Revivendo Cristianismo ou Cristandade?

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Por Michael Horton


Por quase um século, Cristãos conservadores têm visto o declínio do protestantismo histórico como um sinal do Julgamento Divino sobre os liberais por engatar seus caminhões ao espírito da época. Isso também é um sub-texto do Editor do New York Times, Ross Douthat Religião Má: Como nos tornamos uma nação de hereges. A ameaça da heresia tem sido sempre uma oportunidade para a igreja esclarecer e articular suas convicções. No passado, até mesmo os hereges eram claras em seus ensinos, Douthat explicou em uma entrevista: “Mas, em vez disso, precisamente por causa das heresias tendemos realmente a ser anti-heréticos, vagos sobre doutrina, e muito mais individualistas e “faça você mesmo” e auto conscientemente despreocupados com algumas das heresias do passado que você está fazendo referência, é difícil para as pessoas esclarecer o que realmente está em pauta nos debates religiosos, tanto para o Cristianismo como para a América como um todo”.

Liberais usavam o impacto da cultura para justificar suas perdas. Esta estratégia tem reaparecido nas semanas recentes, até mesmo como as principais denominações estão cortando orçamentos e a Igreja Episcopal está vendendo suas sedes no coração de Manhattan. Diana Butler Bass defende o liberalismo como a melhor esperança para reviver o cristianismo. 

O Rev. Samuel T. Lloyd III, ex-reitor da venerável Catedral em Washington, D.C, tem oferecido um argumento similar:

O que Douthat vê como uma crescente onda do liberalismo aumentando semanalmente nas principais igrejas está no fato de que uma onda de mudança social está lavando a face do cristianismo na América do Norte. De maneira simples, Americanos estão em muitos casos encontrando em suas igrejas pouco do alimento espiritual que já encontraram antes. Muitos tem perdido a confiança na própria instituição, e são muitas vezes encontrado pouco serviço nas igrejas que os mantenha longe no Domingo da corrida matinal, jardinagem, e jogos de futebol. 

Em resposta a tais reações, Sr Douthat tem qualificado sua análise enquanto mantém um enredo básico: isto é, que o Cristianismo liberal — por toda sua política e influência social  tem esvaziado a fé de seu conteúdo. Este é um argumento que fez em meados de 1920, com seu livro controverso, Cristianismo e Liberalismo

Ainda Dean Lloyd faz um bom argumento: 

Uma nação que vai somente para a Igreja no domingo transforma-se muito menos. Uma cultura que enfatiza realização pessoal, consumidores experientes, altas expectativas de consumo, e impaciência com as demandas das organizações, faz pouco para encorajar a paciência requirida para a vida nas congregações locais. E, crucialmente, muitas igrejas tornaram-se tão a vontade no estabelecimento da América que elas perderam o senso de urgência em nutrir uma fé pessoal firme em seus membros.

As igrejas tem muito que aprender neste tempo de transição, e a boa notícia é que a curva de aprendizado agora está afiada e muitos estão no jogo. Isso é verdade, como Bass e Lloyd observam, que igrejas conversadora estão enfrentando declínios também. Secularização é maior que a carteirinha do Protestantismo liberal. A cultura da realização pessoal que ele mencionou engloba os conservadores também, e evangélicos tem se sobressaído no marketing deste instinto cultural. Isto assinala o fato que é fácil secularizar igrejas as identificando com a cultura popular como as ligá-las com as tendências da alta cultura. Liberais foram pioneiros em usar a estratégia de marketing como uma “experiência de fé” aguada com uma aceitação cultural, transformando os radicais do pecado e da graça em novas categorias terapêuticas de bem-estar social e pessoal. Na medida em que os evangélicos seguem esta direção, embora com diferentes agendas culturais, isto também encontrará suas operações de relevância irrelevantes para aqueles que podem encontram entretenimento, política, e conselho para seus projetos de vida particulares em qualquer outro lugar. 

Mas o que exatamente significa estar “no jogo”? Aparentemente, isto continua a moldar a esquerda das guerras culturais. Não é a teologia que importa, mas a vitalidade espiritual. Como o Professor Bass, Mry Lloyd acredita que o núcleo da fé genuína é a moralidade: amar a Deus e seu vizinho. Isto não é apenas a lei que Cristãos sempre viram como essencial, mas o evangelho. E agora preocupa que isto é tudo o que resta depois de negações sucessivas da fé cristã histórica. Bass e Lloyd citam o legado social e político dos liberais, desde os movimentos dos direitos civis da década de 60 até os movimentos de direitos dos gays hoje em dia. “O assunto real não é quais igrejas são liberais ou quais são conservadoras, mas quais são espiritualmente vivas ou não”. Estando “no jogo” para os liberais sempre significou influência cultural significativa. Neste contexto, ironicamente, o liberalismo tem investido mais na “Cristandade” do que no Cristianismo.

Muito antes da controvérsia mordenista-fundamentalista, o Protestantismo Americano buscou ser a alma de uma América Cristã. De muitas  maneiras, o protestantismo liberal e conservador hoje representam dois descendentes gêmeos da religião civil da América — embora de diferentes alas políticas. Liberalismo não faz o evangelho, mas nossa resposta não deve ser autoconfiança presunçosa. Como eu argumentei em meu livro Cristianismo sem Cristo, muitas das mesmas tendências que corromperam o Protestantismo estão bem vivas no evangelicalismo moderno. 

Com o devido respeito a Dean Lloyd, estar “no jogo” de uma perspectiva cristã tem a ver com a pregação fiel da Palavra, administração dos sacramentos, e cuidado temporal e espiritual dos santos. Para começar, tem de haver um evangelho que responda a profunda crise entre Deus e a humanidade que refle em si mesmo a crise entre os seres humanos. Apenas o Deus encarnado pode nos salvar, por sua vida, morte e ressurreição. Jogue isto fora e não há razão para a igreja existir.Entregar esta mensagem—para os crentes ao longo da vida e bem como para aqueles que estão “longe” é a missão da igreja, conforme estende a mão, atrai, e cresce em círculos cada vez maiores. Com este evangelho, até uma pequena igreja  numa floresta selvagem está no meio do campo de ação de Deus. Sem isto, nós não estamos no jogo, mas sim jogando em outro time.

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Tradução: César Augusto Vargas Américo
Divulgação: Bereianos
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