Navigium Isidis - Origem do Carnaval

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Por Rev. Ericson Martins


A expressão latim Navigium Isidis significa: “Navegação de Isis”, nome dado a uma festividade romana, anual, dedicada a Isis. Ela era uma deusa egípcia. Apesar de ser uma entidade egípcia, tornou-se popular entre os gregos e chegou a Roma, no período helenístico, com seu culto e festividade, os quais integravam religiões de mistério. As festas incluíam uso de máscaras para ocultar a identidade dos participantes, orgia pública em nome do amor, bebedices, mutilação de genitais, simbologias pagãs e, dentre outras práticas, uso de grandes carros, em forma de navios, que tomavam as ruas da cidade anunciando a chegada de Osíris (esposo de Isis na Mitologia Egípcia).¹ Tal festividade sobreviveu a grandes perseguições, em Roma, em razão da sua característica religiosamente sincrética e tolerante, ao contrário do Cristianismo primitivo, motivo pelo qual foi rigidamente perseguido.

Esta celebração prevaleceu no Panteão Romano até o IV Século quando o Cristianismo foi declarado religião oficial do Império. Daí em diante, Navigium Isidis tornou-se uma prática proibida, porém, clandestinamente, perpetuou-se até ser incorporada, pela Igreja Católica Romana, na Idade Média (após adaptações) e renomeada como carnis valles (latim: “prazeres da carne”) que deu origem à palavra carnaval em Português. O carnaval era um período, de sete dias, antes da carnis levare (sem carne) ou Quaresma (40 dias antes da Páscoa sem contar os domingos). Autorizadas pela Igreja, as pessoas poderiam explorar nestes sete dias de carnaval incessantes prazeres da carne, porém a Quaresma, iniciada pela Quarta-Feira de Cinzas (1º dia), deveria ser respeitada com jejum, período este em que a carne vermelha estaria proibida.

O carnaval chegou ao Brasil através dos portugueses e rapidamente foi aceito, tornando-o, séculos depois, conhecido em todo o mundo por tais festividades repletas de criatividade artesanal, carros alegóricos e coloridos, mulheres seminuas e danças sensuais.

A palavra “carne”, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento possui 262 ocorrências (basar ou sarx) e seus principais significados são a carne como alimento, constituição física do homem ou animal, semelhança ou parentesco humano; contudo, sobressai, especialmente no Novo Testamento, o sentido de desejo e práticas pecaminosas, como existência humana em oposição à santidade de Deus e por ele exigida, como destaca o apóstolo Paulo em Romanos 7:5, 8:7-8, 13:14 e Gálatas 5:19-21, e a Confissão de Fé de Westminster.² Os prazeres da carne, neste sentido, nunca foram aceitos pelas Escrituras como prática dos verdadeiros cristãos.

Por que, como Igreja, não incentivamos ou celebramos o carnaval apenas como festividade em si, sem conotação religiosa?

Primeiro, porque é uma festividade de natureza historicamente religiosa, segundo a qual promove idolatria. Sem o aspecto religioso, não é carnaval.

Segundo, porque, como Igreja, honramos única e exclusivamente o Deus Trino, ou seja: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Terceiro, porque os desejos pecaminosos inerentes à raça humana são intensamente provocados na prática que envolve obras contrárias à santificação. Alguém poderia interpretá-la como uma festa ingênua e sem motivação idólatra, mas isto não muda a sua realidade.

À semelhança do carnaval, qualquer festividade que promova a idolatria e a licenciosidade moral ou social, é claramente desautorizada pelas Escrituras. Não somos contra festas ou contra a promoção de alegria, mas sim a qualquer meio festivo que desobedeça ao ensino bíblico de honrar somente a Deus por meio de Jesus Cristo, bem como de desenvolver a santificação da sua Igreja. Leia também 1 Tessalonicenses 4:3-8. 

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Notas:
[1] BAILE, 2006, p. 13-22 e 39; GONZÁLES, 2007, p. 27
[2] Confissão de Fé de Westminster, I-1, XIII-2

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Fonte: PIPG - Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia
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1 comentários:

O QUE É A SABEDORIA?

(LS.1.1.) - Amai a justiça, vós os que julgais a terra: Senti bem do Senhor, e buscai-o com simplicidade de coração; (1PE.4.3) porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, orgias, bebe dices e em detestáveis idolatrias:(EC.1.1.)- Toda a sabedoria vem do Senhor Deus, e com ele esteve sempre, e está antes de todos os séculos: (EC>39.39) – Todas as obras do Senhor são boas, e toda criatura, chegada a sua hora, fará o seu dever: (PV.28.9) – O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável: (EC.15.1) – O que teme a Deus fará boas obras, e o que está firmado na justiça lançará mão da sabedoria; (LS.8.4) – porque é ela que ensina a ciência de Deus, e a que dirige as suas obras: (LC.11.49) – Por isso também disse a sabedoria de Deus:(LS.6.24) – E eu vos relatarei que cousa é a sabedo-ria, e qual foi a sua origem, e não encobrirei os segredos de Deus; mas investigá-los-ei desde o principio do seu nascimento, e porei às claras a sua ciência, e não passarei por alto a verdade;(1co.15.45) pois assim está escrito: (AR.795.59)

(São 795 letras e 59 sinais que, recOmpostos, revelam):



A VERDADEIRA SABEDORIA É ESTA: A LOUCURA DO DEUS VIVO:

Até os idolatras estão lendo que Eu sou a Sabedoria que movi o cora-ção desse Homem sábio que serve as almas, e passa a virtude da sabedoria do Espírito de Deus, a mesma de todos os Santos: Ele vos dirá: Eu crio a justiça de Deus, com a qual julgareis os pecadores do diabo na obra da criação: Ouvi e testemunhai que Eu sou a sabedoria dos Santos, que testei todo povo no testamento bíblico dos gentios e dos sábios, e desci o que sabe e fará a justiça na Santa Lei de Deus, pela mão do Homem que encarna o seu Espírito e o seu Verbo, e exerce o poder da graça de Deus, para dar consciência sábia à Cris-tandade: Esse Profeta sabia ler a si, e escreve lendo a Escritura Sagrada em Cristo; pois é o Guia dos Guias que tem essa consciência Cristã, e ensina às almas a ciência do bem e do mal: E agora sabei, e podeis servir, e hão de seguir o Espírito desse Santo, que força e move a mão dos papas nessa fé, e na sabedoria de outro Cristo que se chama Arnaldo Ribeiro: (Il.795.47)

(Texto transcrito da página 78 da Bibliogênese de Israel)

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