Hoje é comum ouvirmos nas igrejas evangélicas as seguintes frases ou declarações: “Temos é que conhecer a Bíblia e não Teologia”, “Teologia é invenção de homens e eu sigo só a Cristo”, “Não preciso de Teologia, preciso da Bíblia” e afins.
Eu pergunto: precisamos de teologia? Por que precisamos? E se nós precisamos, para que ela serve, para que ela é útil? Ela tem alguma relação com a nossa vida prática como crentes?
Bom, antes de tudo, temos que entender o que dizemos por Teologia. Essa palavra vem do grego (théos = Deus + logos = conhecimento), logos significa conhecimento, estudo no grego. Por isso temos biologia, arqueologia, etc. A teologia então, nada mais é que uma forma de se organizar o estudo sobre Deus, sobre os ensinos bíblicos.
Aí alguém fala: “Eu não gosto de Teologia, prefiro ficar com Jesus e só”! Mas, deixe-me perguntar uma coisa a você: você crê que Cristo é o seu Salvador? Que Ele morreu na cruz por você, pagando todos os seus pecados? Se você responder sim a essas perguntas (o que creio que vá responder), lamento, mas você já faz teologia, e estuda teologia. Porque a resposta a essas questões é o que chamamos de teologia!
Aí tudo bem. Mas aí você pode perguntar: “Bom, está certo. Eu sei que isso é teologia então. Mas por que precisamos dela, para que ela serve e como posso saber onde isso é bom e onde não? Que critérios eu uso?”. É para isso que eu me propus a escrever. E vamos começar a ver alguns critérios para sabermos se o que lemos, cremos, praticamos, vivemos é boa teologia ou invenções humanas. Ok? Me acompanhe nessa empreitada então.
Antes de tudo, vamos entender o porquê de estudarmos teologia. Como eu falava acima, o motivo de tudo isso é para podermos compreender o que cremos. Teologia, doutrina, dogma, credo não são palavras vazias, que só remontariam a um academicismo. Antes estão no nosso dia-a-dia. Veja só: “credo” vem do latim e significa creio. Oras, todos nós cremos, não é? Cremos nas Escrituras, em Jesus Cristo como nosso Senhor, portanto credo não é algo abstrato, é a nossa fé, o que cremos. Doutrina vem de um termo em latim, “docere”, que significa ensinar. E o ensino sempre fez parte do ministério de Jesus e dos apóstolos. Se você prestar atenção, verá que boa parte do NT é dedicada a ensino, ou seja, doutrina. As cartas de Paulo são o melhor exemplo disso. E por fim, dogma vem do grego “dokeo” que significa pensar. E é impossível você falar de uma fé sem crer, sem ensino e sem pensar. Portanto todos nós precisamos de teologia, credo, doutrina e dogma.
Então veja que a teologia não é algo distante da nossa vida, ao contrário. Ela tem que ser unha e carne com a vida que levamos. Como falou Lutero, “A teologia não é nada mais do que a gramática da língua do Espírito Santo”. A nossa vida tem que refletir a nossa fé ou algo estará errado. E para isso, temos que conhecer o que cremos. E aí entra a teologia.
Agora que entendemos o porquê de estudarmos a teologia, vejamos alguns parâmetros para que não tomemos gato por lebre.
Primeiro, a teologia não é algo somente para nossa instrução e prazer pessoal. Não é algo para que fiquemos fazendo elocubrações privadas sobre o que seria verdade ou não, em especulações sem sentido. Mas antes, a teologia tem de ser um instrumento para o crescimento e instrução da igreja. Ela tem que ser posta a serviço dos crentes como um todo. Senão, desvia-se do propósito para o qual ela foi pensada, destinada que é a instrução, o ensino.
Segundo, a teologia parte necessariamente da revelação da Palavra. Ela tem que nascer das Escrituras, se sair da base da Palavra de Deus já não será teologia, mas sim uma teodicéia. Se perdermos as Escrituras como a base da teologia, aí se perde todo o Resto, perde-se a vida. Por que aí sim você correrá o risco de não estar abraçando ensinamentos bíblicos, mas ensinos e doutrinas de homens!
A verdadeira espiritualidade não consiste em revelações espetaculares, atos sobrenaturais, não! A verdadeira espiritualidade é obedecer a Deus.
Agora já que sabemos qual o propósito da teologia, por que precisamos dela e para que ela serve, possamos nós parar com esse preconceito bobo que muitos evangélicos têm como mencionei no início desse texto, e aprendermos mais de tudo o que Deus se revelou a nós nas Escrituras e termos consciência da nossa fé.
Que possamos saber dar a razão da nossa fé a todos quantos perguntarem a nós.
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