Abuso Espiritual - Cuidado!

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Data de Fundação: O abuso espiritual é tão antigo quanto as falsas religiões.

Organização Estrutural: O abuso espiritual pode ocorrer em qualquer organização estrutural, mas as estruturas mais autoritárias são ainda mais suscetíveis ao abuso espiritual sistemático.

Definição: Abuso espiritual é o uso impróprio de qualquer posição de poder, liderança, ou influência para satisfazer os desejos egoístas de um líder. Às vezes o abuso se origina em posições doutrinárias. Às vezes ele ocorre porque os interesses pessoais de um líder, ainda que legítimos, sejam satisfeitos de maneira ilegítima. Sistemas religiosos espiritualmente abusivos são comumente descritos como legalistas, controladores mentais, religiosamente viciadores, e autoritários.

Características Comuns:

1. Autoritarismo: A característica mais evidente de um sistema religioso abusivo, ou de um líder abusivo, é a ênfase excessiva em sua autoridade. Normalmente o grupo se diz ter sido estabelecido diretamente por Deus, e, portanto, seus líderes se consideram como tendo o direito de comandar seus seguidores.

Tal autoridade, supostamente, é derivada da posição que ocupam. Em Mateus 23:1–2 Jesus disse que “na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus”, uma posição de autoridade espiritual. Ainda que outros termos sejam usados, essa posição, nos grupos abusivos, é de poder, e não de autoridade moral. Àqueles que se submetem incondicionalmente, são prometidas bênçãos espirituais. A eles é dito que devem se submeter completamente, sem o direito de questionar os líderes; se os líderes estiverem errados, isso é problema deles com Deus, e Deus ainda assim abençoará àqueles que se submetem incondicionalmente.

2. Aparência Externa: O sistema religioso abusivo procura sempre manter uma aparência de santidade. A história do grupo ou organização quase sempre é distorcida para se dar a impressão de que ela tem um relacionamento especial com Deus. Os julgamentos incorretos e as índoles duvidosas de seus líderes são negados ou encobertos para que sua autoridade não seja questionada, e para manter as aparências. Padrões legalistas de pensamento e comportamento, impossíveis de serem mantidos, são impostos aos membros. Seu fracasso em manter tais padrões é usado como constante lembrete de que eles são inferiores aos líderes, e portanto devem se submeter a eles. Religião abusiva é, essencialmente, legalismo.

A religião abusiva também é paranóica. Apenas uma imagem positiva do grupo é apresentada àqueles que não fazem parte dele, porque a verdade sobre o sistema religioso abusivo seria obviamente rejeitada se fosse conhecida. Isso é justificado com base na alegação de que pessoas “mundanas” não entenderiam a religião, e portanto, eles não têm o direito de saber. Isso leva com que membros escondam das pessoas que não são membros algumas doutrinas, regras, e procedimentos internos do grupo. Principalmente os líderes, normalmente, mantêm segredos que não divulgam a suas congregações. Esse sigilo está baseado na desconfiança geral dos outros, porque o sistema é falso e não pode resistir a escrutínios.

3. Proibição de Críticas: O sistema religioso, por não ser baseado na verdade, não pode permitir questionamentos, dissensões, ou discussões aberta sobre questões. A pessoa que questiona se torna o próprio problema, ao invés da questão que ela levantou. As resoluções sobre qualquer questão vêm diretamente do topo da hierarquia. Qualquer tipo de questionamento é considerado como desafio à autoridade. O pensamento autônomo é desencorajado, sob a alegação de que ele leva à dúvida, que por sua vez é vista como sendo falta de fé em Deus e em seus líderes ungidos. Desse modo, os seguidores procuram controlar seus próprios pensamentos, por medo de que possam estar questionando Deus.

4. Perfeccionismo: Todas as bênçãos, nos sistemas abusivos, vêm através da desempenho próprio. O fracasso é seriamente condenado, e portanto a única alternativa é a perfeição. O membro, enquanto crer que esteja tendo sucesso em manter os requeridos padrões, normalmente exibe orgulho, elitismo, e arrogância. Entretanto, quando os tropeços e fracassos inevitavelmente ocorrem, o membro muitas vezes naufraga na fé. Aqueles que fracassam nos seus esforços são vistos como apóstatas, fracos, e são normalmente descartados pelo sistema.

5. Desequilíbrio: Os grupos abusivos têm de se distinguir de todos os outros grupos religiosos para que possam alegar serem únicos e especiais para Deus. Isso normalmente é feito através de uma ênfase exagerada em posições doutrinárias menos centrais (como por exemplo, profecias sobre os últimos dias), ou através de legalismo extremo, ou uso de métodos peculiares de interpretação bíblica. Dessa forma, suas conclusões e crenças peculiares são exibidas como prova de que são únicos e especiais para Deus.

Algumas Respostas Bíblicas

Existem vários exemplos de abuso espiritual na Bíblia. No livro de Ezequiel, por exemplo, Deus descreve e condena os “pastores de Israel” que apascentam a si mesmos e não as ovelhas, que não cuidam das doentes, desgarradas e perdidas, mas dominam sobre elas com rigor e dureza (Ez. 34:1–10). Jesus reagiu com indignação contra os cambistas no Templo, que exploravam os fiéis (Mt. 21:12–13; Mc. 11:15–18; Lc. 19:45–47; Jo. 2:13–16), e também contra aqueles que se importavam mais com suas próprias interpretações da Lei do que com o sofrimento humano (Mc. 3:1–5). Em Mateus 23, Jesus nos dá uma importante descrição dos líderes espirituais abusivos. Em Gálatas, Paulo argumenta contra aqueles que queriam impor um cristianismo legalista, subvertendo a mensagem do evangelho. Existem muitos outros exemplos na Bíblia.

Jesus Cristo era Deus encarnado, a segunda Pessoa da Trindade, o Criador do universo. Ele, obviamente, tem a mais alta e soberana autoridade espiritual. Ainda assim, Jesus não usou essa autoridade para subjugar seus discípulos; ele não abusou de sua autoridade para colocá-los sob o jugo de regras e regulamentos legalistas. Ao contrário, ele disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt. 11:28–30).

Nem tampouco Jesus procurava manter as aparências externas. Ele comia com publicanos e pecadores (Mt. 9:10–13). Aos fariseus legalistas, Jesus aplicou as palavras de Isaías: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt. 15:9). Ele condenou sua atitude: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mt. 23:27–28).

Jesus não era paranóico como os líderes abusivos. Seu ministério era transparente ao publico (Jo.18:19–21). Ele não tinha nada a esconder. Jesus não só criticou os líderes religiosos por suas doutrinas errôneas (Mt. 15:1–9; 23:1–39; etc.), mas também, quando criticado, ele não os silenciou, mas deu-lhes respostas bíblicas e racionais às suas objeções (e.g., Lc. 5:29–35; 7:36–47; Mt. 19:3–9).

Jesus, ainda que ensinasse a Lei perfeita de Deus, colocava as necessidades legítimas das pessoas acima de regras ou regulamentos legalistas (Mt.12:1–13; Mc. 2:23–3:5). Ainda que nenhum ser humano seja absolutamente perfeito nessa vida (1 Jo. 1:8), podemos saber que já temos vida eterna (1 Jo. 5:10–13; Jo. 5:24; 6:37–40; Rm. 8:1–2).

Os fariseus eram um exemplo de líderes espirituais abusivos: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mt. 23:23).

Efeitos do Abuso Espiritual

O abuso espiritual tem um efeito devastador na vida das pessoas. Elas normalmente depositam um alto grau de confiança em seus líderes, os quais deveriam honrar e guardar tal confiança. Quando essa confiança é traída, a ferida que se abre é muito grande, até mesmo a ponto da pessoa nunca mais poder confiar em líderes espirituais novamente, mesmo que eles sejam legítimos.

Uma situação análoga pode ser vista nas vítimas de incesto, que apresentam sintomas emocionais e psicológicos muito parecidos com os vistos naqueles que são abusados espiritualmente. O principal sintoma é a incapacidade que desenvolvem em se relacionarem normalmente com pessoas que representem ou tenha alguma associação mental com a fonte de sua dor emocional.

Além de desenvolverem medo e desilusão com relação a líderes religiosos, as vítimas de abuso espiritual muitas vezes têm dificuldade em confiar em Deus. Eles se perguntam, “como é que Deus pode ter permitido que isso acontecesse comigo? Tudo o que eu queria era amá-lo e servi-lo!” Muitas vezes, essas pessoas desenvolvem grande rancor. A raiva, por si própria, não é necessariamente pecado, pois até mesmo Deus se ira contra a injustiça (veja acima). Entretanto, se esse rancor não for progressivamente eliminado, ele pode estabelecer raízes de amargura e incredulidade com relação a tudo que seja espiritual.

Recuperando-se do Abuso Espiritual

Para que haja uma recuperação dos males causados pelo abuso espiritual, é preciso que a vítima entenda o que aconteceu, por que aconteceu, e como aconteceu. Ela também precisa entender que ela não é a única pessoa vitimada por esse tipo de abuso. Ela deve procurar grupos de apoio, e ser contínua e pacientemente ensinada sobre a graça de Deus. Os grupos de apoio são necessários não só para que a vítima seja ministrada pelo grupo, mas também para que ela possa usar sua experiência para ministrar a outras vítimas, o que é essencial para a sua recuperação.

A vítima também deve procurar eventualmente perdoar os que a abusaram. Normalmente alguns anos são necessários para que uma vítima de abuso espiritual possa ser totalmente restaurada.

Traduzido e adaptado com a permissao de Watchman Fellowship, Inc.
Tradução e adaptação: Marcelo Parga de Souza
Fonte: http://www.agirbrasil.org

Para saber mais sobre abusos espirituais de falsos líderes manipuladores, clique aqui e veja a matéria completa sobre o tema. Altamente recomendado!
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5 comentários

Tem um livro de Ken Blue, que se chama exatamente "Abuso espiritual", editado pela ABU, que trata, obviamente, deste tema. É uma literatura mais do que recomendada.

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Esse estudo está incompleto. Na minha opinião deveria ter um ponto falando da verdadeira autoridade espiritual, pois dizer que não tem é outra heresia (Hb 13.17). Portanto, esse estudo se torna até perigoso, pois nao fala toda a verdade.

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Olá irmão Francisco Mário. Muito obrigado pela sua participação em nosso Blog. É sempre importante a opinião de Pastores em nosso trabalho apologético.

Sobre sua opinião em estar abordando Hb 13:17, realmente este estudo extraído do site do Pr Paulo Romero é bem resumido, porém não taxaria o mesmo de "heresia" pelo fato de não citar a explicação exegética desta passagem em si.

- Primeiro porque no final do artigo acima eu ainda coloquei um link de um artigo que, algum tempo atrás quando eu estava pastorando uma congregação, postei no Blog Bereianos, ele é mais complexo exegeticamente e aborta a "autoridade Bíblica", exatamente com este texto de Hebreus, entre outros textos. Com certeza será esclarecedor para o sr.

- Segundo porque Hb 13:17 fala de "submissão" que no Grego deriva do vocábulo "submeter"(Grego:hupotaso = sujeição voluntária) e não de "autoridade" (Grego:exousia = deriva da palavra exestin, que significa uma ação possível e legítima que pode ser levada a cabo sem obstáculo/poder de mandar/domínio/poder público).


Por gentileza, clique no link e confira o artigo, creio que o sr ficará esclarecido com a nossa posição.

No mais estou a disposição para demais informações.

Graça e Paz!

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Meu irmão, gostaria de pedir desculpas da forma áspera que escrevi. Não deveria ter escrito a palavra "heresia". Esse blog não merece isso. O problema é que vi vários membros de igrejas usando o seu texto contra os pastores (veja como algo escrito no seu blog é sério).

Quanto aos verbos gregos dos versos (porque eu só citei um), todos eles falam de autoridade espiritual. É impossível negar isso exegeticamente. Negar que exista autoridade na igreja é uma falta grave. Não falar sobre isso é abrir espaço à rebelião, na minha opinião (vai para outro exptremo).

Quero lhe pedir perdão por ter escrito assim, um abraço de quem o admira.

No meu blog escrevi sobre autoridade espiritual, se ajudar, fico feliz.

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DÉBORA mod

FIQUEI ESTARRECIDA AO ABRIR SEU BLOGG HJ, 2 ANOS DEPOIS E ME DEPARAR COM UM PEDIDO DE PERDÃO DESTE Q SE DIZ PASTOR FRANCISCO MÁRIO. ELE NUNCA PEDIU PERDÃO A IGREJA, É FÁCIL PEDIR PERDAO AQUÍ NA NET, NINGUÉM O CONHECE. 80% DOS MEMBROS DA IGREJA SAIU, PQ ELE MENTE, É FALSO E SE ESCONDE ATRAS DE SEU TÍTULO DE MESTRE, GDE COISA NÃO TEM AMOR AS VIDAS.
EU SEI Q VC NÃO IRÁ PUBLICAR ESTE DESABAFO, MAS EU PRECISO DE AJUDA POIS EU ME ENQUADRO NESTE TRECHO QUE DIZ QUE AS PESSOAS ABUSADAS ESPIRITUALMENTE NÃO CONFIAM EM PASTORES. OLHA SÓ O Q ELE ESCREVEU P TODOS OS MEMBROS DA IGREJA EM JULHO DE 2008, QDO EU ENVIEI ESTE TEXTO SOBRE ABUSO ESPIRITUAL A ALGUNS IRMÃOS DA IGREJA:

Amados, rejeite esse texto, pois ninguém sabe a procedência. Na internet existem textos que procedem de todo tipo de seitas e heresias. Esse texto passa por cima de princípios de autoridade claramente registrados nas Escrituras. Davi, Samuel, Paulo, Pedro estariam errados? Esse texto deve ser rejeitado, mesmo porque a pessoa que o mandou nao tem autoridade pelo parco conhecimento das Escrituras e falta de testemunho na igreja de Deus. Todos esses pontos se poderao ver nessas pessoas.

Portanto, rejeitem todos os textos vindo da internet dessas pessoas, pois estao buscando lixos da internet e tem-se de tudo, até para justificar rebelião.

Esse texto fere as Escrituras

Pr. Francisco Mário, Bacharel em Teologia, Mestrando em Teologia e Educação

2008/7/2 Débora CVM Mello :


Abuso Espiritual - Cuidado! .....


HJ EU FREQUENTO UMA IGREJA HISTÓRICA, MAS NÃO SOU MEMBRO, ESTOU CÉTICA COM PROFECIAS E QUALQUER COISA Q DIZ RESPEITO A NEOPENTECOSTAL... OBRIGADA POR ME OUVIR(LER)

DÉBORA

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