Expiação: universal ou limitada?

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Cristo não veio ao mundo e morreu na cruz para possibilitar a salvação dos homens e sim salvar os homens de seus pecados, sendo estes pecados o motivo de nossa destituição do Reino de Deus (Rm 3.10-12,23).


Não é difícil notar, no entanto, que as doutrinas humanistas não enxergam isso por pura dureza, porque nenhum ser humano consegue admitir que a sua "salvação depende exclusivamente da volição divina [de Deus] e não com suas próprias forças humanas". Se a salvação possui nossa participação, voltamos então para as heresias pelagianas e semi-pelagianas do Catolicismo Romano, isto é, da graça merecida, sendo que o dom de crer se torna uma "boa obra".

Cristo veio para salvar somente o seu povo, não encontro no texto de Mateus 1.21 a ideia de "possibilidade de salvação", o texto está "afirmando" um desígnio. E em Efésios 5.25,26, afirma que o próprio Cristo se entregou por sua noiva e verteu o seu sangue na cruz para salvá-la e redimi-la de seus pecados, para apresentá-la pura e imaculada. Portanto, o povo que Cristo veio salvar, este também que é conhecido como A noiva do Cordeiro, o Corpo de Cristo e Igreja, estes que compõem o "corpo", nada mais são do que aquelas pessoas que foram agraciadas com o dom da Fé para que possam crer, e isso não vem de nós mesmos, mas vem de Deus (Ef 2.8-10, cf At 13.48).

"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." (João 1:12,13)

Torno novamente a dizer que "Cristo não morreu para possibilitar a salvação para o mundo," e sim, para salvar pecadores ímpios dignos de condenação, para que tenhamos agora paz com Deus e que passemos a estar firmes na graça. Não é difícil entender isso, está na Bíblia, basta ter acesso a ela (Romanos 5.1,2,7-11).

Cristo não veio para aplacar os pecados do mundo, mas para aplacar os pecados dos eleitos (pessoas de várias etnias, raças, tribos e nações) para que, em tempo oportuno, viessem a crer; o oposto da fé é a incredulidade, e se o sangue de Cristo serve para aplacar a ira de Deus contra o ímpio, por que ainda se prega o Evangelho, sendo que Cristo morreu por todo o mundo e, muitos não creem? Se Cristo levou sobre si os nossos pecados, e segundo os sinergistas "os pecados do mundo", sendo que também a incredulidade é um pecado, por que ninguém é salvo? 

Não consigo ver consistência nas doutrinas humanistas do "Livre-Arbítrio" sinérgico quando comparo tal declaração de "possibilidade salvífica ao mundo" a um pecado chamado incredulidade. Analisando Isaías 53.4-7, não consigo cogitar uma doutrina que faz caso do "Livre-arbítrio" humano, mas não toleram a liberdade de Deus quando quer escolher pecadores para serem salvos. Mas espere: ao tratar de salvação, o homem possui Livre-arbítrio e Deus “não”? E se o homem e Deus possuem o atributo de Livre-arbítrio (um juízo de escolha 100% livre de qualquer ação, influência e inclinação de outro agente externo) por que há a diferença de Deus, anjos e homens, criaturas, Reino Celestial e inferno? O Livre-arbítrio não deve ser respeitado quando homens não querem ser salvos e, quando os mesmos, mesmo na incredulidade, não querem ir ao inferno? Se há Livre-arbítrio, ele deve ser considerado em seu todo, se não seria prática de barganhas e infidelidades, uma dualidade divina inescrupulosa!

Portanto, fico com esta afirmativa; que Deus em seu amor e misericórdia, de seu bel prazer e soberana vontade, resolveu salvar pecadores e justifica-los em seu filho Cristo Jesus, e pecadores foram preteridos para o Juízo. Esse ato é a realização da misericórdia de Deus em seu infinito amor e, a execução do ato da justiça e a merecida punição do culpado. Não vejo acepção quando o mesmo Deus salva e condena "pecadores iníquos de mesma proporção".

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Autor: Klarystone P. Leal
Divulgação: Bereianos
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