Prevenir é melhor que remediar

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Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os desperdiça” Provérbios 21:20

Você já ouviu o provérbio popular que diz: “Prevenir é melhor que remediar”? Pois bem, ele diz que ao sabermos de riscos iminentes, devemos antecipá-los com ações sabiamente firmes e preparatórias, suficientes para evitarmos o que ameaça a segurança do que é importante para nós.

As recentes estatísticas econômicas brasileiras, veiculadas frequentemente pelos órgãos de comunicações, afirmam que o Brasil está vivendo os índices mais pessimistas, desde a década de 1990 (The Economist apud UOL Economia). Não se pode subestimar o potencial que Brasil reserva para se levantar em meio a todo o cenário que a atual gestão pública tem conduzido o país, mas também não se pode ignorar que este momento requer, de cada um, sensível observação e cautela financeira, se quisermos evitar que a crise instalada cause maiores danos às nossas contas do que podemos evitar.

Como poderíamos lidar com as nossas finanças, especialmente nesse final e início de novo ano? Abaixo, gostaríamos de sugerir algumas medidas preventivas que, certamente, exigirão muito menos que os resultados indesejados por ignorá-las.

01. Fiquemos atentos aos perigos que se escondem por detrás das ofertas.

É impressionante o quanto setor do comércio pressiona a população a desacreditar na realidade da crise. São propagandas exaustivas de ofertas em todo tempo e por todos os meios. Apelando para a compra, a obtenção, provocando o materialismo e a cobiça desenfreadamente. Tais propostas parecem ser interessantes, mas não nos esqueçamos que ao aceitá-las estamos assumindo também dívidas em tempos incertos para o emprego e para o rendimento familiar. Avaliemos bem o preço a ser pago ao nos permitir ser seduzidos por um sistema comercial que é egoísta, organizado para tirar o máximo de vantagem de cada um, independente do dano que causará às necessidades mais importantes, além de ainda incluir, impiedosamente, nossos nomes em instituições de cobranças como mau pagadores.

02. Não somos obrigados!

Sim, não somos obrigados a atendermos as exigências da nossa cultura, quando elas nos induzem à imprudência financeira. Ainda não entendemos porque muitos, em circunstâncias do Natal e Ano Novo, não se libertam da pressão de decorar a casa, prédios residenciais, instituições, etc., com lâmpadas que consomem imoderadamente, dia após dia, a energia elétrica e elevam o seu custo. Só neste ano, em algumas cidades brasileiras, o aumento das contas de energia chegou a 70% (www.valor.com.br). Também, não somos obrigados a gastar o que não “temos” com aquilo que não necessitamos porque todos trocam presentes no final do ano. E quem disse que somente com presentes demonstramos o carinho e a consideração por quem amamos? Nenhum deles é capaz de construir ou substituir o valor de relacionamentos saudáveis, baseados no amor e respeito. O melhor presente não é comprado por dinheiro algum, mas conquistado pela presença constante, apoio mútuo, mensagens carinhosas, confraternização com familiares e amigos, abraços verdadeiros e cooperação nos interesses pessoais.

03. Cuidado com as fraudes.

Com a renda extra no final do ano, proveniente do 13o. salário e férias, o brasileiro se torna alvo obstinado de criminosos virtuais, os quais agem com inteligência para invadir contas bancárias, instalar malwares em computadores que extraiam informações confidenciais, enviar e-mails fraudulentos em nome de instituições bancárias e lojas virtuais, websites falsamente desenvolvidos para capturar dados de cartões de crédito, mensagens para celulares, ligações maliciosas de pessoas/instituições de caridade que não se pode conferir a identidade e a legitimidade de tal ação por este meio, etc., tudo planejado para tirar vantagem de pessoas ignorantes ou distraídas da segurança eletrônica. Nunca atendamos a tais contatos sem antes verificarmos a origem e sermos assistidos por alguém que entende, no mínimo possível, os cuidados nestes casos. Não custa dizermos o quanto devemos evitar acesso a caixas eletrônicos a noite ou em regiões que apresentam pouco movimento de pessoas, e ainda sozinhos. Os bandidos andam a cada dia mais ousados, mas, em geral, atuam com a cautela por medo de serem presos, linchados e até mortos por suas iniciativas, por isso, tais conselhos nos previnem de perdermos o que tanto trabalhamos, honestamente, para conseguirmos.

04. O quanto podemos gastar no final do ano?

Bem, esta questão cada um de nós precisa pegar uma calculadora e começar fazer cálculos. Para começar, façamos um orçamento comparando receitas e despesas (fixas e variáveis) previstas, anotando com particular atenção todas as despesas que, anualmente, o nosso orçamento não suporta, fazendo-nos entrar em dívidas. Por exemplo: material escolar, IPVA (quem paga no primeiro semestre), IPTU, IRPF/IRPJ, regularização de dívidas contraídas no decorrer do ano... são algumas das prioridades que merecem atenção, antes de comprometermos a renda extra de final de ano com viagens, festas, presentes e decorações. Se quisermos evitar a angústia das dívidas e privações nas necessidades familiares básicas, precisaremos fazer economia no final do ano para não termos de viver em dívidas o ano todo. A renda extra pode ser a solução para um círculo viciado de contas que nunca se “fecham”.

05. Sem exageros.

A situação atual requer de cada brasileiro lucidez no uso das finanças, mais que em tempos passados. É claro que isso não significa dizer que devemos ser pessimistas, mas cautelosos. Não há necessidade de pânico e sim de prudência. Muitas autoridades políticas administraram muito mal, por corrupções das suas legítimas funções, as contas públicas e agora querem obrigar o cidadão de bem, o trabalhador incansável e honesto, que tanto já sofre com o descaso dos seus direitos, a pagar mais sob a imposição do aumento de impostos e juros. É muito triste toda esta experiência que estamos sendo submetidos, mas jamais podemos nos entregar deixando de curtir com a família aqueles momentos preciosos no final do ano e nas férias, acompanhados por algumas regalias que só podem ser experimentadas neste período. Não seria imprudente fazer alguns investimentos neste sentido, desde que não haja exageros por falta de consideração do momento em que vivemos e das exigências que ele nos impõe. O melhor a fazermos é nos contentarmos com o que temos, gastar somente dentro dos limites que possuímos e exercer paciência para alcançar o que pretendemos em médio e longo prazos.

Estes princípios se baseiam na sabedoria bíblica e são capazes de nos proteger de problemas financeiros que podem ser evitados previamente. A prioridade na vida daquele que considera a Palavra de Deus autoridade para guiar a sua vida, não é acumular riquezas e carregar o fardo das insatisfações (Ec 5:12), mas trabalhar honestamente, ganhar o que é justo por seu esforço e administrar seus proventos com equidade. Lembrando-se sempre que o Senhor é Aquele que nos dá o sustento!

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Autor: Rev. Ericson Martins
Fonte: Reflexões do Cotidiano
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