Por Rev. Ronaldo P. Mendes
“… Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há” (Atos 4.24).
Deus é soberano. Ele tem autoridade absoluta sobre as hostes celestiais e sobre a raça humana e sua história. Ele sustenta todas as coisas com seu poder soberano. Ele é quem governa todas as nações: “Reina o SENHOR. Revestiu-se de majestade; de poder se revestiu o SENHOR e se cingiu. Firmou o mundo, que não vacila.” (Sl 93.1). A sua vontade é soberana, ele faz tudo sem prestar contar a qualquer criatura: “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.” (Sl 115.3). A criação veio a existir através do poder absoluto de Deus: “Tudo quanto aprouve ao SENHOR, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos.” (Sl 135.6).
Deus é soberano na salvação do homem perdido. Ele mesmo afirma: “… Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.” (Rm 9.15). A salvação é obra exclusiva de Deus, é por sua graça e não por obras que a alcançamos (cf Ef. 2.8). Deus também mostra soberania em seus juízos. Ele pune os que são rebeldes à sua Palavra manifestando assim sua justiça soberana e santa. E quanto a Volta de Cristo, como vemos essa soberania manifestada? O objetivo desse estudo é mostrar que haverá um juízo final em que Deus julgará todo ser humano de forma soberana e perfeita.
A soberania de Deus nas últimas coisas
O poder soberano de Deus também se manifestará de forma escatológica. Vejamos alguns aspectos dessa manifestação escatológica.
O regresso triunfante de Jesus Cristo
A primeira vinda de Cristo foi em humildade. Deixou a sua glória para conviver conosco. Na segunda vez ele virá em poder e glória manifestando a todos a sua vitória sobre Satanás, a morte e o pecado: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.” (Mt.24.30).
Na ressurreição final
Quando Jesus voltar em companhia dos seus anjos e das almas dos fiéis que já tiverem morrido (Mt. 16.27; 25.31; 1 Ts 3.13), ele ressuscitará em glória os que já morreram em Cristo e transformará os corpos dos que estiverem vivos. Os nossos corpos serão os mesmos de antes, apenas com qualidades diferentes; os salvos terão os seus corpos adaptados a bem-aventurança eterna; os ímpios á condenação eterna. Isso se dará pelo poder de Deus: “Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.”(1Co.6.14).
A manifestação de verdades não reveladas
Deus nos mostrará coisas inimagináveis e grandiosas, que ultrapassam e muito os nossos sonhos, por mais santos que sejam (Dt.29.29; Ef.3.20). A sua eterna soberania será plenamente manifestada (Mt. 20.30-31; 1Co 15.24-28).
O grande dia do juízo final
Deus revelará o seu poder de forma cabal na execução do juízo final (Rm.14.10-12; 2Co 5.10). O Senhor é o juiz de todos, por isso todos comparecerão diante de Cristo e cada um dará contas de si mesmo; a nossa responsabilidade é pessoal e intransferível (Mt. 12.36,37; Rm 14.10-12). Ninguém escapará desse juízo: “Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus?” (Rm.2.3). O juízo será extremamente meticuloso e revelador (Rm 2.16; 1Co 4.5). Os eleitos serão julgados não quanto a condenação – visto que não há condenação para os que estão em Cristo, pois os seus pecados foram perdoados (Rm.8.1,33,34) – Mas serão no que se refere ao galardão (Jo 5.24; Hb 10.30).
Todos os anjos que se rebelaram contra Deus serão condenados juntamente com seu chefe, Satanás. A sua condenação será apenas executada: pois ele já foi julgado e condenado (cf Mt.8.29, Jo 12.31).
A necessidade e o propósito do juízo final
O pecado trouxe consigo a necessidade da manifestação do juízo de Deus. Adão e Eva desobedeceram a Deus, e tiveram a sua sentença de morte decretada. Eles imediatamente morreram espiritualmente, ficando separados de Deus, todavia a morte física veio também como conseqüência do pecado (cf Gn 2.16,17; Rm.5.12), não foi imediatamente executada porque Deus usou de misericórdia (cf Gn 3.15); entretanto, o seu juízo entrou em processo de concretização, tornando a vida uma caminhada para a morte.
Desde então, o pecado sujeitou o homem ao juízo histórico e eterno (Mt. 5.21-22); por isso parte desse juízo já é manifestado nessa vida (Jo 3.16-18), mas não totalmente; por isso, algumas vezes, vemos que o mal parece oprimir e diminuir o bem (cf Ml. 3.14-15).
O Juiz e a retidão de seu juízo
A Bíblia nos diz que na tarefa de julgar a todos os homens e os anjos rebeldes, Cristo será auxiliado pelos anjos (Mt. 13.41-43; Ap. 14.17), e pelos eleitos glorificados (Mt. 12.41,42; 1Co. 6.2,3; Ap. 20.4). O tipo de participação que teremos nesse juízo é difícil de saber. Seja qual for a nossa atividade, o fato bíblico é que o juiz soberano compartilhará conosco, de alguma forma, esta responsabilidade.
O juízo de Cristo será integro devido a sua própria natureza, nada ficará oculto diante de seus olhos “Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado.” (Lc.8.17).
O critério do julgamento
O critério fundamental do julgamento será a vontade revelada de Deus, tendo como elemento principal a aceitação ou rejeição de Cristo como Salvador pessoal. Os homens que tendo ouvido a mensagem do evangelho, rejeitando de maneira deliberada a Cristo, terão a sentença de condenação confirmada, visto que rejeitar a Cristo implica em condenação ainda nesta vida (Jo 8.18,19; 14.6; At.4.12).
Para os que creem o juízo, com efeito, já aconteceu, e eles foram absolvidos e encontrados justos em Cristo. Para os que não creem, seu destino está selado, seu juízo é certo, pois rejeitaram a luz diante deles. O juízo final será na realidade a execução do decreto de juízo que já passou. Deus fará seu juízo por meio de Sua Palavra: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” (Hb 4.12-13).
Conclusão: O juízo revelará de forma plena a Cristo como o Rei eterno. Deus é Senhor da História e do fim dela. E a nossa história caminha de forma irreversível para o dia do juízo final, no qual Deus, em Cristo, trará o juízo soberano sobre a terra. Quando será isso? Não sabemos. Somente o Senhor sabe. Mas é possível percebermos os sinais dos tempos (cf Mt 24; Apocalipse 1 – 22). A volta de Cristo está próxima, assim se prepare para encontrar com o teu Deus (cf Am 4.12)! Deus nos julgará hoje nos disciplinando; para que, corrigidos agora, não estejamos condenados com o mundo (1Co. 11.31,32; Ap. 3.19). Deus seja glorificado por sua soberania e pelo seu juízo que se manifestará no mundo!
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Fonte: Solus Christus
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