O Evangelho de Satanás

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O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem ainda é um programa de anarquia. Ele não promove a luta e a guerra, mas objetiva a paz e a unidade. Ele não busca colocar a mãe contra sua filha, nem o pai contra seu filho, mas busca nutrir o espírito de fraternidade, por meio do qual a raça humana deve ser considerada como uma grande "irmandade". Ele não procura deprimir o homem natural, mas aperfeiçoá-lo e erguê-lo. Ele advoga a educação e a cultura e apela para "o melhor que está em nosso interior" - Ele objetiva fazer deste mundo uma habitação tão confortável e apropriada, que a ausência de Cristo não seria sentida, e Deus não seria necessário. Ele se esforça para deixar o homem tão ocupado com este mundo, que não tem tempo ou disposição para pensar no mundo que está por vir. Ele propaga os princípios do auto-sacrifício, da caridade, e da boa-vontade, e nos ensina a viver para o bem dos outros, e a sermos gentis para com todos. Ele tem um forte apelo para a mente carnal, e é popular com as massas, porque deixa de lado o fato gravíssimo de que, por natureza, o homem é uma criatura caída, apartada da vida com Deus, e morta em ofensas e pecados, e que sua única esperança reside em nascer novamente. 

Contradizendo o Evangelho de Cristo, o evangelho de Satanás ensina a salvação pelas obras. Ele inculca a justificação diante de Deus em termos de méritos humanos. Sua frase sacramental é "Seja bom e faça o bem"; mas ele deixa de reconhecer que lá na carne não reside nenhuma boa coisa. Ele anuncia a salvação pelo caráter, o que inverte a ordem da Palavra de Deus - o caráter como fruto da salvação. São muitas as suas várias ramificações e organizações: Temperança, Movimentos de Restauração, Ligas Socialistas Cristãs, Sociedades de Cultura Ética, Congresso da Paz estão todos empenhados (talvez inconscientemente) em proclamar o evangelho de Satanás - a salvação pelas obras. O cartão da seguridade social substitui Cristo: pureza social substitui regeneração individual, e, política e filosofia substituem doutrina e santidade. A melhoria do velho homem é considerada mais prática que a criação de um novo homem em Cristo Jesus; enquanto a paz universal é buscada sem que haja a intervenção e o retorno do Príncipe da Paz.

Os apóstolos de Satanás não são taberneiros e traficantes de escravas brancas, mas são em sua maioria ministros do evangelho ordenados. Milhares dos que ocupam nossos modernos púlpitos não estão mais engajados em apresentar os fundamentos da Fé Cristã, mas têm se desviado da Verdade e têm dado ouvidos às fábulas. Ao invés de magnificar a enormidade do pecado e estabelecer suas eternas consequências, o minimizam ao declarar que o pecado é meramente ignorância ou ausência do bem. Ao invés de alertar seus ouvintes para "escapar da ira futura", fazem de Deus um mentiroso ao declarar que Ele é por demais amoroso e misericordioso para enviar quaisquer de Suas próprias criaturas ao tormento eterno. Ao invés de declarar que "sem derramamento de sangue não há remissão", eles meramente apresentam Cristo como o grande Exemplo e exortam seus ouvintes a "seguir os Seus passos". Deles é preciso que seja dito: "Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus" (Rm 10:3). A mensagem deles pode soar muito plausível e seu objetivo parece muito louvável, mas, ainda sobre eles nós lemos: "Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras" (2 Co 11:13-15).

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Autor: Arthur W. Pink (1886-1952)
Fonte: www.pbministries.org
Tradução: Pr. Walter Campelo
Via: Jornal Reforma Hoje, 2ª edição 2012, página 03.
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Qual o problema em assistir 50 Tons mais Escuros?

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No dia 10 de fevereiro de 2017, foi lançado o segundo filme da trilogia Cinquenta Tons de Cinza que começou a ser cinematografada há dois anos. A sequência chegou aos cinemas com o título de Cinquenta Tons mais Escuros e promete continuar explorando a proposta do uso do domínio e da violência nas relações sexuais. Os livros que deram origem à produção cinematográfica já haviam se tornado um prodígio de publicações e vendas. O fenômeno contabiliza mais de 100 mil cópias vendidas e traduzidas para 52 línguas.[1] Mas agora, com o lançamento dos filmes, o conteúdo dessa trilogia alcançará inúmeras outras pessoas que não tiveram acesso ao material escrito.

Tragicamente, muitas pessoas defendem que o conteúdo de Cinquenta Tons é apenas literatura fictícia, romântica e inofensiva. A internet está repleta de relatos defendendo esse material, sendo que alguns são escritos por mulheres, inclusive adolescentes. Não seria nenhuma surpresa encontrar dentre os autores, algumas pessoas que frequentam a igreja e professam a fé cristã! Mas, sejamos honestos, a única razão pela qual os livros e filmes se tornaram populares são as cenas de sexo e a proposta de um relacionamento sexual mais “picante”! A questão a ser levantada, porém, é se a proposta desse material é, de fato, tão inocente quanto se pensa.

Antes de continuar, preciso deixar claro que não li nenhum livro da série nem assisti a qualquer dos filmes. Isso pode, certamente, levar alguns a pensar que não estou autorizado a escrever sobre o assunto e muito menos oferecer uma análise crítica sobre esse material. Tudo que tenho feito até o momento é ler sobre esse fenômeno e assistir aos trailers expostos em aeroportos, TV e metrô.

Normalmente eu concordaria que não estou autorizado a emitir opinião sobre o assunto com tão pouco conhecimento. No entanto, creio que esse critério não se aplica quando o conteúdo a ser analisado é pornografia ou romance erótico. Portanto, entendo que a proposta dos Cinquenta Tons pode ser respondida à luz das Escrituras.

Não é necessário assistir a cada detalhe dessa trilogia para concluir que, no geral, sua mensagem é que o sexo pode ser praticado sem compromisso, de maneira egoísta, manipulativa e até violenta, desde que haja prazer ao final. Christian Gray, o nome do personagem principal, é alguém que usa e abusa de mulheres para obter o prazer sexual. Por outro lado, Anastácia, é alguém que se deixa dominar e ser abusada com o mesmo propósito. Daria até para ressaltar a estranha escolha feita pela autora dos nomes dos personagens principais, visto que Christian significa “cristão” e Anastácia, “ressurreição”, dois termos muito usados no cristianismo. Mas o objetivo deste ensaio é notar como a proposta dos Cinquenta Tons contraria o ensinamento bíblico e, por isso, não deveria ser apreciada pelos cristãos.

1. Sexo é uma expressão de amor e compromisso que reflete o sublime amor de Deus. De fato, sexo e todos os fatores físicos, emocionais e espirituais que o envolvem, são dons de Deus que ordenou a fecundidade humana (Gn 1.28). O contexto no qual esses dons podem ser desfrutados é o casamento sem mácula, no qual homem e mulher podem se relacionar sem se envergonharem (cf. Gn 2.15). Todavia, a pornografia e a literatura erótica zombam desses dons divinos, reduzindo o sexo ao mero envolvimento casual e praticado para a autogratificação. A mensagem dos Cinquenta Tons traz confusão à mente humana e obscurece o entendimento, pois glorifica o profano e despreza o sagrado.

2. Pensamentos lascivos conduzem a ações lascivas. O propósito de imagens e palavras eróticas é estimular o desejo sexual, mas geralmente de maneira corrompida. Como já foi dito, o desejo sexual não é mal em si, mas o estímulo do mesmo de maneira que contraria o padrão de Deus é pecaminoso e nocivo. O problema é que o cultivo desse desejo acaba resultando em comportamentos condenados pela Palavra de Deus. Seria correto afirmar que a literatura erótica e pornográfica não está interessada em ajudar casais a desenvolver relacionamentos mais sadios e santos. Mas as fantasias sugeridas por esse conteúdo são perigosas, pois conduzem a comparações doentias, enfraquece o comprometimento e debocha da santidade. Além do mais, aquele que muito fantasia, um dia desejará também praticar o que foi fantasiado.

3. O gênero de sexualidade encontrado nos “Cinquenta Tons” é um dos mais perniciosos. Na verdade, a sexualidade promovida por essa literatura é o sadismo ou o sadomasoquismo. De acordo com os seus defensores, a dor, a opressão, o sofrimento e a violência são fontes do prazer profundo. Nada poderia ser mais pernicioso do que isso! A perspectiva bíblica é que sexo é um meio de expressar cuidado e amor ao cônjuge. Nesse processo, tanto marido quanto esposa se entregam um ao outro carinhosamente e com alegria. A dor, a opressão e a violência acabam contrariando a natureza essencial do ato sexual.

4. O fato de se tratar de uma literatura fictícia não significa que o seu consumo seja sem consequências. De fato, não há literatura neutra, desprovida do propósito de influenciar seus leitores e nem filme que apenas entretenha seu público. Tudo o que penetra na mente acaba influenciando a cosmovisão, as emoções, o comportamento e os relacionamentos. Dessa maneira, não há nada que seja “simplesmente inocente”. Os consumidores dos Cinquenta Tons logo serão influenciados a pensar e agir em suas categorias e a considerar se o conteúdo desse material não poderia, de fato, ajudar em seus relacionamentos.

5. A Bíblia exorta a que sejamos criteriosos com o que permitimos moldar nossos pensamentos e desejos. Nesse sentido, o apóstolo Paulo escreveu aos filipenses: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4.8). Qualquer pessoa honesta admitirá que o conteúdo dos Cinquenta Tons não passa nesse teste proposto pelo apóstolo. Portanto, o que deve ser sacrificado não é exortação bíblica, mas qualquer literatura ou conversação que a contrarie.

Finalmente, é preciso esclarecer que o cristão não necessita “estar por dentro” de todos os assuntos de impacto social. O fato de muitas pessoas estarem discutindo os Cinquenta Tons não é uma desculpa e nem uma sanção para que o crente se envolva com esse tipo de conteúdo. Os olhos do crente não precisam contemplar tudo que é divulgado como popularmente aceito, por mais tentador que seja. Em um artigo sobre esse assunto, Marshall Segal, membro da equipe do ministério Desiring God, lembra que “aqueles que optarem por ver menos hoje, poderão contemplar infinitamente mais na eternidade”[2], pois Jesus disse que os limpos de coração verão a Deus (Mt 5.8).

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Notas:
[1]SEGAL, Marshall, “Fifty shades of Nay: Sin is a needle, not a toy”. Disponível em: www.desiringgod.org. Acesso em: 10.02.2017.
[2]Cf. Fifty shades of Gray. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fifty_Shades_of_Grey. Acesso em: 10 de fevereiro de 2017.

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Autor: Rev. Valdeci da Silva Santos
Fonte: IPCB - Igreja Presbiteriana do Campo Belo
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Igreja Confessante

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Muitos questionam a confessionalidade nas igrejas que herdaram a teologia reformada, relegando isso como se fosse uma prática não bíblica, na verdade há um engano sério, doutrinário e histórico. 

Há um significado importante na prática confessional no culto. O povo de Deus está debaixo de uma aliança com Yhaweh. Essa aliança nas Escrituras é demonstrada e reiterada em várias administrações. Em cada administração era lembrado o que Deus havia feito na história do seu povo, na história da salvação.

O povo de Deus era incentivado pelo próprio Deus a lembrar dos atos poderosos de Deus, a contar aos filhos e as próximas gerações o que Deus havia feito em favor do seu povo. O povo confessava esses atos poderosos e prezava pela perpetuação memorial no ato da transmissão oral as novas gerações.

É mostrado nas Escrituras alguns tipos de confissão. Podemos apontar quatro.

  1. A confissão pública de fé no Salvador e Senhor Jesus (Rm 10.8-11), cujo ato público é demonstrado no sacramento do batismo;
  2. A confissão pessoal dos pecados do crente (1 Jo 1. 9);
  3. A confissão coletiva dos pecados do povo de Deus e da nação ( Dn 9.4-19);
  4. A confissão de fé, o credo da Igreja (1 Co 15.3, 4; 11. 23-26).

Ser confessional é ser bíblico. A prática confessional da Igreja está em seu DNA, confessando nossa fé no Salvador como testemunho ao mundo, isso é claramente mostrado no batismo como sinal visível do pacto e isso é estendido a toda família da aliança.

Confessamos nossa fé no ensino do Salvador revelado no Antigo e Novo Testamento. Confessamos a doutrina bíblica como ensinado nas Escrituras. Confessamos visivelmente e não verbalmente apenas nossa fé, através do sacramento da ceia (Mt 26.26-29).

Confessamos nossos pecados como reconhecimento do testemunho de Cristo, nosso Senhor, que nos garante perdão (1 Jo 1.9). A Igreja de Cristo é confessional.

Por tudo que foi dito, não podemos negar a prática histórica dos símbolos de fé e da confessionalidade da Igreja em toda história.

Os Credos e Confissões nos legam essa confissão doutrinária, isso é um tesouro para a igreja reformada. Mas, não devemos esquecer que a confissão doutrinal deve ser acompanhada da confissão dos pecados e do testemunho como nova criação que é a Igreja (2 Co 5.17).

A Igreja deve ser confessante. A Igreja, melhor dizendo, é confessante. Isso deve estar presente em seu ato cúltico, particular, familiar e público.

A Igreja de Cristo é confessional.

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Autor: Rev. Thomas Magnum
Divulgação: Bereianos
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Criacionismo e Psicologia

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A psicologia humanista nos dá uma doutrina do homem em desacordo radical com as Escrituras. Para os clérigos, tornou-se rotina olhar para psicologias humanistas como guias para o aconselhamento pastoral, e livros aplicando essas psicologias para os problemas pastorais têm tido um mercado receptivo e uma ampla influência. O resultado tem sido a constante infiltração nociva do humanismo em círculos cristãos e a erosão paulatina das doutrinas bíblicas do homem e da salvação.

Esclarecendo Dois Pontos Centrais da Reforma

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O sacerdócio universal e o livre exame da Escritura são duas bandeiras levantadas pela Reforma Protestante, todavia, vem sendo mal compreendidas por muitos do segmento evangélico. Busquemos entender melhor estas questões.

Conforme apregoou Lutero, todo crente é um sacerdote (1Pd 2.9), e ele pode interceder por outros na comunidade da fé, gerando dinâmica nas relações de fraternidade no convívio da igreja. Os crentes podem orar uns pelos outros, podem confessar mutuamente os seus pecados e também estão munidos de autoridade vinda de Cristo para evangelizar, apregoando as boas novas aos pagãos e incrédulos.

Já o livre exame da Escritura foi o que possibilitou que o povo tivesse a Bíblia em mãos, podendo discernir, a partir do texto sagrado, se o que era pregado coadunava com o conteúdo do Cânon. Visando que o livre exame fosse uma realidade, Lutero se empenhou em traduzir a Bíblia para o alemão - e a recém-criada imprensa de Gutemberg foi responsável por propagar a Palavra de Deus no vernáculo germânico.

Dito isto, é importante entender que mesmo não havendo no protestantismo o abismo entre clero e laicato, há na Igreja do Senhor ministros ordenados que são chamados por Cristo para o auxílio do pastoreio de seu rebanho. O sacerdócio universal não anula a ordenação pastoral e não faz de ninguém um ministro autoproclamado. Deus conferiu a certos homens a tarefa de ministrar a Palavra e os sacramentos no âmbito da igreja local. Não é qualquer um que pode subir no púlpito e ensinar a congregação. Embora sendo sacerdote e podendo evangelizar os descrentes, o cristão é pastoreado por um ministro ordenado pela imposição de mãos (1Tm 4.14; 5.22 e 2Tm 1.6). Ministro este que foi reconhecido pela própria igreja como apto ao pastoreio. Pois, Deus dá o dom, faz o chamado, mas confere a Igreja o reconhecimento da vocação ministerial. E todo ministro deve prestar contas a Deus, primariamente, mas também a Igreja. Só em contextos específicos, tal como perseguição ferrenha, que qualquer cristão - na ausência de um pastor - pode ser colocado na condição de ministrar a Palavra e os sacramentos. Timothy Georg, no excelente livro “Teologia dos Reformadores” trata a respeito do pensamento de Martinho Lutero, e assim nos informa que


Lutero considerava o ministério da Palavra o mais alto ofício da igreja. O próprio título, “servo da Palavra divina” (minister verbi divini), conota um papel essencialmente funcional. Rigorosamente falando, Lutero ensinou que todo cristão é ministro e tem o direito de pregar. Esse direito pode ser livremente exercido se alguém estiver em meio a não-cristãos, entre os turcos ou encalhado numa ilha pagã. Entretanto, numa comunidade cristã, não se deve “chamar atenção sobre si mesmo”, assumindo tal ofício por conta própria. Antes, deve-se “deixar ser chamado e escolhido para pregar e ensinar no lugar de outros e sob o comando deles”. O chamado é feito pela congregação, e o ministro continua tendo de prestar contas a ela (GEORG, 1994, p.97).

Agora, acerca do livre exame da Escritura, ele acaba sendo uma ferramenta da prestação de contas. O pastor deve ser avaliado, dentre um conjunto de fatores, mas, sobretudo, deve-se perceber nele a fidelidade na exposição da Palavra. Compete ao pastor ser fiel ao conteúdo bíblico ao ensinar em sua comunidade de fé. Os crentes desta comunidade, portando a Bíblia, tendo acesso ao seu conteúdo, estão aptos para discernir se o que o pastor prega é ortodoxo ou heterodoxo. Livre exame não é o mesmo que livre interpretação! O papel do ministro da Palavra é o de esmiuçar o Cânon para que os fiéis sejam edificados e sejam bem nutridos com a Palavra da Verdade. Horton (1997) explica que


Os Reformadores acreditavam que a Tradição era importante e que os Cristãos não a deveriam interpretar por eles mesmos, mas que todos os cristãos sejam clérigos ou leigos, deveriam chegar a um comum entendimento e interpretação das Escrituras juntos. A Bíblia não deveria ser exclusivamente deixada aos "espertos", mas isso nunca significou para os Reformadores que cada cristão deveria presumir que ele ou ela pudessem chegar a interpretações da Bíblia sem a orientação e assistência da Igreja.

A Segunda Confissão Helvética (1562), em seu artigo nº 2, diz não aprovar “quaisquer interpretações”. Com isso, ela continua “nem reconhecemos como a verdadeira ou genuína interpretação das Escrituras a que se chama simplesmente a opinião da Igreja Romana”. O que não quer dizer que toda a doutrina que teve origem em Roma está automaticamente rejeitada. O que a confissão vai dizer é que a Escritura é o crivo para que julguemos a pregação.


Por isso, não desprezamos as interpretações dos santos padres gregos e latinos, nem rejeitamos as suas discussões e os seus tratados sobre assuntos sagrados, sempre que concordem com as Escrituras; mas respeitosamente divergimos deles, quando neles encontramos coisas estranhas às Escrituras ou contrárias a elas. E não julgamos fazer-lhes qualquer injustiça nesta questão, visto que todos eles, unanimemente, não procuram igualar seus escritos com as Escrituras Canônicas, mas nos mandam verificar até onde eles concordam com elas ou delas discordam, aceitando o que está de acordo com elas e rejeitando o que está em desacordo.

De igual modo, a confissão escrita por Bullinger trata também “as definições e cânones dos concílios”. Assim sendo, toda doutrina vinda da Igreja passa pelo escrutínio da Bíblia e através da iluminação do Espírito, todo cristão está apto para examinar a doutrina, como dignos bereianos, discernindo se ela encontra respaldo (ou não) no Texto Sagrado. Isto é o que herdamos da Reforma, portanto, a livre interpretação não é um postulado reformado; quem advoga este princípio está se afastando totalmente da tradição reformada.

Grupos radicais - que surgiram após a Reforma eclodir - defendiam o fim do ministério pastoral ordenado, dentre eles os quakers. Eles compreenderam mal aquilo que Lutero, Calvino e outros reformadores ensinaram. O prejuízo à sã doutrina acabou comprometendo também a eclesiologia, portanto, nestes 500 anos celebrando o advento da Reforma Protestante, que seus herdeiros diretos e indiretos não façam a confusão já feita no passado. O ministro ordenado é uma benção de Deus para a igreja e


O rito da ordenação não confere nenhum caráter indelével à pessoa ordenada. É meramente a forma pública pela qual alguém é comissionado mediante a oração, as Escrituras e a imposição de mãos, a fim de servir à congregação. Argumentando curiosamente a partir da lei natural, Lutero excluía mulheres, crianças e pessoas incompetentes do ministério oficial da igreja, embora numa época de emergência ele pudesse chamá-los a exercer tal ofício, em virtude de sua parcela no sacerdócio de todos os cristãos (GEORG, 1994, p. 98).

Concluindo, não existe distinção no trato de Deus para com um ministro da Palavra. Ele é um crente como qualquer outro, agraciado com a salvação imerecida, e dependente do Espírito Santo para santificá-lo durante toda a jornada da fé. No entanto, sua vocação é um privilégio e uma responsabilidade imensa, pois, os mestres serão julgados com maior rigor (Tg 3.1).

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Referências:

BULLINGUER, Heinrich. Segunda Confissão Helvética, disponível em http://www.monergismo.com/textos/credos/seg-confissao-helvetica.pdf, acesso 16/02/2017.
GEORG, Thimoty. Teologia dos Reformadores. São Paulo: Vida Nova, 1994.
HORTON, Michael. O que é um evangélico. Revista Os Puritanos, Ano V, nº 3, pág 33-35, São Paulo, 1997.

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Autor: Pr. Thiago Oliveira
Divulgação: Bereianos
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Ortodoxia & Ortopraxia

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Introdução:

No último artigo refletimos sobre a necessidade de piedade e um bom preparo para o Ministro da Palavra. O pastor/mestre é alguém santo e douto, santo porque é regenerado e chamado ao ministério sagrado e douto porque serve à Igreja de Deus por meio da Palavra no exercício da docência. Somente isso seria suficiente para que a prática ministerial se desenvolvesse “como Deus quer”, porém a influência do praticismo pietista e do pragmatismo moderno no protestantismo brasileiro exige uma reflexão sobre a ORTOPRAXIA.

Alimentando as ovelhas ou divertindo os bodes?

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Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.

Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) — isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: “E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho”, assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus. E mais: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.

Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? “Vós sois o sal”, não o “docinho”, algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!

Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: “Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira!”. Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de entretenimento. A mensagem das cartas é: “Retirai-vos, separai-vos e purificai-vos!”. Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixado fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam outros instrumentos. Depois que Pedro e João foram encarcerados por pregarem o evangelho, a igreja se reuniu para orar, mas não suplicaram: “Senhor, concede aos teus servos que, por meio do prudente e discriminado uso da recreação legítima, mostremos a essas pessoas quão felizes nós somos”. Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição, foram a muitos lugares pregando o evangelho. Eles “transtornaram o mundo”. Essa é a única diferença! Senhor, limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos.

Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.

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Autor: Charles H. Spurgeon
Fonte: Monergismo
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O Ministério Pastoral e a Tarefa Apologética

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Pastorear não é uma tarefa simples. Estar num contexto em que várias pessoas estão inseridas com suas experiências de vida, variedade de formação educacional, intelectual, acadêmica é algo no mínimo complexo.


O trabalho do pastor, de fato, deve contemplar a exposição da Bíblia, ensino sólido da teologia, aconselhamento, instrução individual, disciplina eclesiástica e visitação aos membros da igreja. No entanto, o pastor além de ter que obrigatoriamente ser versado em teologia deve ler o mundo com as lentes do Sagrado Evangelho. Diante de tantas ideologias, que de forma subversiva seduz cristãos moldando sua cosmovisão a algo completamente oposto ao Evangelho de Cristo.

Por que fazemos o que fazemos? Princípio Regulador do Culto

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Se procurarmos uma definição para o culto reformado e porque o denominamos assim, não se trata apenas de uma questão histórica, ou seja, só porque ela está relacionada com os eventos da reforma protestante desde o século XVI. Antes de tudo, nem todos os que são simpatizantes ou pertencem a movimentos históricos iniciados no século dezesseis não podem ser declarados como reformados apenas porque são membros de igrejas históricas. Ser reformado vai além disso. Significa submeter-se a um sistema de ideias, pensamentos e conceitos estritamente bíblicos, e isto, em qualquer área da vida.

Mas, é notório a todos (pelo menos deveria ser) que os reformadores se preocuparam com o zelo que deveriam ter na adoração a Deus, já que, este é o ponto essencial da vida e da nossa existência. Eis o primeiro preceito reformado! Esta preocupação só tem seu ápice quando os reformadores foram arduamente despertados e capacitados por iluminação do Espírito Santo a se fadigarem nos estudos das Escrituras e ensinarem o povo a compreensão de que tudo deveria ser para a glória de Deus, a luz somente da Sua Palavra especialmente quando isto envolvia o culto solene no dia do Senhor.

Portanto, há uma estrita relação entre estes dois temas e que os coloca como ponto de partida e o estandarte da cosmovisão e teologia reformada: A adoração bíblica e o conhecimento das Escrituras. Sendo assim, é pertinente responder a pergunta que muitos fazem sobre o culto reformado. Por que tamanho “rigor” na forma de adorar a Deus? Por que tantas exigências e zelo no culto solene? Muitos pensam e declaram que isto é uma questão de tradição histórica e por isso a forma de culto na perspectiva reformada (se entenderem reformado como tradicional) está ultrapassada, é anti social, cultural e intelectualmente parada no tempo.

Primeiro, não confundam ser reformado com ser tradicional. Mas, veja bem, não sustentamos o modo de culto reformado por uma questão de tradição histórica. Igrejas ou denominações que fazem assim, estão sujeitas ao desmoronamento como um ovo que facilmente se quebra. Muitas igrejas locais se esfacelaram algumas até mesmo da noite para o dia exatamente porque sua fórmula de culto era, ou, é baseada apenas na tradição. Portanto, a tradição por si só não é a melhor definição para justificar porque somos tão zelosos com o culto solene.

Outros ousam afirmar que nos tornamos legalistas e até mesmo idólatras na liturgia. Eu creio que por causa do analfabetismo espiritual de muitas pessoas que são membros de igreja devo esclarecê-los o que é ser legalista: é praticar ou seguir uma religiosidade sem o evangelho de Cristo. É apenas fundamentar seu fervor religioso em princípios éticos e morais da Bíblia desconsiderando o evangelho.

E, isto também se aplica aqueles que realmente usam a tradição para justificar um culto mais paramentado ritos saturados de simbolismos. Em certa medida, eu não poderia negar que as igrejas episcopais ou anglicanas tiveram um singelo avanço neste aspecto, mas, não se desligaram totalmente desses paramentos religiosos que os colocam em risco quanto a este problema. O episcopalismo protestante e muito menos o romanista pode ser comparado a forma como os reformados cultuam solenemente a Deus.

Sendo assim, qual a base para o culto reformado?

Simplesmente e essencialmente as Escrituras. Veja o que nos diz um de nossos documentos doutrinários legitimamente reformado:

A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras.

Este que é o primeiro artigo do capítulo XXI da Confissão de Fé de Westminster ressalta dois pontos essenciais ao que estamos considerando em relação ao tema. Primeiro: O ser de Deus, os atributos e a majestade de Deus, a Sua revelação natural notória a todos os homens deste planeta em todo o percurso da história da humanidade. Segundo: A própria Escritura Sagrada que é a revelação especial, única da vontade de Deus principalmente quanto a necessidade, o modo, o lugar, quando, e por que devemos adorá-lo. A primeira, o homem é indesculpável diante de Deus de sua idolatria e incredulidade, enquanto que, a segunda, sem a revelação especial, que é a própria Sagrada Escritura, o homem não poderá prestar o verdadeiro culto a Deus.


Isto foi o que os reformadores chamaram de “Princípio Regulador do Culto”. Os crentes salvos em Jesus Cristo, todos eles seja da antiga como da nova aliança, só puderam e podem de fato prestar um verdadeiro culto a Deus por meio de Cristo Jesus como nos é muito bem estabelecido por Ele próprio à mulher samaritana. Jesus mesmo disse que a verdadeira adoração era em espírito e em verdade. A própria mulher samaritana reconheceu que o Messias era o restaurador deste culto verdadeiro. Mas, é o próprio Jesus quem se revela a ela dizendo: “Eu o sou, eu que falo contigo” (verso 26).  Sem a revelação não há culto a Deus. E a revelação especial nos é dada pela mediação do próprio Filho de Deus que nos conduz e nos dá acesso ao Pai. Se a revelação natural nos obriga a cultuar a Deus, a revelação especial quando atendida através de Cristo, nos torna habilitados graciosamente a adoração a Deus.

Portanto, os reformadores fizeram uma estrita e clara relação entre a revelação da Palavra de Deus a Sua Igreja com as normativas e princípios gerais para o culto público a Ele. Se a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática e ela mesma nos diz que a nossa existência tem como única razão glorificar a Deus, é a própria Escritura que nos instrui e nos ordena o que fazer, como fazer, quando e onde cultuar ao Senhor Deus. Repito mais uma vez que são normativas claras, objetivas e gerais ao povo de Deus. Considerando que o Princípio Regulador do Culto é a própria Palavra de Deus nos ordenando o culto devido a Ele, nós reformados fazemos o que fazemos por dois motivos simples: 1) A clara preocupação, zelo e amor ao ser de Deus, seus atributos e a exaltação de Sua glória. 2) fazer tudo quanto Ele mesmo em Sua Palavra tem nos ordenado pela mediação de Cristo.

Ainda, observe o que nos diz o Catecismo Maior de Westminster na pergunta e resposta 110:

Quais são as razões anexas ao segundo mandamento para lhe dar maior força?
As razões anexas para o segundo mandamento, para lhe dar maior força, contidas nestas palavras: “Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus forte e zeloso, que vinga a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e que usa de misericórdia até mil gerações com aqueles que me amam e que guardam os meus preceitos,” são, além da soberania de Deus sobre nós e o seu direito de propriedade em nós, o seu zelo fervoroso pelo seu culto e indignação vingadora contra todo o culto falso, considerando-o uma apostasia religiosa, tendo por inimigos os violadores desse mandamento e ameaçando puni-los até diversas gerações e tendo por amigos os que guardam os seus mandamentos, prometendo-lhes a misericórdia até muitas gerações.

A pergunta e resposta 110 do Catecismo Maior nos uma dimensão mais apurada sobre o sentido do Princípio Regulador do Culto. Deus exige de nós o culto que é devido a ele e da maneira dele porque Ele tem direitos sobre nós como suas criaturas. O salmo 150:6 nos declara que todo ser que respira louve ao SENHOR. De forma ainda mais notável Deus exige de seu próprio povo o modo como Ele quer ser adorado. Eles mesmo se apresenta em Êxodo 20:5 como o “EU SOU”. “O Deus zeloso que vinga a iniquidade dos pais e dos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e que usa de misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus preceitos (verso 6).”

Sendo assim, veja a importância destas duas grandes doutrinas bíblicas entrelaçadas uma a outra. O culto seja ele como for, se fora do padrão bíblico ou não, este sempre terá o seu caráter didático, autoritativo e religioso. Se fora das Escrituras, este culto exercerá autoridade e ensino para uma religiosidade frívola, pecaminosa, emburrecedora e idólatra. Mas, se no padrão bíblico como determinado por Deus em Sua Palavra, este culto produzirá vida no coração daqueles que buscam verdadeiramente a Cristo e gloriar-se na glória de Deus.

Eu não preciso dizer que povos, nações e países que experimentaram a obediência ao Princípio Regulador do Culto (que é a Bíblia) o que eles se tornaram. Como também o contrário, especialmente em nosso país também é um trágico exemplo de nossa idolatria e paganismo até mesmo entre os evangélicos. É impressionante verificar que os reformadores lutaram com todas as suas forças e investimentos para erradicar o analfabetismo bíblico do povo. Fizeram isto exatamente por um motivo apenas: A Igreja de Cristo deveria estar "saturada" das Escrituras para prestar o verdadeiro culto a Deus. Que Zelo!

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Autor: Rev. Rogério Bernini Junior
Fonte: Cante a Palavra
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Uma resposta bíblica à negação de John Piper do direito cristão em portar armas

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John Piper postou uma resposta à convocação de Jerry Falwell Jr. para que os cristãos pudessem se armar, bem como ao seu fornecimento de armas a estudantes para que pudessem carregá-las no campus da Liberty University. A posição de Piper, como esboçada, está tão próxima quanto possível de um pacifismo individual que não se afirma como tal. Sua resposta infelizmente ignora grande parte do contexto das passagens do Novo Testamento citadas e ignora, inteiramente, o Antigo Testamento. Desse modo, considero sua visão não apenas não-bíblica, dela discordando vigorosamente, mas também penso que seria uma atitude nociva e insensível caso os cristãos a aceitassem na sociedade.