Por Vinícius Musselman Pimentel
Todo ano é a mesma coisa: “Um cristão pode celebrar o Natal? Natal é uma festa pagã?” Parece que tova fez que chega dezembro ”está aberta a temporada de caça aos evangélicos que celebram o Natal“. Antes de começarmos, vamos ao básico: eu amo Jesus, você ama Jesus – somos irmãos em Cristo. Espero que lembrá-lo desta gloriosa verdade acalme seus ânimos (e faça você desativar o botão CAPS LOCK).
Além disso, é bom lembrar que quando falo em comorar o Natal estou falando sobre comemorar o Nascimento de Cristo e não comemorar a vinda do legalista Noel (o vídeo de segunda será sobre isso – muito bom). E, sim, concordamos que Cristo provavelmente não nasceu no dia 25 de Dezembro, porque era inverno na região e os pastores não estariam com suas ovelhas ao ar livre.
Argumentos
Enfim, muito se tem falado contra o Natal. Os principais argumentos são (1) origens pagãs, (2) a influência mercadológica nos dias de hoje e (3) uma suposta violação do princípio regulador do culto. Apesar de haverem pontos válidos, no VE não cremos que haja qualquer impedimento bíblico para cristãos comemorarem o nascimento de Cristo.
(1) Origens pagãs
Este argumento afirma que por o Natal ter origens pagãs não devemos celebrá-lo. Sobre isso, John Piper escreve:
Eu compreendo aqueles que querem ser rigorosamente e distintamente Cristãos. Que querem ser libertos do mundo e qualquer raiz pagã que possa repousar sob nossa celebração do Natal, mas não me posiciono da mesma maneira nesta questão porque penso que chega um ponto onde as raízes já estão distantes de tal forma que o significado presente não carrega mais nenhuma conotação pagã. Fico mais preocupado com um novo paganismo que se sobreponha a feriados cristãos.
Eis um exemplo que eu uso: Todo idioma tem raízes em algum lugar. A maioria dos nossos dias da semana [em inglês] —se não todos— saíram de nomes pagãos também. Então deveríamos parar de usar a palavra “Sunday” (domingo) porque ela pode ter estado relacionada à adoração ao sol em um tempo distante? No inglês moderno, “Sunday” (domingo) não carrega aquela conotação, e é a própria natureza do idioma. De certa forma, os feriados são como a linguagem cronológica. Leia na íntegra.
Frank Brito postou recentemente algo sobre o assunto, mostrando que até os objetos de culto a Deus no Antigo Testamento foram inventados por uma pessoa pagã:
Isso é verdade. Mas, muitas práticas e costumes pagãos se desenvolveram em torno de tudo, não só do Natal. [...] O pagão Jubal inventou a harpa e o órgão, mas isso não impediu estes instrumentos de serem usados no culto à Deus (Sl 105.4). Não há nada que possamos imaginar de bom no mundo que não haverá alguém usando desta liberdade para dar ocasião à carne (Gl 5.13). Se há paganismo em torno do Natal, tudo o que um cristão precisa fazer é evitá-lo. Leia a íntegra.
Ou seja, não é porque algo começou com um pagão que não podemos usá-lo. Mesmo assim, cabe lembrar que estamos celebrando o nascimento de Cristo e isso, certamente, não tem nada de pagão.
O que nos leva a objeção: mas o problema é o dia 25 de dezembro. Quanto a data provavelmente bater com o dia da festa pagã Saturnália, sendo isso verdade ou não, vamos deixar de ser hipócritas, pois nossos jovens todo carnaval saem em acampamentos. Ou seja, fizemos exatamente o que os cristãos dos primeiros séculos fizeram: substituímos uma festividade pagã por uma festividade cristã. Outro exemplo seria o culto de virada de ano. E não achamos todos que é algo sadio e sábio tirar os cristãos da festividade do mundo lhes oferecendo uma festividade cristã?
Outra questão é a árvore de Natal e toda a decoração. Não há nada na Bíblia que lhe impeça. “Mas isso não é uma decoração pagã e idólatra? Hoje em dia, não, pois até hoje nunca vi ninguém chegar na casa de alguém, ver a árvore de Natal e perguntar: “você também idolatra essa árvore e adora os deuses nórdicos?” A questão é: por que você quer adicionar esses elementos? O que eles simbolizam para você? Lembre-se: nosso alvo é celebrar a Cristo – se isso atrapalha, remova.
(2) Influência mercadológica nos dias de hoje
Certamente a indústria e o comércio aproveitaram (e moldaram) a ocasião, mas eles não fizeram isso só com o Natal. Fizeram como o dia dos pais, das mães, das crianças e a lista continua. Isso torna a comemoração do dia das mães algo proibido para o cristão? Obviamente que não.
Apesar do consumismo ser errado, o outro extremo também o é. Não há nada intrinsecamente errado em presentar alguém no Natal, desde que isso não substitua o foco do precioso presente que o Pai nos deu. Aliás, pense sobre esta ótica: “eu gostaria de presenteá-lo com este pequena lembrança para recordá-lo do maravilhoso Presente que Deus nos deu”.
(3) Suposta violação do princípio regulador do culto.
Este argumento afirma que como a Bíblia não ordena a celebração do Natal, então não devemos/podemos celebrá-lo. John MacArthur atesta que Romanos 14 garante a liberdade cristã no assunto:
As Escrituras não ordenam especificamente que os crentes celebrem o Natal — não há “Dias Sagrados” prescritos que a igreja deva celebrar. De fato, o Natal não era observado como uma festividade até muito após o período bíblico. Não foi antes de meados do século V que o Natal recebeu algum reconhecimento oficial.
Nós cremos que o celebrar o Natal não é uma questão de certo ou errado, visto que Romanos 14:5-6 nos fornece a liberdade para decidir se observaremos ou não dias especiais:
Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus (Romanos 14: 5-6).
De acordo com esses versos, um cristão pode, legitimamente, separar qualquer dia — incluindo o Natal — como um dia para o Senhor. Cremos que o Natal proporciona aos crentes uma grande oportunidade para exaltar Jesus Cristo. Leia mais sobre isso.
Nós vemos uma ilustração dessa liberdade inclusive no Antigo Testamento com a celebração do Purim, uma festa não ordenada por Deus que celebrava a libertação do podo judeu que se deu no livro de Rute, celebrada inclusive nos tempos de Cristo (leia sobre isso aqui).
Na história da igreja, duas confissões atestam a liberdade cristã de celebrar o Natal:
A SEGUNDA CONFISSÃO HELVÉTICA
As festas de Cristo e dos santos. Ademais, se na liberdade cristã, as igrejas celebram de modo religioso a lembrança do nascimento do Senhor, a circuncisão, a paixão, a ressurreição e sua ascensão ao céu, bem como o envio do Espírito Santo sobre os discípulos, damos-lhes plena aprovação.
SÍNODO DE DORT
“Além do Domingo, as congregações também observarão o Natal, a Páscoa e o Pentecostes”. Leia mais sobre isso.
Eu tenho que comemorar o Natal?
Não. Eu tenho a liberdade para comemorar o Natal? Sim. Aliás, você tem a oportunidade de redimir o conceito moderno secularizado do Natal, usando a oportunidade para testemunhar sobre Cristo. Já escrevemos sobre isso em Redimindo o Natal.
Liberdade Cristã
Por fim, quero retomar o texto de Romanos 14:
Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. (Rm 14:1-7)
Aparentemente, havia um grupo de pessoas que se sentia constrangido a não comer carne e/ou guardar alguns dias por serem mais especiais e outro grupo que entendia que eles tinham a liberdade para comer carne ou não, guardar um dia ou não. De forma similar, hoje, há um grupo que se sente constrangido a não guardar um dia (Natal) e um grupo que afirma ter liberdade de celebrá-lo ou não.
Qual é a resposta de Paulo para o problema:
(1) Não julgue
“Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.”
Se você entende que é errado comemorar o Natal, simplesmente não comemore. Contudo, no momento que você afirma que quem comemora o Natal é um idólatra você está cometendo um julgando proibido pela Bíblia.
(2) Não despreze
“quem come não despreze o que não come”
Se você afirma pomposamente sua liberdade para celebrar o Natal e despreza quem é, segundo você, “bitolado”, você está caindo no pecado do desprezo pelo próximo.
(3) Ambos fazem para o Senhor
“Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.”
Isso talvez seja o mais difícil de entender porque vai direto contra o nosso orgulho de afirmar “a minha forma é a forma correta de agradar a Deus”. Paulo afirma que em assuntos de liberdade cristã (no caso, alimentação e guarda de dias especiais), nosso alvo deve ser glorificar a Cristo. Tanto aqueles que celebram legitimamente o Natal, quanto aqueles que não, agem desta forma porque amam a Cristo e desejam honrá-lo. Você consegue entender isso? Entender que aqueles que celebram o Natal fazem isso porque amam a Cristo e não porque estão se desviando da fé?
(4) Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.
Paulo, ao afirmar que devemos amar o irmão com o qual discordamos, não diz que devemos ter aquele tipo de amor moderno que diz “tanto faz o que você crê”. Não! O que você crê é fundamental, pois o que não procede de fé é pecado (cf. Rm 14.23). Então, “nas coisas essenciais, unidade; nas não-essenciais, liberdade; em todas elas, amor” – o amor que busca a verdade.
Para que você firme sua opinião em amor, segue uma lista de artigos a favor e contra a celebração:
Argumentos a favor a celebração do Natal
Augustus Nicodemus – Não Sou Totalmente contra o Natal
Frank Brito - Celebrando um Natal Reformado
Frank Brito - É Pecado Comemorar o Natal?
Josaías C. Ribeiro Jr. – Discutindo o Natal (Novamente)
John MacArthur – Os Cristãos Devem Celebrar o Natal?
John Piper — Os Cristãos Deveriam Celebrar o Natal?
R.C. Sproul – A celebração do Natal é um ritual pagão?
Renato Vargens - Está aberta a temporada de caça aos evangélicos que celebram o Natal
Solano Portela – Calvino Contra o Natal?
Solano Portela – Porque Celebramos o Natal
Argumentos contra a celebração do Natal
Arthur W. Pink – Natal
Brian Schwertley – O Natal
G. I. Williamson – O Natal é Escriturístico?
Stephen D. Doe – A Observância do Natal (posição mediana)
Matthew J. Slick – Natal – Os Cristãos Podem Celebrá-lo?
Fonte: Voltemos ao Evangelho
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1 comentários:
NATAL
ResponderParei esta noite para pensar, o que realmente estamos festejando nestes tantos 25 de dezembro que já passamos; então descobri que diante da manifestação cultural, estamos completamente errados, pois não estamos festejando O NASCIMENTO DE JESUS; aparentemente é, mas as Árvores, enfeites e Nicolau, enfim; nada destes símbolos tem haver com Jesus o Cristo, pois na verdade aqueles que usam do subterfúgio dos símbolos anteriores, estão adorando a uma cultura cabalística, criada ainda na babilônia de Ninrode, este por sua vez, era filho de Cão e Neto de Noé, Ninrode o verdadeiro fundador do sistema babilônico que até hoje domina o mundo - Sistema de Competição Organizado - de impérios e governos pelo homem, baseado no sistema econômico de competição e de lucro. Ninrode construiu a Torre de Babel, a Babilônia primitiva, a antiga Nínive e muitas outras cidades. Ele organizou o primeiro reino deste mundo. O nome Ninrode, em Hebraico, deriva de "Marad" que significa "ele se rebelou, rebelde". Este homem começou a grande apostasia profana e bem organizada, que tem dominado o mundo até hoje; Ninrode era tão perverso que se diz que se casou com sua mãe, cujo nome era Semíramis; Depois de sua morte prematura, sua mãe-esposa propagou a doutrina malígna da sobrevivência de Ninrode como um ente espiritual. Ela alegava que um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia, de um pedaço de árvore morta, que simbolizava o desabrochar da morte de Ninrode para uma nova vida. Todo ano, no dia de seu aniversário de nascimento ela alegava que Ninrode visitava a árvore "sempre viva" e deixava presentes nela. O dia de aniversário de Ninrode era 25 de dezembro, esta é a verdadeira origem da "Árvore de natal" e deste Natal Comercial e maligno e do tal do Noel!
Mas que neste, 25 de dezembro de 2010; você esteja ligado no criador Jesus Cristo, que NÃO NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO, segundo alguns textos bíblicos este nasceu, quando o nosso país faz a maior festa profana de todos os tempos; o tal do carnaval, pois ele teria nascido entre final de fevereiro e começo de março do nosso calendário, portanto amado(a), quando reunirem-se em suas igrejas, que espero que estas igrejas não estejam enfeitadas com árvores e outros enfeites, você realmente festeje o nascimento simbólico Daquele que nasceu com o MAIOR PROPÓSITO JÁ DESCRITO A SALVAÇÃO DA SUA ALMA, O SEU RESGATE DO PECADO!
JESUS TE AMA, E NÓS TAMBÉM, QUE TODA A SUA FAMÍLIA ESTEJA NA PAZ DO SENHOR!
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