O Cristão e a política

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Por Por André Storck


É comum surgir em muitos uma instintiva repulsa ao ouvir falar de política. Alguns a consideram inútil, outros, corrupta e por isso, ainda há aqueles mais extremados que acreditam na incompatibilidade dela com a vida cristã honesta.

Entretanto, há muitos que sabem magistralmente usar da política para manterem a sociabilidade e uma agradável e positiva imagem pública. A política de que trato aqui refere-se exatamente ao “eu-político” existente dentro de cada um de nós.

Não há pecado em procurarmos ter uma boa imagem entre nossos amigos, família e irmãos, pois isso é dar o bom exemplo, como Cristo nos instruiu a fazer. Devemos, porém, ficar em alerta para evitarmos os excessos e a falsidade.

Ora, o exagero na busca pela manutenção de imagem social positiva leva-nos a sermos exageradamente políticos e, como todos os políticos, acabamos buscando pela aprovação de tantas pessoas quanto for possível. Acabamos por praticar a politicagem - movimento que nos leva irremediavelmente ao comportamento de apoio às maiorias e aos mais fortes - iremos sempre concordar com eles e constantemente tomaremos partido à favor das posições por eles assumidas. Faremos isso para obtermos nossa aprovação e manter uma imagem agradável.

Ocorre, porém, que não raras são as vezes em que a maioria está errada, é preconceituosa, invejosa e egoísta. Existe melhor exemplo do que a maioria que condenou Jesus e libertou a Barrabás?

Devemos cuidar e vigiar, pois se nos tornarmos demasiadamente políticos estaremos sempre do lado da multidão, inclusive nas vezes em que ela errar. Daí vêm todos os males da política porque iremos abrir mão de sermos honestos; abriremos mão de amizades antigas; abriremos mão de amar verdadeiramente para amarmos por conveniência no interesse de termos os aplausos da pluralidade. E o pior, abriremos mão da verdade.

Calvino deu-nos um excelente exemplo em Genebra, quando preferiu ser expulso e se exilar na cidade de Estrasburgo, do que ser obrigado a abrir mão das verdades bíblicas para dar lugar aos interesses políticos dos membros do conselho municipal. É triste pensar na quantidade de líderes evangélicos que hoje nem sequer tituariam em escolher abrir exceções para o cumprimento das verdades cristãs com a intenção de continuarem "bem na fita" ou de "fazer bonito para o povo ver".

Quando em meio a uma multidão você se junta a ela e grita por Barrabás ou clama pelo nome de Jesus? E quando toma decisões, você age como Pilatos, ao clamor do senso comum?

Que o “eu-político” de cada um filie-se ao partido de Cristo, deixando de lado nossas vaidades e buscando amar e respeitar o próximo.

“Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito”.Ex. 23:2

Disse Jesus: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” Jo. 13:34

E então, que tipo de político você é?

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Uma oração de Ano Novo

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Fonte: Vlog do Yago
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Profecias para 2013. Será um ano pior do que 2012?

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Por Solano Portela

Esta é a época em que os profetas de plantão saem das tocas. Quando eu era jovem os astrólogos dominavam a cena. Omar Cardoso era uma celebridade nacional[1] no meio de uma constelação meio obscura de personalidades que pontificavam as previsões para o ano seguinte. Estes escreviam também, religiosa e mercenariamente, em todos os sentidos, as inúteis colunas de horóscopos, de ávida leitura obrigatória em todos os jornais e revistas.

Não sei muito bem o que aconteceu, mas eles saíram um pouco de cena. Sei que ainda estão presentes e muitos os seguem, mas não têm a mesma notoriedade ou repercussão do passado. O país ficou mais cético? Talvez. É possível, também, que a prática de algumas revistas, de compararem as previsões com as realizações, contribuiu para um descrédito maior destes futurólogos, ainda que as Ana Maria Bragas da vida continuem a promovê-los, junto com numerólogos, grafólogos e outras sandices do gênero.

Suspeito, entretanto, que com a multidão de apóstolos, reis, vice-deuses, operadores de maravilhas e propagadores de prosperidade, que pululam o nosso mundo evangélico uma classe esteja substituindo a outra. Acho que muitos líderes evangélicos pensaram: “por que deixar o monopólio das predições só para eles? Vamos pegar uma fatia desse interesse”. Afinal estamos na era dos sete passos para isso, dez degraus para aquilo, cinco princípios para a prosperidade total, e por aí vai. O fato é que não há carência de profecia, nesta terra, ainda que de evidente procedência humana. E nesse campo, a credulidade é espantosa – muitos continuam ansiosos para saber o que vai acontecer no mundo, no país e em suas vidas.

Bom, aqui no Tempora, vou fugir um pouco da nossa linha reflexivo-crítica e, para não ficar de fora da onda do momento, farei dez previsões para 2013. Podem me responsabilizar por elas, mas deem uma trégua até dezembro do ano que vem, pelo menos.

O que vai acontecer, então, em 2013?

1. A corrupção vai continuar. Ou vocês acham que ela acabou com o julgamento do mensalão? Os escândalos continuarão aflorando, ainda que a chamada “sociedade” esteja mais antenada e a imprensa gostando do aumento de circulação que essas notícias propiciam. Vemos apenas um pedacinho do iceberg e a parte submersa é mais volumosa, destrutiva e letal. Para os cristãos, isso não deveria ser surpresa, pois a corrupção está enraizada no coração das pessoas – até no daquelas que criticam os corruptos públicos, ou pegos com a mão na botija. Jeremias 17.9 diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá”?

2. Os preços vão aumentar. Ainda que se propague que a inflação está “sob controle”, os indicadores registram aumentos incompatíveis com uma economia estável e os preços dos serviços aumentam acima deles. O dólar continua subindo e algumas vozes iluminadas no governo defendem um patamar de R$2,40 – insensíveis à dependência que os demais preços possuem do relacionamento cambial. Sobe o dólar e tudo fica mais caro e mais difícil. A voracidade de taxação do governo está também sempre presente e chegam a ser cômicas, se não fossem trágicas, as “soluções” estatais para controlar os preços: aumenta-se a alíquota do IPI (como no caso dos automóveis chineses) e depois dá-se um desconto, por decreto, por um tempo. Enfim, nada mudou no governo desde o tempo em que o povo de Israel clamava por um Rei e foi avisado pelo profeta Samuel que não se esquecesse de que a máquina governamental iria sugar milhões para se sustentar, pela opressão fiscal. Em 2013, o governo continuará voraz e todos nós pagaremos uma conta cada vez maior. A realeza do Real está cada vez mais diluída, relembrando Isaías 1.22: “A tua prata se tornou em escórias”.

3. A vida vai permanecer difícil com tribulações, enfermidades, injustiças. Cresce a expectativa de vida, avança a medicina, organiza-se o poder judiciário, mas as agruras desta vida, consequência genérica do pecado (nem sempre específica, na vida dos que sofrem) são realidade incontestável. “No mundo passais por aflições”, já alertava Jesus (João 16.33). A criação “geme e suporta angústias até agora” ansiando pela “redenção”, ensina Paulo (Romanos 8.22 e 23). Assim desconfie daqueles que prometem a tranquilidade e saúde aqui na terra. Isso não vai ocorrer em 2013.

4. A violência não vai dar muita trégua. Vivemos em uma era onde os governantes acham que têm direitos (e não, necessariamente, responsabilidades) sobre tudo e a necessidade de exercer o controle sobre todos. Na prática, os governantes terminam fazendo pouco e mal. Esquecem-se da responsabilidade primordial (Rom 13.1-7), que a de serem “vingadores” dos inocentes e garantir a segurança dos seus cidadãos. Os cristãos não deveriam promover (e nem confiar em) um estado messiânico, na esperança de que todos os seus problemas serão supridos por um poder terreno, falível e temporal. Enquanto estimulamos os governantes a se ocuparem de tudo (ou não os desestimulamos de fazer isso), eles descuidam da segurança. Em 2012 ficou evidente que o governo não se ocupou adequadamente nem conseguiu garantir a vida de seus próprios integrantes, haja visto as inúmeras execuções sofridas pela força policial de vários estados, quanto mais a nossa! As perspectivas para 2013 não são nada animadoras, em um país onde ocorrem mais de 50 mil assassinatos por ano, a maioria dos quais sem qualquer punição. Uma situação para pensarmos cada vez mais na paz real, que vem de Jesus (João 14.27) – “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

5. Os engarrafamentos vão piorar – Em São Paulo existe um veículo para cada dois habitantes. A cada dia cerca de 500 veículos novos começam a circular em suas vias. Nas grandes capitais a média diária de veículos novos que adentram as ruas é quase essa, pois a proporção por habitante é ainda menor. Em minhas viagens já vi que engarrafamentos, que eram uma característica típica de São Paulo, há algumas décadas, já são uma constante no Rio, Recife, Brasília, Aracajú, Porto Alegre e tantas outras grandes cidades do nosso país. Está cada vez mais difícil se locomover e a cada dia é mais importante morar perto da escola ou do trabalho. Alguns companheiros mais ousados deixaram os carros para trás e recorreram às motos, para o transporte diário: que estes sejam alvo de redobradas orações! Nessa situação é preciso o desenvolvimento crescente da virtude da paciência, bem como o exercício da criatividade, para que a hora perdida no trânsito seja ganha de alguma maneira. Que tal uma resolução para 2013, de se ouvir a Palavra, ou um “podcast” que edifique? Pense no Salmo 119.48: “...  levantarei as mãos e meditarei nos teus decretos”, mas conserve as mãos no volante!

6. Os vendedores de felicidade “aqui e agora”, o engano do evangelho da prosperidade vai permanecer. Alguém poderia fazer o prognóstico que a farsa mercantilista da “felicidade já” terá vida curta, pois, pragmaticamente, as pessoas constatarão a falsidade das promessas. Mas parece não haver limite ao desejo das pessoas de ouvirem coisas agradáveis sobre os seus dias futuros, principalmente se há apelo às recompensas materiais. Em paralelo, esse tipo de mensagem traz muito lucro aos proponentes, O curioso apelo de que “não deixe esse programa sair do ar” (para que possa continuar transmitido a pedir mais e a vender mais), continuará em 2013. Personalidades do campo evangélico que, no passado, rejeitaram essa fórmula claramente pagã continuarão a ser cooptados por ela, desviando o foco das verdadeiras necessidades das pessoas, como identificou apropriadamente Cristo, no caso da Mulher Samaritana (João 4.13-14) – a “água viva” que mata a sede para sempre. Em 2013, espere a continuidade da parada televisiva diária, e das grandes cruzadas dos propagadores de felicidade: mensagens terrenas, com linguajar evangélico.

7. As teologias e explicações humanas aos fenômenos da natureza permanecerão pródigas, no ministério de alguns. A virada do ano (2012-2013) trouxe um filme – “O Impossível” – que poderosamente nos relembrou dos acontecimentos do Natal de 2004, quando um Tsunami devastou a vida de quase 300 mil pessoas nas costas da Indonésia e Tailândia, bem como de outros países e ilhas circunvizinhas. Ainda que as imagens do Tsunami de 2011, no Japão, sejam mais poderosas, a tragédia de 2004 se constitui uma das mais perturbadoras na história da humanidade. Mas isso nos lembra, também, os teólogos relacionais (ou da teologia do processo), que retiram de Deus qualquer poder sobre as questões futuras. Para essas e outras tragédias, recorreram a explicações simplistas e naturalistas, dizendo que “Deus não tem nada com isso”, contrariando as afirmações bíblicas de que ele é Senhor Soberano sobre toda a criação, inclusive sobre as forças “da natureza”. Em 2013, esses teólogos continuarão fazendo estragos e desviando a muitos; procurando aquietar a própria perplexidade perante essas situações, preferem recorrer aos devaneios da mente, em vez de se renderem às afirmações da Palavra inspirada de Deus (Salmo 29.3; Isaías 29.6; Jonas 1.4).

8. As igrejas irão buscar mais e mais formas de entretenimento; as mensagens ficarão mais curtas; os caminhos da graça, mas distantes da Palavra. Agora que a chamada grande mídia, com os olhos na lucratividade do segmento, abraçou com todas as honras o segmento gospel; nestes tempos em que a adoração dá lugar às celebridades e à chamada “celebração”; nestes momentos em que se diluem os limites entre o espetáculo e o culto devido ao Senhor; devemos esperar uma intensificação do entretenimento nas igrejas, como se fosse apenas uma maneira mais contemporânea de cultuar. Preparem os ouvidos. Coloquem os óculos escuros. Tragam os decibelímetros. O volume vai aumentar. As coreografias vão se expandir. A prosseguir a tendência, as igrejas vão gastar mais dinheiro na iluminação e nos efeitos do que na parafernália eletrônica de amplificação. E o que vai ser sacrificado? A pregação, é claro! Está cada vez mais fora de moda, ainda que Deus especifique, em sua Palavra, que é o método determinado por ele para a propagação de suas verdades (Romanos 10.13-15). Ela vai sendo encurtada e a congregação “entregue” ao pregador depois de exaurida física e emocionalmente durante uma hora e meia, para uns minutos finais, como se fosse só para desencargo de consciência. Adentramos, assim, a zona perigosa de manifestações cúlticas de grande intensidade, mas que desagradam a Deus; onde a verdadeira adoração está ausente, como nos tempos de Amós (5.23 e 6.5), onde havia abundante louvor e transbordante música instrumental: “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras”. Deus fala contra os que cantavam “à toa ao som da lira”, pois era tudo centralizado na auto-gratificação e entretenimento: diz o profeta que a intenção não era o louvor a Deus, pois inventavam “instrumentos musicais para vós mesmos”. E há, ainda, os que procuram se dissociar dessa corrente, mas apontam caminhos da graça estranhos aos da Palavra de Deus e à graça das Escrituras; com palavras que se alternam entre a virulência e a aparente piedade, mas que patinam entre a acomodação e encorajamento de formas comportamentais e sociais condenadas na Bíblia. A julgar pelo crescente número de seguidores e defensores, 2013 certamente será um ano “de arromba”, para esses segmentos do evangelicalismo contemporâneo.

9. A ira inconsequente e difamações de alguns profetas do caos, dentro do campo evangélico, permanecerão sendo lançadas contra servos fiéis. Virou moda, para alguns expoentes no campo evangélico, voltar os canhões da agressão contra servos fiéis, propagadores da palavra de salvação, defensores da teologia da reforma, difamando-os como “mundanos”, inconsequentes, protetores dessa ou daquela corrente – simplesmente por não compartilharem com a metodologia e mensagem agressiva abrigada por esses vasos de ira. 2013 não dá mostras de que esse recurso destinado à manutenção dessas figuras controvertidas no ápice da notoriedade, pela controvérsia, vai desaparecer, ainda que os tiros costumem sair pela culatra. Esses profetas do caos continuarão disparando antes de examinar; exibindo uma suposta coragem, que acomoda, na realidade, uma covardia de métodos e ausência de princípios; preferindo alianças políticas, e pseudo-espirituais, espúrias à verdadeira comunhão dos santos. Em 2013, não nos esqueçamos de Tito 3.10: “Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez”. Evitemos aqueles que não se importam com as advertências de Tiago (3.14): “Se... tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade”.

10. No entanto – no meio das perturbações e confusões deste mundo, em 2013, a graça de Deus continuará a ser manifestada – até que Ele cumpra os seus propósitos em sua criação. Não; nem tudo é sombrio no horizonte próximo, ou tem teor negativo. Podemos identificar os seguintes sinais encorajadores e positivos na igreja de Cristo, para o ano de 2013:

a. Renascimento de um interesse saudável pela sã doutrina: creio que nunca houve tanto interesse pelo estudo sério da Palavra de Deus e das doutrinas cardeais da fé cristã; dos pilares redescobertos pela Reforma do Século 16, do que nos dias de hoje. Não me refiro a números espetaculares, mas a um segmento firme, interessado e fiel, que tem abordado a Palavra de Deus com seriedade. Esse grupo surge em várias denominações e nele encontramos inúmeros JOVENS! Uma juventude que dialoga, se reúne e pesquisa a Bíblia; que emprega tempo em evangelização; que se preocupa em agradar a Deus e em tomar conta de suas vidas, além da doutrina, como nos instrui Paulo (1 Timóteo 4.16). As palavras de 1 João 2.14 soam muito bem para 2013, pois creio que essa tendência continuará crescendo: “Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno”.

b. Pais criando os filhos – cerrando as trincheiras da família: O ataque institucional contra a família vem levando muitos pais a reconhecerem a necessidade de se empenhar mais, de lutar, de se envolver com mais intensidade na defesa da família. Em 2013 creio que veremos cada vez mais pais conscientes dessas responsabilidades. Incrivelmente, até entre pais descrentes encontramos aqueles que querem algo diferente para seus filhos.

c. Testemunho dos cristãos na sociedade – contra aborto e a dissolução sexual. Em paralelo ao fortalecimento da família, pelos cristãos, o mundo evangélico toma consciência de que, como cidadãos, precisam dar um testemunho mais intenso e eloquente. A sociedade já abriga o divórcio automático; já há a aceitação tácita do aborto, a caminho da legalização geral; e a instituição do casamento está sendo redefinida, já não mais se segue a definição bíblica (e constitucional) de união entre um homem e uma mulher, mas as portas estão escancaradas para a legalização e aceitação, como natural, do casamento homossexual. Em 2013 a voz dos cristãos continuará ressoando, ainda que eu tenha convicção de que esse é o grande teste para a Igreja – quando legalizarem algo claramente contrário à Palavra, quantas terão coragem de se manter fiel às diretrizes divinas?

d. Escolas Cristãs – Já há algumas décadas a multiplicação de escolas cristãs vem ocorrendo. Pedagogos cristãos vêm reconhecendo a necessidade de abordar o campo educacional sob uma cosmovisão cristã. 2013 verá um aumento desses esforços e a multiplicação de materiais didáticos abordando todas as áreas de conhecimento com premissas cristãs. Creio que a influência, nessa esfera, não somente cruzará linhas denominacionais, como transcenderá o campo evangélico em futuro próximo, pela qualidade do material e dos pedagogos envolvidos nesses programas.

e. Mídia social e Internet como meio de evangelização e instrução – A internet, considerada por muitos como uma maldição, pode sim ser instrumento de bênçãos e de evangelização. Em 2013 as redes sociais serão utilizadas com mais objetividade e de maneira mais abrangente, especialmente pelos jovens. Uma pessoa pode alcançar muitas, se fizer com jeito, cuidado e competência. Uma mensagem pode atingir repercussões positivas inesperadas. O cuidado a ser tomado, é o de não considerar esse tipo de relacionamento como substituto das interações pessoais, pessoa a pessoa; nem como substituto da pregação, como já observamos.

f. Mais e melhor literatura cristã de boa qualidade. Pela graça de Deus, mesmo no mar de publicações inconsequentes, muitos livros cristãos bons têm sido publicados, divulgados e adquiridos. Editoras sérias e fiéis têm se mantido sustentáveis. Conferências de porte têm sido realizadas, divulgando essas publicações e autores internacionais. Autores brasileiros têm surgido, alguns com repercussão internacional. 2013 verá a expansão dessas publicações e suas atividades correlatas.

g. A graça comum possibilitará freio a muita criminalidade, pela exposição dos praticantes – quando parece que o pecado “corre solto”, Deus, em sua misericórdia pela sociedade providencia exposição para que muitos vejam que esses delinquentes não são invisíveis. Por vezes nos surpreendemos com a graça divina que distribui a bênçãos a todos, mas a Bíblia diz (Mateus 5.45) que Deus “faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos”. É ele, também, que restringe o pecado, para que os seus propósitos sejam cumpridos. Devemos ser mais perceptíveis dessa graça comum, e, em 2013, agradecer continuadamente a Deus, pois é ela que possibilita, também, a nossa existência em um mundo tenebroso.

São essas minhas profecias para 2013. Sem horóscopo, sem mágicas, sem revelações espúrias; apenas observando o contexto e o mundo em que vivemos, e a forma como estamos sendo sustentados pela verdadeira graça divina. É esse poder de Deus que entrelaça os fios de nossas vidas em uma maravilhosa obra de arte, como já observou Edith Schaeffer em seu livro The Tapestry.[2] Feliz 2013 a todos os nossos leitores, da parte dos três que interagem com vocês, neste Blog.

Solano Portela

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[1] Homar Henrique Nunes (1921-1978) era o seu nome verdadeiro. Seu horóscopo anual atingia a marca dos 300 mil exemplares. Sua coluna diária de previsões circulava em 140 jornais brasileiros.
[2] Edith Schaeffer, The Tapestry: the life and times of Francis and Edith Schaeffer (Waco, Texas: Word Books, 1981). Essa metáfora foi também, magistralmente, colocada em canção por Stênio Marcius Botelho Nogueira e gravada por ele (1998) e por outros, inclusive o João Alexandre (1999). 

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A impotência da vontade humana

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Por A. W. Pink


Será que encontramos na vontade do homem, competência para aceitar ou rejeitar o Senhor Jesus como Salvador?

Admitindo-se que o Evangelho é pregado ao pecador, que o Espírito Santo o convence de sua condição perdida, não é, em última análise, encontrar poder dentro de sua própria vontade para resistir ou se entregar a Deus?

A resposta a essa pergunta define nossa concepção da depravação humana.

Todo cristão professo dirá que o homem é uma criatura caída, mas o que o termo “caído” quer dizer a muito deles, isso será difícil de determinar.

A impressão geral é de que o homem é agora mortal, que ele não está mais no estado em que estava nas mãos do criador, que ele tem tendências más, mas que, se ele empregar seus poderes para o melhor de si, de alguma forma ele vai ser feliz depois.

Ó, quão longe e triste da verdade! Enfermidades, doenças, até mesmo a morte corporal, são ninharias em comparação aos efeitos morais e espirituais da Queda! É somente através da consulta das Sagradas Escrituras que somos capazes de obter alguma concepção da extensão dessa terrível calamidade.

Quando dizemos que o homem é totalmente depravado, queremos dizer que a entrada do pecado na constituição humana afetou toda parte facultativa do homem, todo seu ser.

Depravação total significa que o homem é, em espírito, alma e corpo, escravo do pecado e cativos ao pé do diabo, “...nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;” Efésios 2.2.

O homem é incapaz de realizar suas próprias aspirações e concretizar seus próprios ideais. Há uma incapacidade moral que o paralisa. Não é um homem livre, mas em vez disso, escravo do pecado e de Satanás: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” João 8.44.

O pecado é mais que um ato ou uma série de atos, é um homem de maquiagem. O pecado cega o entendimento, corrompe o coração e aliena a mente para ir a Deus. A vontade não tem como escapar. A vontade está sob o domínio do pecado e de Satanás. Portanto a vontade não é livre. Em suma, as escolhas amorosas e afetivas que fazem, fazem por causa do estado do coração, e o coração é enganoso acima de todas as coisas, e perverso: ”não há quem entenda, não há quem busque a Deus;” Romanos 3.11.

Traduzido e adaptado por Carlos Reghine | Reformando-me | Original aqui

A Chave das boas obras não abre a porta – C. H. Spurgeon

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Por C.H. Spurgeon

A Escritura nos diz que as obras não podem salvar. Contarei uma história bem conhecida, para que nem os mais simples deixem de entender o que quero dizer. Certo dia um pastor estava a caminho do lugar onde ia pregar. Seu caminho levou-o pelo alto de um monte, e abaixo dele via-se as aldeias adormecidas em sua beleza, os campos de trigo imóveis na primeira luz do sol. Ele, porém, não prestou atenção nisso porque viu uma mulher saindo da porta da sua casa que, ao vê-lo, veio em sua direção com a maior ansiedade e disse:

— Meu senhor, tem algumas chaves aí? Eu quebrei a chave do meu armário, e preciso tirar algumas coisas.

Ele respondeu:

— Eu não trouxe nenhuma chave. — Ela ficou decepcionada, porque esperava que alguém tivesse alguma chave.

Mas ele continuou: — Imaginemos que eu tivesse alguma; é bem possível que ela não encaixasse na fechadura, e a senhora ficaria sem poder tirar as coisas que deseja. Mas não desanime; espere por alguém outro.

Entretanto, no desejo de aproveitar a situação, ele perguntou:

— A senhora já ouviu falar da chave do céu?

— Oh, sim — ela disse, — já vivi bastante tempo e fui à igreja o suficiente para saber que, se trabalhamos bastante e conseguimos o pão com o suor do rosto, tratarmos bem nossos próximos e nos comportamos, como diz o Catecismo, de modo humilde e reverente diante de todos os que são melhores do que nós, e se fazemos nossa obrigação na estação da vida em que Deus se agradou de nos colocar, e fazemos nossas orações regularmente, seremos salvos.

— Ah — ele retrucou, — minha senhora, essa é uma chave quebrada, porque a senhora quebrou os mandamentos; a senhora não fez todas as suas obrigações. A chave é boa, mas a senhora a quebrou.

— Por favor, senhor — disse ela, vendo que ele entendia do assunto e com um olhar assustado, — o que foi que eu esqueci?

— Bem — respondeu ele, — a senhora esqueceu a coisa mais importante, o sangue de Jesus Cristo. A senhora não ouviu falar que a chave do céu está presa ao seu cinto? Quando ele abre, ninguém pode fechar; quando ele fecha, ninguém pode abrir. — Explicando melhor para ela, ele continuou: — E Cristo e só ele quem pode abrir o céu para a senhora, e não as suas boas obras.

— Mas, senhor pastor — exclamou ela, — quer dizer que nossas boas ações são desnecessárias?

— De forma alguma, quando juntas com a fé. Se a senhora crê primeiro, pode fazer tantas boas ações quantas quiser. No entanto, se a senhora crê, nunca mais vai confiar nelas, porque se o fizer, a senhoras arruinou-as, e não são mais boas ações. Faça quantas boas obras quiser, mas coloque sua confiança totalmente no Senhor Jesus Cristo; se não o fizer, sua chave jamais abrirá a porta do céu.

Portanto, meus ouvintes, precisamos ter fé autêntica porque a velha chave das obras foi tão quebrada por nós que jamais entraremos no paraíso com ela. Se alguém aqui acha que não tem pecados, vou ser direto: você está se iludindo, e não há verdade em você. Se você imagina que por suas boas obras entrará no céu, jamais houve ilusão mais fatal. No último grande dia você descobrirá que suas esperanças eram inúteis, e que, como folhas secas das árvores no outono, suas ações mais nobres serão levadas pelo vento para o fogo onde você mesmo sofrerá para todo o sempre. Preste atenção em suas boas obras; faça-as depois de crer, mas lembre-se, o meio de ser salvo é simplesmente crer em Jesus Cristo.

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Os 10 pastores que não respeito e não admiro

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Por André Sanchez


Maus líderes existem aos montes dentro das igrejas. O joio está espalhado dentro da igreja como ensinam as escrituras (Mt 13. 26). Isso não é novidade para ninguém. Apesar de designar aqui o termo “pastores” a essas pessoas que citarei abaixo, não tenho a intenção de diminuir aqueles que fazem jus a esse termo tão lindo mostrado nas escrituras, e que realmente pastoreiam de coração as ovelhas do Senhor. Usei esse termo somente para facilitar a identificação dessas pessoas.

OS DEZ PASTORES QUE NÃO RESPEITO E NÃO ADMIRO:

1- O que faz do púlpito um palco de shows = A exposição da Palavra é esquecida e substituída pelo talento hollywoodiano desse pastor, que explora as mais diversas técnicas para cativar os seus expectadores, fazendo do show o protagonista do culto. Ele é a estrela e não Cristo e Sua palavra. Seu púlpito é lugar de entretenimento, de show, e não de pregação, de transmissão da voz de Deus.

2- O que explora financeiramente as ovelhas = Esse pastor é muito ambicioso e tem planos de crescimento. Porém, para a realização dos seus planos, precisa de muito dinheiro. E esse dinheiro é retirado das ovelhas, através das mais diversas técnicas de extorsão (legais) – e algumas vezes ilegais e antiéticas. Ele não liga para o que a Bíblia ensina e inventa formas de arrecadação para realizar seus sonhos megalomaníacos. As ovelhas são iludidas, exploradas e sugadas até a última gota que podem dar.

3- O que insiste em querer fazer a agenda de Deus = Um pastor que quer determinar lugar, dia e hora para Deus agir não merece meu respeito. Segunda-feira: Deus age na família; terça-feira: nas finanças; quarta-feira: Deus dá o Espírito Santo; quinta-feira: Deus faz conversões e sexta-feira: Deus liberta as pessoas de demônios. Deus agora está preso em uma agenda criada pelo homem? Para esse pastor, Deus deve adequar-se à sua programação semanal.

4- O que ilude as pessoas com amuletos, objetos ungidos e unções que não vêm de Deus = Esse pastor escraviza pessoas em crendices e superstições que não são encontradas e ordenadas na Bíblia. Desvia a fé que deveria ser unicamente no Deus soberano para objetos e unções – falsas – e extravagantes. Trabalha com a ilusão, com a ambição, com a falta de conhecimento de muitas das ovelhas que lhe ouvem. É um ilusionista do púlpito!

5- O que “profetiza” o que Deus não mandou profetizar = Usa sua influência sobre as pessoas para “profetizar” e “revelar”. Porém, não usa a Bíblia, que é a revelação e é onde se encontram as profecias de Deus para a vida de seus servos. Lança profecias das mais variadas para as pessoas. Normalmente suas profecias são absurdas e vazias, porém, a cegueira e falta de conhecimento das pessoas sobre a Palavra de Deus, abre portas para que essas “profecias” sejam cridas como verdade.

6- O que faz com que seus fieis o adorem = Ele é visto como um semideus pelos seus fieis. Ele é o poderoso, ele faz milagres e sinais acontecerem, ele é o rei e o centro dos cultos. O pior de tudo é que não faz nada para mudar essa situação, pois adora ser paparicado, adora status, adora demonstrar seu grande “poder” e ser ovacionado pela multidão. Seu prazer é ver multidões afluindo em sua direção com desejo de glorificá-lo. Não prega para pouca gente, só aparece quando tem pessoas suficientes para massagear seu ego insuflado.

7- O que usa o dinheiro das ofertas para seu próprio enriquecimento = Esse pastor-empresário é formado e pós-graduado em enriquecimento usando a igreja. Tem fortuna e bens luxuosos, tudo adquirido com a ajuda das ofertas dos membros de sua igreja e de quem mais querer ajudá-lo a “evangelizar”. Segundo ele diz, todo o dinheiro das ofertas é usado para a obra de Deus, porém, seu patrimônio o acusa. Ele engana multidões – e babacões – que bancam sua vida de ostentação e riqueza, pois não podem questionar a palavra do todo poderoso líder.

8- O que prega a teologia da prosperidade = Um pastor que diz que pobreza é maldição, que o crente verdadeiro será reconhecido pela sua prosperidade material, e outras abobrinhas sem embasamento bíblico, não merece admiração. Se a teologia da prosperidade é um câncer como alguns dizem, esse pastor é um espalhador de doenças no meio do povo.

9- O que usa versículos isolados da Bíblia para fundamentar doutrinas destruidoras = Esse pastor adora inventar doutrinas usando versos bíblicos isolados, cuja interpretação isolada, sem considerar contextos e outras boas regras de interpretação, favoreçam seus pensamentos e desejos. É um manipulador ardiloso dos textos sagrados, visando unica e exclusivamente que a Bíblia se enquadre em seus pensamentos e planejamentos.

10- O que [acha] que determina a ação de Deus = É uma piada dizer que um homem determina algo ao Todo-Poderoso, mas essa ousadia acontece. Palavras ousadas saem da boca desse pastor, que ora determinando, ordenando, exigindo que Deus faça determinadas coisas que, segundo ele, Deus tem de fazer. Coitado, não tem nem noção da besteira que faz! E o pior: ensina as pessoas a agirem também assim!

NÃO POSSO ADMIRAR E RESPEITAR PASTORES COMO ESSES!

Fonte: Gospel+
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A Incoerência do Livre-Arbítrio

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Por Jorge Fernandes Isah


Primeiro, antes de iniciar as considerações, é necessário definir alguns termos:

a) Livre-arbítrio - crença de que a vontade humana tem um poder inerente de escolha com a mesma facilidade entre alternativas. Ou seja, o poder de escolha contrária ou a liberdade da indiferença. A vontade é livre de qualquer causação necessária.

b) Autonomia - qualidade da vontade ou do intelecto que o capacita a funcionar a favor ou contra qualquer curso particular de ação, por meio disso exibindo uma capacidade inata.

Definições postas, vamos ater-nos aos pontos chaves que levam à incoerência do livre-arbítrio [1]:

A idéia do livre-arbítrio é de que dele depende a responsabilidade humana. Porém, quando se questiona a origem dessa responsabilidade, tem-se como argumento que ela procede do livre-arbítrio. Está formado o argumento circular vicioso.

Para o arminiano, Deus não atropela o livre-arbítrio, logo a vontade humana não tem causação externa. Desta forma, estão asseguradas a integridade e a responsabilidade do homem. Porém, se isso não é tolice, é presunção, porque Deus sempre fará toda a Sua vontade, e nada nem ninguém pode-lhe frustrar a vontade [Is 46.10]; ao passo que o homem é sempre escravo, seja do pecado, seja da justiça [Rm 6.17-18].

A vontade se automove em resposta ao que a mente conhece, e pode causar tanto a ação em resposta às influências como resisti-las. O que me leva à pergunta: se o conhecimento intelectual [aqui incluidas a moral e a ética] será o ponto de partida, o príncipio avaliativo da vontade, como a vontade será livre? Esse conhecimento sempre virá de uma fonte externa e provavelmente virá como um argumento verdadeiro ou falacioso. Se o conhecimento for corrompido, manipulado ou integral, quais são as bases para que ele seja correto? Será possível eu ter esse conhecimento inato do que é certo e errado sem qualquer influência externa? E a vontade não poderá ser "induzida" pelo conhecimento adulterado? Ainda que esse conhecimento seja bíblico, no sentido das informações corretas, o intelecto pode não processá-las legitimamente, e induzir a vontade a uma escolha errada.

Para que o homem pudesse escolher "neutramente", seria necessário que não tivesse nenhum conhecimento, que sua mente fosse vazia, um ponto morto, mas aí entra a questão: como a vontade poderia se decidir sem nenhuma base? Na sorte, deixada a cargo do acaso, seria a opção. Visto a liberdade espontânea do livre-arbítrio somente nos remeter ao acaso. Mas, e como seríamos responsáveis, já que não exercemos nenhuma influência causal na decisão?

Portanto a teoria do livre-arbítrio destrói a responsabilidade em vez de apoiá-la. Como posso ser responsabilizado por ações surgidas de um livre-arbítrio que, pelo fato de ele ser livre, não está também sob o meu controle? [nem sob o controle divino também, ao ver do arminiano].

Se um argumento pode levar a vontade a se decidir, onde está a neutralidade moral? O argumento causou a escolha. A própria Bíblia deveria ser desconsiderada pelo "livrearbitrista", visto ser ela a fonte da Lei Moral, a qual estabelece o significado de bem e mal, e levá-nos a compreensão do que é a santidade e o pecado. Ela nos influenciará decididamente na escolha entre o que é santo e o que é pecaminoso. Logo, onde está a neutralidade? E ficam perguntas: Deus é neutro? As Escrituras são neutras? O mundo é neutro? Em qual aspecto da vida, seja eterna ou temporal, se percebe neutralidade moral? Ou se está sob a influência do bem, ou sob a influência do mal. Não existe nada que seja moralmente neutro, que pratique atos neutros [sem efeito algum]. Portanto é ilógico dizer que a vontade humana seja neutra, visto sê-la influenciada por Deus ou satanás. Senão, porque Davi, Isaías e Paulo diriam que todos pecaram [todos!] e destituídos estão da glória de Deus? [Sl 14.2-3; Is 59.2-11; Rm 3.23, 5.12]. Se todos pecaram, somos todos pecadores, a nossa vontade está corrompida, deteriorada, sob a influência do pecado e sem a menor possibilidade de ser neutra, e poder escolher o bem. Para que o arminiano não concorde com isso, ele terá de rejeitar a Bíblia como a palavra inspirada de Deus.

A questão não é se podemos escolher, mas como e de que forma escolhemos. E se somos pecadores, a nossa escolha será sempre na direção do pecado,"porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser" [Rm 8.7]. Desta forma, a Bíblia afirma que o homem natural é um pecador, o qual é desprovido da capacidade de obedecer a Deus, tornando-o moralmente responsável, tenha ou não capacidade moral. O homem será sempre condenável diante de Deus se não obedecê-lO, ou seja, a desobediência aos princípios morais estabelecidos pelo Criador é que o tornam responsável por seus delitos. A responsabilidade moral não está baseada na capacidade moral [que o homem natural não possui] ou no livre-arbítrio [que nenhuma criatura possui], mas na autoridade e soberania de Deus que determinou a não-obediência aos Seus mandamentos como a causa pela qual o homem será condenado e tornado indesculpável.

Por isso, pode-se afirmar seguramente que o livre-arbítrio é indefensável, ilógico e não-factível. A vontade humana é livre em qual sentido? Por exemplo, um hindu que nasceu no hinduísmo e cuja família se submete ao regime de castas, e crê na divindade de um inseto, qual seria a sua capacidade natural de não escolher adorar ao inseto? Para que isso acontecesse, ele teria de ser confrontado pela verdade, e reconhecer que tanto o sistema de castas como a adoração ao inseto é uma tolice, uma mentira que o quer manter escravizado na ignorância de Deus.

Se ele não for confrotado pela verdade [e a verdade é externa], ele jamais se livrará da mentira. Por que a mentira é o que ele tem por verdade, transmitida por sua família e clã [externamente] e o influenciará a sempre pensar nos seus pressupostos como verdadeiros, quando o que tem são falsas premissas a induzi-lo ao engano.

Onde está a neutralidade para que ele possa escolher livremente? Se o livre-arbítrio é o movimento da mente em certa direção, a neutralidade poderia levá-lo a essa direção? Ou as influências externas à mente, as quais está sujeito, determinarão a sua decisão? Então, está claro que esse movimento da mente não é livre, e de que ninguém toma decisões livres, mas todas elas estão sujeitas à influência, a fatores causais.

Muitos arminianos têm certeza de que possuem o livre-arbítrio, apenas porque presumiram tê-lo; e garantem que não sofrem nenhuma espécie de influência em suas decisões "livres". Porém, fica a pergunta: quem tem a certeza de que não está sujeito, ainda que minimamente, a influências que afetariam a sua vontade? Por exemplo, estar sob o efeito de medicamentos, bactérias e vírus, ou sob a ação de partículas subatômicas ou  cósmicas. Ou seja, para que essa neutralidade fosse "livre" teria que, no mínimo, ser onisciente e conhecer exaustivamente tudo afim de se ter certeza de não haver alguma causa a operar sobre a vontade humana; muito antes de ser confrontado pela cosmovisão cristã. Como nenhum ser humano é onisciente e apenas Deus o é, o livre-arbítrio não pode levar jamais o homem a uma escolha neutra, sem influências ou antecedentes, sem que se detenha qualquer pressuposição.

Para que a escolha fosse neutra, era preciso que não houvesse o sentido de bem ou mal [a Lei Moral]. O hindu, sobre a influência do hinduísmo, entenderá o mal como o bem, e o bem como o mal, "fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!" [Is 5.20]. Por si só ele jamais poderá compreender e entender [interiormente] o significado verdadeiro e real do que é bem e mal a fim de escolher entre um e outro.

O livre-arbítrio em si mesmo não detém nem o bem nem o mal, como algo neutro manteria o indivíduo numa posição de não-escolha, de não-vontade, onde ele permaneceria num ponto vago, numa posição sem solução, incapaz de se definir, porque nada lhe é indentificado; e assim, se está nesse ponto morto, como será levado a agir? Em que bases? Se é neutra, não é causada, logo, qualquer semelhança com o acaso não é mera coincidência. E se a mente é levada a agir pelo acaso, como poderá ser responsabilizada?

A afirmação, "se nós não temos o livre-arbítrio, não podemos ser responsáveis pelas nossas ações", é verdadeira? Em qual sentido? Quem a provou como verdade? E uma pergunta muito mais explícita ainda: à luz das Escrituras, qual a relação entre responsabilidade e liberdade? Onde elas aparecem, e onde estão especificadas a sua conexão?

São perguntas que o arminiano não se dispõe a responder. Para ele, basta estabelecer o axioma, e pronto. Provar, para quê?

Por essas e outras, o livre-arbítrio é incoerente, e incapaz de levar o homem a lugar algum. Como teoria autonomista não encontra respaldo bíblico, sustentando-se apenas e tão somente pelo seu apelo humanista, ou seja, antibiblicamente; porque nada mais é do que o desejo de se ter um poder para decidir independentemente, chegando à blasfêmia de se cogitar mesmo uma autonomia de Deus. O que não passa de uma estúpida pretensão ou delírio diabólico, cujo único objetivo é tornar o homem num "deus" independente e livre de Deus. O que felizmente é impossível.

Notas: 
[1] Boa parte destas conclusões se devem ao livro "A Soberania Banida" de R. K. McGregor Wright, publicado pela Cultura Cristã; e diversos livros e textos de Vincent Cheung publicados pela Editora Monergismo.
[2] Leia os meus comentários ao livro em O Que Estou Lendo... Ou Li 

Fonte: Kálamo
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Hermenêutica Bíblica - Método Gramático-Histórico

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Por Valtencir Alves 


No decorrer da história da hermenêutica, muitos métodos de interpretação foram criados, visando facilitar a compreensão do texto sagrado. Destacando-se entre os demais, temos o método gramático-histórico, que acredito ser o mais eficaz na compreensão da santa palavra. Este método acredita na inerrância da Bíblia e portanto aceita sua historicidade e veracidade, ele procura entender sua mensagem à época e aplicá-la aos nossos dias.

Uma derrocada dos métodos interpretativos é mais do que certo, enquanto outros coadunam com a efemeridade dos seus hagiógrafos. Diante de tentativas interpretativas e boa vontade, as impropriedades teológicas não são poucas.

O método gramático-histórico, cujos pressupostos e procedimentos interpretativos básicos, estão alicerçados num fundamento imutável, preserva a sua contemporaneidade.

O método gramático-histórico é imperativo na tentativa de compreender os dados bíblicos por meio de considerações metodológicas derivadas somente das Escrituras. Este método objetiva extrinsecar o significado correto das Escrituras que Deus planejou comunicar, sendo plenamente compreendido pelo autor humano e seus contemporâneos ou não. Este método é fundamentado em alguns pressupostos necessários.

Pressupostos básicos do método gramático-histórico:

(1) Somente a Bíblia: A autoridade e a unidade das Escrituras são tais que a Escritura é a norma final com respeito ao conteúdo e ao método de interpretação.

(2) A Bíblia é a autoridade suprema e não está sujeita ao princípio da crítica. Os dados bíblicos são aceitos com seu valor de face e não estão sujeitos a uma norma externa para determinar confiabilidade, adequação, inteligibilidade.

(3) Rejeição do princípio da analogia, pois se admite a atividade singular de Deus, descrita na Escritura e no processo de formação da Escritura.

(4) Rejeição do princípio da correlação, pois admitimos a intervenção divina na história como descrita na Escritura.

(5) Unidade da Escritura. Uma vez que os diversos autores foram guiados por um único autor divino, a Escritura pode ser comparada com Escritura para formular doutrina.

(6) Natureza transtemporal da Escritura. Deus fala através do profeta para uma cultura específica, contudo a mensagem transcende os condicionamentos culturais como verdade eterna.

(7) O elemento divino e humano das Escrituras não pode ser separado.

Procedimentos Hermenêuticos Básicos do método gramático-histórico:

(1) Contexto Histórico. Tentativa de compreender o pano de fundo histórico contemporâneo no qual Deus se revelou.

(2) Análise literária. Exame das características literárias do material bíblico em sua forma canônica.

(3) Análise teológica dos livros bíblicos. Um estudo da ênfase teológica de cada hagiógrafo da Bíblia, examinado no contexto mais amplo da unidade de toda a Escritura. Isto permite que a Bíblia seja sua própria intérprete e as várias ênfases teológicas estejam em harmonia umas com as outras.

(4) Análise diacrônica. É a tentativa de traçar o desenvolvimento dos vários temas e motivos cronologicamente através da Bíblia em sua forma canônica.

Tal análise metodológica pressupõe uma noção bíblica da revelação, segundo a qual Deus progressivamente concedeu mais luz às gerações posteriores sem contradizer a revelação anteriormente concedida, tendo Cristo como ápice desta Revelação. O entendimento da revelação, somente poderá ser esclarecido através de um método funcional. Portanto, a escolha do método é fundamental para uma salutar hermenêutica.

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Em defesa de uma Moralidade Legislada

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Por Mark R. Rushdoony

"Não é apenas o anti-cristianismo de fora que é o nosso problema hoje; estamos também lutando contra o elemento anti-lei de Deus (antinomiano) que tem atacado o Reino de Deus dentro dos seus próprios portões."

Um dos mitos mais absurdos do nosso tempo é que “você não pode legislar moralidade”. Nada poderia estar mais longe da verdade. Toda lei é uma moralidade legislada.

Leis são promulgadas para proteger pessoas e propriedades ou para promover a saúde e a segurança. Leis dizem que algo é bom, então a sociedade a protegerá, ou que algo é mau, e portanto será regulado ou punido. Leis contra roubo e assassinato são declarações morais sobre o direito à propriedade privada e sobre a santidade da vida. Até mesmo um sinal de PARE é uma lei moral. Um sinal de PARE diz que você não tem o direito de arriscar a vida de outras pessoas por dirigir de maneira imprudente. Muito tem sido dito em anos recentes sobre aborto e atividades homosseuxais como passando de um pedido de aceitação para um status legal favorecido. Isso é verdadeiro e representa uma progressão lógica. Primeiro, o homossexualismo e o abordo foram exigidos como direitos, isto é, a moralidade como vista pela lei foi buscada e adquirida. Então, favores e proteções para o que a lei considera moral e digno de proteção têm sido progressivamente exigidos e concedidos. A exigência da liberação do casamento gay é baseada nos “direitos” concedidos pela decisão moral anterior.

Não podemos legislar pessoas morais, mas legislaremos moralidade. Leis contra roubo e assassinato nunca foram feitas para tornar alguém melhor, nem pretendem fazê-lo. Elas têm o intuito de dissuadir as pessoas imorais de um comportamento imoral por meio do medo da justiça. Nem parar num sinal de PARE faz você uma pessoa moral; o intuito não é torná-lo moral, mas fazer você dirigir de uma forma que proteja a vida e propriedade dos outros. Os magistrados, diz o apóstolo Paulo, devem ser um terror para os malfeitores; seu propósito é controlar as pessoas que querem fazer o que a lei diz ser errado.

A moralidade sobre a qual nossas leis são baseadas são sempre religiosas em natureza. A ética moral de um cristão será diferente daquela de um humanista, ou hindu, ou muçulmano. Quando mudamos de religão, nossa moralidade mudará e nossas leis eventualmente reflitirão isso. Temos visto uma mudança progressiva da fé e lei cristã para uma lei mais vigorosamente humanista em décadas recentes.

O inverso também é verdade. Quando mudamos nossa moralidade, estamos mudando nossas pressuposições religiosas, e nossa própria religião é mudada. Não é apenas o anti-cristianismo de fora que é o nosso problema hoje; estamos também lutando contra o elemento anti-lei de Deus (antinomiano) que tem atacado o Reino de Deus dentro dos seus próprios portões.

Todos cremos na lei, de forma que todos cremos em legislar moralidade. Eu creio na moralidade de Deus. Em qual moralidade você crê?

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- Sobre o autor: O Rev. Mark R. Rushdoony, filho do falecido R. J. Rushdoony, é o atual presidente da Chalcedon Foundation.
Tradução: Felipe Sabino – março de 2012. 
Fonte: Monergismo
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Por que Deus não faz mais milagres de grandes proporções?

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Por Gabriel Brasileiro

“Se toda salvação é dependente da aceitação de Jesus então por que Deus age de maneira tão escondida hoje? Por que não realizar milagres 2000 anos depois? Abrir alguns mares ou fazer chover enxofre e fogo em algumas cidades, ou alguma carruagem de fogo no céu. Se nós precisamos a 2000 anos de evidências sobrenaturais para acreditar em coisas sobrenaturais, por que Deus está escondido hoje e nega essas provas sobrenaturais?”

Essa foi uma interessante e difícil pergunta feita ao Dr. William L. Craig, em seu debate contra o químico Peter Atkins, a alguns anos atrás. Todos nós em algum momento de nossas vidas fazemos para nós mesmos essa pergunta. A busca por uma resposta satisfatória na Sagrada Escritura pode nos deixar com mais dúvidas do que tínhamos anteriormente. Pois, a resposta que a Bíblia nos dá, não é geralmente a que queríamos.

Abaixo há uma explicação teológica e algumas argumentações filosóficas que tentam responder essa incômoda interrogação.

Explicação teológica:

 “Pois, quem conhece os pensamentos do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus.” (1Co 2:11)

A Sagradas Escritura deixa claro que da mesma forma que não conhecemos os pensamentos uns dos outros, nós não podemos saber os pensamento de Deus. Apenas, o próprio Deus conhece Seus próprios pensamentos. Se não podemos saber os sEus pensamentos, logo, nós nunca poderemos saber ao certo o motivo dEle não fazer milagres como antigamente.

"As coisas encobertas pertencem ao Senhor, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei.” (Dt 29:29)

O motivo de Deus ter se revelado a Moisés, o motivo de Deus ter escolhido Maria de Cristo ou motivo para Deus para Deus se revelara a Saulo [Paulo], não pertencem a nós. Pois, Deus não revelou isso aos homens. Esses motivos pertencem somente ao Altíssimo.

Da mesma, o razão de Deus não operar um grande milagre na atualidade é algo que Ele não nos conta em Sua revelação especial (Bíblia). Portanto, esse motivo não pertence a nós. Pertence somente ao próprio Deus. Logo, temos outra justificativa para crer que nunca saberemos ao certo o porquê dEle não fazer um milagre na atualidade.

“Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês.” (Mateus 5:48)

Jesus Cristo fala que nosso Pai é perfeito. Então, pela fé cremos que a vontade soberana de Deus é perfeita. Da mesma forma que a vontade de Deus em se revelar ao mundo na pessoa de Cristo foi perfeita, a vontade de Ele não realizar um milagre de grandes proporções atualmente, também é perfeita.

Visto a explicação acima é possível formular um argumento indutivo, partindo da Sagrada Escritura:

P1. Deus é perfeito.
P2. Portanto, os motivos de Deus são perfeitos.
P3. Deus tem um motivo para não realizar um milagre de grandes proporções atualmente.
3.1. Embora não saibamos esse motivo.
C1. Logo, o motivo pelo qual Deus não opera um milagre de grandes proporções atualmente é perfeito.

As premissas seguem-se logicamente, então a conclusão é logicamente coerente. Conclui-se que embora não saibamos as razões de Deus não realizar o fato em questão, pela fé cremos que suas razões são perfeitas.

Primeira argumentação filosófica:

Embora, desconheçamos os reais motivos de Deus, nós podemos deduzir possíveis motivos.

Deus por definição é o maior Ser concebível, que por sua vez seria conhecedor de todas as verdades [onisciente]. O Deus Bíblico se encaixa perfeitamente na definição filosófica de Deus. E biblicamente podemos saber que ele seria onisciente, como podemos ver em Salmo 147:5 [Grande é o nosso Soberano e tremendo é o seu poder; é impossível medir o seu entendimento]. Sendo ele conhecedor de todas as verdades e possíveis verdades, Ele saberia como a humanidade moderna reagiria presenciando um grande milagre. Mas, nós não sabemos. Provavelmente nem cressem que isso fosse um milagre, e sim um acontecimento natural desconhecido pela ciência. Então, um grande milagre atualmente, poderia acarretar em algo totalmente contrário as nossas expectativas.

Segunda argumentação filosófica:

Um milagre dessa forma poderia levar pessoas de outras religiões a crerem que foi obra de outros deuses, então a quantidade de heresias poderia aumentar, e isso obviamente seria um problema. Deus poderia operar esse milagre apenas na presença de cristãos. Porém, esses não teriam como provar que esse milagre aconteceu. E mesmo que filmassem ou tirassem fotos, não teriam como provar que essas provas são realmente verdadeiras e não uma fraude muito bem feita. E possivelmente muitas pessoas não acreditariam nisso [incluindo os próprios cristãos].

Seria possível um grupo de cristãos estarem presenciando um grandioso milagre nesse exato momento, mas não terem como o provar. E se por ventura tiverem, muito provavelmente serão acusados de fraude e serão chamados de mentirosos.

Terceira argumentação filosófica:

Ao longo da Sagrada Escritura vemos casos onde Deus realiza milagres para mostrar que era o verdadeiro Deus e que realmente existia. Provavelmente, Deus não faça grandiosos milagres atualmente, pois, o intelecto humano já atingiu a capacidade de saber que Deus existe sem a necessidade de uma intervenção sobrenatural do mesmo. E é bastante coerente pensar que uma argumentação em favor da existência de Deus hoje em dia seria mais eficaz do que um possível grandioso milagre. Pois, como foi dito anteriormente, as consequências podem ser contrárias a nossa expectativa.

Blaise Pascal dizia que Deus já tem dado provas suficientes àqueles que estão com o coração aberto para recebê-lo. Logo, aqueles que buscam a Deus o encontram sem a necessidade de presenciar algum evento sobrenatural feito por Deus.

Quarta argumentação filosófica:

Muitas vezes esquecemos a “simplicidade” que pode ser um grandioso milagre. O falecido astrônomo britânico Fred Hoyle calculou a probabilidade de simples proteínas de uma ameba surgirem por acaso. As chances foram de um contra 10^40000. Essas pequenas probabilidades encontradas levaram Hoyle a afirmar que a probabilidade da vida surgir espontaneamente é a mesma de uma furação passar por uma sucata e formar Boeing 747. A vida é algo matematicamente impossível de existir, porém de alguma forma estamos aqui. Se nos olharmos no espelho veremos um dos maiores milagres já feitos por Deus; nós. Por isso, não podemos esquecer que coisas habituais como o nascer do Sol e o nascimento de um ser, embora pareçam simples, são eventos enormemente “miraculosos”.

Embora nós não saibamos o real o motivo de Deus não fazer grandes realizações miraculosas atualmente, nós sabemos que podemos confiar em sua decisão. Pois, pela fé cremos que a vontade de Deus é perfeita e soberana. Isso é uma das coisas que Cristo nos ensina ao orar o Pai Nosso: confiar na vontade do Pai."Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu." (Mateus 6:10 )

Porém, por sermos imagem e semelhança de Deus, temos a capacidade de usar perfeitamente a lógica. Sendo essa um reflexo da mente de Deus. A partir disso podemos deduzir motivos, pelos quais Deus não faz mais milagres de grandes proporções, como podemos ver acima. Lembrem-se que essa nossa capacidade é um grande presente do Altíssimo, para que possamos entender seus atributos.

“O maior de todos os milagres precisou somente de duas coisas: um amor sobrenatural e uma cruz.” (Gabriel Brasileiro)

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Divulgação: Bereianos
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