Identificando distorções da Palavra de Deus no ensino escolar

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Trecho da palestra "O Que Estão Ensinando aos Nossos Filhos?" de Solano Portela. Assista:


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Fonte: Ministério Fiel

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Igreja da Lagoinha: Um Celeiro de Heresias

image from google

A Igreja Batista da Lagoinha ficou famosa em todo o Brasil devido ao grupo Diante do Trono, ministério de louvor da igreja liderado por Ana Paula Valadão, filha do então Pastor Márcio Valadão. A igreja tem a sua linha assumidamente pentecostal desde os anos de 1960. O pastor José Rego, o primeiro pastor da Lagoinha, pregava que o batismo com o Espírito Santo era uma experiência distinta da conversão e era adepto da glossolalia. Em 1964, a Convenção Batista excluiu a Igreja da Lagoinha do seu rol.

O pastor Márcio Valadão, que hoje se denomina apóstolo, chegou ao pastoreio em 1972 e foi o responsável pelo projeto expansionista da Lagoinha. Chegou a abrir diversas congregações. Uma de suas “filhas” é a Igreja Batista Getsêmani, liderada pelo pastor Jorge Linhares, autor de um livro herético intitulado “Benção e Maldição”.

No entanto, fica evidente que o “boom” da Igreja da Lagoinha está estritamente ligado ao grupo Diante do Trono. Este ministério de louvor que gravou seu primeiro CD em 1998, logo se tornaria uma potência da crescente indústria gospel com os álbuns seguintes “Águas Purificadoras” (2000) e “Preciso de Ti” (2001). O projeto inicial era gerar receita para investir no combate à prostituição infantil na Índia. Porém, o sucesso foi tão rápido que logo fez do ministério um dos expoentes da música cristã contemporânea. Hoje é o maior grupo de louvor da América Latina, com milhões e milhões de discos vendidos, além de vários prêmios musicais.

Não demorou para que as músicas do Diante do Trono tivessem espaço nos cultos de diversas denominações. Suas canções eram carregadas de emoção, falavam sobre a dependência do homem e incentivavam a busca por Deus. Todavia, pessoas mais atentas já haviam notado alguns equívocos teológicos em suas letras. Temos o exemplo de “Vitória na Cruz” que tem no mínimo dois erros: 1. Diz que o Diabo e o Inferno festejaram a morte na cruz. 2. Diz que Jesus tomou as chaves do Inferno da mão do Diabo. Bem, o Inimigo não comemorou a morte na cruz, pelo contrário, ele tentou Jesus para não ir até ela, pois sabia bem que o Filho de Deus triunfaria no madeiro. E a outra coisa é: Satanás nunca teve as chaves de coisa alguma, ele nunca foi dono de nada. Não existe respaldo bíblico para tais afirmações.

Com a consolidação do Diante do Trono no cenário nacional, houve um forte investimento midiático, hoje a Igreja da Lagoinha tem o seu próprio canal de televisão, a Rede Super, e lá vincula seus cultos e também os diversos congressos realizados pelo Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono. Foi justamente com esse espaço midiático que as heresias desse ministério começaram a repercutir. Coisas muito estranhas como o episódio em que a Ana Paula engatinhou como um leão, dizendo que estava recebendo uma nova unção. Vale ressaltar que o uso do termo unção no Novo Testamento está vinculado ao fato de termos recebido a Cristo no ato da conversão e seu Espírito se faz presente em nós (1 Jo 2: 20 e 27). 

Talvez o maior agravante tenha sido o ocorrido nesse último feriado de Páscoa. Ana Paula Valadão protagonizou um tal de ato profético que só vendo para crer:


Meu Deus! O que foi isso? O que são aquelas danças? O “aviãozinho” da Ana Paula muito se assemelha aos movimentos dos terreiros de umbanda. Tais atos proféticos não tem base neotestamentária. O que acontecia no Antigo Testamento, com o movimento profético era puramente didático (não tinha poderes místicos) e geralmente apontava ou para Cristo ou para o juízo de Deus sobre Israel. Ademais, hoje Deus não nos fala por meio dos profetas, mas sim através da revelação de seu Filho:

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Hebreus 1:1-2)

Engraçado é ver no vídeo que “apóstolos” estão transferindo o poder para a outra geração. Mas acontece que  apostolado cessou no século primeiro. Indo para a Bíblia vemos que para exercer o ofício apostólico existiam duas condições: 1. O apóstolo tinha que ser testemunha ocular da ressurreição de Cristo (Atos 1:2-3, 1:21-22, 4:33 e 9:1-6; 1Co 9:1 e 15:7-9). 2. O apóstolo tinha que ter sido comissionado diretamente por Jesus (Mt 10:1-7, Mc. 3:14, Lc 6:13-16, At 1:21-26, Gl 1:1 e  1:11-12 ). Não existe nenhuma condição bíblica para crer que o ofício apostólico é válido em nossos dias, até porque, quem chamou os apóstolos contemporâneos? Quais os requisitos de seu apostolado? Quantos são os apóstolos nos dias atuais? Basta se auto-intitular? 

Infelizmente vi, nas redes sociais, diversas pessoas dizendo que não enxergaram nada demais no dito ato profético e que sentiram uma forte emoção durante a encenação. Pobre da igreja que coloca as emoções pessoais a frente das Escrituras. Lembrem-se de que a Bíblia é um livro que foi inspirado pelo Espírito Santo, sendo assim, ele nunca iria impelir alguém a encenar ou agir algo que não tem o respaldo da Palavra. Lembro de Jeremias 28, lá o falso profeta Ananias fez um grande estardalhaço, falando que o jugo da Babilônia seria quebrado em 2 anos e Judá estaria livre. Para isso ele arrancou o jugo de madeira do pescoço do profeta Jeremias (seria um ato profético?). Então Deus ordenou que Jeremias falasse a Ananias que ele quebrou um jugo de madeira, mas o Senhor iria por um de ferro e todos iam ter que se submeter a Nabucodonozor, rei babilônico. Também afirmou que o falso profeta morreria por ter feito o povo crer numa mentira. E tal como profetizou Jeremias, assim aconteceu.

Como se não bastasse as invencionices da líder do Diante do Trono, agora a Igreja da Lagoinha tem um outro expoente tão polêmico e equivocado como a Ana Paula Valadão tem se portado. É o tal do Pastor Lucinho Barreto, que ganhou fama após ter uma imagem sua “cheirando” a Bíblia exposta na internet. Ele se diz uma referência para a juventude evangélica brasileira e promove “loucuras por Jesus”. Sua teologia é infundada, todavia, suas pregações são muito visualizadas no YouTube. Realmente o Lucinho tem sido venerado.

A heresia da vez foi ter falado que Deus criou esposas para Caim e Abel assim como criou Eva para Adão (veja aqui). Sinceramente, esta é uma tremenda de uma sandice. Como alguém que se diz pastor defende algo que não é bíblico, como sendo uma verdade? Gênesis 5:4 diz que Adão gerou filhos e filhas e isso nos dá respaldo para dizer que Caim e Abel casaram com irmãs ou sobrinhas, e que naquele contexto o incesto não era pecado. Por mais bem intencionado que seja o Lucinho, isso não serve como desculpa para distorcer a Palavra de Deus como ele vem fazendo. Uzá foi fulminado por tocar na arca da aliança, algo proibido. Ele fez isso quando os bois tropeçaram (2 Samuel 6:6-7), talvez com a intenção de livrá-la de uma possível queda, mas Deus não o poupou. Por mais “irrelevante” que seja a doutrina, Lucinho peca por não fazer das Escrituras a sua fonte de revelação, embasando seus argumentos em mero achismo. 

Não há dúvidas de que a Igreja Batista da Lagoinha tem se tornado um verdadeiro celeiro de heresias e como isso é ruim. Gostaria muito de não ver o que vi e nem ouvir o que ouvi, todavia, diante do que ouço e do que enxergo, não me calarei e me posicionarei em defesa da Palavra. Cabe a mim clamar a Deus por misericórdia: Misericórdia Senhor, para que eu não venha a cometer os erros que hoje denuncio. E misericórdia para a liderança da Lagoinha, que eles possam se voltar a sã doutrina, abandonada faz tempo, trazendo-lhes condenação. Ajuda Senhor. Preciso (realmente) de ti!

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Autor: Thiago Oliveira
Divulgação: Bereianos
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Os efeitos colaterais da obra expiatória de Jesus Cristo 1/4

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Por Rev. Alan Rennê Alexandrino Lima


Introdução

É ponto pacífico, e até mesmo algo óbvio, o fato de que a expiação realizada por Jesus Cristo na cruz do Calvário significou a obtenção de bênçãos destinadas aos eleitos, como expressão da graça de Deus. Tais bênçãos são de natureza salvífica e estão alicerçadas sobre o sangue derramado na cruz. A expiação trouxe consigo a remoção da culpa e da ira de Deus, o perdão dos pecados e garantiu a aplicação da salvação por parte do Espírito Santo: chamado eficaz, regeneração, arrependimento, fé, justificação, santificação e a glorificação. Além disso, a obra salvífica realizada por Jesus Cristo conquistou dons excelentes para os eleitos, como atesta o apóstolo Paulo, ecoando o Salmo 68.18: “Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens” (Efésios 4.8). Não obstante, objeto de grande controvérsia é o assunto a respeito das benesses desfrutadas pelos preteridos e ímpios na presente vida. Essas benesses, ou bênçãos, possuem alguma relação com a obra expiatória de Jesus? Mais especificamente, existem, de fato, os chamados efeitos colaterais da cruz de Cristo? Deus faz uso da obra de Jesus na cruz para abençoar os ímpios, ainda que indiretamente, a fim de que o seu povo, em última análise, possa viver melhor?

Inegavelmente, a experiência cotidiana atesta que os descrentes e ímpios desfrutam de bênçãos terrenas e até mesmo de favores espirituais. Além disso, as Sagradas Escrituras são claras nas suas afirmações no sentido de que, Deus “faz com que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mateus 5.45), que “todos esperam de ti que lhes dês o seu sustento em ocasião oportuna” (Salmo 104.27), e que Deus “é benigno até para com os ingratos e maus” (Lucas 6.35). É inegável, então, que os ímpios e réprobos gozam de coisas boas nesta vida. Eles são prósperos, ricos, saudáveis e inteligentes. De onde vem isso? Qual a fonte das suas realizações positivas e das bênçãos usufruídas por eles? Será que elas se originam da expiação? Ou estão diretamente relacionadas com Deus como Criador e Sustentador da sua criação?

Como já foi afirmado, isso tem sido objeto de grande controvérsia no meio reformado. O ensinamento majoritário, todavia, tem sido o de que tais manifestações nada mais são do que expressões da graça comum operada nos réprobos pelo Espírito Santo.[1] Não obstante, um grupo de estudiosos reformados tem contestado a doutrina da graça comum, bem como a ideia de que as benesses usufruídas pelos réprobos e ímpios sejam expressões do amor de Deus e efeitos colaterais da cruz de Cristo. Para eles, mesmo as bênçãos desfrutadas pelos ímpios nada mais são do que laços colocados diante deles pelo Senhor.[2] 

O propósito do presente trabalho é contribuir com esse debate, apresentando uma resposta ao questionamento: Há alguma bênção oriunda da expiação de caráter não-salvífico, endereçada aos não-eleitos para o bem dos filhos de Deus? Para que esse objetivo seja alcançado, a doutrina da graça comum será discutida em primeiro lugar, considerando-se tanto o ensinamento reformado clássico quanto a sua contraparte reformada radical. Logo em seguida, discutir-se-á o fundamento da graça comum: criação ou expiação? Em terceiro lugar, duas passagens das Sagradas Escrituras, que mencionam benesses recebidas pelos inimigos da cruz de Cristo serão consideradas. Em quarto e último lugar, inquirir-se-á sobre o propósito de Deus na concessão de benefícios àqueles que não fazem parte do seu povo amado.

1 A Doutrina Reformada da Graça Comum

1.1. Origem do termo

A doutrina da graça comum procura responder a um importante questionamento que tem sido levantado ao longo dos séculos, conforme expresso por Henry Meeter: “Como nós podemos solucionar o problema do mal relacionado pela Bíblia com o homem não regenerado e as ‘excelentes proezas’ feitas por estes mesmos homens não regenerados e pagãos?”[3]  A resposta conhecida como “graça comum” atribui ao Espírito Santo, “não somente o papel de refrear aquilo de negativo que existe no ser humano e no meio em que vive, mas também de produzir em seu coração algumas possibilidades de realizações positivas, como o desenvolvimento cultural saudável, as artes de maneira geral e, porque não dizer também, até a magistratura”.[4] 

O termo “graça comum” foi cunhado já no século XX. Existe dúvida quanto a quem o cunhou. Alguns acreditam que o teólogo holandês Herman Bavinck (1854-1921) tenha sido o responsável [5], ao passo que outros o atribuem ao também holandês Abraham Kuyper (1837-1920).[6] Não resta dúvida, porém, de que Kuyper foi o principal difusor tanto do conceito quanto da doutrina da graça comum.

Várias tentativas de definição de graça comum têm sido feitas ao longo dos anos por teólogos representativos da tradição reformada. D. Martyn Lloyd-Jones, por exemplo, afirma que graça comum

É o termo aplicado àquelas bênçãos gerais que Deus comunica a todos os homens e mulheres, indiscriminadamente, como Lhe apraz, não só a Seu próprio povo, mas a todos os homens e mulheres, segundo o Seu beneplácito. Ou, de outra forma, graça comum significa aquelas operações gerais do Espírito Santo nas quais, sem renovar o coração, Ele exerce influência moral por meio da qual o pecado é restringido, a ordem é preservada na vida social e a justiça civil é promovida.[7]

Archibald Alexander Hodge, filho do ilustre teólogo princetoniano Charles Hodge, define a graça comum da seguinte maneira:

A graça comum é a influência restritiva e persuasiva do Espírito Santo, operando somente por meio das verdades reveladas no evangelho, ou por meio da luz natural da razão e da consciência, aumentando o natural efeito moral dessas verdades sobre o coração, a inteligência e o a consciência. Não envolve mudança do coração, e, sim, unicamente um aumento do poder natural da verdade, uma ação restritiva das más paixões e um aumento das emoções naturais em face do pecado, do dever e do interesse próprio.[8] 

Hodge entende que a ação do Espírito Santo denominada de “graça comum” se dá também por meio das verdades reveladas do evangelho. Dessa forma, ele parece entender que existem algumas dádivas recebidas pelos ímpios que têm a sua origem na obra expiatória de Jesus Cristo.

1.2. A contraparte radical reformada

No ano de 1924 a Christian Reformed Church, em sua Assembleia Geral, adotou uma posição que ratificava a doutrina da graça comum. Sua posição foi a afirmação de que Deus é favoravelmente disposto a todos os homens, tanto aos eleitos quanto aos réprobos. Isso levou os teólogos Herman Hoeksema, George Ophoff e Henry Danhof a romperem com a Christian Reformed Church e a fundar a Protestante Reformed Church. De acordo com Hoeksema, a única coisa que Deus manifestava ao não-eleito era a sua ira. Não há, segundo ele, nenhuma medida de graça oferecida ao réprobo nem nenhuma oferta séria do evangelho ao não-eleito.[9] 

David J. Engelsma, professor de Teologia Sistemática e Antigo Testamento na Theological School of the Protestant Reformed Churches, em Grandville, e duro oponente da doutrina da graça comum a define como:

Um favor não-salvífico de Deus a todos os humanos; uma operação do Espírito Santo dentro dos réprobos pela qual, sem regenerá-los, restringe o pecado neles, de maneira que se tornam depravados apenas parcialmente; e a habilidade dos incrédulos, por virtude dessa graça do Espírito Santo, para praticarem boas obras, especialmente no lugar de uma cultura que é verdadeiramente, mas não definitivamente, boa.[10] 

Não se sabe de um só teólogo reformado que afirme que, por meio da ação do Espírito Santo na graça comum os incrédulos deixem de ser totalmente depravados. A afirmação de Engelsma, de que a crença na graça comum implica a crença numa depravação apenas parcial se mostra desprovida de fundamentação teórica e documental. Todos os teólogos reformados que acreditam na existência da graça comum afirmam conjuntamente a total corrupção do ser humano.

O grande problema com David Engelsma e os outros oponentes da doutrina da graça comum é que eles acabam fazendo uma confusão entre depravação total e depravação absoluta. James Daane faz um comentário interessante sobre isso:

Partidários da visão tradicional da graça comum que conhecem algo da história do pensamento reformado não serão convencidos facilmente de que a graça comum mina as doutrinas da depravação total e da antítese.[11] Eles sabem muito bem que aqueles que forjaram a doutrina da graça comum também criam na depravação total. Antes de aceitar a crítica que diz que a graça comum enfraquece essas doutrinas, eles levantam a questão se aqueles que se opõem a essa visão ainda estão lidando com a concepção reformada da depravação total e da antítese, ou se talvez eles não tenham transformado a depravação total em depravação absoluta e a antítese em uma antítese absoluta.[12] 

Mark Driscoll e Gerry Breshears seguem na mesma linha ao afirmarem que “enquanto as pessoas não são absolutamente depravadas e tão más quanto elas poderiam ser, todas as pessoas são totalmente depravadas em que todos os seus motivos, palavras, atos e pensamentos são afetados, manchados e corrompidos pelo pecado”.[13] Daane prossegue afirmando que, “é simplesmente uma questão de registro histórico que todos os teólogos reformados que foram mais ativos na formulação da graça comum foram justamente aqueles que de todo coração também aceitaram a doutrina da depravação total”.[14] Nesse sentido, Richard J. Mouw cita especificamente o reformador João Calvino como alguém que defendeu a depravação total e a antítese e ao mesmo tempo reconhecia a capacidade dos incrédulos de produzirem boas coisas. Ele diz:

A ideia de antítese estava presente no pensamento calvinista desde o início. O próprio João Calvino usou o termo de um modo que antecipou o sentido mais técnico desenvolvido no calvinismo holandês do século dezenove. Quando uma pessoa é convertida, Calvino argumenta, Deus graciosamente transforma “uma má vontade em uma boa vontade”. Então, “a nova criação... varre para longe tudo da nossa natureza [deprava] comum”. Essa ação transformadora é exigida, Calvino observou na sua exposição da linha de raciocínio de Paulo em Efésios 2, por causa de “uma antítese entre Adão e Cristo”.[15] 

Fica claro, então, que é característico da teologia reformada o ensino da graça comum. Ademais, é necessário que fique claro, que sustentar a graça comum em nada implica a desconstrução das doutrinas da depravação total e da antítese. Prova-se isso a partir da constatação de que a doutrina da graça comum não surgiu dos sistemas teológicos que não acreditam da depravação total, como por exemplo, o semi-pelagianismo católico romano e o arminanismo.[16] 

Através da graça comum Deus revela a sua bondade para com todas as pessoas, mas não de uma forma salvífica. “A graça comum de Deus inclui a água que bebemos, a comida que comemos, o sol que nos alegra, e a chuva de que necessitamos, pois Deus é bom para com os pecadores e com os santos igualmente”.[17] Sobre os efeitos dessa graça comum, Mark Driscoll e Gerry Breshears afirmam que, “a graça comum de Deus faz com que aqueles que O desprezam a aprender e crescer em áreas como ciência, filosofia, tecnologia, educação e medicina. A graça comum de Deus faz com que sociedades floresçam, famílias existam, cidades surjam e nações prosperem”.[18]

Fica patente que os benefícios desfrutados pelos réprobos e ímpios possuem estreita relação com a graça comum de Deus. A questão agora é determinar se essas bênçãos manifestadas através da graça comum fluem da obra expiatória de Jesus Cristo ou simplesmente da bondade de Deus enquanto Criador e Sustentador de todas as coisas.

Continua nos próximos dias...

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Notas:
[1] Fernando de Almeida. “O Ensino da Graça Comum na Tradição Reformada”, In: Franklin Ferreira (Ed.). A Glória da Graça de Deus: Ensaios em Honra a J. Richard Denham Jr. Sobre História, Teologia, Igreja e Sociedade. São José dos Campos: Fiel, 2010. p. 619.
[2] Cf. Angus Stewart. Graça Comum. p. 1. Acessado em 18/08/2011.
[3] H. Henry Meeter. The Basics Ideas of Calvinism. Grand Rapids, MI: Baker Books, 1990. p. 51.
[4] Fernando de Almeida. “O Ensino da Graça Comum na Tradição Reformada”, In: Franklin Ferreira (Ed.). A Glória da Graça de Deus. p. 619.
[5] Ibid. p. 620.
[6] Franklin Ferreira. Teologia Cristã: Uma Introdução à Sistematização das Doutrinas. São Paulo: Vida Nova, 2011. p. 154. David J. Engelsma. Common Grace Revisited: A Response to Richard J. Mouw’s He Shines in All That’s Fair. Grandville, MI: Reformed Free Publishing Association, 2003. p. 2.
[7] D. Martyn Lloyd-Jones. Deus o Espírito Santo. São Paulo: PES, 1998. p. 36.
[8] D. Martyn Lloyd-Jones. Deus o Espírito Santo. São Paulo: PES, 1998. p. 36.
[9] Morton H. Smith. Systematic Theology. Vol. 1. Greenville, SC: Greenville Seminary Press, 1994. p. 214.
[10] David J. Engelsma. Common Grace Revisited. p. 2. Ênfase acrescentada.
[11] Os teólogos calvinistas discutem a graça comum em conexão com a ideia de antítese. Abraham Kuyper frequentemente se referia à antítese, que significa “a radical oposição que caracteriza, nas palavras de Stob, a ‘real e inflexível , embora irregular, luta existente entre Deus e Satanás, entre Cristo e o anticristo, entre a semente da mulher e a semente da serpente, entre a igreja e o mundo’”. Cf. Richard J. Mouw. He Shines In All That’s Fair: Culture and Common Grace. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2001. p. 15.
[12] James Daane. A Theology of Grace: Na Inquiry Into and Evaluation of Dr. C. Van Til’s Doctrine of Common Grace. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1954. p. 32.
[13] Mark Driscoll e Gerry Breshears. Doctrine: What Christians Should Believe. Wheaton, IL: Crossway, 2010. p. 157.
[14] Ibid.
[15] Richard J. Mouw. He Shines In All That’s Fair. p. 15.
[16] James Daane. A Theology of Grace. p. 33.
[17] Mark Driscoll e Gerry Breshears. Doctrine. p. 39.
[18] Ibid. 

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Fonte: Os efeitos colaterais da obra expiatória de Jesus Cristo, por Alan Rennê Alexandrino Lima, São Paulo 2011. Trabalho apresentado ao Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em cumprimento dos requisitos do módulo A Obra do Redentor, ministrado pelo professor Dr. Heber Carlos de Campos.

Artigo gentilmente cedido pelo autor ao blog Bereianos.

Leia também:
Os efeitos colaterais da obra expiatória de Jesus Cristo 2/4 
Os efeitos colaterais da obra expiatória de Jesus Cristo 3/4
Os efeitos colaterais da obra expiatória de Jesus Cristo 4/4 (em breve)
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Argumentos para provar a perseverança dos santos



Por Thomas Watson


Provamos por meio “da verdade de Deus”. Deus tanto declarou quanto prometeu.

a. A verdade de Deus

i. Em sua Palavra Deus declarou: “o que permanece nele (no regenerado) é a divina semente” (lJo 3.9), “a unção que dele recebestes permanece em vós” (1Jo 2.27).

ii. Em sua Palavra Deus prometeu. A verdade de Deus, a pérola mais ao oriente de sua coroa, é penhorada na promessa. “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão” (Jo 10.28), “Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim” (Jr 32.40). Deus ama tanto seu povo que não o abandonará, eles o temerão tanto que não o abandonarão. Se um crente não perseverar, Deus quebrará sua promessa. “Desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias” (Os 2.19). Deus não desposa seu povo e depois se divorcia dele, ele odeia o repúdio (Ml 2.16). O amor de Deus aperta o laço de união conjugal tão fortemente que nem a morte nem o inferno podem rompê-lo.

b. O poder de Deus

O segundo argumento é o poder de Deus. O texto diz: “Sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação” (1 Pe 1.5). Cada pessoa da Trindade tem uma participação em fazer o crente perseverar. Deus, o Pai, estabelece (2Co 1.21), Deus, o Filho, confirma (1 Co 1.8), Deus, o Espírito Santo, sela (Ef 1.13). Assim, esse é o poder de Deus que nos guarda. Não somos guardados pelo nosso próprio poder.

Os pelagianos defendiam que uma pessoa, pelo próprio poder, venceria a tentação e perseveraria. Agostinho se opõe a eles, dizendo: “O homem ora a Deus para perseverar, o que seria absurdo se tivesse poder para perseverar por si próprio. E, se todo o poder fosse depositado no ser de um homem, então, por que um não perseveraria tão bem quanto outro? Por que Judas não perseverou como Pedro?” Logo, não é por nenhum poder que somos guardados, a não ser o poder de Deus. O Senhor guardou Israel para que não perecesse no deserto, até que os conduzisse a Canaã. O mesmo cuidado ele tomará - se não de uma maneira miraculosa, então de uma maneira espiritual ou invisível - para preservar seu povo num estado de graça, até os levar à Canaã celestial. Os pagãos representavam o titã Atlas¹ sustentando os céus para que não caísse. Podemos comparar o poder de Deus a esse Atlas, pois o poder de Deus sustenta os santos para que não caiam. Há uma discussão em tomo da possibilidade de um santo cair da graça como aconteceu com Adão. Mas defendo que a graça, pelo poder de Deus, não pode perecer.

c. O amor eletivo de Deus

O terceiro argumento é tomado do amor eletivo de Deus. Aqueles que Deus elegeu desde toda a eternidade para a glória não podem cair. Todo crente verdadeiro é eleito para a glória, portanto não pode cair da graça. O que pode frustrar a eleição ou fazer o decreto de Deus nulo? Esse argumento é firme como o Monte Sião, que não se abala. Alguns dos papistas defendem que aqueles que têm eleição absoluta não podem cair. “O firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem” (2Tm 2.19). O fundamento de Deus não é nada mais do que o decreto de Deus na eleição, e isso permanece firme. Deus não o alterará e outros não podem fazê-lo.

d. A união do crente com Cristo

O quarto argumento é tomado da união dos crentes com Cristo. Eles estão conectados a Cristo como os membros à cabeça pelos nervos e ligamentos da fé, de maneira que não podem ser separados (Ef 5.23). O que uma vez foi dito do corpo natural de Cristo é também verdade quanto a seu corpo místico: “Nenhum dos seus ossos será quebrado” (Jo 19.36). Assim como não é possível separar o fermento e a massa quando estão misturados e unidos, também é impossível para Cristo e os crentes serem separados, uma vez que foram unidos. Cristo e seus membros formam um corpo. Mas, é possível qualquer parte de Cristo perecer? Como pode Cristo perder qualquer membro de seu corpo místico e ainda continuar perfeito? Em resumo, se um crente for separado de Cristo, então, pela mesma regra, por que outros não? Por que não todos? Então, Cristo seria uma cabeça sem corpo.

e. O valor do resgate do eleito

O quinto argumento é tomado da natureza da compra. Um homem não dará dinheiro por uma compra que será perdida. Cristo morreu para que pudesse comprar seu povo para sempre: “Tendo obtido eterna redenção” (Hb 9.12). Você acha que Cristo teria derramado seu sangue para que pudéssemos crer nele por um período e então cair? Você acha que Cristo perderia sua compra?

f. A vitória do crente sobre o mundo

O sexto argumento é a vitória do crente sobre o mundo. O argumento fica assim: aquele que vence o mundo persevera na graça, um crente vence o mundo, portanto persevera na graça. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5.4). Uma pessoa pode perder uma única batalha no campo, contudo vencer no final. Um filho de Deus pode perder uma única batalha contra a tentação, como aconteceu com Pedro, mas ao final ser vitorioso. Para um santo ser coroado vencedor e para o mundo ser conquistado por ele, deve perseverar.

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Nota:
1 - Atlas: Também chamados de Atlante - foi um dos titãs gregos, condenados por Zeus a suster o céu para sempre. Atlas foi o primeiro rei da mítica Atlântica.

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Fonte: WATSON, Thomas. A fé cristã, estudos no Breve Catecismo de Westminster. São Paulo: Cultua Cristã, 2009. p. 323-325


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Um Cristão pode ser possuído por demônios?

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Por Thomas Magnum


Essa pergunta já me foi feita muitas vezes em ocasiões muito diferentes. Devido a uma característica da teologia do medo implantada desde épocas medievais, que tem se arrastado pelo colonialismo e chegado até a era digital. Podemos ler esse temor na vida de muitos crentes que absorveram tal afirmação de que o demônio pode "pega-lo" se ele não for fiel.

Devido a catolicidade de uma teologia embebida de crenças macumbadas esse tipo de afirmação obteve algum sucesso em igrejas brasileiras. Principalmente com o crescimento e influência da IURD* na prática e crença de igrejas no Brasil. A teologia do medo implantada, que visa claramente uma fidelização a instituição que liberta o fiel, é um fator decisivo, basta assistir por cinco minutos os testemunhos de programas de Tv de igrejas neopentecostais "Quando cheguei aqui não tinha nada, o diabo tomou tudo de mim, era possuído pelo Exu caveira, mas fui liberto", e por aí vai.

Devido a grande facilidade de superstições serem abraçadas pela religiosidade brasileira temos esse crescimento cancerígeno dentro dos arraiais evangélicos. Uma outra característica de igrejas neopentecostais é o posicionamento papal de seus missionários, bispos, apóstolos e pastores. O sacerdócio de cada crente e a importância de cada membro ter contato direto com a Palavra de Deus não é influenciado, o que o líder diz não deve ser examinado ou questionado, apenas aceito e praticado. A Palavra de Deus nos adverte "E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (Atos 17:10-11). Claro que essa prática é desencorajada em tais igrejas, como o era no período anterior a reforma.

No entanto a Bíblia nos garante que somos guardados por Deus, "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não está no pecado; aquele que nasceu de Deus o protege, e o Maligno não o atinge" (1 João 5:18). Nos diz também "Não ficarei mais no mundo, mas eles ainda estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um. Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei pelo nome que me deste. Nenhum deles se perdeu, a não ser aquele que estava destinado à perdição, para que se cumprisse a Escritura" (João 17:11-12).

Não temos em nenhuma parte da Escritura relatos de crentes endemoniados, e a Palavra nos diz que o mal já está vencido por Jesus, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz, Colossenses 2:15. É fato que a atuação de demônios não é fantasiosa nem utópica, mas real, contudo a doutrina bíblica da justificação nos mostra que os eleitos são propriedade de Deus, são seus filhos - "porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus" (Romanos 8:14).

Não devemos cair em uma crença dualista, que existem poderes opostos com mesmo grau de força, que guerreiam entre si, não, Deus é soberano - "Pois esse é o propósito do Senhor dos Exércitos; quem pode impedi-lo? Sua mão está estendida; quem pode fazê-la recuar?" (Isaías 14:27). Até a atuação do diabo está debaixo da vontade de Deus, Satanás é um anjo caído, submisso ao seu criador "Jesus lhe disse: Retire-se, Satanás! Pois está escrito: Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto" (Mateus 4:10). "Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o acorrentou por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações até que terminassem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo." (Apocalipse 20:2-3). Note que em cada texto bíblico Deus é o Soberano, ainda: "Vi o céu aberto e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça. Seus olhos são como chamas de fogo, e em sua cabeça há muitas coroas e um nome que só ele conhece, e ninguém mais. Está vestido com um manto tingido de sangue, e o seu nome é Palavra de Deus. Os exércitos do céu o seguiam, vestidos de linho fino, branco e puro, e montados em cavalos brancos. De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações. Ele as governará com cetro de ferro. Ele pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus todo-poderoso. Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES" (Apocalipse 19:11-16).

Devemos ter cuidado, examine as escrituras, leia bons livros, frequente uma igreja sadia doutrinariamente, isso fará bem para sua saúde espiritual e emocional.

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Divulgação: Bereianos
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Uma característica essencial dos eleitos

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Por Josemar Bessa


- Paulo mostra uma característica essencial dos Eleitos -

Se pensarmos na frequência com que um termo é usado como referência a maneira que Deus deve ser honrado a gratidão está no topo da lista: “Não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças...” (Romanos 1.21). A Bíblia nos apresenta muitos como alegria ao servir a Deus... mas não existe um conceito mencionado mais do que a gratidão.

Nos Salmos nós vemos, por exemplo, gratidão na oração, no louvor, nos cânticos, em culto público, em nossos momentos de solitude... O que isso nos ensina? O que Deus está enfatizando como característica essencial do viver que o glorifica? Que a característica da gratidão deve ser algo proeminente, deve ser óbvia em nossas vidas para todos os homens contemplarem, deve ser exibida abundantemente.

Por que isso é fundamental? Por causa do que a verdadeira gratidão forçosamente mostra estar acontecendo no interior do ser humano. Quando de fato somos gratos, estamos reconhecendo uma dívida. Quando falamos “obrigado” no dia a dia, por gentilezas e apoio por coisas mínimas ou grandes, sendo uma expressão sincera de agradecimento, é um reconhecimento de que estamos em dívida com alguém – Nós abreviamos a frase para um breve “obrigado” – mas a frase original queria dizer: “Me sinto em dívida ( obrigado ) com você” – Me sinto obrigado a retribuir... Se é benéfico expressar gratidão uns com os outros, imagine quão infinitamente benéfico é ter uma verdadeira gratidão para com Deus.

Ao darmos graças a Deus, reconhecemos numa escala inimaginável, nossa dívida para com Ele por tudo que temos e somos – cada esperança que sustenta nossas vidas, cada promessa que dependemos, cada pedaço de pão, a lista simplesmente não tem fim, ela pode ser expandida ao infinito... “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração” (Atos 17.28).

Paulo nos coloca diante de uma lista de características dos eleitos de Deus: “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. Colossenses 3:15-17

Nos três versos o tema fala da atitude que adotamos – nos três versos acima o tema comum é a gratidão. Cada verso mostra uma perspectiva ligeiramente diferente sobre a gratidão.

No verso 15 Paulo fala sobre submetermos nosso coração, mostrando que a paz de Deus então dominará nossos corações – e então “sejamos agradecidos”.

No verso 16, Paulo diz que a Palavra de Cristo deve habitar em nós, e particularmente aqui, através do nosso louvor, música... E ele então conclui “cantando ao Senhor com gratidão”.

Já no verso 17, Paulo nos dá um princípio que domina todo nosso viver – Tudo o que fazemos, o que falamos... deve ser feito em nome de Cristo, nosso Senhor – ou seja, de uma maneira que tenhamos certeza de que Cristo esteja sendo Honrado. E então Paulo conclui – “Dando por Ele graças ao Pai”.

Vamos olhar hoje apenas a primeira, que a “Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos”. Colossenses 3:15

Essa é a grande característica do reinado do Messias – Paz! Ele, como diz Isaías 9.6, é o “Príncipe da Paz!” – Quantas vezes em seu ministério terreno nós vemos sair dos lábios de Cristo: “Vá em paz!” – Ou quando falando aos seus discípulos temerosos disse: “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os seus corações, nem tenham medo”. João 14:27

Paulo em todas as suas cartas inclui a saudação – “Paz” – Aqui ele está dizendo que eles deixem a paz de Cristo ser o juiz em seus corações. Ou seja, ela vai estar dirigindo, vai ser a base de meus pensamentos e opiniões, dos planos e das ações – O que é essa paz de Cristo? Um outro texto de Paulo nos dá uma boa resposta: “Tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus por meio de Jesus Cristo” (Romanos 5.1).

Na alienação da criatura com seu Criador, rompendo completamente a comunhão entre eles, os colocou em inimizade, na qual a paz é impossível. Já nascemos no mundo debaixo da ira, em estado de condenação, é só por meio da graça podemos ser libertos, e Deus só faz isso através de Cristo. Fora de Cristo todo homem só conhece Deus como seu inimigo. Nele toda violação a santidade de Deus é curada, todo preço é pago, toda justiça é satisfeita, todo medo desaparece, e podemos comparecer diante dEle não só sabendo que a ira se foi, mas que agora em Cristo somos amados por Ele. E sabemos mais, que esse amor é eterno.

Sabemos que Ele triunfou da morte em nosso lugar e agora vivemos em seu Reino. Que essa paz com Deus, diz Paulo, governe em tudo os seus corações num viver santo que em tudo o honre agora. Essa paz nos guia e nos faz viver de modo completamente diferente de todo o mundo. Não vivemos mais na expectativa deste mundo, mas de outro. Essa paz muda completamente a forma como pensamos, agimos, planejamos... como reagimos a adversidade, como trabalhamos, criamos filhos... TUDO! Não somos mais inimigos de Deus.

Que essa paz seja o árbitro, diz Paulo (brabeou) – Ou seja, ela está em você para corrigir, controlar, dirigir... Essa paz, que nos colocou de novo em comunhão com Deus, deve ser o fator determinante em nossos corações. Sendo assim, nossas vidas vão ser vividas de modo que essa comunhão em Santa obediência nos dominará em tudo.

A maneira que vamos reagir a todas as circunstâncias, a esperança, o que tende a nos amedrontar, as preocupações... todas essas coisas vão estar subjugadas a verdade maravilhosa de que nós temos paz com Deus em Cristo, e como resultado veremos que não há nada que possa vir contra nós que possa nos tirar da presença amorosa e dos braços eternos do Pai. Um coração governado por essa paz, jamais vai ser um coração dado ao desespero, ação precipitada...

O governo dessa paz faz dos eleitos homens e mulheres estáveis, úteis e que em tudo honram a Deus. Todas as situações que causam destruição em outros, os construirá e edificará. Essa paz necessariamente tira o foco de sobre nós mesmos e coloca ele em Deus. “Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos”. Colossenses 3:15

Gratidão flui abundantemente do coração em que essa paz reina e é o árbitro de todas as coisas. Um coração ingrato revela não ter entendido o básico dessa grande salvação.

O que está governando sua vida? A Palavra que Paulo usou significa “Dirigir, controlar”!

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Fonte: Josemar Bessa
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A Preservação dos Eleitos em 1ª Pedro



Por Leonardo Dâmaso


A garantia da salvação (1.5)

1.5 ... que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.


Em virtude da falta de conhecimento e “do conhecimento correto” da soteriologia (doutrina da salvação), muitos cristãos podem perguntar: Como podemos ter certeza que a salvação não pode ser perdida? Podemos perder a salvação se não perseverarmos em Deus? Outros, por sua vez, podem “refutar” de modo enfático, dizendo: A salvação pode ser perdida sim! “Várias passagens na Bíblia” afirmam “essa verdade”! Não obstante, senão vejamos a resposta para estas perguntas e argumentos em três pontos:


a) Os eleitos são guardados pelo poder de Deus. 


No grego, a palavra guardados φρουρουμενους (frurumenus), é um termo militar que indica “a guarda feita por soldados”46. O particípio presente indica algo em andamento, um princípio contínuo de proteção”,47 podendo, assim, ser traduzido como “estão sendo guardados”. Via de regra, Deus não guarda apenas a salvação dos eleitos (vs.4), mas também o eleito salvo pelo seu poder soberano. A salvação é assegurada por Deus e não pode jamais ser “perdida”. Certamente Deus guarda os seus! Vejamos alguns textos na Escritura (dentre tantos) que merecem destaque, pois afirmam categoricamente que o crente não pode perder a sua salvação. Observe atentamente: 

Salmo 37.28-29 – Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos, serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada. (ARA)

Jeremias 32.40 – Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem;e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. (ARA)

João 6.37-40, 48 – Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é estaQue nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. (ARC)

João 10.27-29 – 
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. E lhes dou a vida eternajamais perecerão (ou serão condenadas podendo perder a salvação), e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar(as ovelhas, ou os crentes). (ARA)

João 13.18 – 
Não falo a respeito de todos vós, pois eu conheço aqueles que escolhi; é, antes, para que se cumpra a Escritura ... (veja Sl 41.9). (ARA)

Romanos 8.29-30 – Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou, e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. (ARA)

Romanos 8.38-39 – Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem o porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (ARA)

1 Coríntios 1.8 – .... o qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. (ARA)

Filipenses 1.6 – Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra (a obra da salvação) em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus. (ARA)

Efésios 1.13-14 – Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória. (NVI)

Podemos chamar o ato de Deus “guardar” todo aquele pelo qual Cristo morreu e ressuscitou de perecer eternamente de “preservação dos eleitos”. O cristão, em si mesmo, não tem o poder de se manter firme em perseverança a vida toda, haja vista que este possui debilidades em seu caráter e, todavia, está sujeito a cair em desânimo, em fraqueza espiritual e em pecado, assim como Davi e Pedro caíram, mas, contudo, foram restaurados por Deus (veja 1 Cor 10.12; Mt 26.41; 2 Cor 12.9-10; Hb 7.28a). Portanto, Deus é quem age no processo da preservação preservando os seus da apostasia, fazendo com que eles perseverem até o fim na sua presença (veja Jo 17.12, 15, 20, 24).

2 Coríntios 1.21-22 – Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu Espírito em nossos corações como garantia do que está por vir. (NVI)

Ronald Hanko atesta que Deus preserva a nova vida da regeneração que está nos eleitos, como a semente de toda a sua salvação (1 Jo 3:9). Ao preservar isso, ele também preserva a fé e obediência deles, de forma que continuem a crer e a guardar os mandamentos de Deus, embora imperfeitamente. Colocando de uma forma simples: Deus preserva a sua obra de graça em seu povo (Sl 90.17; Sl 138.8).48

Por outro lado, o eleito também age nesse processo de preservação de modo responsável, sem nenhuma coerção da parte de Deus fazendo a parte que lhe cabe, ou seja, “perseverar”. A Escritura nos exorta acerca da responsabilidade que temos de perseverar na fé, na obediência aos mandamentos de Deus e na comunhão da igreja. Senão vejamos:

1 Coríntios 16.33 – Vigiai, permanecei firmes na fé, portai-vos corajosamente, sede fortes. (Almeida Século 21)

João 8.31 – Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos... (ARA)

Hebreus 10.25, 35; 2.1 – Não deixemos de congregar-nos como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o dia (a segunda vinda de Cristo) se aproxima. Não abandoneis, portanto, a vossa confiança, ela tem grande galardão. Por esta razão,importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. (ARA)

Todavia, o cristão é quem persevera, e não Deus quem persevera para o cristão. Deus preserva o cristão em perseverança pelo seu poder e graça enquanto o cristão persevera! Estas duas verdades, vistas de modo separado, podem até se contradizer, mas, unidas, formam o preâmbulo entre a Soberania de Deus e a responsabilidade humana [uma vez que o cristão não é “livre” nas suas atitudes, mas responsável de acordo com os propósitos de Deus, e nunca fora do seu controle Soberano; ou seja, daquilo que foi determinado por Ele que aconteça] que jamais se contradizem. Observe um exemplo desse preâmbulo enfatizado por Paulo em (Fp 2.13).

A Confissão de Westminster, no capítulo 17, ressalta:
Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, eficazmente chamados e santificados, pelo seu Espírito, não podem cair do estado de graça, nem total nem finalmente; mas com toda certeza, hão de perseverar nesse estado até o fim e estarão eternamente salvos.

Aplicação

Dizer que o cristão pode perder a sua salvação, além de ser uma falácia, seria o mesmo que dizer que a obra redentora de Cristo foi imperfeita e ineficaz, visto que o crente pelo qual Cristo morreu e ressuscitou, é passível de perder a sua salvação, caso não persevere em obediência a Deus até o fim. Entretanto, mesmo diante de todo o conteúdo em pauta, muitos cristãos ainda podem contestar, isso devido à falta de entendimento da questão da preservação dos eleitos, ou por serem obstinados, com o seguinte argumento: E quanto aquele “crente” que esteve na comunhão da igreja com os irmãos durante um tempo e foi embora, se desviando da fé cristã e retornando a vida de antes, ou seja, uma vida na prática deliberada do pecado? Este “cristão” que se desviou perdeu a sua salvação! 
  
A resposta para esta objeção é bem simples. Não há em toda a Escritura, tanto no AT como no NT, um texto sequer que mostre, ainda que implicitamente, que o crente pode perder a sua salvação. Os que tentam provar o contrário, se baseiam numa hermenêutica equivocada dos textos que destacam a soteriologia (doutrina da salvação). Contudo, o que vemos tanto no AT como no NT, são exemplos de “falsos crentes” que não perderam a sua salvação, mas que nunca foram salvos. Estes aparentavam serem pessoas convertidas, porém nunca se converteram! Dentre estes, temos no AT os filhos de Eli – Hofni e Fineias, que eram sacerdotes, ou, melhor dizendo, “falsos sacerdotes”, assim como vemos hoje muitos “falsos pastores” (1 Sm 2.12-17, 22) e Saul (1 Sm 13.13-14; 15.10-11, 22-23; 16.14). No NT, temos dois grandes exemplos de falsos crentes, a saber, Judas Iscariotes (Jo 6.70-71; 13.10-11; 18) e Himineu e Alexandre, que apostataram da fé (1 Tm 1.18-20). Portanto, concluímos que, uma vez salvo (o verdadeiro cristão), salvo para sempre!

b) Os eleitos são guardados pelo poder de Deus através da fé. 

Se os eleitos são guardados pelo poder de Deus de perderem a salvação, todavia, é pela fé que eles são guardados. Não obstante a fé salvadora é um dom de Deus (Ef 2.8), e este dom não é dado a todos (2 Ts 3.2), somente aos eleitos destinados para a vida eterna como o fruto da eleição (At 13.48; Tt 1.1) e como o resultado da regeneração operada pelo Espírito Santo (1 Jo 5.1). Aqueles que creem em Cristo como Filho de Deus, Deus e salvador, só creem porque primeiro foram eleitos por Deus para a salvação, chamados pelo evangelho e, em seguida, regenerados antes de crer. É impossível crer antes da regeneração devido ao estado de morte espiritual e de incapacidade em que o homem se encontra para buscar a Deus (Rm 3.10-12; 1 Cor 2.14).49 Desse modo, entendemos que a regeneração precede a fé, ou seja, a fé é a resposta da regeneração.

Via de regra, a fé não é a causa meritória da salvação, como se a pessoa, a parte de Deus, decidisse em si mesma crer. Absolutamente não! A fé é o agente da salvação; ou seja, é o meio para a salvação dos eleitos. Deus, o Pai, nos habilita a irmos até Jesus através do ouvir a pregação do evangelho, tanto na igreja como pela TV, pelo rádio, pela internet ou pela própria leitura das Escrituras. Sendo assim, a capacidade de crer em Cristo vem de Deus, conforme o próprio Jesus disse:

João 6.65 – ...ninguém pode vir a mim, a não ser que isto (a capacidade pela fé vs.64) lhe seja dado pelo Pai. (NVI)

Apesar de ser Deus que capacita o homem a crer em Cristo, dando-lhe o dom da fé mediante a regeneração do espírito que produz a fé através da pregação ou leitura do evangelho, contudo, o homem tem a sua tarefa a cumprir, isto é – crer! Deus concede o dom da fé para o homem crer. Não é Deus quem crê para o homem, mas o homem é quem age exercendo a sua responsabilidade que é administrada por Deus após a regeneração (2 Cor 3.17; Rm 6.6, 18, 22) crendo em Cristo Jesus. Portanto, concluímos que não somos salvos pela fé, antes, somos salvos por Cristo mediante a fé (vs.21). Não obtemos a salvação pela fé, mas a fé é o meio pelo qual Deus aplica os benefícios da salvação em nós.

Aplicação

A perseverança do cristão na fé é a evidência do poder de Deus guardando-o não somente de ser sucumbido pelo diabo, da permanência no pecado, mas, sobretudo, da apostasia. “No momento da salvação, Deus ativa a fé e continua a preservá-la. A fé salvadora é permanente; nunca morre (Mt 24.13; Hb 3.14)”.50

c) Os eleitos são guardados pelo poder de Deus através da fé para a consumação da salvação.

No passado, fomos salvos da condenação do pecado pela justificação (veja Rm 3.24-25; 5.1; 2 Tm 1.9; Tt 3.5). No presente, somos salvos do poder do pecado pela santificação (veja Rm 8.1; 1 Cor 1.18; Fp 2.12-13; Hb 2.11; 10.10). No futuro, seremos salvos da presença do pecado pela glorificação (veja Rm 8.17-23; 13.11; Fp 1.8; 2; Hb 10.36-37; 2 Pe 3.13; Mc 10.28-30). Estes, portanto, são os três aspectos do tempo da salvação descritos na Escritura.

Visto e entendido a salvação desta maneira, por qual motivo então, os eleitos são guardados pelo poder de Deus mediante a fé? Para a consumação da salvação que se dará na segunda vinda de Cristo. O termo salvação aqui é sinônimo de herança (vs.4). Ambas as palavras ressaltam a salvação que está guardada e que ainda há de ser revelada no futuro. Simon Kistemaker acentua que estamos na expectativa exultante de tomar posse da nossa salvação. Mesmo quando experimentamos a bondade de Deus por meio da salvação em princípio, sabemos que a plenitude de nossa herança será conhecida a seu tempo (Hb 1.14).51 

Não obstante, o termo preparada enfatiza a salvação que foi planejada na eternidade no conselho trinitariano (das três pessoas da trindade) e executada por Cristo mediante a sua obra de redenção. O verbo grego revelar αποκαλύπτω (apokaluptõ), significa tirar o véu, mostrar, fazer conhecer. Este verbo está no uso acusativo, e refere-se à salvação futura que o crente aguarda (Rm 8.18; 1 Pe 5.1). Certamente este véu será tirado quando Jesus retornar em glória para nos dar a salvação em toda a sua plenitude. Todos verão a herança da salvação quando esta se manifestar, porém, somente os eleitos tomarão posse dela (Mt 25.32-46). A expressão último tempo denota o tempo do fim que se dará com a segunda vinda de Cristo onde a nossa salvação será consumada.

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Notas:
46 - Fritz Rienecker e Cleon Rogers. Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág 552.
47 - Vicent. Estudo no Vocabulário Grego do Novo Testamento, pág 548. 
48 - Ronald Hanko. Doctrine according to Godliness. Reformed Free Publishing Association, pág. 210-211.
49 - Para mais detalhes sobre esta questão, veja o meu comentário do (vs.1b).
50 - Bíblia de Estudo Macarthur. Notas de rodapé, pág 1729. 
51 - Simon Kistemaker. Epístolas de Pedro e Judas, pág 63.

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Fonte: Trecho extraído do Comentário Expositivo de 1 Pedro do autor. 
Divulgação: Bereianos

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