Esse sistema educacional é o resgate do conceito clássico da educação, antes da intromissão estatal. Nessa configuração educacional, nós, cristãos, buscaríamos instituições que contemplassem uma visão cristã de mundo.
“Não é o discípulo mais do que o seu mestre; mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre” – Lucas 6.40.
Ou seja, não devemos nos assustar caso nossas crianças apareçam em casa defendendo legalização das drogas, aborto, relativismo moral, pluralismo religioso e sexual. Afinal, a visão de mundo delas está sendo erigida sobre bases antibíblicas.
Por fim, nós escritores dessa série de textos, acreditamos que a Bíblia rege não apenas nossa fé e prática pessoal, porém, também é a orientação de Deus para dirigir os passos da sociedade, incluindo no que diz respeito a política e economia. Sendo assim, é extremamente importante em nossos dias que a igreja lute contra a idolatria do Baal moderno chamado Estado. Ao contrário dos cristãos progressistas, não concebemos políticas assistencialistas como a melhor solução para minorar a pobreza e outros problemas sociais. Como foi exposto ao longo da argumentação, todas essas políticas assistencialistas do Estado têm seus efeitos nocivos, bem como, causar aumento da inflação fazendo com que o poder de compra da população mais pobre seja menor. Nós, brasileiros, sabemos bem o que é isso. Esses males sociais são provenientes da insistência dos homens em desobedecer à lei de Deus. É inevitável. O texto em Romanos é bem claro, o Estado deve ter apenas duas funções; punir o mal e promover os que fazem o bem. Contudo, vários cristãos progressistas seguem propagando ideias assistencialistas, portanto, desobedecendo os mandamentos que nos são dados pelas Sagradas Escrituras. Talvez o ponto nevrálgico que fazem os cristãos progressistas conseguirem ter uma adesão massificada dentro do evangelicalismo brasileiro é que estes, como diria o Pondé, trazem para si o monopólio da virtude, arrogando-se os protetores dos pobres e os benfeitores da sociedade.
Este é um de seus principais subterfúgios morais para adquirir locus político. Não obstante, descrevemos exaustivamente o quão prejudicial são essas políticas assistencialistas aos mais pobres. Em suma, os cristãos progressistas, assumem o discurso de protetores dos necessitados, todavia, as politicas sugeridas para atenuar os problemas sociais, só agrava a situação dos mais pobres, o tiro acaba saindo pela culatra. Ronald Nash faz a seguinte reflexão em cima dessas políticas progressistas:
“A norma míope e politicamente conveniente de pagar pelo bem-estar social através do déficit de despesas governamentais, tem inundado a economia com bilhões de dólares de dinheiro crescentemente sem valor, e saqueado o pobre ao sujeitar-lhe (e todos os outros) a uma inflação que continua a levantar os preços das necessidades básicas além do seu alcance. A despeito de para onde alguém olhe, os programas de bem-estar social têm falhado. As políticas sociais progressistas têm feito o maior dano nas áreas básicas como comida e vestimenta. As pessoas que têm sido mais prejudicadas são aquelas menos capazes de ter recursos, as mesmas pessoas, o progressista nos assegura, que ele está tentando ajudar”.[28]
Então, se você realmente se importa com os mais desvalidos, posicione-se contra essas politicas estatais e assistencialistas que matam pessoas em filas de hospitais, criam cidadãos com um nível de educação pífio e fomentam um sistema econômico que é baseado numa fralde. Desse modo, por intermédio de uma desmistificação do poder estatal, conseguiremos a verdadeira liberdade e, segundo a lei de Deus, a verdadeira prosperidade. Quando o povo perder a confiança no Baal moderno, Baal perderá a influência sobre o povo. Temos consciência das nossas condições pecaminosas e acreditamos que somente o Evangelho é capaz de transformar o mundo. Que nossa atuação política e econômica seja pautada nas Sagradas Escrituras. Deus nos ajude a vencer o Baal moderno.
____________________
Notas:
[1] O texto que estamos respondendo, encontra-se no seguinte endereço: https://oevangelhosocial.wordpress.com/2016/06/07/dez-coisas-que-voce-jamais-poderia-votar-a-favor-enquanto-segue-a-jesus/.
[2] Como leitura para entender melhor o pensamento de Abraham kuyper recomendo o excelente artigo: http://www.monergismo.com/textos/politica/politica-crista-kuyper_hexham.pdf. Para aperfeiçoar ainda mais as ideias kuyperianas aconselho fortemente para que vejam este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=FX4dv8AHLB0.
[3] Indico este vídeo para os interessados na compreensão mais sistemática das ideias desse filosófo holandês: https://www.youtube.com/watch?v=hOFc1580JNc.
[4] O conceito sobre as soberania das esferas é tratado mais minuciosamente neste texto: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2014/11/soberania-das-esferas.html.
[5] Essa interpretação de Romanos 13:3-4 está mais inclinada aos teóricos reconstrucionistas.
[6] Garshagen, Bruno. Pare de acreditar no governo. Editora Record, São Paulo, 2015, p. 27.
[7] O tipo ideal refere-se a uma construção cognitiva da realidade, onde o pesquisador determina um certo número de característica do objeto em estudo, a fim de, construir um “todo tangível”, ou seja, um tipo. Por exemplo, quando pensamos em liberalismo, já temos em mente um conjunto de características que constroem um tipo ideal acerca do sistema.
[8] Ibidem.
[9] Sérgio Buarque de Holanda é considerado um clássico para o estudo em história do Brasil, por isso, utilizamos este autor para sustentar a tese de que o brasileiro ama o Estado.
[10] Estamos fazendo referência ao texto de 1 Timóteo 5.
[11] Gary North é um teólogo, historiador e economista presbiteriano. Escreveu comentários de quase todos os livros da Bíblia. Grande parte desses comentários encontra-se aqui: http://www.garynorth.com/.
[12] Esse trecho citado trata-se da tradução de um artigo do Gary North, você pode conferi-lo neste link: https://resistireconstruir.wordpress.com/2012/08/04/contra-o-estado-providencia/.
[13] Aqui pode ser visualizado os principais impostos pagos pelos brasileiros: https://www.comparaonline.com.br/blog/financeiro/cartao-de-credito/2014/08/quais-sao-os-principais-impostos-pagos-pelos-brasileiros/.
[14] Esta lógica entre tributação-inflação está bem desenvolvida neste texto: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2491.
[15] Alguns bancos já exerceram essa função no transcorrer da história como o Banco de Amsterdã e o de Hamburgo. Essa forma honesta do banco de depósito é chamado de sistema bancário com 100% de reservas.
[16] Este trecho foi retirado do artigo disponível em: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=311.
[17] Refere-se ao mercado de títulos no qual atuam o banco central e os bancos comerciais de um país e no qual são comprados e vendidos os títulos de tesouro.
[18] O governo não tem a capacidade de manter uma carteira de crédito equilibrada, em outras palavras, o governo não tem capacidade de gastar apenas aquilo que ele arrecadou. Ou seja, o governo sempre está buscando outros meios de complementar sua renda. O responsável por conseguir esse financiamento é o Tesouro Nacional. Assim, quando o Tesouro precisa de dinheiro ele emite titulos de tesouro e vende no mercado primário. Existem vários títulos de tesouro, neste momento, não vamos entrar nos pormenores de cada um, mas, caso se interesse, aqui estão todos os títulos de tesouro especificados: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-entenda-cada-titulo-no-detalhe.
[19] Você pode conferir os principais dealers primários no próprio site do governo: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/hp/downloads/dealers/Dealers_Primarios_1Sem09.pdf.
[20] Os bancos mantêm parte de seus depósitos no Banco Central. Parte deles são voluntários - para cobrir eventuais déficits na compensação bancária - e parte são compulsórios. As reservas compulsórias é uma proporção dos depósitos a que os bancos têm que recolher no Banco Central, obrigatoriamente. Quem fixa esse percentual é o Conselho Monetário Nacional, com o propósito de limitar a expansão das operações de crédito à economia.
[21] Como aponta Rothbard: O sistema bancário de reservas fracionárias (SBRF) é uma fraude.
[2] Como leitura para entender melhor o pensamento de Abraham kuyper recomendo o excelente artigo: http://www.monergismo.com/textos/politica/politica-crista-kuyper_hexham.pdf. Para aperfeiçoar ainda mais as ideias kuyperianas aconselho fortemente para que vejam este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=FX4dv8AHLB0.
[3] Indico este vídeo para os interessados na compreensão mais sistemática das ideias desse filosófo holandês: https://www.youtube.com/watch?v=hOFc1580JNc.
[4] O conceito sobre as soberania das esferas é tratado mais minuciosamente neste texto: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2014/11/soberania-das-esferas.html.
[5] Essa interpretação de Romanos 13:3-4 está mais inclinada aos teóricos reconstrucionistas.
[6] Garshagen, Bruno. Pare de acreditar no governo. Editora Record, São Paulo, 2015, p. 27.
[7] O tipo ideal refere-se a uma construção cognitiva da realidade, onde o pesquisador determina um certo número de característica do objeto em estudo, a fim de, construir um “todo tangível”, ou seja, um tipo. Por exemplo, quando pensamos em liberalismo, já temos em mente um conjunto de características que constroem um tipo ideal acerca do sistema.
[8] Ibidem.
[9] Sérgio Buarque de Holanda é considerado um clássico para o estudo em história do Brasil, por isso, utilizamos este autor para sustentar a tese de que o brasileiro ama o Estado.
[10] Estamos fazendo referência ao texto de 1 Timóteo 5.
[11] Gary North é um teólogo, historiador e economista presbiteriano. Escreveu comentários de quase todos os livros da Bíblia. Grande parte desses comentários encontra-se aqui: http://www.garynorth.com/.
[12] Esse trecho citado trata-se da tradução de um artigo do Gary North, você pode conferi-lo neste link: https://resistireconstruir.wordpress.com/2012/08/04/contra-o-estado-providencia/.
[13] Aqui pode ser visualizado os principais impostos pagos pelos brasileiros: https://www.comparaonline.com.br/blog/financeiro/cartao-de-credito/2014/08/quais-sao-os-principais-impostos-pagos-pelos-brasileiros/.
[14] Esta lógica entre tributação-inflação está bem desenvolvida neste texto: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2491.
[15] Alguns bancos já exerceram essa função no transcorrer da história como o Banco de Amsterdã e o de Hamburgo. Essa forma honesta do banco de depósito é chamado de sistema bancário com 100% de reservas.
[16] Este trecho foi retirado do artigo disponível em: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=311.
[17] Refere-se ao mercado de títulos no qual atuam o banco central e os bancos comerciais de um país e no qual são comprados e vendidos os títulos de tesouro.
[18] O governo não tem a capacidade de manter uma carteira de crédito equilibrada, em outras palavras, o governo não tem capacidade de gastar apenas aquilo que ele arrecadou. Ou seja, o governo sempre está buscando outros meios de complementar sua renda. O responsável por conseguir esse financiamento é o Tesouro Nacional. Assim, quando o Tesouro precisa de dinheiro ele emite titulos de tesouro e vende no mercado primário. Existem vários títulos de tesouro, neste momento, não vamos entrar nos pormenores de cada um, mas, caso se interesse, aqui estão todos os títulos de tesouro especificados: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-entenda-cada-titulo-no-detalhe.
[19] Você pode conferir os principais dealers primários no próprio site do governo: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/hp/downloads/dealers/Dealers_Primarios_1Sem09.pdf.
[20] Os bancos mantêm parte de seus depósitos no Banco Central. Parte deles são voluntários - para cobrir eventuais déficits na compensação bancária - e parte são compulsórios. As reservas compulsórias é uma proporção dos depósitos a que os bancos têm que recolher no Banco Central, obrigatoriamente. Quem fixa esse percentual é o Conselho Monetário Nacional, com o propósito de limitar a expansão das operações de crédito à economia.
[21] Como aponta Rothbard: O sistema bancário de reservas fracionárias (SBRF) é uma fraude.
Com efeito, o SBRF, em conjunto com uma malversação das taxas de juros praticadas por um banco central, é a causa de crises financeiras, como a atual. Caso queira entender melhor esse mecanismo, explore esses links: https://www.youtube.com/watch?v=kdTd9wReDM0. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=311.
[22] Trouxe os dados do ano de 2012, porquanto, foi os únicos que consegui ter acesso: http://www.bcb.gov.br/pec/Indeco/Port/ie2-10.xls.
[23] Contrariando o que muitos pensam, a riqueza de uma sociedade é medida pelos seus bens de consumo e bens de capital, não pela quantidade de dinheiro presente na economia do país.
[24] Em 2000, a Organização Mundial da Saúde fez um estudo completo sobre os sistemas de saúde pública ao redor do mundo. O Brasil ficou em 125° posição, atrás de vários países da Áfria e Ásia que são mais pobres do que nós. O estudo pode ser acessado aqui: http://www.who.int/healthinfo/paper30.pdf.
[25] Apesar do péssimo desempenho do nosso sistema de saúde, estamos na 51ª posição entre 188 países quando o assunto é o gasto per capita com saúde (http://data.worldbank.org/indicator/SH.XPD.PCAP.PP.KD?order=wbapi_data_value_2013+wbapi_data_value+wbapi_data_value-last&sort=asc.) o que significa que a saúde pública custa muito caro e não entrega um serviço proporcional ao investimento. O próprio sistema público de saúde sabe que seu desempenho é péssimo. Em 2012, o Ministério da Saúde lançou o índice de desempenho do SUS, que atribuía uma nota de 0 a 10 para o desempenho do SUS no território brasileiro. O resultado ficou abaixo do esperado (projetavam uma nota 7) o Brasil fez apenas 5,4 pontos. O resultado pode ser conferido aqui: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/03/de-0-10-indice-do-governo-da-nota-54-saude-publica-no-brasil.html.
[26] Biblioteca, laboratório de informática, quadras de esporte são algumas condições essenciais para proporcionar ao aluno qualidade de ensino. No entanto, essa realidade está presente em apenas 0,6% das escolas brasileiras. Entra na mesma questão da saúde, quando se investe no aluno, o governo deixa de investir em infraestrutura e, em decorrência disso, temos esses números irrisórios. Os dados podem ser consultados aqui: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/06/04/menos-de-1-das-escolas-brasileiras-tem-infraestrutura-ideal.htm.
[27] Baal é descrito no Antigo Testamento como um deus semita e era adorado pelos cananeus e fenícios. Fizemos essa alusão para mostrar: assim como estes povos idolatravam esse deus que não é o revelado nas Sagradas Escrituras, muitas pessoas hoje idolatram o Estado.
[28] NASH, Ronald, Social Justice and the Christian Church, p. 60.
[22] Trouxe os dados do ano de 2012, porquanto, foi os únicos que consegui ter acesso: http://www.bcb.gov.br/pec/Indeco/Port/ie2-10.xls.
[23] Contrariando o que muitos pensam, a riqueza de uma sociedade é medida pelos seus bens de consumo e bens de capital, não pela quantidade de dinheiro presente na economia do país.
[24] Em 2000, a Organização Mundial da Saúde fez um estudo completo sobre os sistemas de saúde pública ao redor do mundo. O Brasil ficou em 125° posição, atrás de vários países da Áfria e Ásia que são mais pobres do que nós. O estudo pode ser acessado aqui: http://www.who.int/healthinfo/paper30.pdf.
[25] Apesar do péssimo desempenho do nosso sistema de saúde, estamos na 51ª posição entre 188 países quando o assunto é o gasto per capita com saúde (http://data.worldbank.org/indicator/SH.XPD.PCAP.PP.KD?order=wbapi_data_value_2013+wbapi_data_value+wbapi_data_value-last&sort=asc.) o que significa que a saúde pública custa muito caro e não entrega um serviço proporcional ao investimento. O próprio sistema público de saúde sabe que seu desempenho é péssimo. Em 2012, o Ministério da Saúde lançou o índice de desempenho do SUS, que atribuía uma nota de 0 a 10 para o desempenho do SUS no território brasileiro. O resultado ficou abaixo do esperado (projetavam uma nota 7) o Brasil fez apenas 5,4 pontos. O resultado pode ser conferido aqui: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/03/de-0-10-indice-do-governo-da-nota-54-saude-publica-no-brasil.html.
[26] Biblioteca, laboratório de informática, quadras de esporte são algumas condições essenciais para proporcionar ao aluno qualidade de ensino. No entanto, essa realidade está presente em apenas 0,6% das escolas brasileiras. Entra na mesma questão da saúde, quando se investe no aluno, o governo deixa de investir em infraestrutura e, em decorrência disso, temos esses números irrisórios. Os dados podem ser consultados aqui: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/06/04/menos-de-1-das-escolas-brasileiras-tem-infraestrutura-ideal.htm.
[27] Baal é descrito no Antigo Testamento como um deus semita e era adorado pelos cananeus e fenícios. Fizemos essa alusão para mostrar: assim como estes povos idolatravam esse deus que não é o revelado nas Sagradas Escrituras, muitas pessoas hoje idolatram o Estado.
[28] NASH, Ronald, Social Justice and the Christian Church, p. 60.
Autor: Daniel Rosa
Divulgação: Bereianos
Leia também os outros artigos da série:
Desfazendo Alguns Discursos Progressistas (Parte 1)
Desfazendo Alguns Discursos Progressistas (Parte 2)
Desfazendo Alguns Discursos Progressistas (Parte 3)
1 comentários:
EXCELENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEE. BRAVO.
ResponderPostar um comentário
Política de moderação de comentários:
1 - Poste somente o necessário. Se quiser colocar estudos, artigos ou textos grandes, mande para nós por e-mail: bereianos@hotmail.com
2 - A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Comentários com conteúdo ofensivo não serão publicados, pois debatemos idéias, não pessoas. Discordar não é problema, visto que na maioria das vezes redunda em edificação e aprendizado. Contudo, discorde com educação e respeito.
3 - Comentários de "anônimos" não serão necessariamente postados. Procure sempre colocar seu nome no final de seus comentários (caso não tenha uma conta Google com o seu nome) para que seja garantido o seu direito democrático neste blog. Lembre-se: você é responsável direto pelo que escreve.
4 - A aprovação de seu comentário seguirá os nossos critérios. O Blog Bereianos tem por objetivo à edificação e instrução. Comentários que não seguirem as regras acima e estiver fora do contexto do blog, não serão publicados.
Para mais informações, clique aqui!
Blog Bereianos!