Torna-se cada vez mais acirrada a corrida das Igrejas em busca de números que provem sua eficiência como “máquina eclesiástica” e provem também a capacidade do seu líder como facilitador e mobilizador competente. Promover e dinamizar, tudo para alcançar quantidade. Encher a Igreja é a ordem do cristianismo gospel possuidor de uma eficiência que precisa de números para ser provada. Na mundo corporativista impera a desesperada fome dos números: Mais clientes, mais mercado, mais números… A eficiência de uma empresa justifica-se por sua capacidade de conquistar novos mercados… números, números e mais números.
A Igreja bebeu dessa fonte rota. Estamos
empenhados na edificação de um cristianismo matemático. As missões
querem números, as Igrejas querem números. O pastor tanto quanto o
missionário têm que apresentar números, números que impressionem seus
mantenedores. As almas, as personalidades que Deus criou, transformam-se
em números na prestação de contas dos evangelistas modernos. É sob essa
“mó de azenha” que pastores, evangelistas e missionários produzem seus
números fantasiosos, forçados pela concorrência que a mídia gospel
forjou ao longo desses anos de desvios e apostasias.
Numa empresa números podem significar
eficiência. Uma empresa que sobrepuja as outras na qualidade de seus
produtos, conquistará, por uma via de conseqüência lógica, uma subida em
seu faturamento e isso significa mais lucro. Mas na Igreja a “Teologia
dos Números” tem seguido uma trajetória inversa: Baixa-se os padrões de
qualidade, compatibiliza-se com o mundo, mundaniza-se para facilitar o
ingresso dos pecadores (clientes), que depois de tantas facilidades,
terminam concordando com a versão “hollyoodiana” do evangelho e
“aceitam” Cristo, transformado em produto de mercado pelos Pitágoras
eclesiásticos.
Há muitos pregadores que seriam um
sucesso substituindo Noé, logo encheriam a Arca financiando
arrependimento em 10 suaves prestações. Esse evangelho enlatado serve
bem às pretensões dos escribas religiosos manietados por ambições
terrenas, mas é podre, falso e não está sob os auspícios do Espírito
Santo. À luz dessa teologia Jesus foi um fracasso, pois os números não
justificam seu ministério de três anos sendo Ele quem era.
A porta estreita é alargada para que
todos entrem de qualquer jeito, até os que não têm vestes nupciais. Foi
essa pregação sintética que produziu esse cristianismo que aí está.
Cristianismo do ouro, da prata e da TV, mas cristianismo sem poder.
Chegou o tempo em que Cristo dificilmente será encontrado através do
“cristianismo”.
Mas aqueles que têm olhos para chorar hão de permanecer como pregoeiros da verdade, ainda que solitários.
Crescimento numérico é bom, mas não com o sacrifício da verdade.
Cleyton Gadelha
Fortaleza-CE-Bra
Via: Blog Fiel
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