Deus não é responsável nem pecaminoso, embora seja a única causa suprema de tudo. Ele não é pecaminoso porque, em primeiro lugar, tudo quanto Deus faz é justo e reto. É justo e reto simplesmente em virtude do fato de ser ele quem faz. Justiça ou retidão não é um padrão externo a Deus, ao qual ele está obrigado a se submeter. Retidão é aquilo que Deus faz. Uma vez que Deus causou Judas a trair Jesus [preordenando tal evento], esse ato causal é reto e não pecaminoso.
Por definição, Deus não pode pecar. Neste ponto deve ser particularmente indicado que Deus causar um homem a pecar não é pecado. Não há lei, superior a Deus, que o proíba de decretar atos pecaminosos. O pecado pressupõe uma lei, pois o pecado é ilegalidade. Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão dessa lei. Mas Deus é "Ex-lex".
É verdade que se um homem, um ser criado, causasse ou tentasse causar outro homem a pecar, essa tentativa seria pecaminosa. A razão é imediata. A relação de um homem com outro homem é totalmente diferente da relação de Deus com qualquer homem. Deus é o criador; o homem é uma criatura. E mais, a relação de um homem com a lei é igualmente diferente da relação de Deus com a lei. O que vale numa situação não vale na outra. Deus tem direitos absolutos e ilimitados. sobre todas as coisas criadas. Da mesma massa ele pode fazer um vaso para honra e outro para desonra. O barro não tem direitos sobre o oleiro. Entre homens, pelo contrário, os direitos são limitados.
A ideia de que Deus está acima da lei pode ser explicada em outro particular. As leis que Deus impõe aos homens não se aplicam à natureza divina. Elas são aplicáveis somente a condições humanas. Por exemplo, Deus não pode roubar, não somente porque tudo quanto ele faz é certo, mas também porque é dono de tudo; não há ninguém de quem roubar. Assim a lei que define o pecado visa condições humanas e não tem relevância para um criador soberano.
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Fonte: Deus e o Mal - O problema resolvido, de Gordon Clark - Ed. Monergismo, págs 81-82.
Via: Matérias de Teologia
2 comentários
Ótimo Artigo de Gordon Clark! Falou a verdade sobre a Soberania Absoluta de Deus, Soberania esta que é odiada por aqueles que não conhecem ao Deus verdadeiro. Muitos perguntam: "Mas como Deus me pune pelo pecado que ele mesmo causou para que eu o cometesse?" Esta é a mesma objeção feita pelo objetor de Paulo em Romanos 9: 19 "Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?" E Paulo inspirado pelo Espírito Santo responde: "Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?" (Romanos 9:20). A Pergunta de Paulo é claramente retórica; Quem é o homem para questionar a Deus? A resposta salta à vista: O homem não é nada! o homem não é ninguém! O homem deve fechar sua boca diante do Todo-Poderoso.
ResponderDeus é Soberano absoluto, Ele faz toda a sua vontade e não há nada e nem ninguém que possa contestá-lo ou impedi-lo. Ele escolheu seus eleitos antes da fundação do mundo, e no tempo determinado Ele os chama ativamente causa-lhes a se arrependerem e a crerem. Deus escolheu os réprobos para a destruição eterna, e na pregação do evangelho Ele endurece-os ativamente para que rejeitem o Evangelho e assim seja aumentada a punição deles no inferno. Deus faz todas estas coisas para glorificar a sua justiça, a sua santidade, e para manifestar o poder da sua ira; porque assim foi do Seu agrado.
Somente a Deus seja a Glória!
Perfeito! O racionalismo, fruto do iluminismo, dá ao homem moderno a falsa autoridade para querer julgar Deus, o SUPREMO, segundo nossas intuições pecaminosas de Justiça e Retidão... Contra Deus, não existem argumentos, como provérbios 21:30 diz: " Não há sabedoria, nem entendimento, nem conselho contra o Senhor."
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