Uma igreja onírica em contraposição a uma realidade trágica

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Um dia desses sonhei com uma igreja que era perfeita. Posso afirmar que a igreja do meu sonho (no sentido literal) era a “igreja dos sonhos” (no sentido figurado). Doravante relato aos prezados irmãos como era essa igreja*, bem como as pessoas que ali congregavam.

Os pregadores se preocupavam tão somente em explanar a Palavra de Deus, e não em ficar mandando você olhar-para-o-seu-irmão-e-dizer-ou-fazer-isso-ou-aquilo.

Não se falava de forma banal e mecânica “eu profetizo a vitória sobre a sua vida”, porque todos sabiam que a profecia genuína deve vir sob o impulso do Espírito Santo, e não por ordem de terceiros.

Aqueles que permanecem em silêncio durante o culto, em atitude de total reverência e adoração, glorificando a Deus em seus corações não eram taxados de “frios”.

Ninguém determinava (com o sentido de dar ordem) ou decretava nada, pois todos sabiam que quem determina e decreta, enfim, quem tem a palavra final em tudo é Deus.

Os templos não eram ornamentados com a estrela de Davi, com candelabros, com peixes, com a bandeira de Israel, tampouco com quaisquer outros símbolos judaicos ou cristãos.

Não havia barraca do lado de fora do templo para a vendagem de CD, DVD, livros, ternos, gravatas, botons, adesivos, nem qualquer outro tipo de petrecho gospel.

Eram entoados apenas louvores de exaltação, agradecimento e engrandecimento a Deus, onde Ele é o centro, e não meras canções de auto-ajuda onde o centro é “o eu”, “a minha benção”, “a minha vitória”.

O púlpito era utilizado única e exclusivamente para a exposição da Palavra, para entoação de louvores ao Todo-Poderoso e para a apresentação de testemunhos edificantes, e não como palanque político, local de apresentação de palestras motivacionais, e apresentação de cantores/ídolos gospel.

Todos os irmãos que ali se reuniam sabiam perdoar e amar ao próximo, sem qualquer hipocrisia, e sem dizer para o irmão ao lado “eu te amo” só porque o pregador mandou.

Quando alguém comprava algo, pagava. Ou, no mínimo, procurava o credor para explicar sua situação e pedir que a dívida fosse parcelada ou protelada.

O obreiro não lia Malaquias 3.10 na hora de recolher os dízimos e ofertas, e nem fazia qualquer menção, de maneira terrorista, a “devorador, cortador ou migrador”.

Enfim, todos criam piamente que Jesus Cristo é o nosso único e suficiente Salvador e, por conseguinte, todos andavam conforme os preceitos contidos no Evangelho. Todos afirmavam em uníssono: “Senhor, a Tua graça nos basta”.

Mas eis que, de repente, acordei e me vi imerso na realidade da igreja brasileira. Ligo a televisão e vejo um pregador mandando o povo determinar a vitória; após, o mesmo iniciou uma oração dizendo: “diabo, eu exijo...”. Mudo de canal e dou de cara com propagandas da “Fogueira Santa”. Mudo de novo, e um pastor vendia passagens para uma “Caravana à Terra Santa”. Em seguida um outro pedia para o povo "semear uma semente de R$ 1000,00" em seu ministério. Desliguei a televisão e liguei o rádio. A primeira coisa que ouço é a cantora dizer: “... tem sabor de mel, tem sabor de mel, a minha vitória hoje tem sabor de mel”. Desligo o rádio e ouço minha vizinha cantarolando “... quem tem promessa de Deus não morre”...

Triste realidade...

No entanto, enquanto não vem “o que é perfeito” (I Co 13.10), prossigamos caminhando com Jesus. Afinal, tudo será perfeito somente quando vier o que é perfeito (i.e., por ocasião do arrebatamento).

Independente do estado atual da igreja (visível, é claro), não podemos parar. Como nos manda a Palavra, “suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também” (Colossenses 3.13). Suportando e perdoando. Essas são as palavras...

Que Deus abençoe a todos em Nome de Jesus.

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

* A igreja aqui narrada de fato é a “igreja dos sonhos” de todo cristão que preza pela Palavra. Nesse sentido, eu também “sonho” com essa igreja. No entanto, a presente postagem não se trata de um relato “onírico”, mas ficcional.

Fonte: [ Blog do autor ]
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1 comentários:

Grato pelo apoio, prezado Ruy.
Deus abençoe sua vida.

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