A sociedade brasileira, nos últimos anos, tem sido marcada por uma tolerância que chega as vias da apatia. Tolerância com a corrupção na política, com a violência que ultrapassa as cercas das favelas tomando ruas e casas, com os abusos ao indivíduo como no caso dos atrasos nos aeroportos, deixando filas gigantescas e centenas a espera de seus vôos, mas, de todas elas, a mais estapafúrdia é a apatia da Igreja e relação a projeto de Lei contra homofobia (PL nº 5003/01), da deputada Iara Bernardi (PT-SP), que transforma em crime a discriminação de pessoas em razão da orientação sexual. Isso inclui impedir “a manifestação de afetividade” de pessoas do mesmo sexo em “locais públicos ou locais privados abertos ao público”. Quem praticar atos de discriminação poderá ser punido com até cinco anos de prisão. Para tornar-se lei, o projeto ainda precisa ser aprovado pelo Senado e, depois, sancionado pelo presidente da República. São citados vários exemplos. Não se pode demitir uma pessoa do trabalho por ser homossexual. Hotéis não podem se recusar a receber alguém ou cobrar mais pelo mesmo motivo. Os sistemas de seleção educacional e de recrutamento ou promoção profissional também não podem considerar a orientação sexual. O projeto de lei, que tramitava na Câmara dos Deputados desde 2001, vale para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
Ou seja, qualquer creche, escola ou jardim de infância que se recusar a aceitar um travesti ou transexual como profissional de seu estabelecimento poderá ser processado e condenado por crime de discriminação. Também será considerado crime orfanatos, cristãos ou não, recusar casais homossexuais para adoção. Nesse teor, torna-se discriminação, toda decisão que levar em consideração a orientação sexual do indivíduo para deliberar, posse, permanência ou aquisição. Ou seja, nenhum pastor poderá se recusar a casar, ou batizar, alguém levando em consideração sua orientação sexual. Também poderá se caracterizar crime de discriminação, colocando a pessoa em situação de constrangimento, o pregar contra a prática homossexual, não considerar a união legal de casais homossexuais, ou mesmo, aceitar como “família” casais que tenha adotados filhos. Da mesma maneira o coibir “a manifestação de afetividade”, como beijos, carícias e “rala-ralas” dos homossexuais
Na tentativa de se levar o senado a sobriedade, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que é evangélico, faz várias críticas ao projeto, embora ressalte que respeita os homossexuais. “Se o projeto for aprovado no Senado, vamos ter de proibir o uso da Bíblia - disse ele, reiterando que, apesar de ser contra a discriminação contra os homossexuais, defende a "idéia da família composta por um homem, uma mulher e seus filhos".
A declaração do senador, de que "A decisão dos deputados em aprovar a Lei na Câmara acabou confundindo o respeito devido a uma opção individual da pessoa com o uso do poder do Estado, através do seu corpo de leis, para impor a todos os cidadãos um comportamento que é claramente antinatural", gerou críticas e insatisfação de movimentos ditos “Cristãos”, como O HARPAZO - MOVIMENTO CRISTÃO PELA DIVERSIDADE.
O maior de todos os argumentos é sempre o mesmo. “não devemos mais tratar o próximo com tamanha crueza, afinal de contas, o maior entre todos os mandamentos é o amor”. Também evocam o tradicional “Todos somos filhos de Deus”, portanto “os homossexuais são filhos de Deus e merecem ser tratados como tal”.
Acusam o senador de fundamentar na lei do velho testamento (Levítico 18. 22), seu argumento sem levar em consideração o contexto histórico e cultural do povo hebreu há 4.000 anos! Que o termo abominação “é um termo religioso, usualmente utilizado para condenar a idolatria e não propriamente um mau moral”. Que “o sexo entre iguais era visto como algo fora do padrão aceito por aquela cultura, pois estava associado à prática da idolatria e à violência”.
A punhalada final destaca que os religiosos são “responsáveis por propagar aversão à homossexualidade, provocando o banimento de homossexuais” e “responsáveis por inúmeras mortes e suicídios num grau semelhante à responsabilidade pelo extermínio de bruxas e outros "heréticos" durante a Idade Média e a Renascença”.
No avanço deste processo, nos deparamos com uma máquina que tem se encarregado, não apenas de informar, mas também de formar, a mentalidade coletiva, mudando princípios e conceitos que sirvam aos seus ideais de pensamento e consumo. A Mídia. Uma das principais armas usadas para esse fim é Desacreditar o Cristianismo. A Segunda é tornar o Pecado um aspecto Cultural e Relativo.
A mídia constantemente mostra os cristãos de uma maneira depreciativa. Nos filmes e nas comédias de situação, são sempre retratados como indivíduos fronteiriços, quase loucos, ou como pervertidos. Os líderes cristãos e os pastores são o alvo predileto. Para completar o ideal de uma vida dissoluta e da manipulação de opiniões em massa é preciso mudar conceitos éticos que se contraponham a estas metas e a principal dela é o fundamento Cristão.
Fundamentos e princípios são para o Cristianismo, muito mais importantes que doutrinas. A própria denominação “evangélica” expressa isso. São inúmeros segmentos, diversas visões doutrinarias e comportamentais edificadas sobre o mesmo fundamento e crescendo com os mesmos princípios. Ser cristão não é a prática de uma religião, mas a fé em uma pessoa, que como tal deve ser imitada e seguida, e como Deus adorado temido. Esse homem é Jesus, O Cristo. Jesus é o fundamento, a pedra angular, a Verdade absoluta que jamais poderá ser mudada. Este fundamento incomoda e precisa ser vencido por aqueles que por ele se sentem ameaçados.
Aqueles que abordam aspectos culturais para fundamentar a idéia da liberdade sexual, nada mais querem que estabelecer a libertinagem como um padrão social, transformando aqueles que se recusam a se submeter a isso em pessoas puramente racistas. Não é uma questão individual. O Problema não é com o homossexual, mas com o homossexualismo. Não aceitar o homossexualismo como uma opção, mas defini-lo e tratá-lo como uma depravação, conseqüente da perda da identidade sexual, seja por abuso na infância, por falta de referencial familiar, ou puramente por uma perseguição espiritual, não é preconceito, é conhecimento profundo da verdade. Profundo porque o raso conhecimento apenas alija e isola e o profundo classifica e trata.
Não se trata de ter aversão a um determinado grupo de pessoas, mas abominar o pecado. Vale à pena lembra que o que mudou, na nova aliança, não foi o conceito de pecado, mas a Lei. Ou seja, a forma como o pecador deve ser tratado. No Novo Testamento vemos Jesus buscando levar o pecador ao arrependimento. “Arrependei-vos” Jesus se manifestou para destruir o pecado. Para Salvar o homem DO pecado. O pecado aprisiona, mata!
Jesus, diante da mulher que foi flagrada em adultério (Jo 8.4-11), diz aos Fariseus, os quais ele cansou de chamar de geração adultera e perversa: “Aquele dentre vós que esta sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra”. O cerne da questão não é se apedreja ou não. Matar, agredir, impedir de ir e vir, humilhar, desrespeitar qualquer indivíduo, independente de sua condição física, mental, social ou sexual, sempre será um grande erro. O que está em jogo não é o crime cometido contra o indivíduo, mas o “imputar pecado”. Primeiro, o pecado foi claramente divulgado como pecado. “Aquele que ESTÁ sem pecado que atire a primeira pedra...”. Uma geração adúltera, jamais estaria na condição de aplicar a lei aquela mulher. Segundo, o pecado foi nomeado: Adultério! Finalmente Jesus, a mulher arrependida, disse “...vai-te, e não peques mais”.
A questão do homossexualismo em relação a igreja está exatamente neste ponto. Fica claro que incomodo é o fato de se imputar pecado no lugar de tolerância e admiração. Que fique bem claro que aqui se está falando em relação ao pecado e não em relação ao indivíduo. O problema é que não tem como condenar o pecado sem confrontar o pecador. Por isso, aqueles que imputam pecado às praticas homossexuais são acusados de serem “responsáveis por inúmeras mortes e suicídios”. Uma das razões que leva o ser humano ao suicídio é a culpa. Onde não há pecado não há culpa. Também não existe a necessidade de perdão. Sem pecado, sem culpa, sem necessidade de arrependimento, também não há redenção. A relativização do pecado tira a dor da consciência, impossibilitando a reconciliação com Deus através de Jesus, estabelecendo definitivamente a crucificação como loucura – é a cruci-ficção.
Outro ponto fundamental é a morte da família. A violência é uma conseqüência direta da desestrutura familiar. Com a migração da censura inconveniente para a exposição da imoralidade, um processo de violência de desencadeou, porque, espiritualmente, a violência anda de mãos dadas com a sensualidade. Desde 1988, quando a censura foi abolida houve um processo de degradação da família, abriu-se a porta, não da liberdade, mas da libertinagem. Antes era a “geração perversa” que ditava as regras, agora é a “geração adultera”. A imoralidade, que muitas vezes é praticada livremente, principalmente, desmerecendo o casamento, tem influenciado diretamente na destruição do padrão familiar, afetando a identidade do indivíduo. Os filhos são um produto direto do relacionamento familiar. Como filhos, somos resultado do perfil e relacionamento que nossos pais desenvolveram. Falhas em relação a princípios familiares são comprometedoras. O Lar é a primeira e fundamental escola da vida. Do lar vem o Homem de Bem e o Tirano.
Finalmente, querer, não apenas obrigar a sociedade a engolir a prática homossexual pública, como coisa normal, absolutamente aceitável e comum, como o constituir família, casar-se e viver seus momentos “românticos públicos”, mas também obrigar as instituições religiosas a aceitar e ter que abençoar, sem direito a repudiar e condenar o pecado é, realmente, o Fim do Mundo.
Em resposta aqueles que contestam os argumentos bíblicos taxando-os de legalistas e preconceituosos, resta dizer que; filhos de Deus são todos aqueles que receberam a Jesus através do arrependimento e confissão de pecados. “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo1.12). Aqueles que se convertem dos seus maus caminhos. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (At 3.19). Jesus não veio para mudar a lei, mas para cumpri-la “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir” (Mat 5:17). Que o homossexualismo, assim como o adultério, o homicídio, a pedofilia, a prostituição... é PECADO, condenado por Deus em sua palavra, quer no Velho quer no Novo Testamento.
“Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”. (1Co 6:9-10; I Tm 1.9-10). Que não existe amor sem Justiça e o Juízo de Deus vem para estabelecer a Justiça. Em Jesus o pecado foi julgado. Ele veio para salvar o povo dos seus pecados. (Mt 1.21), “porque todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34). Esse é o verdadeiro amor. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.(Jo 3.16). Esse é o amor de Deus para com o justo e o Juízo para com os injustos. “Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda. Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra”. (Ap 22.11-12).
Cabe aqui a reflexão na realidade de esta matéria concebida, porque ainda há liberdade na lei de se abordar a questão, do ponto de vista Cristão, sem ser considerado crime. Até quando isso será assim? Até quando teremos a liberdade de denunciar o pecado sem sofrer as conseqüências impostas por aqueles que querem calar a voz profética da igreja? E a Igreja, vai enfrentar o espírito de Jezabel e arriscar sua cabeça, ou vai se moldar e se conformar com este século, assim como Tiatira, tolerando Jezabel? É bom lembrar que a condenação não é apenas para aqueles que praticam, mas também para aqueles se aprovam os que as praticam. Quem não reprova, aprova.
“Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro. E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm estando cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pais; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, sem misericórdia; os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam.
Fonte: O Renovo
http://www.orenovo.com.br/homofobia.php
1 comentários:
Este é um assunto delicado e complicado, mas uma coisa é verdade: vão acontecer as coisas que Deus permitir que devem acontecer, quer seja para cumprir as Escrituras, quer seja para proteger seu povo. A nós, povo de Deus, cabe guardar-se da corrupção do mundo, porém, não devemos atacar homossexuais com ofensas ou maus tratos, e sim admoestá-los sobre o pecado e a ira vindoura sobre os que tais coisas praticam. Se não derem ouvidos, preferindo antes permanecer no erro, isso comprova que seus nomes não constam no livro da vida, e nada mais há que possa ser feito pelo bem deles. Serão vasos para ira, infelizmente. De qualquer forma, nossa obrigação é orar por essas pessoas, não julgá-las. Não precisamos e nem devemos concordar com o pecado (ou os pecadores), mas também não podemos nos tornar pecadores, "apedrejando" quem quer que seja (mesmo que seja apenas no pensamento). Orar, isso é o que deve ser feito... Orar...
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