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Quando falamos do Mal não é sobre as catástrofes, doenças, guerras, desastres, crises, a morte física, etc. O Mal que consta na pergunta é o Mal Moral, ou seja, de onde veio os pecados tanto de Satanás como dos homens.
O tema sobre a questão da autoria do Mal foi levantado dentro de nossas congregações devido ao anúncio da suspensão de um dos nossos oficiais do exercício do seu ofício. Este oficial, dentre outras coisas, professou que cria que Deus é o Autor do Mal. A suspensão deixou a igreja triste e suscitou na mente de alguns irmãos indagações sobre a origem do Mal.
Esta palavra que coloco no Boletim não deve ser tomada como um estudo profundo sobre a origem do Mal e defesa da Fé Cristã. Mas, são orientações aos membros da Igreja, a fim de acalmar seus corações e estimulá-los a buscarem consolo e paz naquilo que eles professam à luz da Escritura.
De onde veio o Mal é uma pergunta que tem intrigado a mente de muitos cristãos há séculos. E as igrejas de Cristo na História tem tratado essa questão de modo cuidadoso e humilde.
E a Igreja de Cristo com cuidado e humildade buscou na Escritura responder as perguntas: Deus é soberano e sustenta e comanda tudo segundo Sua vontade? Então, como fica a questão das Quedas do diabo e do homem? Foi Deus o Autor destas quedas? De onde veio o orgulho, mentira e ódio de Satanás? De onde veio a ganância e insubmissão de Adão? Estas criaturas não foram criadas boas?
As igrejas de Cristo souberam responder essas indagações. E um exemplo muito lindo desse cuidado e da humildade bíblicos são as nossas Confissões de Fé. Essas Confissões não são a Palavra de Deus, mas ecoam a fiel doutrina da Escritura, incluindo o que a Palavra de Deus diz sobre a Origem do Mal.
Onde em nossas Confissões podemos aprender sobre a origem do Mal? Nos seguintes lugares (É de suma importância que você veja as bases bíblicas nas notas de suas Confissões):
• Confissão de Fé Belga – Artigos: 1, 2, 7, 12, 13, 14, 15, 16, 17.
• Catecismo de Heidelberg – Dias do Senhor 3 e 4.
• Cânones de Dort – Cap I, Arts. 5-7; 15; Cap II, Art. 6; Caps. III/IV, 1, 2, 9, 16.
Estude estas passagens. Mas, é importante destacarmos a Confissão de Fé Belga no seu Artigo 13 sobre a Providência de Deus:
O Artigo 13, com base na Palavra de Deus, fala da Doutrina da Providência. Nele a Igreja confessa a Bondade e Soberania de Deus que sustenta e domina todas as coisas da sua criação “segundo a Sua santa vontade, Sua determinação”. E note que, ao mesmo tempo, na mesma doutrina, temos o cuidado de não fazer Deus o “autor e nem culpável dos pecados que se cometem pelos demônios e dos ímpios”. Na Confissão a Igreja justifica esta afirmação com base na grandiosidade do poder e da bondade de Deus revelada na Escritura, que mostra que Deus ordena e faz a “Sua obra de modo mais excelente e justíssimo, ainda que os demônios e os ímpios ajam com injustiça”.
Outro detalhe é que a nossa Confissão também manifesta a humildade cristã de se submeter a revelação da Escritura, quando nossas mentes limitadas não conseguem entender como se combina as ações soberanas, bondosas, excelentes, santas e justas de Deus e a responsabilidade dos demônios e pecadores quanto a Queda e seus pecados.
Saiba que muitos cristãos são mortos na Fé, pois são levados pelo diabo e por homens soberbos a usarem a lógica humana como um submarino que conseguirá levar o homem até às profundezas dos mistérios de Deus. A lógica tem o seu lugar como instrumento para aprofundar nosso conhecimento sobre Deus e suas obras. Porém, a lógica como um submarino pode falhar e tem um limite de profundidade para nos manter seguros no estudo dos mistérios de Deus. Esse limite é a Revelação da Escritura.
Se quisermos ultrapassar com a lógica os limites da Escritura, então, seremos esmagados e arrastados para a mais profunda morte. Por isso, o cristão se limita à Revelação da Escritura. Por esse motivo, humildemente, professamos que Deus “não é o autor nem é o culpável dos pecados que se cometem”. E, além disto, adoramos com toda humildade e reverência os justos juízos de Deus, que nos estão ocultos.”
Esta atitude humilde da Igreja aos limites da Revelação já é manifestada na sua crença que a Escritura é a Palavra de Deus e que ela foi preservada durante séculos, na Santíssima Trindade, na Encarnação do Verbo, no nascimento virginal de Cristo. Isto não pode ser diferente quanto a doutrina da Providência de Deus, que nos leva a ver que Deus é Soberano e ao mesmo tempo não é o autor nem o culpável dos pecados dos demônios e ímpios.
Portanto, com estas palavras chamo você a enfrentar esse momento de tristeza e desafio da Fé Cristã que estamos passando. Firme-se nas nossas Confissões que são Bíblicas. E ore para que você como membro da Igreja se contente em ser um discípulo (aluno) de Cristo, que deve aprender apenas o que Ele nos ensina em Sua Palavra, sem transgredir esses limites.
Sendo assim, continue firme e consolado com a Escritura quando se deparar com a profundidade da doutrina da providência e a questão do Mal, por isso continue confessando que: “Deus … não é autor nem é culpável dos pecados que se cometem, pois Seu poder e bondade são tão grandes e incompreensíveis que Ele ordena e faz Sua obra de modo mais excelente e justíssimo, ainda que os demônios e os ímpios ajam com injustiça.” Que o Senhor abençoe e guarde você em Cristo Jesus pelo poder do Seu Espírito e da Palavra.
Meditação:
“Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” Gn 1.31.
“Pois Tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não subsiste o mal” Sl 5.4
“Ó profundidade da riqueza, tanto de sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminnhos!” Rm 11.33
“Só uma exceção se deve fazer, a saber: que a causa do pecado, as raízes do qual sempre reside no próprio pecador; não têm sua origem em Deus, pois resulta sempre verdadeiro que “A tua ruína, ó Israel, vem de ti, e só de mim o teu socorro” Os 13.9
Leia também: João Calvino - Comentário da Carta Aos Romanos, pág. 71 – Editora Paracletos.
Quando falamos do Mal não é sobre as catástrofes, doenças, guerras, desastres, crises, a morte física, etc. O Mal que consta na pergunta é o Mal Moral, ou seja, de onde veio os pecados tanto de Satanás como dos homens.
O tema sobre a questão da autoria do Mal foi levantado dentro de nossas congregações devido ao anúncio da suspensão de um dos nossos oficiais do exercício do seu ofício. Este oficial, dentre outras coisas, professou que cria que Deus é o Autor do Mal. A suspensão deixou a igreja triste e suscitou na mente de alguns irmãos indagações sobre a origem do Mal.
Esta palavra que coloco no Boletim não deve ser tomada como um estudo profundo sobre a origem do Mal e defesa da Fé Cristã. Mas, são orientações aos membros da Igreja, a fim de acalmar seus corações e estimulá-los a buscarem consolo e paz naquilo que eles professam à luz da Escritura.
De onde veio o Mal é uma pergunta que tem intrigado a mente de muitos cristãos há séculos. E as igrejas de Cristo na História tem tratado essa questão de modo cuidadoso e humilde.
E a Igreja de Cristo com cuidado e humildade buscou na Escritura responder as perguntas: Deus é soberano e sustenta e comanda tudo segundo Sua vontade? Então, como fica a questão das Quedas do diabo e do homem? Foi Deus o Autor destas quedas? De onde veio o orgulho, mentira e ódio de Satanás? De onde veio a ganância e insubmissão de Adão? Estas criaturas não foram criadas boas?
As igrejas de Cristo souberam responder essas indagações. E um exemplo muito lindo desse cuidado e da humildade bíblicos são as nossas Confissões de Fé. Essas Confissões não são a Palavra de Deus, mas ecoam a fiel doutrina da Escritura, incluindo o que a Palavra de Deus diz sobre a Origem do Mal.
Onde em nossas Confissões podemos aprender sobre a origem do Mal? Nos seguintes lugares (É de suma importância que você veja as bases bíblicas nas notas de suas Confissões):
• Confissão de Fé Belga – Artigos: 1, 2, 7, 12, 13, 14, 15, 16, 17.
• Catecismo de Heidelberg – Dias do Senhor 3 e 4.
• Cânones de Dort – Cap I, Arts. 5-7; 15; Cap II, Art. 6; Caps. III/IV, 1, 2, 9, 16.
Estude estas passagens. Mas, é importante destacarmos a Confissão de Fé Belga no seu Artigo 13 sobre a Providência de Deus:
“Cremos que o bom Deus, depois de haver criado todas as coisas, não as abandonou nem as entregou ao destino ou acaso, mas segundo a Sua santa vontade Ele as rege e governa de tal modo que no mundo nada acontece sem a Sua determinação. Deus, contudo, não é autor nem é culpável dos pecados que se cometem, pois Seu poder e bondade são tão grandes e incompreensíveis que Ele ordena e faz Sua obra de modo mais excelente e justíssimo, ainda que os demônios e os ímpios ajam com injustiça. E quanto àquilo que ele faz que ultrapassa o entendimento humano, não queremos investigar curiosamente além de nossa capacidade de entender. Mas adoramos com toda humildade e reverência os justos juízos de Deus, que nos estão ocultos. Contentamo-nos em ser discípulos de Cristo, que devem aprender apenas o que Ele nos ensina em Sua Palavra, sem transgredir esses limites. …”.
O Artigo 13, com base na Palavra de Deus, fala da Doutrina da Providência. Nele a Igreja confessa a Bondade e Soberania de Deus que sustenta e domina todas as coisas da sua criação “segundo a Sua santa vontade, Sua determinação”. E note que, ao mesmo tempo, na mesma doutrina, temos o cuidado de não fazer Deus o “autor e nem culpável dos pecados que se cometem pelos demônios e dos ímpios”. Na Confissão a Igreja justifica esta afirmação com base na grandiosidade do poder e da bondade de Deus revelada na Escritura, que mostra que Deus ordena e faz a “Sua obra de modo mais excelente e justíssimo, ainda que os demônios e os ímpios ajam com injustiça”.
Outro detalhe é que a nossa Confissão também manifesta a humildade cristã de se submeter a revelação da Escritura, quando nossas mentes limitadas não conseguem entender como se combina as ações soberanas, bondosas, excelentes, santas e justas de Deus e a responsabilidade dos demônios e pecadores quanto a Queda e seus pecados.
Saiba que muitos cristãos são mortos na Fé, pois são levados pelo diabo e por homens soberbos a usarem a lógica humana como um submarino que conseguirá levar o homem até às profundezas dos mistérios de Deus. A lógica tem o seu lugar como instrumento para aprofundar nosso conhecimento sobre Deus e suas obras. Porém, a lógica como um submarino pode falhar e tem um limite de profundidade para nos manter seguros no estudo dos mistérios de Deus. Esse limite é a Revelação da Escritura.
Se quisermos ultrapassar com a lógica os limites da Escritura, então, seremos esmagados e arrastados para a mais profunda morte. Por isso, o cristão se limita à Revelação da Escritura. Por esse motivo, humildemente, professamos que Deus “não é o autor nem é o culpável dos pecados que se cometem”. E, além disto, adoramos com toda humildade e reverência os justos juízos de Deus, que nos estão ocultos.”
Esta atitude humilde da Igreja aos limites da Revelação já é manifestada na sua crença que a Escritura é a Palavra de Deus e que ela foi preservada durante séculos, na Santíssima Trindade, na Encarnação do Verbo, no nascimento virginal de Cristo. Isto não pode ser diferente quanto a doutrina da Providência de Deus, que nos leva a ver que Deus é Soberano e ao mesmo tempo não é o autor nem o culpável dos pecados dos demônios e ímpios.
Portanto, com estas palavras chamo você a enfrentar esse momento de tristeza e desafio da Fé Cristã que estamos passando. Firme-se nas nossas Confissões que são Bíblicas. E ore para que você como membro da Igreja se contente em ser um discípulo (aluno) de Cristo, que deve aprender apenas o que Ele nos ensina em Sua Palavra, sem transgredir esses limites.
Sendo assim, continue firme e consolado com a Escritura quando se deparar com a profundidade da doutrina da providência e a questão do Mal, por isso continue confessando que: “Deus … não é autor nem é culpável dos pecados que se cometem, pois Seu poder e bondade são tão grandes e incompreensíveis que Ele ordena e faz Sua obra de modo mais excelente e justíssimo, ainda que os demônios e os ímpios ajam com injustiça.” Que o Senhor abençoe e guarde você em Cristo Jesus pelo poder do Seu Espírito e da Palavra.
Meditação:
“Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” Gn 1.31.
“Pois Tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não subsiste o mal” Sl 5.4
“Ó profundidade da riqueza, tanto de sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminnhos!” Rm 11.33
“Só uma exceção se deve fazer, a saber: que a causa do pecado, as raízes do qual sempre reside no próprio pecador; não têm sua origem em Deus, pois resulta sempre verdadeiro que “A tua ruína, ó Israel, vem de ti, e só de mim o teu socorro” Os 13.9
Leia também: João Calvino - Comentário da Carta Aos Romanos, pág. 71 – Editora Paracletos.
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Fonte: Bandeira da Graça
3 comentários
Leiam o que Dizia Leibniz sobre o problema do mal em sua obra famosa A Teodicéia.
Responderhttp://www.revistas.ufg.br/index.php/philosophos/article/viewFile/3213/3197
Gostaria de compartilhar um link que pode ajudar nos estudos deste tema:
Responderhttp://www.blogdeusemfoco.blogspot.com.br/2015/04/o-trilema-de-epicuro-e-origem-do-mal.html
Grande abraço a todos!
Excelente post!
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