Reflexões para o ano novo

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Ora, irmãos, com respeito ao ano que se aproxima, eu espero que ele seja um ano de felicidade para vocês, — de forma muito enfática desejo a todos vocês um Feliz Ano Novo, — mas ninguém pode ter certeza de que ele será um ano livre de dificuldades. Pelo contrário, tenha a segura confiança de que não será assim, porque, como é certo que as faíscas sobem para o alto, o homem nasce para as dificuldades. Cada um de nós possui, amados amigos, muitos rostos queridos com os quais nos regozijamos — que eles possam sorrir para nós ainda por muito tempo: mas lembre-se de que cada um deles pode vir a ser ocasião de tristeza durante o próximo ano, porque não existe nenhum filho imortal, nenhum marido imortal, nenhuma esposa imortal, nenhum amigo imortal, e, portanto, alguns deles podem morrer durante o ano. 

Além do mais, os confortos com os quais nos cercamos podem tomar para si asas antes que o ano cumpra seus meses. As alegrias terrenas são todas como que feitas de neve, se desfazem com a mais leve brisa, e se vão antes de terminarmos de agradecer sua chegada. Pode ser que você tenha um ano de seca e escassez de pão; pode ser que anos magros e desagradáveis lhe estejam reservados. Sim, e ainda mais, talvez durante o ano que já está quase amanhecendo você possa recolher seus pés à cama e morrer, para encontrar-se com Deus Pai. 

Pois bem, com relação a este ano que está próximo e suas possibilidades desoladoras, devemos viver cabisbaixos e tristonhos? Devemos pedir a morte ou desejar nunca ter nascido? De modo algum. Devemos, por outro lado, viver de forma despreocupada e risonha em todas as circunstâncias? Não, isso soaria doentio nos filhos de Deus. O que faremos? Iremos pronunciar esta oração: “Pai, glorifica teu nome.” Isto significa dizer: se devo perder minha propriedade, glorifica teu nome na minha pobreza; se devo ser roubado, glorifica teu nome em meu sofrimento; se devo ser morto, glorifica teu nome em minha partida. 

Quando você ora nesta disposição, seu conflito finda, nenhum pavor exterior permanece se tal oração surge de seu íntimo, você tem nela rejeitado todos os presságios fatídicos e pode, de forma lúcida e tranquila, trilhar seu caminho pelo desconhecido amanhã.

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Autor: Charles H. Spurgeon
Fonte: A Golden Prayer, 30 de dezembro de 1877
Tradução: Márcio Santana Sobrinho
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