O mundo tem se tornado num mercado globalizado e o evangelicalismo tentando se pós-modernizar rebaixa-se a um produto que atenda ao gosto dum maior número de consumidores. Hoje ser “protestante” é para muitos um rótulo indesejável, historicamente descontextualizado e politicamente irrelevante, é preferível ser chamado apenas de evangélico, porque não expressa nenhuma idéia negativa de ser contra alguma coisa. John MacArthur Jr. observa que “aparentemente o maior medo que o movimento evangélico tem hoje em dia é de ser visto como posicionado em desarmonia com o mundo”[1]. A dinâmica do dia é fazer o evangelho aceitável para poder vende-lo.
Nesta negociata qualquer coisa pode ser vendida, por que tudo é transformado em mercadoria: ideias, emoções, poder, influência, relacionamentos e até as bênçãos divinas são oferecidas por líderes religiosos que pensam monopolizar o Espírito Santo. Surge uma nova espécie de simonia: a venda de sentimentos travestidos de religiosidade e aceitação divina.
Tamanho é o esforço de acomodar o evangelho pós-moderno numa embalagem que o apresente como um produto atrativo, ele vira uma mercadoria onde o seu sucesso de venda dependerá de quem melhor manipula os holofotes da publicidade. O profano tem um colorido sedutor em que tudo é aceito por causa do dinheiro, assim, o mercado não nutre preconceitos, visando somente o lucro. O supérfluo é cambiado em necessário aguçando o consumo. Agitando o orgulho e despertada a cobiça, o consumidor é induzido à carência não do que realmente precisa, mas do que o paradigma consumista lhe impõe como sendo absolutamente necessário!
Em ritmo de concorrência o evangelho pós-moderno assume a disputa da livre-oferta. Nesta ideologia não existe a intenção de elevar os valores das pessoas a outro nível de consciência para que vivenciem a comunhão com Deus e a mutualidade. Este evangelho interesseiro tenta se adequar ao mercado, mas com isto perde o seu sabor e brilho (Mt 5:13-16), e, progressivamente esvazia-se de sua dimensão profética, de denúncia e anúncio! Despe-se de seu caráter ético, de crítica, de uma proposta integral transformadora pelo poder de Deus, manifestando o Seu Reino, em Cristo Jesus.
Nota:
[1] - John MacArthur Jr., Princípios para uma cosmovisão bíblica (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2003), pág. 8
[1] - John MacArthur Jr., Princípios para uma cosmovisão bíblica (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2003), pág. 8
1 comentários:
Adorei a matéria, concordo em número, gênero e grau mas me permitam fazer uma pequena observação, é preciso traduzir este e até mesmo outros textos maravilhosos que vocês têm publicado, para uma linguagem mais popular, uma linguagem mais simples para assim quem sabe alcançar alguns mais.
ResponderMe perdoem a ousadia mas minha intenção é apenas ajudar.
Obrigado
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